"Perder todas esperanças era libertador."

Clube da Luta, por Chuck Palahniuk. Citação da página 23, na edição de 2012, da editora Leya.

Tyler POV

Eu acordei me sentindo extremamente zonzo. Nem mesmo o pior uísque da adega de meu pai conseguia me deixar daquele jeito. Tentei me virar, mas não consegui. Eu estava esperando cair do sofá ou encontrar um travesseiro, mas eu apenas senti uma dor aguda no pulso.

E então eu abri os olhos e esperei que eles se acostumassem à escuridão. E então eu percebi o porquê de eu não conseguir me mexer: eu estava preso.

Havia correntes em meus pulsos e tornozelos, me mantendo esticado e imóvel. E eu não estava dormindo em minha cama, mas sim, no chão. Não havia o pôster do time de futebol atrás da porta do meu quarto, pois aquela era uma porta de aço, com apenas uma pequena janela nela. Era apenas a porta de uma cela.

Tentei me mexer mais uma vez, puxando as correntes com força, mas elas não cederam nem um milímetro. Então alguém apareceu do outro lado da porta. Eu forcei meus olhos para focalizarem aquele rosto. Eu o conhecia. Como era mesmo o nome dele? Li... Le... Luke! Um menino que eu conheci quando fui pedir ajuda a Tony. Ele não devia ter mais do que quinze anos.

— Hey, Luke! O que está acontecendo, cara? – perguntei, um pouco enrolado.

— Ele acordou! – ele gritou. – Tony! Ele acordou!

Alguma coisa estava errada. Terrivelmente errada. Eu só me lembrava de deixar Caroline na casa de Klaus, e então Elijah me ofereceu uma bebida e... Elijah! Aquele desgraçado!

Eu precisava sair dali, mas as correntes não se partiam. Eu precisava me transformar.

Concentrei-me para começar a transformação e... Nada. Eu tentei novamente, mas não conseguia. Por mais que eu tentasse, não conseguia me transformar. O que estava acontecendo?

— Tyler, Tyler... Você deveria estar dormindo. – disse Tony, entrando na cela.

— Tony! Tony, por favor, cara. Tire-me daqui! – eu implorei.

— Não dá, não. Você tem que ficar aqui. – ele disse, exibindo uma seringa. – Ordens do original elegante.

Tony aproximou a seringa do meu braço direito, e eu não pude fazer nada para me afastar.

— Tony, me escute! Não faça isso! Você está ligado ao Klaus, vai obedecer tudo o que ele disser! Mas não precisa. Eu posse te mostrar como!! Por favor, me solte!

— Agora, cale a boca e volte a dormir, Bela Adormecida.

Ele espetou a seringa em minha veia e eu pude sentir a dormência que começava a se espalhar por meu corpo.

— Tony, por favor... – eu disse, já quase inconsciente. – Eu preciso sair...

— Cale a boca, Tyler. Você sabe que não deveria ter irritado aquele original.

Tony saiu e fechou a porta com um estrondo e então disse:

— Bons sonhos.

Porém, ironicamente, aquele seria o começo de meus pesadelos.