Eu não havia dormido nada na noite passada . Sempre que fechava os olhos sentia que algo se espreitava pelas sombras de meu quarto para me observar e aquilo simplesmente me apavorava . De tudo o que eu havia vivido até hoje , nada passava nem perto do que estava passando e poderia vir a passar ... não apenas eu como também todos aqueles que tanto amo .

Minhas olheiras na manhã seguinte estavam tão fundas que mais se pareciam covas , minha pele havia se empalidecido e qualquer um que não me conhecesse diria que estou na fase final da vida . Brad estava distante e mal cruzava meu caminho ...claro que se cruzasse eu poderia mata-lo de tanta raiva por Violet ... mas mesmo assim tudo me cheirava a algo exremamente errado e fora do lugar .

– Tate - gritei fechando os olhos e ao os abrir lá estava ele . Eu ainda não sabia ao certo de onde ele surgia , mas ele conhecia aquela casa tão bem quanto a pessoa que havia a construído e isso me deixava mais do que intrigada .

– Oi - disse ele em um tom animado e me dando um breve beijo . Murmurei em reclamação demonstrando o quanto estava cansada e ele riu da careta que eu sem querer havia feito .

Você sabe muito sobre a casa ... eu tinha um arquivo da história , mas de repente não esá mais completo ... quando eu voltar do inferno quero que me ajude . - Ele revirou os olhos como se achasse aquilo uma péssima ideia mas não me disse não . Sorri lhe dando um beijo e então corri contra o tempo para chegar no fim de mundo de minha escola .

A notícia de que o " Brad delícia " estava namorando havia se espalhado , por isso nem uma sequer viva alma cruzava o meu caminho . Desde as garotas de torcidas , as revoltadas que bacam as góticas ... nenhuma delas me procurou . Apenas olhares de ódio e desprezo ... agora sim eu me sentia mais do que em casa . Ignorrei todos eles inclusive os do meu irmão que demonstravam que algo ele me escondia . . Eu o amava e me importava muito com ele , sabia que em pate Violet o fazia bem ... mas algo me dizia que o bem que ela viria a fazer nem se comparava ao mal que traria para nós ... e minha intuição fora a única coisa que em mim nunca falhara .

Surda para as vozes dos professores e atenta aos sinais eu fui a primeira a deixar aquilo tudo . Corri para casa e ignorando os arrepios que senti ao cruzar a propriedade fui ao encontro de Tate . Gitei por seu nome aos sete ventos mas não tive resposta . Gritei tão alto que Ben viera correndo pensando que algo grave havia ocorrido . Eu simplesmente me joguei em seus braços frustada e pedi que me levasse para tomar um sorvete . Havíamos nos tornado grandes amigos , e se eu precisasse de algo ... desde uma xícara de açúcar a um cúmplice para esconder um cadáver eu sabia que poderia contar com ele .

– O de sempre ? - Perguntou ele indo a bancada de sorvetes . Balancei a cabeça concordando e ele em breve estava com o meu picolé de melância em mãos . Sorri para ele pegando-o e ele se sentou a minha frente . - O que foi desta vez ?

– Namorados - eu disse revirando os olhos e dando de ombros . Tate não era exatamente o meu namorado ... mas estávamos juntos e só isso bastava .

– Quando uma peça dá defeito ... compramos uma nova - disse ele piscando . Eu revirei os olhos novamente e ri para a sua metáfora completamente sem lógica .

– Não estámos falando de carros - eu disse piscando como ele fizera e amordiscando o meu picolé .

– Tudo igual - disse ele passando as mãos em seu cabelo extremamente dourao . Era tão brilhante que me doía os olhos quando batia contra a luz .

– Disse a voz da experiência ... - eu disse o irritando .

– Escute Lu ... por quê não vem comigo a uma festa esta noite ... é com uma galera da faculdade ... é noite de relembrar aqueles que já se foram . - disse ele .

– Fazem festa para os mortos ? Agora somos mexicanos ? - perguntei sorrindo .Ele fechou a cara e então eu sorri ainda mais abertamente . - Vou adorar - eu disse por fim o fazendo sorrir tanto quanto eu .

– Te pego as 20:00 - disse ele animado .

Retornamos para casa e eu passei o tempo todo gritando por um namorado que não fizera nem questão de aparecer . Eu havia desgastado todo o pouco de voz que tinha e acabei apagando . Acordei tarde e com as batidas de minha mãe na porta . Abri quase a batendo e quase apanhei em troca . Quando ela me dissera que Ben já estava a minha espera não acreditei . Corri em direção ao banhiro me arrumei o mais rápido que pude .

– Ou - disse ele sorrindo ao me ver . Eu o abracei apertado e então seguimos .

Fomos para uma parte da cidade que eu ainda não conhecia . Entramos em um campus abertto e paramos em frente a uma das fraternidades que alí haviam . Havia grande movimentação em frente a enorme casa , pessoas de vários os tipos . Me apertei a Ben e então entramos .

– E essas fotos ? - eu havia reparado que haviam enormes delas em todos os campos , fotos antigas como memoriais .

– A muito tempo atrás houve uma grande tragédia ... rodo ano festejamos para relembra-los . - Fiz uma careta e então caminhei ao fundo de tudo . Pensei em procurar por uma bebida , mas me movimentar em meio a tudo era um verdadeiro desafio . Acabei sendo empurrada sobre um sofá que dava de frente para uma parede escura . Me aproximei dela e l[a estava escrito " O demônio " . Eu sabia que aquele na foto era Tate , mas não havia me ocorrido a realidade .

– Por quê o demônio ? - perguntei a um dos adolescentes próximos .

– Porque foi o assassino de todos aqueles que estamos relembrando . - Meu mundo foi ao chão . Me senti tonta e me apoiei em um desconhecido . - Felizmete ele morreu logo em seguida . - Caí ao chão e apaguei por completo .