Não sabia ao certo se seria uma competição , ou se apenas se tratava de um doce jogo de provocação , mas os beijos de Violet e meu irmão estavam me embrulhando o estomago . Me sentia tonta e confusa , principalmente porque isso era algo extremamente repentino . Toda a aproximação não fora percebida por ninguém ... vê-los juntos era um tanto espantoso .

Com extrema dificuldade da parte de ambos , em fim conseguimos decorar até os cantinhos minuciosos que apenas minha mãe podia perceber a falta de decoração . Brad e eu nos sentíamos completamente confusos , afinal a maneira que minha mãe agia era completamente estranha . Sua ideia de preparar minha fantasia me assustava ... eu não sabia de fato o que esperar ... e deixar minha noite nas mãos de minha mãe não me parecia ser algo seguro .

Meu coração dera um salto mais do que profundo assim que eu percebi que a noite em fim caíra . Corri para dentro após me despedir brevemente de Tate e parti em direção ao meu quarto . Felizmente havia um saco preto sobre minha cama ... o que sugerira que a brincadeira de esconde esconde de minha mãe havia terminado . Pensei em abrir o saco de imediato ... mas devido a hora , deixara para fazer isso após tomar um bom banho . Afinal havia poeira em mim em lugares que até mesmo eu desconhecia .

Depois de uma breve ducha quente , apenas me aprontei e corri em direção ao saco preto e não pude acreditar no que via . Talvez fosse um pouco espantoso ... mas pela primeira vez na vida , minha mãe acertara em algo . Bingo ! Era perfeito . Me vesti rapidamente e sinceramente não me surpreendi ao encontrar Tate do outro lado da porta a minha espera . A maneira como me olhara de certo modo me deixara envergonhada .

– Olá . - disse sorrindo enquanto deixava por completo o cômodo , partindo em direção as escadarias sendo acompanhada vagarosamente por Tate . Eu não podia dizer com facilidade o que ele era ... um traje um tanto medieval em certos aspectos . Com pedraria em alguma parte ou outra ... eu não me lembrara aonde já havia visto algo semelhante .

– O que é ? - perguntou ele de maneira modesta .

– Erzsébet Báthory - disse em um sorriso inflamado . - Conhecida vigorosamente como condessa sanguinária ... ou condessa de sangue . - A história da mesma sempre me fascinara . Mas não sabia que minha mãe sabia disso . - E você ?

– Ahm ... Vlad o empalador . - disse ele enchendo o peito de orgulho . Sim Sim , eu conhecia brevemente a história ... um tanto semelhante a de Erzsébet , entretanto um pouco mais violenta .

– A história que inspirara a criança do Conde Drácula de Bram Stouker . - Grande escritor a propósito .

– Exatamente . - disse ele sorrindo .

Descemos as escadas como um casal qualquer . A sala lotada por pessoas de todas as idades , dançando como se uma espécie de frenesi houvesse as atacado . De jeito maneira que eu conseguiria ficar ao meio de uma loucura tão grande . Não se pareceria nem por um segundo que meus pais sabiam da existência daquilo ... ou que muito menos aquilo havia sido organizados por tal . Olhei para Tate que aparentemente se sentia da mesma maneira .

– Ahm ... não conhece nenhum lugar calmo onde possamos passar a noite ? - disse suplicando em meus pensamentos para que a resposta fosse um sim .

– Conheço vários lugares assim ... não sou muito social . - disse ele sorrindo e então me conduzindo pela sala lotada de corpos enlouquecidos .

Caminhamos por um bom tempo em silêncio pelas ruas que haviam sido dominadas por decorações que ao mesmo tempo eram engraçadas e horripilantes . O movimento era apenas os das crianças que aparentava possuir um gerador de energia sem fim ... poder causado pela enorme quantidade de açúcar que já comeram e que ainda comeriam . Fiquei ligeiramente surpresa ao encontrar uma pequena área deserta . Me parecia ser um lugar realmente belo ... me acomodei ao chão com um pouco de dificuldade e Tate se colocou ao meu lado .

– É realmente um belo lugar . - disse tentando quebrar o silêncio que havia se estabelecido entre nós .

– Sim ... um pouco afastado de tudo . - disse ele um tanto pensativo . Talvez aquele lugar lhe trouxesse lembranças ... algo não tão bom .

Era realmente uma bela noite . As estrelas possuíam um brilho intenso quando afastadas das luzes da cidade que mesmo sendo pequena , possuía um céu um tanto escuro . Eu podia as vê-la juntas de maneira tão graciosa que para mim quase se parecia surreal . De certa maneira fazia com que eu me recordasse de minha infância ... ou de minhas noites de halloween . Olhei para Tate que me observava cuidadosamente , eu não podia decifrar a expressão de rosto ... e aquilo havia de certo modo me preocupado .

– Gosta do que vê ? - disse em um tom brincalhão enquanto o cutucava .

– Mais do que pode imaginar . - disse ele em resposta ao que eu havia dito . Mas não houvera um tom brincalhão ... ele apenas continuara falando seriamente em sua expressão indecifrável .

– Então fique para você - nem eu mesma sabia se havia uma brincadeira ou não no que havia dito ... tudo me parecia tão confuso quando se tratava destes sentimentos que eu nunca havia sentido . Esperei por uma resposta ou um sorriso ... mas não recebera nenhum dos dois . Em vez disso eu o vira se aproximar e em seguida um beijo inesperado .

Jamais pretendia interromper tal coisa . Quando era beijada por Tate , sempre me sentia de maneira que jamais me sentira antes . Sensações provocantes e deliciosas ... eu não poderia defini-las ou algo do tipo ... apenas me entregar antes que partissem novamente . Um barulho não tão próximo a nós , fizera com que nos separássemos .

– Devemos ir . - disse Tate aparentando-me um tanto desesperado . Sem questiona-lo ou qualquer coisa do tipo , apenas balancei a cabeça assentindo e então saímos em disparada . Era quase como se ele temesse algo .

Retornamos para casa e me senti terrivelmente desapontada ao encontrar meu irmão em frente a casa . A expressão que ele tomara em seu rosto assim que me vira indicara que ele estava a minha espera . Olhei para ele de mesmo modo e em seguida dei de ombros . Eu de fato não me importava com o que se passava naquela cabeça de vento .

– Lucy . - disse ele como se adoraria que eu apressasse o passo ou até mesmo corresse até ele . Mas eu apenas ignorara a sua atitude e continuara andando normalmente .

– Brad . - eu disse sorrindo assim que me tornava cada vez mais próxima a ele . Eu não deixaria que ele estragasse a noite que até o momento havia sido de certa forma incrível ... e estava apenas ao começo .

– Onde foi ? Gostaria que não saísse da casa . - disse ele em um tom autoritário que eu nunca havia escutado sair dele . Quase como se ele estivesse sendo manipulado por alguma força ... sobrenatural ou coisa parecida .

– Apenas dar uma volta . Sabe que não suporto multidões . - disse dando novamente de ombros para sua atitude . - Onde está sua nova namorada ? - perguntei sendo um tanto sarcástica .

– Aos fundos ... - disse ele . - Tate ... ela pediu para avisa-lo que quer trocar algumas palavras com você . - Tate fizera uma breve careta o que me fez sorrir e então partiu em direção a ela . Olhei para meu irmão cruzando os braços ... eu não sabia o que havia mordido ele ... mas tinha medo de ser contagioso .

VIOLET

Esperei por Tate embaixo ao gazebo . Não fora muito tempo perdido até que eu finalmente o vira chegar . Provavelmente deveria estar a espera de uma bronca ... mas não seria deste modo que eu começaria a repreende-lo .

– Olá . - disse de maneira singela e em um tom considerado educado .

– Olá - respondeu ele de mesma forma .

– Já faz um bom tempo em que não conversamos como pessoas civilizadas não é ? - sorri . Eu precisava chamar sua atenção ... precisava que ele me deixasse aos poucos entrar .

– Um bom tempo . - Tate estava vazio e vagamente distante . Lucy possuía algum efeito sobre ele ... o que de fato poderia não ser boa coisa .

– Escute Tate ... eu não o odeio . - E eu não o odiava . Só porque não conseguia perdoa-lo pelo o que havia acontecido , não significava que eu o odiasse ... apenas não suportava me lembrar do passado . Lembranças ... isso sim eu odiava .

– Sério ? - Disse ele incrédulo . Eu não poderia culpa-lo ... afinal eu passei os últimos 15 anos apenas o ignorando , desejando a cada segundo que ele simplesmente desaparecesse .

– Sério . E é porque não o odeio que venho lhe pedir um favor . - Eu não poderia assusta-lo ... precisava ajudar Lucy antes que fosse tarde .

– Um favor ?

– Tate ... Se gosta realmente de Lucy ... - disse levando minha mão ao seu ombro . - Pense se ela gostaria desta vida ... ficar presa em uma casa antiga ... com vários outros espíritos psicologicamente alterados . Sem nunca poder sair ou conhecer o que há depois da morte ...

– Não pretendo , prende-la a esta vida . Seria algo extremamente cruel . - Tate me parecia incrivelmente lucido .

– Mas acha que se o sentimento que ela nutri por você crescer , ela não estará fadada a isso ? Se ela chegar a realmente o ama-lo ... como poderá evitar fazer de tudo para estar junto a você ? - Eu o vi pensativo ... em fim havia chegado o momento . - Tate ... não deixe acontecer a ela o que aconteceu comigo . - fora tudo o que dissera antes de deixa-lo .

Minha morte não havia sido culpa de Tate . Na verdade ele até tentara me salvar ... mas aquela casa manipula as pessoas ... as controla e aos poucos as destrói . Lucy pode ser mais forte do que eu era ... mas ninguém sobrevive ao medo de perder quem se ama . Ela jamais deixaria Tate ... por isso é necessário cortar o mal pela raiz antes que aquilo se torne algo grande .