Convite De Casamento escrita por Sarahsensei


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

Era pra ser somente uma Oneshort, mas, depois de passar uma semana escrevendo essa merda, acabou sendo uma twoshort.



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Convite de casamento.


Autor(a): The Sin.
Tipo de fic: Two-Short
Classificação: PG-13 (Ao menos, 80% dela)
Couple: Shizaya. (Embora cita Kadota/Izaya e Shiki/Izaya.)
Avisos: Nenhum em especial, só que o que eu escrevi não é comédia, por mais que venha a parecer.
Sinopse: As diferentes reações dos habitantes mais famosos de Ikebukuro após o recebimento de um simples convite.... de casamento. TWO-SHORT.

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Ikebukuro.
Kanto, Japão.
Apartamento de Kitanashi Shinra.

09:45 da manhã.


“Celty, meu amor, se acalme!” O médico, ainda sonolento e de pijamas, observava o ser sobrenatural andar de um lado para o outro da sala de estar, digitando velozmente no teclado do PDA, provavelmente, mensagens -ofensivas- para um certo informante de olhos cor-de-vinho. “Não é tão ruim assim.” A mulher parou, embora não tivesse cabeça e não pudesse expressar emoções por causa disso, o jovem sabia que ela estava irritada apenas pelo modo como agia.


{“Não é tão ruim assim? NÃO É TÃO RUIM ASSIM? TEM CERTEZA QUE NÃO É TÃO RUIM ASSIM? COMO VOCÊ OUSA DIZER QUE NÃO É TÃO RUIM ASSIM?! SHINRA! Você REALMENTE leu o que está escrito nesse papel? Você, pelo menos, tem IDEIA do significa? Do que vai acontecer caso esse... isso... essa “celebração” venha a ocorrer? “} O homem de óculos olhou para o pequeno envelope em suas mãos, dentro dele se encontrava o motivo da namorada está tão agitada logo cedo. {“É o apocalipse! Tenho certeza que só pode ser um sinal do apocalipse!”} E de fato, era. Só fazia vinte minutos que estavam com aquele papel em posse e já parecia que o mundo todo ia acabar amanhã. Suspirou. Será que Orihara não podia ter esperado até a tarde para entregar aquele maldito convite? Sim, era um convite que segurava naquele momento, mas, infelizmente, não era um pedacinho de papel qualquer, aquela coisa amaldiçoada que tanto perturbava Celty era, nada mais e nada menos, do que o anuncio do casamento do mais conhecido informante do Japão. Era um convite em forma de cartão riquíssimo em detalhes nas cores prata, negro e vermelho, que antes estava selado em um envelope negro com selo de cera magenta contendo as iniciais H.S e O.I entrelaçadas harmonicamente. Dentro do cartão, o aviso em letras em relevo dava um ar gracioso aquela premonição de satanás.


“Sinceramente, não sei por que está tão... “assustada” com a noticia.” As sombras se elevaram na altura do seu rosto, ameaçadoras. “Ora, vamos, Celty! Não seja infantil! Sei que não está chateada por causa do casamento e sim, por que perdeu a aposta.”


{“Dinheiro não me falta.”} Replicou, mesmo escrito era possível sentir o sarcasmo. {“Não estou chateada, estou preocupada! E se...”}


“E se, nada.” Sorriu, passando a destra entre as sombras, fazendo-as se enrolarem nos seus dedos. “Além de placas de trânsito e máquinas automáticas voando em direção a qualquer mafioso, criminoso, político e/ou civil só por está conversando com Izaya, ou tais pessoas estranhamente ficarem sem dinheiro, serem presos, processados ou esfaqueados horas após terem sido vistos falando com Heiwajima Shizuo, não vejo por quê motivo não deixá-los casar, em nada mudaria na rotina, talvez... só as alianças.”

{“ Ma-mas... como assim em nada mudaria na rotina?! Ca-casados, eles... fa-fariam...”} Se Shinra não soubesse o quanto era perigoso rir da Dullahan, ele teria caído na gargalhada na mesma hora em que leu o medo bobo dela, no entanto, por amor a vida, decidiu manter a expressão neutra (por mais que fosse difícil).


“Sexo?! Meu amor, quantos anos você tem? Cem anos?” Provocou-a. Para qualquer mulher, ter sua idade comparada com aquele número de três dígitos era uma ofensa imperdoável porém, para a criatura sobrenatural nórdica era a mesma coisa de ser chamada de recém-nascida. “Não adianta negar, você sabe muito bem que não é de hoje que aqueles dois … brincam de papai e “titio” (?!) nas horas vagas.” A fumaça escura dentro do capacete ficou mais densa, sinal que ela estava corada. “Como eu pensei, além disso, era impossível não ver aqueles arranhões e chupões que Shizuo-kun sempre ostentava quando vinha aqui, ou então, aquelas marcas de mordida e a estranha rouquidão que acometia Izaya-kun, geralmente, todo final de semana. Não era como se aquilo fossem sintomas normais.” Brincou, percebendo que a fumaça condensara ainda mais.


{“ Shin-Shinra! Mas, ainda sim...! ELES VÃO SE CASAR! HOJE À NOITE ! SHIZUO E IZAYA VÃO SE CASAR! Como você pode está tão calmo?”} O PDA quase foi enfiado no rosto do médico, tamanho desespero da garota nórdica.


“Eu não estou calmo, Celty. Não vê que estou desesperado? Por exemplo, o que vamos vestir na cerimônia? Será que dá tempo de comprar o presente?” Desviou de uma lança de sombras, rindo.

{“Shinra!”} A Dullahan colocou as mãos nos quadris. {“É uma pegadinha, certo? Por isso está agindo dessa forma natural, não é?”} A moça viu seu namorado ficar sério pela primeira vez naquela manhã, ele encarou o envelope branco por segundos antes de responder.


“Não é uma pegadinha..” Os olhos chocolates fitavam o capacete amarelo dela. “No começo eu pensei que fosse, só que, duas semanas antes de recebermos esse convite, Shizuo veio aqui te procurando, porém, você não estava e, como só havia eu, ele resolveu pedir os conselhos a mim. ” Vendo que ela digitava, com certeza, uma pergunta óbvia, continuou antes que fosse feita. “Sobre casamento.” O ser sobrenatural parou de digitar, surpresa. “Pois é, tive uma reação igual a essa. Depois de aconselhá-lo, perguntei se iria pedir alguém em casamento, ele respondeu um vago “talvez” e saiu. Agora recebemos um convite de casamento bom, vejo provas concretas que não estão aprontando com a gente.” Se levantou do sofá, batendo as palmas das mãos. “Vamos nos aprontar, temos pouco tempo e nem o presente compramos ainda.”


{“ Eu... não... eu não... consigo aceitar... É- é absurdo demais!”} [“Meu amor, você não tem cabeça, Anri é portadora de uma arma demoníaca com habilidade de controlar mentes e Shizuo-kun tem uma força sobre-humana, nada mais é absurdo em Ikebukuro.”] Ia abrindo a boca para falar porém, conteve-se, não queria apanhar da mulher, que sentada na poltrona, digitava coisas desconexas. De repente, antes que pudesse controlar a boca, uma pergunta que estava pensando escapuliu por seus lábios, deixando a namorada ainda mais perturbada.


“Hey, será que eles convidaram mais pessoas além de nós?”

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Ikebukuro.
Kanto. Japão.
Em uma rua qualquer no centro da cidade.

09:40 da manhã

“AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!” Os três garotos tamparam os ouvidos com os dedos mas, mesmo assim, ainda podiam ouvir o grito estridente de Erika “EU SABIA! EU SABIA! EU SABIA! OH MY FUCKING GOD! EU SABIA! EU SABIA!” A garota de cabelos castanho pulava de alegria, balançando freneticamente um envelope negro no ar. “MEU OTP É REAL! MEU OTP É REAL! CHUPEM SEUS NOOBS! MEU OTP É REAL! MELHOR DO QUE ISSO, SÓ UM VIDEO DA NOITE DE NUPCIAS DELES!” Os olhos castanho-escuros brilhavam com ideias malignas. “Yeah, yeah, Erika-san, boa ideia.” Pensava consigo. “Se eu conseguir descobrir onde eles vão transar... KYAAAAAH! CAMÊRAS NO QUARTO! CAMÊRAS NO BANHEIRO! CAMÊRAS NO CORREDOR! CAMÊRAS POR TODA PARTE!”


“Karisawa-san, menos, por favor.” Kadota estava encostado na van, de braços cruzados. “As pessoas vão começar a pensar que você está ficando louca.” Seu rosto estava sombrio, parecia um pouco irritado, seja pelos gritos da mulher, seja pelo casamento em si, ninguém sabia. [“Se bem quê... ela já é louca.”] “Acalme-se.” Pediu com o tom cansado.

“Ma-mas... Dotachin! Fala sério! Como assim me acalmar? Meu deus! MEU DEUS! É SHIZAYA, CRIATURA! É SHIZAYA!” Recomeçou o surto, pulando de alegria. Quanto aos outros, apenas suspiraram, fingindo que não era com eles. A jovem já havia passado quase vinte minutos naquela histeria, desde que recebera o convite. Um afoito Kida Masaomi passara por eles naquela manhã, com sua “namorada” Saki ao seu encalço tentando amenizar o choque do loiro, balbuciando coisas desconexas sobre o apocalipse, anti-cristo e celebrações satânicas. (Namorada entre aspas mesmo, pois a fujoshi vivia teimando ao afirmar que o ex-chefe dos lenços amarelos tinha um caso com o líder dos DOLLARS, e que usavam aqueles artifícios -lê-se mulheres- para enganar os trouxas.)


Óbvio que ninguém entendeu o desespero do ex-líder de gangue até a garota entregar um envelope negro a Walker, dizendo que Orihara havia mandando. Boa coisa não pode ser. Pensaram em conjunto. Nunca é quando se trata de pessoas como o informante de Shinjuku. O líder do grupo, o homem alto de olhos castanho-opaco, foi quem revelou o conteúdo. Arregalou os olhos quando leu o que vinha escrito, soltou uma exclamação de descrença, seus lábios ficaram secos, piscou centenas de vezes, apoiado na van por que cambaleou para trás tamanho susto. Os três componentes se aproximaram, curiosos com a novidade. Gotas de suor escorriam por seu rosto enquanto pronunciava palavra por palavra escrita no pedaço de papel negro.

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CONVITE
“A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho
dura um pouco mais”

Oscar Wilde

Heiwajima Shizuo e Orihara Izaya tem o prazer de convidá-lo(a) para participar
de um dos momentos mais importantes da vida deles, seu casamento.
Será uma cerimônia simples, comemorando o amor existente entre o casal.
Desde já os noivos contam com sua presença.


28 de Agosto de 20XX
20:00 hs
Baía de Tóquio.

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Um minuto de silêncio. Ninguém ousava desviar os olhos do frágil convite de letras prateadas em relevo, com detalhes que lembravam sangue de vermelho. De repente, a cidade parecia está quieta, totalmente silenciosa. Os transeuntes pareceram desaparecer, junto com os carros e motos. Os quatro estavam em choque. Absoluto choque. A de cabelos castanhos, o loiro otaku e o motorista abriam e fechavam a boca como peixes, tentando formar sons e frases, em vão. O melhor amigo da obcecada por yaoi tomou o convite das mãos do mais velho, analisando-o de cima a baixo, colocando-o de cabeça para baixo até. Kadota apertou o envelope nas mãos, quase o amassando. Estava sério, muito sério.

“Isso só pode ser brincadeira.” Murmurou. “De muito mal gosto, por sinal."

“E a gente vai pra esse casamento?” O homem de cabelos castanhos que encostavam nos ombros indagou, coçando a nuca.

“Não.” O maior foi categórico. “Essa celebração é fachada, piada.” Desamassou o papel, revirando os olhos. “Não vamos de jeito nenhum, por que tá na cara que é cilada. Tipo, aqueles lá se casando? Olha, eu convivi com eles na escola, isso NUNCA vai acontecer de verdade. No mínimo, deve ter sido alguém pregando uma peça, se não, o próprio Izaya.”

“Temo que sua fala não condiz com a verdade, meu caro Dotachin. Oh, não, não condiz em nada com a realidade, meu docinho de limão azedo.” Erika sorriu estranhamente, parecia possuída. “Veja o quê está atrás do convite.” Praticamente esfregou-o na cara do outro. “Leia! Leia! Leia! LEIA LOGO!” Sussurrando um palavrão com a yaoísta, ele pegou o cartão, virando-o para ver seu verso. Tal foi sua surpresa, de novo, quando viu uma pequena observação escrita a mão com uma caneta de tinta prata.

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Informações básicas:

Antes de tudo, não.
O que estás segurando nas mãos nesse exato momento não é uma brincadeira,
zoação, trollagem ou qualquer outra porcaria pra fazer-lhe de bobo(a).
(Até por quê não perderia meu precioso tempo tentando fazer alguém acreditar eu que estou casando

com esse mostro retardado. Caso fosse mentira, óbvio.)
Então, já que foi convidado(a), compareça.
Há não ser que queria ter sua vida destruída em questão de horas.
Hey, não estou ameaçando.

Bem, pode ser que eu esteja, ninguém nunca sabe.
Carinhosamente, Ohiraha Izaya.
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“Minha nossa! A julgar pelo recado, parece que já previra nossa reação e o quê faríamos a seguir... Será que ele tá observando a gente agora?” Walker comentou, estranhamente temeroso. “Já imaginou se ele estiver mandando alguém nos vigiar? Sabe, Izaya-san sempre reclama quando Erika fica ditando lemon... ” Karisawa e o loiro de olhos puxados ficaram olhando de um lado e outro, procurando. Talvez estivesse impressionado demais pelo doujinshi de Terror /Universo Alternativo que fabricava com a melhor amiga por diversão. (Pra variar, pois, metade dos doujinshis que faziam daquela cidade girava entorno de shonen-ai ou de fantasia.) Nele, o informante usava seus conhecimentos para ajudar a torturar/raptar/assassinar pessoas que ele não considerava humanas, então, tais “monstros” sofriam coisas terríveis nas mãos de assassinos treinados. Bem, estavam no terceiro volume. A garota elaborava o quarto, no qual teria yaoi lemon, visto que uma das vitimas seria Shizuo, por quem Izaya, no mangá, era apaixonado, porém, perdera o contato há alguns anos e agora reencontrava. (Mas isso era outra história.)


“Aquele homem... “ Estalou a língua. “Esse casamento não vai prestar, ouçam minhas palavras, não vai prestar.”

“Ciumentoooo....” Cantarolou a garota, fazendo o maior corar e abraçando o melhor amigo fortemente. “Anw, não se preocupe, Dotachin! Tenho certeza que Izaya-san não curte muito monogamia.” Ela murmurou um “Cá entre nós, aquele lá tem carinha de puta, não tem?” para que só os quatro ouvissem. “Eu aaapoooosto que em dois meses ele vai tá querendo te convencer a ir num menagem.” Terminou gritando um “NYAH!” bem alto, irritando os homens ao seu redor.


“Espera.” Todos se viraram para quem estava falando. “Além de nós, quem mais os dois convidariam?”

“Tô nem me lixando.” Erika deu de ombros. “Vamos, Walker! Eu PRECISO comprar uma roupa nova pra ir nesse casamento!” Sorriu, maquiavélica. “Ah, aí a gente aproveita e passa naquele sex shop que inaugurou essa semana e compramos o presente.” Arrastou o otaku pela gola da camisa, ignorando suas choramingas. “Hmmmm... 15 ou 20 centímetros? Certo que com o Shizu-chan, nosso amado infernomante* nem deve precisar disso, maaaaaaaaas, vou comprar!”
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Ikebukuro.
Kanto. Japão.
Sushi Russo

09:35 da manhã

“O casamento é a união de duas pessoas em uma só, Izaya. Um compromisso sério. Um laço.” O afro-descendente conversava em russo, sendo uma língua mais fluente para ele do quê a língua nipônica, com o moreno de olhos vermelhos pelo celular. “Não é uma brincadeira qualquer que você pode aprontar por aí.”

{“HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!”}
Orihara gargalhou do outro lado da linha.{ “Eu não estou brincando! Vai lá, acredite em mim, querido!”}


“Não consigo, de jeito nenhum.” O negro permanecia inflexível quanto a sua opinião. “Não tenho provas o suficientes.”


{“Não leu o verso do convite? “}

“Na verdade, estou com ele aqui.”
Olhou perifericamente para o pedaço de papel negro encostado em uma pilha de pratos.

{“Nossa, mesmo com o convite?!Tsc, tsc, que decepção! Até em russo eu escrevi pra facilitar!} O tom de voz zombeteiro do japonês não engava o homem, podia-se sentir um imperceptível traço de irritação {“Eu vou me casar com o Shizu-chan! Por quê nunca ficam do meu lado? Que chato!”} Fingiu está triste. {“Estou muito zangado com essa geração que não acredita e nem aceita milagres.”}

“Acreditar em milagres, eu acredito.”
Guardou os copos que estava lavando. “Só não acredito em você.”

{“Ouch! Isso machucou meu coração! Hã? O-....}
Ouve um rosnado do outro lado e um chiado no telefone móvel. {“Baía de Tóquio, ás oito horas da noite. Nos vemos lá. Não ouse faltar.”} Encerraram a ligação. Shimon deixou o copo de vidro que segurava, cair. A voz que falou as coordenadas não era de Orihara... Era de Shizuo. Largou o celular no balcão, atônico.

'Tubo bem...” Ficou de cocoras para juntar os cacos no chão. “Eu creio em vós.”
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(Fim da primeira parte.)
 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.
Espero que comentem.
Espero que me digam suas partes favoritas.