Narrado por Tony Stark

Expo Stark 22h00min

Estava tudo dando certo como sempre. O salão estava cheio, escutava risadas, murmúrios, era uma típica festa ao estilo Stark de ser. Estava quase na hora do meu discurso inicial de abertura. Dessa vez eu não havia planejado nada muito grandioso, só alguns fogos de artifício na minha entrada e a aparição de três novos trajes do Homem de Ferro, coisa que a Pepper odiava. Dessa vez era diferente, meu coração palpitava sem o auxílio do reator arc, era uma experiência assustadora. Estava sozinho e isso era assustador, porque eu precisava falar. Quando eu estou nervoso eu preciso falar. Agora eu falava comigo mesmo, e isso era assustador. Quantas vezes eu usei a palavra assustador? Eu já falei do meu novo coração? Ele batia como nunca antes. Isso é normal? Eu nunca fiquei tão nervoso, dá para entender? Eu vou ter uma parada cardíaca se meu filho não começar a falar! Lembrei dos motivos pelos quais meu coração resolveu bater igual a uma bateria de escola de samba. Primeira: era a primeira Expo Stark sem o reator arc. Segunda: meu filho iria me anunciar, pela primeira vez e se Andrew errar... não quero nem pensar. Terceira: já faz mais ou menos uns 19 anos que não faço uma Expo Stark. Espero que dê tudo certo. Começa logo essa...

– Boa noite, sejam bem-vindos a Expo Star. Meu nome é Andrew Christian Stark, sim, sou o filho e neto dos maiores gênios da América. Ok, já estou falando demais. Com vocês... Anthony Edwin Stark.

– E ai pai, gostou? – cochichou Andrew no meu ouvido.

– Deu pro gasto. – Falei brincando e ele sabe disso.

Após de alguns segundos de fogos, comecei o meu discurso.

– Às vezes é preciso aprender a correr antes de começar a andar. Nós, aqui das Indústrias Stark, pensamos no futuro e buscamos chegar a ele o mais rápido possível. Porque pensar no futuro é melhorar o presente. E gostaríamos de lhes mostrar as portas para o futuro. Elas não se constroem sozinhas, mas sim com grandes parcerias. E é isso que eu espero por aqui. Antes eu dizia que eu não trabalhava bem em equipe, mas eu estava errado. Foi com uma grande equipe que eu aprendi que a união que faz a força. Eu sou bom com as palavras, por isso que frases minhas estão estampadas em blusas e slogans, mas eu sou melhor mostrando. – nessa hora entraram três novos protótipos de trajes do Homem de Ferro, não autorizados pela Pepper. Ela nunca mais me deixou usá-los, nem mesmo fabricá-los. Dei uma olhadinha para o lado e lá estava ela, me olhando com cara feia. E ao seu lado estavam Andrew e Harley, animados com o show. Harley não era só meu filho adotivo, ele era um grande parceiro, meu braço direito nas indústrias, estava ciente de tudo, o piloto teste das minhas armaduras, ele adora fazer isso. Ele havia me ajudado desde a minha primeira dificuldade, desde a primeira vez que nos vimos, desde a época do Mandarim de araque. Quando sua mãe e irmã morreram em uma explosão Extremis, eu tive que ajudá-lo, afinal, nos estávamos conectados. Andrew não chegava nem um pouquinho perto das indústrias, Pepper não queria que ele sofresse nem um acidente. Por mais que Pepper amasse Harley, tanto quanto eu, todos sabiam que ela possuía um carinho especial pelo seu filho de sangue. Mesmo assim Harley nunca se sentiu adotado, Pepper fazia de tudo por ele. Ele não a chama de mãe, mas isso foi explicado quando ele disse que toda vez que tentava chamá-la de mãe, vinha na sua mente a sua mãe verdadeira e o impedia, fazendo-o chorar.

Desci do palco e logo me veio um garçom me servindo, vieram também um tanto de jornalistas, para me entrevistarem e dois seguranças segurando uma jovem de aparentemente de 18 anos, que pedia para que eles a soltassem. O estranho era que por mais que ela pedisse, ela não estava fazendo escândalo, pedia para ser solta, mas tudo sem perder a classe. Fiz um gesto com a cabeça para que os seguranças esperassem eu me livrar dos jornalistas. Eles me entenderam e pararam onde eles estavam, a alguns passos dos jornalistas, alguns passos do escândalo. Após dar algumas palavras, eles se foram, para outra parte do salão onde tinha uma certa aglomeração de pessoas, provavelmente um desses playboys com uma garota diferente daquela do ultimo evento. Fui em direção dos seguranças, a garota pareceu se acalmar quando me viu.

– O que esta acontecendo aqui? – perguntei tentando ser o que eu não sou, sério.

– Esta garrota enganou os porteiros e entrou sem convite.

– Uma penetra na Expo Stark?! Pra que pagar porteiros se sempre há um penetra?!

– O que fazemos com ela?

– Soltem-na! – disse Andrew de longe.

– Você a conhece? É sua convidada? – Perguntei.

Olhei para ele e depois para ela. Ela estava fazendo uma cara de quem não sabia quem ele era.

– Quem é você? – perguntei para a jovem, que agora não estava envolvida pelos braços dos seguranças.

– Eu sou Helena Wayne. – disse a garota com um certo ar de superioridade.

– Wayne?... Tipo Wayne Enterprise?

– Sim, a herdeira da Wayne Enterprise. - Continuei fitando-a e realmente ela me era familiar. Seu rosto não saia das capas de revistas e jornais de toda a América, a única herdeira legitima da Wayne Enterprise, isso se seu irmão adotado não aparecer para requerer a herança. Sinceramente o Wayne, quando vivo, só sabia me plagiar. Primeiro ele adotou um garoto assim como eu, depois teve uma filha de sangue, já eu tive um filho. Agora bem feito para ele, o filho se foi, cansou de ser sua marionete e a morte foi a única coisa que ele não me plagiou, espero eu não plagiá-lo nesse quesito por uns... duzentos anos.

– Vou pegar um copo de refrigerante pra você. – disse meu filho, fazendo-me pensar em deixá-la participar da festa.

– Tudo bem, pode ficar. Mas pelo amor de Deus, sem escândalos e da próxima vez eu lhe mando um convite tudo bem?

– Eu? Fazendo escândalo? Não me conhece. – Disse ela se afastando. Ela, eu realmente não conhecia, mas o seu pai...

– Pai?! Quero dizer Wayne?! O que aqueles sacanas colocaram na minha bebida?

– Stark, quanto tempo! – disse um cara muito parecido com o falecido Wayne. Joguei meu copo no chão ao estilo Thor.

– Não há nada de errado com a sua bebida, aliás belíssima festa! – disse o cara se aproximando junto com uma belíssima mulher. Só agora pude ver que havia um tanto de jornalistas ao redor. Primeiro cocei os olhos, o homem continuava se aproximando. Depois me belisquei. Aquilo só podia ser um pesadelo.

– Não é um sonho Stark. Sou eu Bruce Wayne. – NÃOOOOOOOOO!!!! Claro que era ele, eu reconheceria a mulher a seu lado em qualquer lugar. Aquela era a nova secretária do Fox, diretor da Wayne Enterprise, senhorita Selina Kyle, mãe de Helena Wayne. Ela só conseguiu esse posto na empresa por conta da sua gravidez.

– Como foi a sua estadia no mundo dos mortos?!

– Tecnicamente eu estava bem vivo! – disse ele trazendo Selina mais próxima a ele.

– Senhorita Kyle. Nós já nos conhecemos, ela é a secretária do Fox. Falando nele... onde ele está?

– Ele nos deu o convite. – disse Selena. Agora está explicado como esses penetras entraram aqui.

– Ela não é mais a secretaria do Fox, ela é minha secretária agora.

– E você pode me chamar de senhora Wayne, eu e Bruce nos casamos hoje!

– Onde está a Pepper? – disse Wayne. Ok mais uma vez ele me plagiou, se casou com a secretaria?! Fala sério!

– Está por aí. – com certeza aquela seria uma noite e tanto!

Narrado por Andrew Stark

Expo Stark 22h45min

Lá estava eu com um copo de refrigerante na mão, tentando encontrar aquela garota, Helena Wayne. Seria como procurar agulha em um palheiro. Dei de cara com o meu irmão, então resolvi pedir ajuda.

– Harley, por acaso você viu a Helena Wayne por ai?

– Helena Wayne? Herdeira da Wayne Enterprise? Aqui na Expo Stark?!

– Sim, ela mesma. Você viu?

– Não, mas o que você quer com ela? Aliás, a sua namorada tá te caçando. Você com um copo de refrigerante na mão?! Isso é refri, não é?

– É refri sim, mas não é pra mim.

– Claro que não, porque eu pensei que você estaria bebendo refrigerante. – disse ele com sua voz irônica.

– A Lena tá aqui?!

– Tá, é melhor você abrir o olho. Continua procurando a tal Helena pra você ver o que vai acontecer com você e com ela. – eu tremi quando ele disse isso.

Continuei andando a procura de Helena, dessa vez com mais cautela. Avistei-a de longe próximo a uma mulher igualmente bela. Comecei a andar em sua direção quando de repente...

– Até que enfim te achei! – disse Lena pulando na minha frente e fazendo com que eu derramasse refrigerante no meu terno novo – Que lindo você pegou Coca-cola para mim! Desculpe, eu te assustei, gatinho? Foi mal... vamos limpar isso. Onde você estava indo? – indagou ela, olhando para a direção que eu estava indo – Você me confundiu com aquela garota? Até que de costas somos mesmo muito parecidas. – disse Lena ao ver Helena. Até que as duas eram bem parecidas... até mesmo possuíam o mesmo apelido, Lena.

Lena pegou o copo de refrigerante de minha mão tomou o restante e me deu um beijo. No fundo, pude ver Helena olhando para mim e revirando os olhos.