Narrado por Helena Wayne

Mansão Wayne 6h00min

Estava em minha cama quentinha quando o despertador tocou. Coloquei meu hobe e desci as escadas. Fui para a mesa do café e lá já estavam meu pai, Bruce Wayne, com um jornal tampando seu rosto, minha mãe, Selina Wayne, com uma xícara em uma mão e um bolinho na outra, Alfred à direita de meu pai e James, sobrinho de Alfred, à sua direita. Papai e mamãe estavam bem arrumados. Essa cena não era comum, pois meu pai não saia daquela mansão. Para a sociedade, Bruce Wayne estava morto.

– Bom dia! Aonde vocês vão? – perguntei.

– Bom dia! – disse minha mãe toda animada – Eu e seu pai temos que resolver algumas coisas da transferência do Orfanato Thomas e Martha Wayne. E também sobre a transferência da diretoria da Wayne Enterprise, para seu pai. Ainda vamos oficializar a nossa união. Não é incrível? Já passou da hora do morcego sair da sua caverna.

– Nossa! Depois de 18 anos finalmente o morcego sairá da caverna?! – disse surpresa.

– O morcego não, – disse meu pai – o playboy excêntrico Wayne. Você irá conhecer o meu 3º eu.

– Até que enfim, senhor Wayne, já estava com saudades dele. – disse James, que tinha mais ou menos 7 anos quando esse tal Wayne excêntrico rondava a cidade de Gotham. Ele o conhecia mais por histórias, assim como eu, que escutava de tudo na Gotham Academy. E não gostava como eles enxergavam meu “falecido” pai. Para todos eu era fruto de uma noite entre o excêntrico Bruce Wayne e uma garçonete, Selina Kyle. Como diziam meus colegas, por enquanto a única herdeira legitima, de sangue, da fortuna dos Wayne, a maior de Gotham City. Eu também tenho um irmão adotivo, Dick Grayson, mas ele está desaparecido há muito tempo.

– Enquanto eu estava dando graças a Deus que este Wayne estava morto. – disse Alfred. Ele trabalhava para a minha família desde meus falecidos avós, Thomas e Martha Wayne, como mordomo. Agora Alfred tem 90 anos e trabalha como governante, meu pai o aposentou, mas ele quis e continua a servi-lo. James, sobrinho de Alfred, veio trabalhar na mansão como mordomo. Ele tem 25 anos e sempre quis ser advogado, até se formou em direito na universidade de Columbia. Mas seu destino era outro, a família Pennyworth foi destinada a servir, assim dizia Alfred. A mansão também contava com outros empregados que só trabalhavam à tarde, quando eu estava na escola, minha mãe na Wayne Enterprise e meu pai na batcaverna ou na torre da Liga. Todos achavam que Alfred era louco e que ele continuava a servir a família Wayne mesmo depois da morte do ultimo Wayne, ou melhor, do penúltimo.

– Alfred, você já avisou o Fox que eu estou de volta e que vou querer a diretoria da minha empresa?

– Já sim, patrão Bruce. Ele está lhe esperando hoje. – era engraçado como era diferente o modo como Alfred e James referiam-se ao meu pai. Alfred o chamava de patrão Bruce, já James, o chamava de senhor Wayne. – Fox me pediu para lhe entregar esta correspondência. – Alfred entregou nas mãos de meu pai uma espécie de convite com uma ilustração na capa.

– Leia em voz alta, por favor! – disse minha mãe ainda animada com o dia de hoje.

– Diretor Lucius Fox da Wayne Enterprise, nós das Indústrias Stark lhe convidamos para mais uma Expo Stark que será realizada em Flushing, Nova York. Tendo inicio no dia 22/03 e termino 28/03. A festa de inauguração e a festa de encerramento serão realizadas às 22h00min. Gostaria muito da sua presença. – ele fez uma pausa e depois falou – Aqui tem dois convites individuais, para hoje. Você gostaria de ir? - disse olhando para a mamãe – Será uma ótima oportunidade de se reapresentar à sociedade.

– Se você acha...

– Patrão Bruce, o telefone da batcaverna está tocando. Eu acho que é da torre da Liga.

Papai saiu correndo em direção a batcaverna, deixando cheia a sua xícara de café em cima da mesa e o jornal em cima da cadeira.

– James, leve esse jornal e uma bandeja com algumas frutas e o café para o patrão Bruce. – disse Alfred preocupado como sempre.

– Sim senhor. – disse James se apressando.

Enquanto papai estava na batcaverna mamãe e eu terminamos o café.

– Alfred, pode dispensar os empregados hoje.

– Sim, senhora Selina.

Eu subi para colocar meu uniforme. Quando voltei para a sala, papai começou a falar sobre o telefonema.

– Ajax (o Caçador de Marte) me comunicou que a S.H.I.E.L.D., Superintendência Humana de Inteligêngia Espionagem Logística e Dissuasão, está requerendo a presença da Liga da Justiça, para um novo projeto. Amanhã na S.H.I.E.L.D. à 0h00min.

Mamãe fez uma cara de medo e papai percebeu.

– O que foi Selina, algum problema? – eu estava de olhos fixos nos dois. Então mamãe revirou os olhos em minha direção. Logo papai e eu entendemos tudo, ela não queria que eu escutasse a conversa.

– James, leve a Helena para a escola. Se não ela irá se atrasar – disse papai para me despachar – Tchau Helena. – disse ele me dando um beijo na testa. Lancei um olhar relutante para ele e para James, mas eu realmente iria me atrasar se não fosse para a escola agora.

Narrado por Lucius Fox

Wayne Enterprise 13h00min

– Chamei todos aqui para a transferência da diretoria. – todos os acionistas começaram a se olhar. Um deles disse:

– Mas nós não votamos em outro nome, você não pode transferir a diretoria à outra pessoa, sem nos consultar. – disse indignado. Todos começaram a falar. Todos estavam contra o meu futuro ato.

– Por favor, façam silencio. O que eu vou fazer, já foi feito e é o certo. Esta empresa pertence a essa pessoa por direito. – Todos pararam de falar e fizeram cara de assustados.

– Por acaso você não deu a empresa para aquela Wayne?! Só porque ela já atingiu a maior idade, não quer dizer que ela já é capaz de dirigir esta empresa. Até mesmo o pai dela, quando vivo, a destruiu. Você a fez surgir das cinzas.

– Não foi o senhor Wayne que destruiu a empresa. Foi a Miranda Tate... – fui interrompido por outro acionista.

– Ele deu a empresa a ela. Só porque ela se entregou a ele por uma noite. – tecnicamente não foi bem assim, os acionistas aprovaram o nome de Miranda na diretoria. Mas eu não quis discutir.

– Por favor, senhores! Não entreguei as empresas para a filha do Wayne, mas vocês chegaram bem perto. – sabia que quando falasse isso a bagunça voltaria, mas era uma coisa de que Wayne gostaria de escutar.

De repente a porta se abriu e a senhorita Selina Kyle, minha secretaria surgiu. Ela entrou para a Wayne Enterprise quando foi comprovada a paternidade de Bruce. Isso só foi possível porque Bruce “deixou” fios de cabelo guardados no cofre para caso ele morresse e fosse preciso fazer algum teste de paternidade. Muitos foram feito, mas somente Helena foi comprovada como filha de Wayne.

– Não acredito que passou a diretoria para ela, Fox! O que você esta ganhando com isso?

A senhorita Kyle chegou perto de mim e disse com um maravilhoso sorriso em seus lábios:

– Ele já esta pronto. Pediu-me para pedir desculpas e que o senhor entenderia o atraso. Mais uma coisa, agora eu sou oficialmente a senhora Wayne!

– Meus parabéns! – disse em voz alta e lhe dando um abraço. Isso fez aumentar os ruídos.

– Senhores o novo diretor é o senhor Wayne. – disse isso esperando que com essas palavras a porta se abriria e de lá sairia Wayne – Senhor Wayne?

– Talvez ele esteja com dificuldades de sair de seu túmulo. – disse um dos acionistas. Todos começaram a rir. Só depois de escutar as risadas Wayne abriu a porta e fez a sua entrada triunfal.

– Não sabia que vocês iriam ficar tão felizes com o meu retorno. – disse Wayne fazendo com que todos se calassem.