Minha Baixinha escrita por Nayame


Capítulo 1
01 - Minha família




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Eu gostaria de saber o nome do infeliz que inventou o despertador, assim eu poderia lhe dar um belo soco no rosto. Podem me chamar de irritante ou rabugento, mas acordar cedo com um objeto apitando no ouvido não é exatamente agradável.

 

Talvez se prestasse atenção nas aulas eu soubesse o nome do gênio. Não, eu não sou um aluno ruim, muito pelo contrário. Meu nome é Kurosaki Ichigo, e apesar da aparência contraditória, sou um ótimo estudante.

 

Agora estou aqui, esperando pacientemente o meu amado pai subir as escadas, entrar brutalmente por minha porta, puxar meus lençóis, e gritar um agudo “Filho” enquanto chora rios de lágrimas. Eu poderia muito bem acordar antes dele e destruir sua irritante mania matinal, mas acredite, seria pior.

 

- Filho! – Como eu pensei. Lá vem ele, pontual como sempre.

 

O homem moreno puxa minhas proteções de pano com tudo, enquanto chora irritantemente. Minha vontade agora é soltar um alto e agressivo palavrão, mas não adiantaria, apenas prolongaria minha tortura diária.

 

- Bom dia para você também, velhote – Cumprimento da forma mais doce que minha personalidade permite.

 

- Bom dia filho! O café está na mesa, sua irmã caprichou dessa vez – Diz ele, limpando as lágrimas exageradas.

 

Limito-me a apenas dar um meio sorriso. Sim, eu sou meio insensível, mas sorrir não é minha especialidade. Levanto-me e o empurro para fora do quarto, buscando um pouco de privacidade. Falando em privacidade, isso é a última coisa que tem nessa casa. Lembro-me de quando chamei minha colega Kuchiki Rukia para assistir um filme, tivemos que sussurrar para que não ouvissem nossa conversa.

 

- Rukia... – Deixei escapar entre meus lábios. Faz exatamente duas semanas que não tenho noticia dela...

 

Rukia é minha melhor amiga. Irritante como eu, resmungona como eu, cabeça dura como eu. Às vezes acho que somos irmãos, apenas somos diferentes na aparência e altura. Sério, nunca vi nenhuma garota mais baixa que ela, e isso a irrita profundamente. Sinceramente, não vejo problema em ser baixinho, até prefiro as nanicas, mas tente falar isso para ela. Das duas uma; ou você morre, ou você morre.

 

Como eu sinto falta daquela morena. Vocês devem estar pensando “Por que você não liga? Manda uma carta? E-mail? Sinal de fumaça?” Simples, o irmão coruja e chato dela. Sabem aquele irmão impossível que ninguém agüenta? Apresento-lhes Byakuya, o rei deles.

 

Não que eles sejam irmãos de verdade, na verdade ela é cunhada dele. Confusos? Eu também fiquei, mas vou explicar; Hisana - irmã gêmea de Rukia - é namorada de Kuchiki Byakuya. Rukia é órfã e foi adotada pela família Kuchiki. Hisana já havia sido adotada por outra família antes, que negou adotar as duas. Triste história, não?

 

Bem, de qualquer jeito, Byakuya não permite que Rukia se relacione com ninguém. Isso quer dizer; sem amigos, namorados, paqueras, colegas ou até mesmo conhecidos. Eu avisei que ele era um chato possessivo, pobre Hisana.

 

Terminei de vestir meu uniforme; camisa social cinza, calça social cinza e sapato social cinza. Linda combinação acinzentada, não? Às vezes acho que estou indo à prisão, não à escola. De qualquer maneira. Desci as escadas, indo à cozinha, cumprimentar minhas amadas irmãs.

 

- Bom dia, Ichi-nii! – Disse minha irmã mais nova, sorrindo e me entregando o café.

 

- Bom dia, Yuzu... – Tentei retribuir o sorriso, mas algo me diz que não ficou igual. Fazer o quê? Não sirvo para isso.

 

Agora vamos falar um pouco de minha irmã mais nova; Kurosaki Yuzu. Ela é doce, bonita, amável e daria uma ótima esposa, mas quem disse que vou deixá-la casar? Sim, sou um irmão coruja também. E sim, eu acho as atitudes do irmão da Rukia ridículas. Hipocrisia minha? Talvez...

 

Yuzu é pequena e frágil. Cabelos curtos de tonalidade amarronzada; olhos castanhos escuro; corpo infantil. Resumindo: Completamente diferente de mim.

 

Peguei minha refeição e comecei a desfrutá-la. A comida estava maravilhosa, um verdadeiro baile de sabores em minha língua. Podem sentir inveja agora, eu tenho uma irmã legal e vocês não.

 

- Ichi-nii! – Chamou-me uma voz grossa demais para ser de Yuzu. Tentei me virar para ver de quem era, mas levei uma forte bolada na nuca. Sério, se eu não fosse macho, com certeza desmaiaria.

 

Essa assassina de nucas indefesas é minha irmã do meio; Kurosaki Karin. Essa sim é parecida comigo, para minha infelicidade. Líder do time de futebol masculino – não, você não leu errado – Karin é um homem no corpo de uma garota.

 

- Sua... – Eu estava pronto para soltar um daqueles palavrões bem feios, mas Yuzu me olhou com ar de repreensão – Isso dói, Karin! – Limitei-me a apenas reclamar.

 

- Desculpa, não resisti... – Ela sentou do meu lado, com um sorriso divertido no rosto. Dê graças a Deus por ser minha irmã, ou eu quebraria sua cara, Karin.

 

Não que eu bata em mulher, nunca! Mas Karin não parece uma. Seus cabelos são pretos e curtos, olhos também pretos, corpo pequeno, mas sempre coberto por roupas masculinas e largas.

 

- Como vão as notas? – Tentei puxar assunto com a minha irmã-macho. Comer em silêncio é horrível, eu odeio.

 

- Normal... – Mas odeio ainda mais indiferença. É impressão minha ou ela odeia conversar comigo?

 

- Hum... – Murmurei qualquer coisa para encerrar logo o assunto.

 

Após terminar minha deliciosa refeição. Subi as escadas, em direção ao meu quarto, e peguei minha mochila – Também cinza -. Agora estou pronto para ir ao infern... Digo... escola.

 

Sai de casa sem dizer nada – Desculpe se sou um insensível – e comecei a caminhar pelas ruas. Sabe, essa é a parte do dia que mais odeio. Caminhar de estomago cheio, com um sol forte fritando seu cérebro, não é agradável. Não mesmo.

 

Eu poderia muito bem parar de comer, seria menos torturante, mas assim eu desmaiaria em meio ao caminho. Desmaiar ou passar mal, qual é pior?

 

- Kurosaki-kun – Olhei para onde veio a gentil voz. Inoue Orihime; minha querida e gentil segunda melhor amiga. Mas não contem para ela, certo? Inoue acha que é a primeira, e eu não preciso contrariá-la.

 

Continua...

 


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