Por Trás Das Partituras escrita por Apaixonada por palavras


Capítulo 36
Afogando...


Notas iniciais do capítulo

Oi...
Quero avisar...esse capítulo é bem triste,e a maioria dele é narrando uma crise de uma personagem muito querida.Mas eu gostei muito...
Bem,tenho que agradecer aos rewies de vocês e lembrar que a Maratona tá acabando =(
beijinhos



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POV Silena

2 semanas depois...

Bem...as coisas aqui na casa até que estão melhores por assim dizer.O Luke e a Thalia não voltaram nem nada,mas eles estão até sendo amigáveis um com o outro.Todos os outros casais já se resolveram.Eu fico feliz por ter contato aquela história para a Annie,fez toda a diferença.

E eu não me arrependo de ter contado.

As aulas voltaram há um tempo e as coisas estão mais puxadas na escola,porém estamos tentando assimilar vida pessoal com carreira,o que nem sempre é fácil.

Os meninos estão no finalzinho da turnê,mas como o ano letivo começou,eles estão indo fazer show apenas nos finais de semana.

Admixtures vai lançar em duas semanas.Nós já finalizamos o CD,ele está com 16 músicas,sendo 13 delas inéditas.Porém,sempre tem as músicas épicas da nossa banda que nós regravamos...É uma coisa para...não esquecer do começo e dar valor as memórias.É muito especial para nós.

A Rachel saiu da escola.Sim.Por isso que a criatura não aparecia mas em lugar nenhum.Ela foi para um internato de Arte.Vou explicar melhor:De manhã ela tem aulas normais e a tarde ela tem aulas de arte.Isso mesmo,incrível não?Ela está indo atrás do sonho dela e isso me deixa muito feliz.

Eu estava deitada na minha cama,mexendo um pouco no meu computador quando ouvi o meu celular tocar.Wings do Little Mix começou a fluir no ambiente e eu já fiquei contente!Não existe receita melhor para ficar para cima do que ouvir música ‘’para cima’’

Peguei o celular e li “Mãe” na tela.

Quando atendi.Ouvi um choro.

Mãe:Si-silena?

Eu:Sim...Mãe...que choro é esse? -Perguntei preocupada já.

Mãe:Silena,aconteceu uma coisa,muito...horrível... -Falou,com a voz embargada

Eu:Mãe...de quem é esse choro?

Mãe:O alto é do Lucas...

Sentei na cama rapidamente

Eu:Lucas?Como assim Lucas?

Mãe:Silena,eu realmente não sei como te contar isso...

Eu:Só contar mãe.Eu estou ficando preocupada.

Mãe:A Victoria...

Eu:O que tem a Vic?

Mãe:Essa tarde...ela morreu,Silena.

*

A mãe dela tinha câncer.A mãe dela morreu quando ela tinha 5 anos de Leucemia,e ela nunca contou isso para ninguém...e eu não sei porque.Quando a mãe dela morreu,seu pai criou uma instituição de caridade que ajudava pessoas com câncer e...a cor oficial da instituição era verde.

A cor era verde porque segundo a mãe da Victoria,representava amar o diferente,pelo menos para ela significava isso.Por ser uma cor tão especial,representar o amor para ela,mas...ser diferente.Afinal,não era essa a cor geralmente usada para representar o amor.

A Victoria pintou o cabelo por causa disso.

Porque queria algo que a lembrasse da instituição(que se chamava INSTITUIÇÃO HELENA AVAMILLENO),da sua mãe...mas deixou algumas mechas pretas para lembrar da mãe também...que tinha essa cor no cabelo.

A Victoria estava com câncer.

Ninguém sabia.

Mas estava no estágio mais alto.

Ela morreu,porque não teve tempo.

Porque ela não teve tempo...

Ela não teve tempo...

Tempo...

Tempo...

*

Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.Não era justo.

As lágrimas continuavam escorrendo pelas minhas bochechas,até pingarem no chão do meu quarto.

Deve ser uma brincadeira.Deve ser uma brincadeira.Deve ser uma brincadeira.Deve ser uma brincadeira.Deve ser uma brincadeira.Deve ser uma brincadeira.Deve ser uma brincadeira.Deve ser uma brincadeira.

Caí sentada no chão,com as costas apoiadas na cama e a cabeça entre os joelhos.

Meu peito arfava.Eu não conseguia respirar.Era como estar se afogando lentamente,mas eu simplesmente não me afogo,eu não morro.Eu simplesmente fico sentindo a dor e o desespero de não poder respirar.

Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.Não poder respirar.

Não.

Eu levantei rapidamente e vou até o guarda roupa.Abro as portas sem gentileza nenhuma e um barulho alto ecoa pelo meu quarto,provavelmente pela casa.Um livro cai de dentro do guarda-roupa.

A culpa é das estrelas.

O folheio.

O jogo do outro lado do quarto com toda a força que consigo.O jogo outra vez.Porque esse sentimento de estar me afogando sem morrer não simplesmente passa?

Começo a dar voltas pelo meu quarto.

As lágrimas continuam a cair pelo meu rosto.Pingando no chão.

Pingando no chão.Pingando no chão...elas pingam e escorrem...pingam e escorrem.

Charles vem correndo para dentro do meu quarto.

Ele tenta falar comigo.Eu não consigo dizer nada.Eu estou embaixo d’água,não consigo respirar,não consigo falar...por que eu não me afogo logo?Esse desespero vai passar.

Vai passar.vai passar...

Enquanto Charles me abraça,as meninas entram no quarto esbaforidas com os celulares nas mãos.Acho que elas sabem o que está acontecendo...O QUE NÃO DEVERIA ACONTECER!

Mas aconteceu...aconteceu...aconteceu...aconteceu...do mesmo jeito que acontece e nós nascemos...acontece e nós morremos.

Algumas coisas não deveriam simplesmente acontecer.

Grito outra vez.

Meus pulmões estão cheios d’água.

Eu só quero parar de me afogar.

É pedir muito?

Eles tentam colocar algo na minha boca.

Eu não deixo.Eu esperneio.Eu grito.Eu choro.Eu bato neles.

Os meninos entram no quarto.

Ajudam Charles a me segurar.

Annabeth coloca alguma coisa dura e meio redonda na minha boca...

Apago.


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