Jack Frost

Argh. A aula de poções é sempre deprimente. Eles tiveram uma simples e chata aula teórica sobre a magnífica Poção Polissuco, e teriam aula prática de duas poções surpresas que Jack já tinha uma ideia de quais seriam:

A Poção do Amor e aquela outra da Sorte.

Sempre assim! Essas duas recebiam um privilégio que ele não entendia. Qual é a graça nas poções do amor se não criam amor de verdade? E qual a graça em não usar seu talento se você fica bebendo Sorte Líquida?

Mas a Poção Polissuco não... essa sim era das úteis. O próprio Jack resolveu anotar tudo "nos trinks" para poder usá-la em algum momento. Se era contra as regras? Claro que era! Isso a tornava muito mais legal.

Enquanto ele e os dois amigos, Wilbur e Mavis, andavam pelos corredores para a aula de Feitiços, Wilbur parou para falar com alguma perdedora da Lufa-Lufa que Jack conhecia de vista. Era uma garota meio doidinha com o cabelo castanho-claro.

Jack observa os dois conversando com as sobrancelhas unidas, tentando entender do que o assunto se tratava.

- O que será que estão falando? - Mavis pergunta, também curiosa.

Mavis era sonserina MENOS sonserina que Jack já conhecera. Tinha uma aparência meio gótica, vestia-se de preto e usava delineador de mesma cor, combinando com os curtos cabelos negros. Mas quando falava algo soava doce. Ela certamente que não deveria estar na casa dos "malvados''.

- Sei lá - Jack responde dando de ombros - melhor ele parar logo o assunto antes que alguém o veja conversando com uma lufana.

A garota da Lufa-Lufa sai saltitante enquanto Wilbur retorna com um meio sorriso cravado no rosto.

- Qual foi? - Jack pergunta.

- Cerveja-amanteigada. No Corujal. Todo mundo vai estar lá às 21:00h.

- Cerveja-amanteigada no Corujal? - Mavis franze o cenho - isso está cheirando a encrencas.

- Ah, Mavis, você sempre foi certinha!

Mavis revira os olhos.

- Eu posso beber o quanto quiser no fim de semana, lá no Três Vassouras.... mas se vocês quiserem se ferrar, aproveitem a oportunidade!

Mavis sai apressada com os livros em mãos. Wilbur e Jack se entreolham e caem na gargalhada.

- E aí, Frost?! - diz Wilbur - tá dentro?

- Com certeza.

Os dois continuam andando até a sala de Feitiços, conversando sobre garotas e prováveis planos para matar aula em Hogsmeagle nos próximos dias. Quando chegam dentro da sala, têm o desgosto de descobrir que a aula era com a Corvinal.

Aqueles nerds metidos...

O Professor Ralph, um sujeito mega atrapalhado com o cabelo castanho-escuro, estava sentado em sua mesa enquanto os estudantes entravam. Usava óculos e estava concentrado em algumas papeladas, o que o deixava mais engraçado ainda.

Jack teve que se sentar com uma nerd da Corvinal. Ele nunca vira a garota nesses dois anos cursando Hogwarts. Ela era loira (ui, uma loira inteligente) e tinha os cabelos hiper longos presos numa longíssima trança.

Ela tinha os olhos fixos nos livros.

- Você costuma falar? - Jack pergunta para a garota.

Ela se vira, como se tivesse notado só naquele momento que Jack estava ali. Ela faz uma casa do tipo: que tédio, um sonserino. Mas ainda sim responde:

- Sim. Falo.

Jack estende a mão.

- Jack Frost. Prazer.

Ela franze o cenho e hesita um momento antes de apertá-la.

- Rapunzel Corona. Igualmente.

- Corvinal, né?! Legal.

- Obrigada. A Sonserina também não é tão ruim.

- Puxa é a primeira vez que alguém me diz isso!

Ela ri um pouquinho. Então o professor se levanta de sua mesa, derrubando alguns livros e recebendo um coro de risadas logo após.

- Hã... eu gostaria que vocês fechassem os livros, por favor - ele diz, tentando controlar a voz esganiçada.

Todos guardam os livros.

- Podem se levantar?

Jack e Rapunzel se levantam, assim como o resto da turma. Todos ansiosos com a possível aula prática que teriam. Será que fariam um duelo?

O Professor de feitiços dá um pigarro.

- Façam um semicírculo - ele sorri quando todos o fazem - agora preciso de dois voluntários.

Jack levantou a mão rapidamente, junto de mais uns sete alunos. Ralph aponta para um Corvinal no canto da sala e depois seu dedo gordo se vira para Jack, insinuando que ele fora escolhido. Jack sorri e caminha até o centro do semicírculo.

Seu oponente era um garoto magricela com o cabelo cor de areia arrepiado e um par de óculos fundo de garrafa caindo sobre o nariz. Jack quase caiu na gargalhada... Mas que perdedor.

O menino tirou a varinha do bolso, como o professor pediu, a mão estava aparentemente tremendo. Jack quase gritou um "BUH", mas não queria que o garoto se mijasse naquele momento.

Jack tira sua varinha do bolso. Havia esquecido suas propriedades, mas sabe que ela cabia perfeitamente em sua mão. Um caimento perfeito. E Jack poderia fazer um estrago com ela se quisesse.

- Digam seus nomes, por favor - pede o professor.

- Jack Frost.

- Louis Robinson.

- Ótimo. Vamos treinar aqui um feitiço para desarmar. APENAS desarmar.

O professor tira a varinha do bolso, mas não a ergue.

- Repitam todos comigo - ele diz - Expeliarmus.

- Expeliarmus - diz o coro de toda a classe.

Ele sorri.

- Ótimo, muito bom.

Então se vira para Jack e o tal Louis. Primeiramente sério.

- Sem gracinhas - avisa, e logo depois exibe um sorriso - podem começar da forma formal.

Os dois ficaram frente a frente e puseram a varinha próxima ao rosto, e abaixaram-na na direção da coxa em seguida. Viraram de costas, e caminharam cinco passos para frente. Era como se começava um duelo formalmente.

Jack dá um giro. O muleque estava a dez passos de distância dele. Mas Jack esperava poder massacrá-lo mesmo assim.

- 1... - o professor começa a contar. Jack estreita os olhos e dá um meio sorriso. O garoto vai perder feio!

- 2...

Sem mais aguentar, Jack aponta a varinha na direção do jovem e grita com toda a convicção.

- EXPELIARMUS.

O menino voou para longe, ao invés de só sua varinha. Jack sorri. Ele cai no canto da sala. Todos prendem a respiração por um momento, mas a tensão acaba quando Louis Robinson se levanta e ergue um polegar, alegando que estava bem.

- Era para desarmar! - diz o professor para Jack.

- Eu fiz o que o senhor mandou, professor!

- Se você grita com essa convicção e seus objetivos não focam apenas na varinha os resultados serão diferentes.

- Avisava isso antes não é? - Jack dá um meio sorriso quando o professor declara assunto encerrado. Ele sabe que perderia a argumentação.

Jack retorna para a Sala Comunal da Sonserina com um desejo incontrolável de quebrar regras.