Jack Frost

Jack acordou na enfermaria com uma grande vontade de cortar os pulsos.

Ele não esperava ser atacado por um Dementador! E depois se achou estúpido demais por não ter lembrado que aqueles bichos eram seu maior pesadelo, ainda mais depois do que passou quando tinha 10 anos.

Bom, para deixar claro; quando Jack nasceu o pai já era um poderoso Bruxo das Trevas. Aquilo era comum, toda a família de Jack era sonserina, e todos esperam que ele se torne um bruxo das trevas também.

Mas depois do que o pai passou ele já abandonou aquela hipótese: Três anos antes, a Mansão Frost fora atacada por dementadores, que pretendiam levar o pai dele para Azkaban. Eles arrastaram o pai de Jack para longe, deixaram a mãe dele maluca e quase sugaram toda a alegria dele. Jack tenta sempre ser um brincalhão e se divertir ao máximo, para sempre se lembrar que sorrir é a melhor coisa na vida.

E agora ele estava ali de novo, na enfermaria, comendo barras de chocolate para se sentir bem de novo. Chocolate não é ruim, mas quando você sofre um ataque de Dementador sua vontade de comer é rebaixada para zero.

Pegou mais um pedaço de chocolate na mesinha ao lado da cama e mastigou fazendo uma sensação de calor o percorrer e, quando se dá conta, a barra tinha acabado.

- Está se sentindo melhor, meu jovem?

Levou um susto quando vê a enfermeira aproximar-se. Era uma senhora já velha, com cabelos brancos e um sorriso doce. Jack faz que sim com a cabeça, respondendo sua pergunta.

- Que bom - ela diz - ataque de Dementador é sempre ruim. Pelo menos foi só um Bicho Papão.

- É - ele responde - só um Bicho Papão.

A enfermeira solta um longo suspiro.

- Você pode ir embora amanhã de manhã - diz antes de sair.

Jack bufa. Não queria passar a noite naquela cama fria e com bruxos doentes tossindo e espirrando ao seu redor! Ele precisa saber o que aconteceu depois que desmaiou, queria saber se a maldita Professora tomou alguma providência ou se foi um aluno quem o salvou - e se foi ele deveria agradecer.

E o mais importante de tudo:

Ele queria zoar a cara de Wilbur Robinson por ter medo de um jogo para computador.

. . .

Rapunzel

Rapunzel ficou parada quando a confusão estourou e os estudantes começaram a correr para todos os cantos. Ela ficou lá, confusa e perplexa demais para mover um dedo. Tudo aconteceu rápido:

Primeiro, ela estava se divertindo. Todos riam e ela seria a próxima da fila, pronta para encarar seu medo com a coisa mais engraçada que encontrasse.

Depois ela viu um Dementador atacar Jack Frost e nem podia fazer nada pois a multidão de estudantes a afastaram do local aos empurros e tropeços! O que ela conseguiu fazer era gritar para que a professora se movesse enquanto ficava ali, só olhando.

Então tudo ficou mais confuso: Merida saiu correndo na direção de Jack Frost com a varinha nas mãos e um brilho selvagem nos olhos. O Dementador se virou para ela e virou um urso! E foi aí que tudo piorou!

A ruiva correu e Rapunzel tentou ajuda-la, mas não podia enfrentar um urso! Então ela teve que ir até a própria Gothel e gritar para que ela ajudasse Merida. E nesse momento, Rapunzel não se importou se seria expulsa ou não por gritar com um professor.

Gothel foi ajuda-la. E o Bicho Papão tomou uma forma diferente, a forma natural. A loira nunca imaginou que presenciaria um acontecimento como aquele e não se sentiu nem um pouco feliz!

Agora ela está em choque. Merida foi levada até o Salão Comunal da Grifinória e a correria continua. Rapunzel não viu outra alternativa senão sentar-se numa pedra e esperar que os nervos se acalmem.

Ela respira fundo. Alguns professores estão discutindo à sua direita, e muitos alunos gritando à sua frente, mas a garota tenta abstrair tudo aquilo. Está tudo bem, ela pensa, eu estou viva. Merida está viva. Jack está na enfermaria e vai sobreviver...

Mas, ainda sim, ela tinha uma sensação de que alguma coisa ruim aconteceria depois daquilo.

- Ei, Rapunzel.

Ela levanta os olhos e vê Soluço. O jovem está completamente pálido e com uma aparência assustada, mas tenta sorrir na presença dela. E Rapunzel se sente feliz com isso.

- Oi, Soluço! - responde, tentando sorrir um pouco também.

O lufano muda o peso de um pé para o outro.

- Que confusão, né?

Rapunzel assente.

- Verdade. Eu queria acalmar os nervos, mas parece impossível!

- Tem algum lugar que você se sinta mais calma?

Rapunzel para e pensa por um momento. Na verdade tinha, sim. Ela sempre se sentiu mais calma na presença do silêncio e da leitura. Rodeada de conhecimento e paz. Isso é perfeito para ela mais que qualquer coisa.

- Tem - responde com um sorriso mais espontâneo.

Soluço retribui o sorriso, algo no coração de Rapunzel iluminou de repente.

- Ótimo.

Rapunzel o guia até a biblioteca de Hogwarts. Estava vazia como metade da escola - já que todos alunos e professores foram até o jardim investigar o sumiço do Bicho Papão.

Soluço pareceu surpreso um momento pela escolha do local, mas depois sorriu consigo mesmo. Rapunzel o observa e franze o cenho.

- O que foi? - pergunta.

- Eu esqueço que você gosta dessas coisas... livros, estudar...

Rapunzel sorri. Não sabia que ele a conhecia desse jeito... Será que deduziu por ela ser da Corvinal? Ou já sacou quando a viu? Ou todos esses anos que ela sentiu estar sendo observada era ele quem o fazia?

Não sabia. E, com toda a sinceridade, gostava de não saber.

- Tem um livro que gosto muito... - ele diz enquanto caminhava pelos corredores cercados de livros. Ela o acompanha.

- Qual? - pergunta.

- "Os Contos de Beadle, o Bardo".

Rapunzel sorri, animada.

- Eu amo "Os Contos de Beadle, o Bardo"... Tem dele aqui!

- Jura?

- Na Sessão Reservada.

Soluço para um momento, como se estivesse pensando em alguma coisa. Ele se vira para ela e sorri. Então encosta o dedo no braço dela e após gritar ''O último a chegar paga uma cerveja no Três Vassouras" sai correndo desesperadamente.

Rapunzel ri alto e com satisfação. E sai correndo atrás dele.