Capitulo Oito.

“– Quando cheguei onde Rapunzel estava completei junto a ela – Minha vida começa aqui!

Realmente, agora a maior de todas as minhas aventuras está prestes a começar. E creio que a dela também...”

-Eu não acredito no que eu fiz! – Gritou entusiasmada – Eu não acredito no que eu fiz... – Falou com medo – Eu não acredito no que eu fiz! – Gritou feliz novamente.

-Se acalme Rapunzel...

-Mamãe vai ficar furiosa...

-Rapunzel...

-Mas o que os olhos não vem o coração não sente, né?

-Ra...

-E agora? Ela vai sentir sim... – Ela viu uma pilha de folhas no chão e pulou encima dela.

- Isso é tão legal!

-Não! Não é legal! Eu seu uma péssima filha, tenho que voltar! – Ela viu uma pequena descida e começou a dar estrelinhas.

-Eu não vou voltar nunca mais! – Gritava ao rolar até fim do barranco. – Eu sou um ser humano horrível! – Depois pegou um pouco de se cabelo e fez um tipo de cipó com ele e começou a rodar em volta de uma grande arvore – Uhull! O MELHOR DIA DA MINHA VIDA!

Ao descer se desespera novamente, senta-se encostada em uma pedra e começa a chorar. Jack vendo que ela estava um pouco mais calma tentou ajuda-la.

-Olha Rapunzel... Eu sei que você esta assustada e enfrentando uma guerra de sentimentos... – Argumentava o jovem.

-O que?

-Um pouco de aventura, quebra de rotina isso é bom e até saudável!

-V-você acha? Mesmo? –Perguntou enquanto secava algumas lágrimas.

-Claro. Amanhã é seu aniversário e o meu dever será leva-la até as lanternas sem atrasos. – Sorriu confiante. Pegou uma das mãos da princesa e a ajudou a se levantar. – É uma promessa.

- Tá bom... – Eles ficaram se encarando por um tempo e aos poucos seus rostos começaram se aproximar, chegando ao ponto de poderem sentir a respiração um do outro e quando estavam prestes a selarem os lábios ouvirão o som de galhos sendo pisados. No mesmo instante Jack se colocou na frente de Rapunzel com o intuito de protege-la.

Ele ouviu os passos ficarem mais perto e sem mais nem menos ambos começaram a correr.

         Quem será o dito cujo, pois ele estava conseguindo segui-los e o pior: ainda muito de perto.

         -"Ele ainda não deve ter nos visto... Ainda dá tempo de conseguir se esconder, mas tem que ser rápido...".

         Lembrou-se de uma moita que vira, a qual seria perfeita.

         Ela já estava ficando cansada, mas nem por isso parara de correr. E quando eles finalmente pararam, ela só o ouviu falar 'Não grite' e sentiu ser abraçada ao mesmo tempo em que ele pulava por cima de uma moita e os fazia rolar para dentro dela. Ela se viu embaixo dele.

         -Tente controlar sua respiração – Ele falou muito baixo, perto de seu ouvido.

         -Você está pedindo algo impossível no momento. – Sussurrou pra ele.

         -Só tente.

 Era muito difícil conseguir atender ao pedido de Jack por três motivos: Depois de correr tanto precisava puxar mais ar. A proximidade em que ele estava, já que tinham se abraçado, aquilo a estava desconsertando. E sentiu seu coração acelerar ainda mais quando ele falou perto de seu ouvido.

         Fechou os olhos e respirou fundo. Sentiu o cheiro dele, aquilo sempre a acalmava apesar de fazer seu coração dar uma batida mais forte.

         Ele próprio também estava fazendo um grande esforço para se manter controlado.

         Passos absurdamente próximos fizeram com que eles despertassem.

         Entre os galhos, folhas e frutinhas viram grandes patas negras com garras. Quando o animal se agachou para farejar o chão Jack ficou branco.

         Ela queria perguntar o que aconteceu para ele ter ficado lívido e também por que, aparentemente, fugiram.

         Rapunzel começou a sentir Frost tremer.

         Afinal porque aquela preocupação toda?

         Quando ela olhou para o lado, prendeu a respiração.

Por um momento acharam que o bicho os tivesse achado e ficaram naqueles segundos, que mais pareciam horas, esperando o próximo movimento.

         O animal se levantou e continuo andar em frente.

         Rapunzel relaxou após perceber que ele estava longe. Notou que Jack ainda estava atento e tenso, mas não demorou muito para ele relaxar também e soltar completamente o ar que prendia, por um minuto deixando o peso de seu corpo sobre o dela.

Sentiu o coração da garota bater mais forte em ritmo com o seu.

Isso foi estranho, podia até ser o tal amor, afinal imaginava que mais cedo ou mais tarde isso poderia ocorrer, mas ainda sim tinha algo que não parecia se encaixar.

Apoiou-se novamente nos braços tirando seu peso de cima dela.

-Desculpa. – Falou num fio de voz e tratou de sair dali, sendo seguido por ela.

-Quem era? – Perguntava enquanto tirava a sujeira da roupa.

- Não sei. – Falou sem olhá-la, já se virando para ir para o lado oposto ao qual os outros tinham ido, mas foi impedido de continuar, quando ela segurou o seu braço.

-Agora você vai me dizer o que está acontecendo – Falou séria largando ele.

- Temos que sair daqui. – Pegou na mão dela e tentou a puxa-la, mas ela não se deixou levar.

-Não saio daqui até você me contar direitinho essa historia.

-Essa não é a melhor hora pra você ficar insistindo em algo.

-Então pode começar a falar. – Cruzou os braços.

Ele olhou nervoso para os lados.

-Vamos. Não podemos ficar parados.

         -É surdo? Já disse que daqui não saio até você me falar o que está acontecendo.

         -Não temos tempo pra isso Rapunzel!

         Ela própria o olhou surpresa. E isso a fez ver que a coisa era séria e que talvez fosse melhor fazer o que ele pedia. Mas não ia voltar atrás, aquilo só a atiçara ainda mais para saber quem eram as misteriosas pessoas que os seguiu.

-É só me dizer o que era aquilo que eu vou.

         Ele pareceu pensar e ia começar a falar, mas algo chamou sua atenção.

         -Se abaixa e entra na moita.

         -Mas...

         -Agora!

         Ela o fez, ele já ia fazer o mesmo, mas o animal o avistou.

A jovem ficou meio sem entender. Antes ele estava lívido e agora tinha um olhar de desafio para o que quer que fosse.

         -"Afinal o que é isso?" – Se perguntou.

         -Não saia daqui. Eu volto.

         Ela ficou na dúvida se ele realmente falara aquilo, pois pareceu-lhe um sopro do vento, já que nem vira seus lábios se mexerem. Não pode fazer nada, a não ser o que ele lhe pedira, afinal não fazia ideia de que parte da floresta estava, e mesmo que soubesse, duvidava que soubesse sair.

         Jack estava assustado e não sabia o que fazer, afinal nunca antes imaginara que dragões existiam, e que um dia teria que enfrentar um sozinho.

         Rapunzel ficou esperando completamente nervosa e preocupada, o tempo parecia não passar. Nem notou que o sol se mexera bastante.

         Ficou naquela aflição por mais um tempo até conseguir ver Jack novamente. Ela pensou em sair dali, mas notou a mão dele que discretamente fez um sinal pra ela ficar onde estava.

O grande lagarto negro alado rolava na grama alta logo à frente. Segurou a respiração e resolveu que já havia visto o suficiente, quando viu um rapaz com cabelos castanhos se levantar do chão próximo à besta. Ele caminhava com certa dificuldade, mancando da perna esquerda e a besta abriu os olhos – verdes – e observava cada movimento do humano.

Ao perceber que o rapaz não estava armado Jack decidiu que já estava na hora de agir.

– Cuidado! – Gritou – Não vou permitir que ataque lagartixa preta! – Frost tirava de seu cinto uma espada. Ela foi um presente extra do rei, este imaginou que seria bom Jack estar armado com algo.

Foi instantâneo. A besta que até então apenas observava o rapaz virou-se para ele com os dentes à mostra e em posição de ataque, estava pronto para duelar. Antes de atacar, percebeu que o rapaz se colocara entre si e o lagarto.

– Banguela! Pare com isso, garoto!

Mal podia acreditar. Esse garoto estava chamando a besta por um nome? E um nome que não fazia o menor sentido, visto que os dentes do lagarto brilhavam. O mais impressionante foi ver a besta fechando a boca, mas mantendo seu olhar preso na espada.

– Banguela?

– Ele não gosta muito de armas... Será que poderia... ?

Ele não estava pedindo para guardar a espada não é? O rapaz sorria confiante, como se estivesse exatamente onde queria estar, segurando a boca fechada do grande lagarto alado atrás de si, abaixou a espada dando a benção da dúvida para ele.

– Obrigado. Ele costuma ser muito protetor comigo.

O lagarto praticamente ronronava, voltando a se esfregar no campo. Jack estava incrédulo, o que aconteceu?

– Acho que devo agradecer a você, também. Não que eu precisasse ser protegido por Banguela, ele é incapaz de fazer mal a uma mosca.

-Quem são vocês? O que querem? – Perguntou Jack

         -Se acalme! Não queremos lhe machucar – Falou uma jovem que Jack ainda não tinha visto. Ela possuía cabelos ruivos e rebeldes e trajava um vestido simples verde escuro, seus olhos são azuis, na mão direita segurava um arco e nas cosas estavam a aljava com as flechas.

         -Sou o Príncipe Hiccup...

-Ou como eu prefiro Soluço – Interrompeu a menina

-Herdeiro do reino do outono – Continuou o rapaz não dando importância para o comentário da companheira. Este tinha estatura mediana e físico forte, cabelos castanhos e rebeldes, olhos verdes e pele clara.

         -E eu sou Merida...

-Ou como eu prefiro... Cabelo de Fogo – Intrometeu-se Soluço.

-Herdeira do reino do Verão – Disse a jovem – Estamos em busca da Princesa do reino da Primavera.

         -Sim, a Princesa Ra...

         -Eu sei! Sou Jack Frost.

         -Ah... O guardião certo?

         -Se preferem assim.

         -Bem, onde está ela?

         -Só peço para que não a chamem de princesa.

         -Por que? – Indagou Merida

         -É uma longa história. Depois explico para vossas realezas.

         Jack foi até a moita e abriu passagem entre os galhos com uma mão, oferecendo a outra para ajudar a jovem, que fora esquecida ali. Ela aceitou, saiu de cabeça baixa. Durante aquele tempo que ficou dentro da moita não conseguiu escutar absolutamente nada.

         -O-olá – Disse a menina tímida – S-sou Rapunzel.

         Os príncipes se prontificaram em se curvarem diante da princesa – É um prazer para nós conhece-la. – Responderam juntos.

         -O p-prazer é m-meu – Respondeu insegura – Jack quem são eles?

         -Amigos... Novos amigos.