The Big Four Guardians-The Flower Of The Blizzard escrita por BellatrixOrion


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu!



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Capitulo dezoito

O grupo não falou nada pelo resto da viagem. Não conseguiam. Havia muito que dizer e poucas palavras para expressar o que sentiam. Nem estavam amedrontados ou alarmados com aquilo que estava á sua volta. Tinham a cabeça tão repleta de pensamentos que não havia espaço para nervosismo ou apreensão.

Eles atravessaram à grandiosa e densa floresta Arborial. Ela é a ligação dos reinos e mantem-se estável até hoje graças ao Grande soberano dos Céus, responsável por sua criação. Ninguém ousaria destruir algo criado pela estrela.

-As minas de luz ficam logo depois deste morro – informou Rudá – Precisaremos atravessa-las se quisermos chegar até a feiticeira.

Era uma conversa, ainda que não fosse sobre o assunto que os atormentavam.

O grupo atingiu o topo do morro e puderam ver que, do outro lado, havia diversos tuneis que levavam a lateral de uma montanha. Eles eram perfeitamente arredondados e robustos. Dúzias de anões trabalhavam nos túneis, transportando vagões de minérios e pedras misteriosas de um lado para o outro.

De repente, um sino soou alto no interior das minas, e outros tantos anões apareceram com lanternas e enxadas nas mãos. Era o fim do dia de trabalho, e todos seguiram para casa em filas que iam para diferentes partes da floresta.

Os cinco aguardaram por alguns instantes até terem certeza de que não esbarrariam em algum dos trabalhadores por acidente. Entraram no maior dos túneis, porem não encontram nenhuma lanterna ou algo que servisse para iluminar o caminho. Improvisaram uma tocha e avançaram rumo ao interior da encosta.

As minas eram enormes. Pás alinhavam-se organizadamente nas paredes, e o chão era coberto por trilhos que se estendiam por quilômetros para dentro dos tuneis. Eles continuaram andando, sustentando as tochas acima das cabeças, atentos a qualquer movimento suspeito.

-Acho que o nome ‘minas de luz’ não se encaixa bem com esse lugar – mencionou Soluço – Se não ficarmos atentos, caímos num buraco e nem vimos que estava aqui.

-Concordo com ele – Falou Jack – Ei, Merida! Bem que você podia fazer umas chamas com o seu cabelo e iluminar o nosso caminho. O que acha?

-Picolé, aconselho que você feche essa sua boca congelada ou serei obrigada a quebra-la eu mesma – Ameaçou a princesa.

-Ai, que medo – zombou ele.

-Sinceramente? Acho que você era mais aturável antes da princesa desaparecer e... – ela parou assim que se deu conta do que tinha dito – D-desculpe Jack, não foi minha intenção...

-Não. Só fique quieta – disse frio.

Ninguém abriu a boca depois disso.

Eles caminharam por mais de uma hora. Eram tantos tuneis que Rudá pensou estar delirando. Poderia jurar que tinha visto algo correndo nas sombras.

-Vocês viram isso? – perguntou assustado.

-São apenas sombras – disse Soluço.

-Mas eu poderia jurar que vi... Deixem para lá.

Eles encontraram uma miniatura de mesa; era longa e tinha algumas dúzias de cadeiras em volta. Tudo indicava que aquela era a área em que os anões faziam os intervalos do trabalho. Na parede, eles acharam uma inscrição:

“Aquilo que é essencial é invisível para os olhos. A verdade brilha mais no escuro”

- O que isso significa? – perguntou Jack.

Mas, assim que se virou para os outros, arrependeu-se imediatamente.

-Jack? – disse Soluço, olhando para o albino, que estava completamente petrificado.

A luz turva dos fachos que emanavam suas tochas respondeu sua pergunta. Meia dúzia de lobos os cercaram, a Grande alcateia da Feiticeira Vermelha os encontrou. Os lobos rosnaram ferozmente para os cinco, rangendo os dentes.

-São eles? – perguntou um dos lobos.

-Sim – respondeu outro – Estamos seguindo o rastro deles a muito tempo.

-Olá crianças – disse Maquiavel se deslocando na direção deles – É um prazer reencontra-los – Ele analisou as feições de cada um – Achei que alguém iria implorar para não machuca-los... Suas feições são de pessoas com medo.

-Nós não temos medos de cãezinhos – Retrucou Merida

-Não podemos comer um dos braços ou as pernas? – Perguntou uma das feras – Acho que ela não vai precisar dos membros vai?

-Ela? – indagou Jack – Quem é ela?

-O nosso acordo foi leva-los sem nenhum arranhão – disse Maquiavel, arrependido do acordo que fez com a mulher – Vocês vem conosco.

-Não posso permitir Maquiavel! – rosnou Rudá.

-Olha só quem encontramos, o velho Rudá. Como vai imprestável?

-Bem, e pelo que vejo melhor que você.

A fera riu.

-Melhor? Como pode estar melhor sendo que uma das patas não tem mais utilidade? Não vejo nada de bom nisso meu amigo. A questão é, você seria capaz de acompanhar meus lobos com a mesma velocidade e destreza de um animal saldável?

-A questão é, se eles seriam capazes de me acompanhar.

O lobo alfa perdeu o sorriso.

-Não tenho o que discutir com um inútil como você – Virou-se para os outros – Vocês vem conosco!

-Desculpe grandalhão – começou a princesa do verão – Eu não obedeço a ordens de cães carniceiros.

-E principalmente os carniceiros que fedem mais que ogros – Continuou Frost – Há quanto tempo vocês não tomam banho? Um ano?

-E como conseguem ser tão gordos? Nem sei como cação.

Rudá, Soluço e Banguela observavam a cena sem entender, o que quer que os dois estavam tentando fazer, não estava funcionando, pelo contrário, estava deixando os lobos mais irritados.

-Mudei de ideia – disse Maquiavel a alcateia – Podem comer os membros.

-Bem, estou sem ideias – disse Jack, voltando-se para Merida.

-Pois eu não – Falou ela.

Em um movimento rápido, Merida lançou sou tocha em um dos lobos que, por conseguinte, deixou a fera parcialmente em chamas. Alguns lobos correram para ajuda-lo. Merida saltou na sela de Banguela.

-Rápido!

Banguela levantou voo e saiu em disparada para o interior das profundezas da mina, Jack o seguiu voando enquanto Rudá os acompanhava a pé, mesmo com uma das patas sem movimento, ele corria muito rápido.

-Atrás deles! – ordenou Maquiavel, a alcateia o obedeceu, disparando atrás dos cinco.

Eles iam o mais rápido que podiam e que a caverna permitia. Tinham somente mais uma tocha, eles então estavam praticamente no escuro. Podiam escutar os passos dos lobos martelando o chão e sua uivada insuportavelmente alta, que ecoava por toda parte. O túnel começou a descer, tornando quase impossível de eles continuarem voando.

-E agora? – Perguntou Jack.

-Minhas ideias acabaram – declarou a ruiva.

-Eu tive uma – disse o príncipe do Outono – Subam no carrinho.

-O que você vai fazer? – questionou Merida

-Vou distrai-los enquanto vocês fogem.

-Nem pense nisso! Não vou deixar você com esses bichos malucos! – esbravejou a princesa.

-É preciso!

-Não vou te perder de novo!

-Merida, se eu não ficar todos vamos morrer – falou segurando a jovem pelos ombros – Eu prometo que vou voltar para você. Eu já voltei duas vezes, quem garante que não voltarei uma terceira?

-Não, não – negava ela com lágrimas nos olhos – Eu quase perdi você da última vez, não quero que isso se repita.

-Vai ficar tudo bem, eu tenho o Banguela lembra? – Forçou um sorriso – Ele vai me proteger.

Ela o abraçou e ele retribuiu - Então, isso não é um adeus e sim, um até breve.

Soluço deu um sorriso fraco e aproximou seu rosto do de Merida. O beijo deles foi longo e voraz, mas ao mesmo tempo cálido e apaixonado. Ele transmitia o que realmente um sentia o um pelo outro: Algo maior que o amor e mais duradouro que a paixão.

-Está na hora – Jack avisou – precisamos ser rápidos.

Soluço assentiu e deu um último beijo em Merida, antes de montar em Banguela e levantar voo.

Uma última lágrima rolou do rosto da princesa, para logo em seguida ela se virar determinada e subir dentro do carrinho de ferro.

Jack e Rudá a olhavam sem entender, como era possível alguém ser tão forte?

-Vocês vem?

Eles entraram sem falar nada, Merida segurou a alavanca com firmeza, olhou uma última vez para onde Soluço foi e a acionou, o carrinho começou a percorrer o túnel a toda a velocidade.

No entanto, alguns lobos alcançaram o vagão e tentaram acertar os três com suas garras. Eles se afundaram dentro do carro, porém uma das bestas acertou Jack e provocou um corte profundo no braço esquerdo do menino. Merida chutou outro lobo no focinho, e ele recou. Um terceiro errou eles por pouco, mas atingiu a alavanca, arrancando-a.

O carrinho ganhou mais velocidade, e logo eles se afastaram dos monstros.

-Estamos conseguindo! – Disse Jack segurando o braço machucado.

-Se eu fosse você, não comemoraria ainda! – avisou Rudá, apontando pata uma placa adiante que dizia:

PERIGO: Use a alavanca de freio para descer.

-Isso não é nada bom! – Gritou Merida, desejando que, de alguma forma, aquela alavanca crescesse de novo.

Eles ganhavam mais velocidade à medida que o túnel ficava mais íngreme. Locomoviam-se tão depressa que mal conseguiam abrir os olhos com o ar atingindo-lhes o rosto. A tocha tinha se apagado e eles estavam no mais profundo escuro. O trilho fez outra curva e mergulhou ainda mais nas profundezas da montanha. Os três temiam sair voando do carrinho; isto é, se o próprio veiculo não saísse voando do próprio trilho antes.

-Isso seria incrível se não fosse o medo de morre! – esgoelou Jack.

Em questão de segundos, o grupo passou do medo de serem comidos por lobos ao medo de morrerem numa mina de anões.

Os trilhos os guiaram a uma caverna gigante, cheia de estalactites que apontavam para estalagmites e com um imenso lago ao fundo. Para horror do grupo, eles passaram por outra placa :

SEM SAÍDA

Parecia que uma avalanche de pedras havia caído sobre os trilhos há muitos anos, e agora eles eram lançados completamente sem freio contra o maciço muro de rochas. Abaixaram-se dentro do carrinho, preparando-se para o que viria a seguir.

Eles colidiram nas pedras. Foi um estrondo. Algumas atingiram o carrinho e também os jovens e o lobo. Jack gritou, e Merida cobriu a cabeça. Quando pensaram que este seria o seu fim, tudo ficou em silencio, as rochas pararam de cair e o carrinho parou.

Merida rapidamente procurou um pedaço de pau e fez com que ele pegasse fogo. Todos estavam a salvo.

-Não acredito que sobrevivemos! – disse Rudá

-Mas não fique muito alegre meu colega. – disse Jack segurando o ferimento de seu braço – Estamos perdidos.

-A tocha não vai aguentar muito tempo, precisamos encontrar a saída.

Mais um problema.

-Se tivesse alguma forma mais fácil... – Lamentou Jack.

“Jack...”

“Merida...”

-Você ouviu? – perguntaram juntos.

-Sim eu ouvi! – responderam.

-O que? – Perguntou o lobo desorientado.

-É o homem da estrela!

“Aquilo que é essencial é invisível para os olhos. A verdade brilha mais no escuro”

-Escuro... É isso! – Gritou o albino – Merida apague a tocha!

-O que?! Ficou louco? Assim não conseguiremos sair.

-Confie em mim!

A ruiva suspirou, excitou, depois apagou as chamas.

Surpreendentemente, eles não ficaram no escuro, a caverna começou a brilhar. Pequenos cristais pareciam brotar da parede e iluminavam o ambiente, todos seguiam por uma única direção da caverna.

-São cristais que brilham no escuro, é assim que os anões encontravam o caminho pelas minas, eles apagavam as tochas e seguiam os cristais – Observou Merida.

Eles começaram a perseguir as luzes pelo corredor extenso. Quando menos perceberam, já estavam fora da mina, do outro lado da montanha.

-Sol! Como senti sua falta! – exclamou Frost

Não tiveram tempo nem de respirar, pois ouviram gritos e uivos aterrorizantes: A Alcateia os alcançou.

O som horripilante fez com que os três corressem mais rápido do que eles eram capazes de correr. Era uma questão de segundos até que os lobos sentissem o seu cheiro e os alcançassem. Não faziam ideia de qual direção tinha tomado; só sabiam que precisavam chegar a um lugar seguro o mais rápido possível.

Merida tentou olhar a floresta de relance enquanto corria, escutou um ruído próximo, será que estavam perto do oceano?

-Acho que estamos mais ao sul do que imaginávamos.

-Sabe ruivinha, não estou muito interessado em saber onde estamos, só penso em como vamos despistar esses camaradas ai.

Rudá virou a cabeça para olhar para trás e avistou uma tropa de lobos sanguinários correndo em sua direção. Um segundo depois as feras já estavam na dianteira, correndo a sua esquerda e à direita, prontos para atacar.

O grupo passou no meio de uma serie de árvores grossas e então pararam repentinamente. Estavam no limite de um precipício muito alto, de frente para o mar.

-Como chegamos tão rápido ao litoral? - Gritou Jack.

-Estamos em algum lugar entre o reino das fadas e o reino do verão.

Rudá olhou para trás. Os lobos estavam a poucos metros de distancia.

-Não, Merida! Estamos em algum lugar entre morrer e a morte! – disse o lobo – Garotos me perdoem.

-Perdoar o .... Ahhh! – Gritaram os jovens.

Rudá empurrou os amigos do precipício ficando para trás, segundos antes de serem pegos pelos lobos. Caíram tão de pressa que não tiveram tempo de respirar ou ouvir os próprios gritos. Tudo que escutaram foi o ar zunindo em seus ouvidos.

Afundaram nas águas profundas. No penhasco, depois de imobilizarem Rudá, parte da alcateia esperou para ver se algum dos dois subia de volta. Jack e Merida desapareceram.


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Notas finais do capítulo

É isso, não tenho o que falar,
Beijos
Ass. Princess