Obrigado e Volte Sempre escrita por Loly Vieira


Capítulo 33
Evacuar missão e salvar as batatas fritas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391961/chapter/33

–Ellie, inspira e expira. Inspira e expira, Ellie.

Caro São Longuinho, quando as coisas tinham se tornado assim? Agora lá estava eu, abanando uma bandeja, que eu tinha roubado do garçom quando ele bobeiou, na direção da minha amiga. Ellie estava sentada na pia do banheiro feminino e sua maquiagem escorria com a cachoeira que tinha se tornado suas lágrimas.

A coitada estava parecendo um panda com defeito genético, mas de jeito nenhum que eu iria dizer isso a ela. Ellie mal conseguia respirar direito antes que um soluço a dominasse.

–Eu... Pe-pensei que era ele no começo. - Soluço. - Mas nem quando notei que não era eu parei. - Soluço. - Eu a-a-amo o Co-collin. Eu tenho problemas, Alma, eu não posso amar ninguém. Eu sou exatamente como minha mãe.

Parei de sacudir a bandeja, perplexa pelo o que ela tinha dito.

–Você não é nada como sua mãe, Ellie.

–Sou sim!

–Não se compare com aquela cobra. Você sabe que não é como ela. Você nunca abandonaria sua família e as pessoas que você ama para fugir com algum caminhoneiro que conheceu.

–Isso não me diferencia dela.

Balancei a cabeça em negação. Roubando todos os papeis para secar as mãos, eu comecei meu trabalho para limpar seu rosto choroso.

–Olhe para mim, Ells. - Relutantemente fez. - Não deixe sua mãe estragar sua vida mais do que ela já fez. Você errou hoje. Errou feio. Eu sei que o Collin tem aquela cara de pit bull zangado, mas ele te ama como eu nunca tinha visto um homem amar você antes. Deixe ele esfriar a cabeça e então vocês dois vão conversar.

–Ele nunca vai me perdoar.

–Nós não podemos garantir isso.

Fungou. Ao menos o fluxo de lágrimas havia parado e sua maquiagem já não estava borrada, só a cara inchada.

–Alminha, eu sei que você tem que voltar pra casa por causa do Bento, mas eu não queria dormir sozinha hoje.

–Você está totalmente convidada para dormir lá em casa, se quiser.

Piscou algumas últimas lágrimas e forçou um sorriso torto pra mim.

–Obrigada. - Seus longos braços finos me puxaram para um abraço pelo pescoço. Entre a curvatura do meu ombro, ela sussurrou. - Esse foi o pior aniversário de todos, não é?

Eu teria dito que não. Porque Ellie sabia meia dúzia de coisas sobre o meu pai, mas nada como ele tinha talento de estragar festinhas de aniversário assustando as outras crianças. Mas eu não respondi nada e nós saímos de lá.

***

–Cala a boca agora e me deixa pagar esse maldito táxi. - Ellie tinha me falado com aquela voz calma e cortante dela. Tremi nas bases. Jesus.

–Tudo bem então.

Com uma cara não muito boa o taxista aceitou o dinheiro e no instante que nós batemos a porta do banco de trás, ele tratou de sair dali cantando pneu.

Numa tentativa de animá-la eu estava ressuscitando uma história de quando um cliente bêbado havia insistido em cantadas grosseiras para Ellie e eu havia o acertado com uma panela. Não tinha sido nada engraçado na época, quando o homem ergueu uma cadeira para jogar em mim e eu tive que chutá-lo no meio das pernas e sair correndo. Mas as coisas soaram melhores quando homens fardados e armados entraram o Café do Lewis partindo para o nosso socorro no banheiro feminino.

Assim que eu consegui enfiar a chave na fechadura do meu apartamento velho, tremendo de tanto rir, notei que algo estava errado. Um cheiro rodeava o âmbito. Um perfume forte e... Cigarro. Maldito perfume masculino e cigarro. Congelei ainda na porta, perdendo o sorriso rapidamente, fazendo com que Ellie batesse nas minhas costas.

–Hey!

–Ellie, algo está errado. - Foi um sussurro um tanto quanto histérico, apertei minha bolsa carteira contra meu peito. Eu não tinha medo de usá-la se necessário.

–O quê?! - Sussurrou de volta, tentando espiar por cima do meu ombro. - Ai meu Deus, um ladrão entrou na sua casa?

–Shhh! - Tapei a boca dela, com uma mão desajeitada.

Estreitei os olhos para a escuridão do apartamento. A luz da cidade lá fora escapava timidamente pelas cortinas e iluminava precariamente minha sala e cozinha. Um clique no meu cérebro me deu um sinal.

–Bento?! - Com o coração acelerado eu entrei correndo no apartamento.

Dane-se perfume masculino e cigarro, dane-se arrombamento de propriedade privada.

–Alminha, volta aqui! Não é seguro entrar ainda, vamos chamar os homens sexys e armados. ALMINHA!

Acendendo todas as luzes do apartamento, eu finalmente encontrei meu cachorro cinzento esparramado no chão da cozinha, os dentes cravados em um osso gigante para cachorro. Um osso muito caro que eu nunca havia comprado para ele. Seu rabo abanou em minha direção, mas ele não se levantou. Eu acho que também não me levantaria para ninguém se minha comida favorita estivesse nas minhas mãos.

–Você está completamente louca, Alma. - Berrou a loira lá de fora.

Ignorei.

Em cima do balcão da cozinha estava um saco de papel cheio de algo que cheirava malditamente bem e ao lado uma caixa muito bem embalada e rodeada com uma fita vermelha.

–Não toca em nada! Pode ser uma bomba! - Revirei os olhos para minha amiga. Ela ainda gritava conselhos para o nada quando eu desenrolei o saco de papel.

Eu poderia reconhecer o papel gorduro que revestia o sanduíche e o saquinho de batatas fritas em qualquer lugar. Era o sanduíche e as melhores batatas fritas do mundo, onde só tinha no Magg's. Minha lanchonete favorita. O mesmo lugar que eu havia aberto um pedaço de meu coração para ele, quase como em uma aula de anatomia.

Engoli um soluço e criei coragem para rasgar a caixa com o papel de presente de carneirinhos. Minhas mãos tremiam e meus lábios poderiam rachar a qualquer momento de tanto que eu os mordia.

Aos poucos eu fui vendo pedaços de sorrisos bonitos em uma caixa de tamanho médio. Meu cérebro demorou algum tempo para associar o que estava escrito nela.

CÂMARA POLAROID

Por pouco eu não derrubei a caixa no chão da cozinha.

–ELLIE ELE ME DEU UMA CÂMARA POLAROID! - Gritei tão alto que Bento soltou um latido assustado.

–O que é isso e de quem você tá falando? - Rebateu, também gritando.

–Sua idiota, venha aqui. Não tem ninguém no apartamento.

–Tem certeza?

–Absoluta.

Timidamente, ouvi seus passos se aproximando e então sua cabeça espichou para a entrada da cozinha.

–A barra tá limpa?

–Com água sanitária.

Aproximou-se do balcão e vasculhou o saco do Magg's.

–Ai meu Deus, isso só pode ser veneno!

–Ellie, o que diabos você anda assistindo?

–Estou falando sério, Alminha. - Puxou pelas pontas do dedo indicador e dedão o saco de papel e tacou na pia. - Vamos colocar fogo.

–Você está ficando louca. Não vou fazer isso com as batatas fritas. - Puxei-a pela o cotovelo para manter distância do pobre sanduíche e enfiei na sua cara a caixa com a câmara. - O que é isso?

–Lembra daquelas câmaras de época que você tirava a foto e ela já saia na hora? Eu te disse que estava juntando grana para comprar no futuro. Bem futuro. Talvez quando os carros voassem.

Olhou-me com pouco interesse e balançou a cabeça.

–Jeremy sabia que eu queria uma dessas e me deu. Mas eu não vou aceitar. É demais e nós nem estamos mais juntos.

–Como você tem tanta certeza que é ele? E se for, como você vai devolver? Pelo filho dele? Não parece uma boa ideia.

Eu não tinha certeza de que era ele, de fato, mas quem mais faria isso? Devolver pelo Sam parecia totalmente errado e eu não fazia outra ideia de como encontrar Jeff.

–Espera... Já vi isso nos filmes. Deve ter algum cartão do seu assassino. - Ela tratou de vasculhar pelos papeis de presente rasgados e amassados e puxou de baixo um envelope branco e me entregou.

–Será que é uma bomba? - Perguntei sarcasticamente.

Ellie soltou um grito estridente, tacou o envelope no chão e saiu correndo pra sala. Bento soltou mais um latido descontente e trotou para fora da cozinha com seu osso nos dentes. Quase como se dissesse para seu melhor amigo momentâneo "vamos Tesouro, não se junte a essa gentalha".

Sozinha, peguei o envelope do chão e, com as mãos ainda trêmulas, vasculhei por um nome no exterior dele. Nada.

Abri.

Vida,

Odeio o seu tempo. E estou perdendo o resto da minha paciência.

Não seja cabeça dura e fique com a câmara.

Sam está citando algo como "ir para Chipre para comemorar". Espero que isso signifique algo.

–Santo Rony Weasley. - Murmurei baixinho com os dedos, mãos, pernas e cabeça trêmulas. - Ells, acho que temos que evacuar todo o prédio.

Um grito estrangulado saiu da sala.

–EVACUAR!

Não foi uma cena bonita de se ver.

Eu tive que subir em cima do sofá com o saco de batatas fritas para chamar sua atenção e então gritar que era uma brincadeira. Enquanto meu vizinho ao lado batia com o cabo de vassoura na parede e berrava por silêncio (paradoxal assim).

Os olhos da Ellie ficaram tão raivosos que eu temi minha vida. Por pouco não me tranquei no banheiro, mas fiz um acordo sobre dividir meu jantar e usei a chantagem emocional com o fato de ainda ser meu aniversário.

Vasculhando os armários da cozinha achamos um Johnnie Walker escondido, um presente do marido da minha irmã (que eu havia jurado que NUNCA iria abrir e olha só...) e decidimos comemorar com ele.

–POP! - Assim que eu consegui retirar a rolha, eu e Ellie já estávamos quase urinando nas calças de tanto rir para o nada.

Infelizmente eu fui obrigada a dividir minhas batatas fritas e sanduíche, ao mesmo tempo que Ellie falava o quanto Collin gostava de sanduíches com bacon e nós duas fingíamos que não percebíamos os seus soluços entre uma bebericada e outra.

Poderia ter sido pior, pensei, meu pai poderia ter invadido meu apartamento gritando que sabia que eu tinha o demônio no meu corpo.

***

O resto da semana passou rápido.

Um borrão de planos de estudo, teatro no emprego sobre não-estou-morrendo-mas-minha-coluna-ainda-dói, uma visita ao meu pai e minhas tentativas para animar a Ellie. Ela tinha voltado pra casa, ele também e os dois não tinham colocado as cartas na mesa.

A parte mais difícil da minha lista tinha sido na quarta, durante a visita ao meu pai, como geralmente era a parte mais difícil do mês. Eu dirigia alguns vários quilômetros até a clínica afastada da cidade. Era um lugar muito bom, afinal, eles tinham um jardim amplo e um lago com peixes. Além da infraestrutura, era o melhor local para se tratar doenças degenerativas que eu poderia (ou não) pagar. A cada visita meu pai se lembrava um pouco menos de mim, da minha (ou nossa) família e dele mesmo. Seus transtornos mentais foram diagnosticados bem antes do Mal de Alzheimer. Eram esses transtornos que o tornava agressivo, mas havia dias bons como aquele.

–Oi papai. - Eu toquei no ombro da sua poltrona confortável, sempre de frente para a TV.

–Agatha, querida, fico feliz que você veio hoje. - Seus olhos não deixavam a televisão.

–Eu também fico, pai.

–Você pode pedir a minha mãe para vir também da próxima vez?

Minha avó havia morrido há tempos, quando eu tinha quase 10 anos.

–Claro.

–Obrigado.

–O que você andou fazendo?

Por um rápido momento seus olhos desfocaram da TV. Ele mirou um ponto qualquer na parede e piscou algumas vezes.

–Estou trabalhando na marcenaria. Fazendo casas para passarinhos. Minha mãe queria muito uma dessas. Estou fazendo várias para ela.

Fui atrevida ao tentar tocar sua mão. Ele deixou.

–Ela vai ficar muito feliz.

–Obrigado, Agatha.

Balancei a cabeça. Puxei mais alguns assuntos superficiais, mas depois de algum tempo ele simplesmente parou de responder. Não queria mais papo e só me restou ir embora.

A parte mais conturbada tinha sido na sexta-feira.

Ellie e Collin finalmente tinham tido uma conversa decente. Ok, faz de conta que eu não tive que armar para que eles finalmente conversassem. Algo sobre uma doença séria na coluna e não conseguir sair do sofá da minha casa... Nada demais. Fiquei feliz com o fato do Collin ter vindo até o meu apartamento pensando que eu falava a verdade, acho que isso mostrava a amizade que nós estávamos construindo. E eu gostava muito dos dois. Preferencialmente juntos.

Quase tive que amarrá-los no sofá da minha casa assim que a Ellie chegou (pontual e preocupada como sempre). Ambos quiseram me jogar pela janela ao perceber o que eu tinha feito. Acho que esse ódio em comum juntou-os um pouco mais. E assim eles conversaram. Alto e raivoso como eles sabem fazer tão bem. Tive que me conter para não sair correndo do banheiro e interferir. Isso não cabia mais a mim, repetia o tempo inteiro com o ouvido grudado na porta.

Foi só quando ficou tudo em silêncio que eu notei que meu plano havia dado certo. Compartilhando o chão do banheiro minúsculo com meu cachorro, beirando as 23 horas, eu fiquei feliz pelos meus amigos (oh sim, Collin conquistou esse título) e algo mais...

É a segunda vez que isso acontecia comigo em relação a Ells. Eu não sei se vocês conhecem esse sentimento, Leitores, ele incomoda como um corte na ponta do dedo. Eu sempre fui muito boa em ficar feliz com a felicidade dos outros. Era algo natural. Só tem sido tão difícil ultimamente. Estou começando a pensar que todos estão condicionados a felicidade e pelo visto Alguém Lá Em Cima havia esquecido minha figurinha debaixo do sofá.

Faz algum tempo que eu não me dava ao luxo de ser tão egoísta e um pouco invejosa. Mas eu estou sendo agora e estou chorando por mim. E talvez, somente talvez, isso não seja algo imaturo de se fazer. Eu só estou tão... No limite.

Algo gelado cutucou minha mão e olhei para Bento e sua tentativa de chamar minha atenção com seu focinho. Seus olhos caramelo me olharam com compaixão e eu juro que não estou inventado isso. Acariciei suas orelhas e engoli o máximo dos meus soluços que consegui.

–Alminha, querida?! - Tomei um susto quando batidas hesitantes soaram na porta.

–Eu... Eu estou saindo. - Levantei em um pulo e enchi minhas mãos em concha com água. Lavando o rosto e afastando o máximo de sinal de choradeira, eu saí do banheiro com Bento nos meus calcanhares.

No parapeito da porta dois pares de olhos me observaram com receio. Corei dos pés a cabeça.

–Vejo que vocês se acertaram. - Forcei-me a sorrir, abraçando-me pelos cotovelos.

–Eu acho que sim. - Collin exibia um sorriso contido, mas seus olhos brilhavam. - Pensando bem.. Com a Ellie comigo - Trocaram olhares apaixonados que doeram mais que mordida no garfo. - Eu ganho uma mala sem alça de graça. Ela me agrada. - Seu olhar voltou-se para mim.

Silêncio.

–Tá... Estou aceitando abraços de agradecimento. - Soltei, com um pouco mais de coragem na voz.

E então dois pares de braços me sufocaram e duas patinhas pularam na minha coxa.

–A gente ama você! - Ellie guinchou.

Meus olhos mais uma vez transbordaram.

–Droga, eu acho que minha TPM está me perturbando.

–Opa! Palavra secreta para manter distância. - Collin se separou algumas passadas e eu sorri. Olhando dele para a Ellie e dela para meu cachorro cinzento que ainda abanava o rabo.

–Eu também amo vocês.

***

Sábado chegou e por algum motivo eu pulei da cama com os joelhos trêmulos.

Eu tinha um encontro em uma sorveteria com duas crianças e estava completamente apavorada. Quão ridículo isso soou?

Saí para uma caminhada matinal com Bento, tomei um banho gelado, corri pra padaria perto de casa e bebi um café preto. Nada solucionou a tremedeira. Perto das 9 da matina meu celular toca e eu dou uma pirueta do balcão da cozinha, onde eu (tentava) estudar o sistema endócrino.

A tela do celular brilhava com a foto do Jeff e o filho. Juro que meu café da manhã estava voltando. Ok. Respira. É só atender o telefone e fazer de conta que está assistindo programas no Animal Planet. É, eu era boa nisso.

–A-a-alô?

–Olá, tia Al. Estarei chegando por volta das 14 horas no seu apartamento. - Foi um vômito de palavras tão grande que por pouco eu não entendi. Uma voz ao fundo murmurou um 'diz se não houver problemas, Samuel!' - Meu pai mandou eu dizer "diz se não houver problemas, Samuel!"

Deixei uma risada um tanto quanto histérica escapar.

–Está ótimo, Pequeno Newton.

–Certo.

E então desligou. Assim. Tudo bem, ninguém precisava mesmo dizer adeus no telefone. Dois minutos depois meu celular toca novamente.

–Oi, tia Al. Meu pai me disse que desligar sem dizer tchau é falta de educação. Sou educado, então tchau.

"Sam, espera, não é pra..." mas a voz ao fundo foi cortada.

Desligou mais uma vez. Eu não notei que estava sorrindo, nem mesmo segurando o celular contra o peito. Não sabendo ao certo se pelo pai ou filho, eu desisti de estudar e mergulhei na limpeza do apartamento. Qualquer coisa para manter o corpo (e com sorte a mente) longe das 14 horas.

Deixei meu apartamento um brinco. Não estava nem perto da hora marcada e eu já tinha a cozinha brilhando, o sofá arrumado, cama feita e até o Bento sambou na minha limpeza.

Assim que eu perguntei, como quem não quer nada, se ele estava afim de um banho, ele tratou de se meter debaixo da minha cama e só saiu de lá quando percorri uma trilha com sucrilhos até a emboscada no final.

Quando a campainha tocou as 10, eu sabia exatamente quem era. Mal ela soou pela segunda vez e batidinhas impacientes esmurraram a porta.

–Tiaaa - cantarolou aquela voz fina do outro lado.- Tia Almaaa!

Aos tropeços eu a recebi minha sobrinha e sua mãe no meu apartamento. Mel saltou em mim como um autêntico chipanzé e se agarrou em meu pescoço.

–Titiaaa!

Tudo isso ao coro de latidos alegres de Bento.

–O Sam tá chegando?

–Ainda não.

–E agora?

–Não.

–Mas e agora?

–Mel...

–Ela trouxe roupas limpas nessa mochila... - Agatha me empurrou uma bolsa de princesas.

Não sei onde ela imaginava que eu a colocasse, já que minhas duas mãos estavam bem ocupadas, mas então ela equilibrou na cabeça da filha.

–Caso aconteça como o da última vez... Ao menos eu não terei que jogar as roupas da minha filha na lareira.

–Entendi. - Esforcei-me um bocado para não fechar a porta na cara dela. Ter educação não é uma qualidade, algumas vezes.

–Eu já vou indo. Então...

E deu as costas. Assim, sem nem se despedir. Talvez eu tenha que ensinar a minha irmã que não é educado sair sem dizer adeus.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Heey queijos!
Por algum motivo eu decidi bancar a diferente e começar o ano com o pé esquerdo. Não deu certo.
Estou nessa maré de azar, longe de ver terra firme. Já pedi ajuda até a Iemanjá.
Minha mais nova conquista foi um tornozelo torcido o Consegui com muito esforço!
Agora, pararei de tagarelar e darei um pequenino recado...
Será que alguém aí tá afim de um PDV do Jeff?
Hm, como sou azarada, porém legal, aqui está um trecho minúsculo.

"Eu ainda espero que ela se arrependa pelo o que fez comigo. Não sei se acredita que eu correria atrás da sua bunda, mas espero que ela tenha a fodida certeza que eu não vou. Eu não sou um cara de implorar e não seria por ela que eu o faria. Talvez eu tenha pensado que ela valeria a pena, mas ela definitivamente não vale."
É isso.
Beijos, queijos!
Adoro queijos.
E brigadeiro.
Tenho que juntar os dois em algum momento da vida.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Obrigado e Volte Sempre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.