Family Portrait escrita por imradioactives


Capítulo 40
Um susto maior que os do Sebastian




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– Dormir. – eu coloquei meus braços por cima dos seus. Ele riu com escárnio.
– De jeito nenhum. – então ele me arrastou pra dentro de seu quarto, trancando a porta e me conduzindo até a cama.
– Bryan...eu estou com sono. – eu disse, sorrindo.
– Imagino mesmo que esteja. – então ele me beijou e nós deitamos, nos ajeitando. Começamos com um beijo calmo, que logo foi ficando urgente. Suas mãos corriam livremente pelo meu corpo, me fazendo estremecer a cada toque em pele nua. Elas entraram por dentro de minha blusa, e eu o puxei mais para mim, nos colando mais ainda um contra o outro, se é que isso era possível.
Quando vi, minha blusa já estava no meio do quarto. Logo depois, a dele também voou para fazer companhia. E aí minha condição humana falou mais alto.
– Bryan... – parti o beijo – eu bebi demais, eu...
– Você não está bêbada, Alice. Não venha com desculpas. – ele apoiou as duas mãos no colchão dos meus dois lados e me encarou de cima.
– Não, não é isso. – eu disse – Eu preciso ir ao banheiro. – ele riu.
– Você não está falando sério, está? – eu não aguentei e ri também.
– Estou. E você em cima de mim está piorando um pouco as coisas.
Ele riu e rolou para o lado, levantei e corri até o banheiro.
Se eu demorei três minutos, foi muito. Mas foi o suficiente para Bryan entrar em sono profundo.
Ao abrir a porta do banheiro e me deparar com a cena, ri baixo. Recolhi minha blusa, a vestindo e colocando a dele em cima da estante. Deitei o seu lado, me aninhando em seus braços e logo adormeci também.

Acordei com uma respiração batendo regularmente em meu pescoço. Quando abri os olhos, os papeis tinham se invertido. Eu estava deitada de costas, e Bryan, deitado de bruços, tinha um de seus braços envolvendo minha cintura e o rosto enterrado em meu pescoço. Movi minha mão esquerda e acariciei seu cabelo de leve, sentindo seus cabelos finos serpentearem pelos meus dedos.
– Desse jeito eu nunca vou sair daqui. – sua voz rouca de quem acabou de acordar me fez sorrir.
– Pensei que você estivesse dormindo. – eu disse. O senti sorrir.
– Não faz muito tempo que eu acordei, mas é bom ficar aqui. – ele se aninhou em mim, me puxando mais pra perto.
– Você não existe. – eu balancei a cabeça. Ele riu e deixou um beijo leve em meu pescoço, subindo para meu queixo, depois para minha bochecha, e depois para minha boca.
– Aceite isso como desculpas pelo vexame de ontem. – ele sussurrou em meu ouvido. Demorei um tempo para entender. Não pude segurar uma risada.
– Você bebeu demais, eu entendo. – eu disse, ele revirou os olhos.
Então alguém bateu na porta. Bryan se levantou e abriu. Ashley estava parada a porta.
– Me desculpem atrapalhar, de verdade. Mas é que eu realmente preciso roubar Bryan por alguns minutos. Preciso que ele vá comigo até o centro da cidade para me ajudar a escolher umas coisas que não tem aqui. Estou pensando em fazer uma sobremesa especial para vocês hoje, mas só porque estou de bom humor. – e então ela encarou Bryan, sem camisa e os cabelos bagunçados, depois olhou para mim, de pijama, jogada na cama dele, com os lençóis todos bagunçados. E eu entendi o que aquilo parecia ser. E na hora meu rosto ficou da mesma cor de um pimentão.
– Vou apenas trocar de roupa e nós já vamos. – Bryan respondeu. Ashley sorriu e saiu.
– Nós só damos fora! – eu disse enquanto ele fechava a porta. Ele franziu o cenho.
– Por quê? – perguntou.
– Bryan, olhe para nós! Tenho certeza que Ashley pensou que nós dormimos juntos.
– Mas nós dormimos juntos. – ele disse.
– Sim! – eu comecei – Quer dizer, não! Não nesse sentido. – ele parou por alguns segundos, depois sua expressão clareou e ele entendeu o que eu quis dizer.
– Ela não precisa saber o que fizemos durante a noite. – ele deu de ombros.
– Esse é o problema, nós não fizemos nada! E ela entendeu tudo errado. – ele estava prestes a entrar no banheiro, quando eu disse isso, ele parou e se virou.
– Então foi um problema nós não termos feito nada durante a noite? – ele tinha as sobrancelhas arqueadas, em uma expressão maliciosa.
– Não foi isso que eu quis dizer. – eu apontei um dedo para ele. Mas ele apenas sorriu e abriu a porta do banheiro. Antes de entrar ele deu uma última olhada para mim e disse:
– Não se preocupe, com certeza haverá outras oportunidades.
Eu fiquei com essa frase martelando em minha cabeça todo o tempo em que ele ficou dentro do banheiro.
E então ele saiu, com o cabelo molhado, todo bagunçado, pingando no chão, a camisa de gola V cinza ainda marcando o corpo por ele ter a terrível mania de não enxugar a barriga direito quando sai do banho, e a bermuda branca jeans até o joelho. E de repente eu não conseguia pensar mais em nada.
Ele me deu um beijo rápido e saiu, indo comprar os ingredientes para a sobremesa de Ashley.
O problema foi que nós nunca descobrimos qual seria essa sobremesa.

Eu já havia trocado de roupa e estava sentada no sofá conversando com Sebastian sobre coisas aleatórias. Então meu celular tocou, era Patrick.
De começo, revirei os olhos. Antes de virmos para Sedro-Woolley, ele disse que ligaria todas as noites, e assim o fez. Mas estávamos em plena sexta-feira, às 11h da manhã. Atendi.
– Oi Patrick! – fiz uma voz bem humorada. Sebastian me olhou e franziu o cenho. Ele perguntou sem fazer som: Patrick? Assenti.
Alice, eu preciso que vocês voltem para Seattle. Agora. – sua voz estava carregada de preocupação.
– Como assim? O que aconteceu? – eu perguntei, já levantando. Sebastian me encarou e se levantou também, alarmado.
Sua mãe, ela não está nada bem. Estamos no Washington Medical Center, venha rápido. – e então ele desligou. Meus olhos automaticamente começaram a arder.
– O que aconteceu, Alice? – Sebastian perguntou, preocupado.
– Precisamos voltar para Seattle agora. Minha mãe não está nada bem.

Fiz minha mala o mais rápido possível e Sebastian também. E então entramos em seu carro e saímos em disparada para Seattle. No caminho eu liguei para Bryan e expliquei o que tinha acontecido. Eles fariam a mala deles e iriam direto para o hospital também.
Eu já estava perdendo o controle, já tinha chorado algumas vezes enquanto Sebastian dirigia o mais rápido que conseguia. Em algum momento enquanto eu chorava silenciosamente, ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Percebi que um gesto de carinho era o que eu estava mais precisando no momento. De vez em quando ele apertava minha mão e me olhava nos olhos, dizendo silenciosamente que estava tudo bem.
E, de mãos dadas, fomos até chegarmos ao hospital.


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