Family Portrait escrita por imradioactives


Capítulo 38
Beijo Proibido


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!!!!!! Voltei com uma pequena surpresa para vocês! HAHHAHA espero que gostem



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Quinta-feira de manhã. Bryan e Ashley tinham saído para cavalgar novamente, e havíamos apenas eu e Sebastian na casa. Quando entrei na cozinha, ele estava parado em frente à geladeira com a porta aberta.
– O que tem de tão interessante aí? – eu perguntei. Ele se virou para mim, mas logo voltou a olhar a geladeira.
– Estou pensando se bebo alguma coisa ou não. – ele respondeu.
– Não. Guarde para hoje à noite. Vamos beber todos juntos. – eu disse, parando atrás dele e ficando na ponta dos pés, vendo o que tinha lá dentro por cima de seu ombro.
Todas as vodkas e o engradado estavam fechados, do jeito que estava quando chegamos. Surpreendente para quatro adolescentes sozinhos no meio do nada.
– Eu não estava falando de álcool, Alice. – ele me olhou por cima do ombro – Mas não é uma má ideia nós bebermos isso hoje. – ele fechou a porta da geladeira e eu me virei, pegando um copo d’água e me encostando no balcão.
– Eles saíram muito cedo?
– Não. Apenas alguns minutos antes de você acordar.
– Então eles vão demorar. – eu deixei o copo em cima da pia. E observei Sebastian analisando o copo.
– Acho que eu já sei o que vamos fazer enquanto eles não voltam. – ele sorriu, triunfante.
Ele me puxou pela mão, me levando até o lado de fora, quando chegamos perto da piscina, sem olhar para trás, ele tirou sua camisa e pulou lá dentro, jogando água para fora e me molhando praticamente inteira.
– Você não fez isso! – eu gritei. Ele emergiu, já sorrindo.
– Pensei que você iria pular atrás de mim.
– Com certeza! – eu disse, sarcástica. Revirei os olhos. Ele saiu da piscina, andando em minha direção.
– Um abraço de desculpas, então. – ele abriu os braços e não parou de andar.
– Não! – eu disse, apontando um dedo. Quando eu vi que ele não iria parar, me virei para sair correndo. Talvez tenha dado dois passos, ou três, antes de ele pegar meu braço e me virar.
Então nossos corpos se chocaram, junto com os nossos lábios.
Por um momento eu fiquei completamente paralisada, minhas mãos estavam apoiadas em seu peito, molhado e nu. E então uma de suas mãos deslizou até minha cintura, e a outra foi até minha nuca, e ele se inclinou, querendo aprofundar o beijo.
Aproveitando minha posição, o empurrei para longe.
Quando abri os olhos, pude ver uma expressão confusa atravessando seu rosto, mas ela sumiu tão rápido quanto veio, e deu lugar a natural expressão fria e superior que Sebastian tinha.
– Você não devia ter feito isso. – eu disse. Pensei ter sentido uma gota de chuva escorrer pelo meu rosto, mas poderia também ser que eu ainda tinha a sensação de suas mãos molhadas em meu corpo.
– E porque não? – ele arqueou uma sobrancelha.
– Porque eu...- eu comecei, minha cabeça trabalhava a mil, tentando me acalmar e ao mesmo tempo escolher as palavras certas – Eu não posso! – eu finalmente soltei, depois percebendo que não foi a melhor escolha de palavras.
– Não pode? – Sebastian era ótimo em te fazer falar. Ele sabia escolher as palavras certas para te atingir, ele sabia levar a conversa para o caminho que ele queria sem fazer muito esforço. E quanto mais eu o conhecia, mais eu conseguia me esquivar disso. Mas havia momentos em que isso era impossível. Simplesmente não tinha saída.
Os pingos começaram a ficar mais fortes em minha cabeça. Segundos depois a chuva forte começou a cair, fazendo meus cabelos grudarem no rosto e minhas roupas grudarem no corpo. A água da chuva escorria pelo corpo de Sebastian, se misturando com a água da piscina. - Alice... – ele deu um passo para frente.
– Eu e seu irmão... – eu o interrompi – Eu e Bryan...nós... – eu alternava o olhar entre o chão e seu rosto. Vi seu corpo ficar tenso, como se ele finalmente tivesse entendido tudo.
– Você e Bryan. – ele balançou a cabeça, assentindo. A água caía com tanta velocidade e força que eu precisava passar as mãos em volta dos olhos para poder enxergá-lo nitidamente. – Então, acho melhor nós entrarmos. – ele disse – Não quero que minha mais nova cunhada fique doente. Meu irmãozinho não precisa de mais uma preocupação. – por um momento eu não saí do lugar. Fiquei raciocinando como ele poderia assumir outra posição em tão pouco tempo. Há alguns minutos ele estava me beijando, e agora está agindo como se eu fosse namorada do irmão dele. – Venha, Alice. – ele disse em um tom um pouco mais autoritário, me fazendo voltar a mim. Balancei a cabeça e comecei a andar, com ele logo atrás de mim.
Entramos na chácara deixando um rastro molhado atrás de nós. Entrei no meu quarto sem olhar para trás, e fui para o chuveiro.

Quando saí, Ashley estava apenas de lingerie, com uma toalha em volta do corpo. O cabelo ensopado e pingando.
– Pelo visto você também não conseguiu fugir na chuva. – eu comentei.
– Não. Coitado dos cavalos que eu Bryan estávamos usando, ficaram ensopados! – ela reclamou, pegando suas roupas e entrou no banheiro, se trancando lá dentro.
Me retirei do quarto indo em direção à cozinha, encontrando Bryan de costas para mim, encostado no balcão e mexendo com alguma coisa que não consegui ver.
Cheguei mais perto, abraçando sua cintura. Ele largou o que estava fazendo quando se deu conta que era eu.
Tudo o que eu precisava naquele momento era entender o que tinha acontecido lá fora.
Entender, talvez eu já tenha entendido, eu só precisava encontrar uma maneira de contar isso a Bryan. Ou talvez eu não precisasse contar. Sebastian se sairia muito bem dizendo que apenas...percebeu que estávamos juntos.
Bryan se virou e me olhou, surpreso.
– Gestos de carinho assim, do nada? – ele arqueou uma sobrancelha. – Acordou de bom humor? – ele se inclinou e me deu um beijo rápido.
– Se não gostou, eu paro. – eu disse. Ele revirou os olhos.
– É só que...bem...logo você que é tão reservada. – eu abaixei o olhar.
– Acho que nós não estamos em perigo aqui. – eu disse. Ele sorriu.
– Sebastian pode aparecer a qualquer momento. – ele sussurrou.
– Sebastian não é uma ameaça. – eu respondi. Ele deu de ombros.
– Tudo bem. – ele olhou pela janela, observando o quintal da fazenda, a chuva já havia cessado, eram aquelas típicas pancadas de fim de verão. Ele segurou minha mão. – Vem, vamos dar uma volta.
– Não! – eu disse – Acabou de chover, a grama deve estar toda molhada e grudenta, e eu acabei de tomar banho!
– Toma outro! – ele disse, e então me puxou pela mão, me arrastando para fora.
– Bryan! – eu o repreendi enquanto voava porta a fora. – Eu odeio isso! – eu apontei para meus pés. Os pedacinhos de grama molhada já começavam a grudar neles. Bryan riu e continuou andando. Subimos pelo caminho de pedras que levava até a planície onde ficavam o estábulo e o lago. Conforme nos aproximávamos do estábulo, eu ia ficando cada vez mais desconfortável, e Bryan percebeu.
– O que foi? – ele parou e perguntou, a poucos centímetros da porta do recinto.
– Bryan, eu... – eu precisava admitir que era ridículo dizer em voz alta que eu tinha medo de cavalos. – Eu não gosto muito, sabe... – eu me enrolei toda com as palavras, e acabei dando de ombros, apenas apontando para o estábulo e balançando a cabeça negativamente.
– Você tem medo de cavalos? – ele arqueou uma sobrancelha. Percebi que se controlava para não rir.
– Tenho! – disse finalmente. – Eles são incontroláveis! – ele jogou a cabeça para trás e gargalhou.
– Alice! São apenas cavalos! – ele levantou os braços.
– Por isso mesmo! – eu coloquei a mão na cintura. – Eu sei que você os ama e tudo mais, mas eu não vou entrar aí, desculpe Bryan. – como se de propósito, a porta do estábulo se abriu, revelando um homem (provavelmente o caseiro) segurando a rédea, e o conduziu para fora. Ao ver aquele animal marrom gigante me olhando, não consegui ter nenhuma outra reação a não ser sair correndo.
Meu azar é que Bryan foi tão rápido quanto eu, me seguindo e tentando me parar quase no mesmo instante em que eu corri. Consegui chegar até o começo da descida de pedras, antes que ele me puxasse pela cintura e me chocasse contra seu corpo. Mesmo de costas, eu conseguia imaginar um sorriso se formando em seu rosto.
O baque do meu corpo contra o dele o fez escorregar na grama molhada, e sua risada logo se transformou em um grito.
Quando eu dei por mim, nós dois já estávamos rolando barranco a baixo, com a grama molhada grudando em cada parte do nosso corpo.
A queda pareceu infinita.


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