Family Portrait escrita por imradioactives


Capítulo 28
Consequências Catastróficas




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Bryan mal estacionou e eu já saltei do carro, entrando em casa e indo direto para o meu quarto. O ouvi gritando meu nome atrás de mim, mas ignorei, eu não iria brigar com ele, eu queria era estourar tudo em cima de Sebastian.
Não passaram cinco minutos e ele chegou estacionando o carro, descendo e correndo para dentro de casa. Apenas esperei para as batidas na porta do meu quarto, e sem demora elas vieram. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a porta se abriu e a figura de Sebastian entrou em meu quarto, fechando a porta atrás de si.
- Alice...
- Eu achei que você fosse melhor que isso. – eu disse sem olhar para ele. Ele não respondeu, eu ouvia apenas sua respiração pesada atrás de mim. – Mas o que tenho a ver com isso, não é mesmo? – eu me virei para ele, e sua expressão era vazia, como se nada do que eu falasse o atingisse. – Você poderia ter o mínimo de consideração com seu irmão.
- Claro que poderia. Afinal, é o Bryan, certo? O intocável. – ele disse, cruzando os braços na frente do peito.
- Não venha jogar para esse lado agora, Sebastian. Eu estou falando sério. Você não poderia esperar mais um pouco, pelo menos?
- Eu não gosto de esperar, Alice. Você sabe muito bem disso. Eu nunca gostei. – sua voz era fria, como se o lado dele fosse o óbvio e o certo.
- Eu realmente não duvidaria se você me dissesse que vocês já vinham traindo Bryan desde... – e então eu parei, e minha mente clareou. – Isso já vem acontecendo há um tempo, não vem? – ele não respondeu, apenas encarou o chão. – Foi por isso que no dia em que eu saí para encontrar Ashley na praia, Taylor estava parada no portão, e ela me perguntou de Bryan. E depois quando eu perguntar para Bryan se ela já tinha ido embora, ele disse que não tinha nem estado aqui. Ela veio para ver você, não veio? E acabou sendo pega de surpresa, pois provavelmente ela pensou que Bryan não estaria em casa. – ele continuou encarando o chão, e depois de alguns segundos, levantou a cabeça.
- Mistério desvendado. – ele sorriu, cínico. Outra onda de raiva tomou conta de mim.
- Vai embora Sebastian, some da minha frente! – eu gritei. Eu queria mesmo era arrancar ele ali a tapas e pontapés. E antes de eu ceder à tentação, Bryan invadiu o quarto.
- O que é que está acontecendo aqui? – ele perguntou em um tom alto e firme.
- Vamos, Sebastian! Diga ao seu irmão o que é que está acontecendo aqui! – eu continuei falando alto.
- Pare de agir como se isso fosse um crime, Alice! – Sebastian jogou as mãos para o alto.
- Isso o quê? – Bryan perguntou, olhando de mim para Sebastian.
- Eu... – Sebastian começou, e depois respirou fundo, demorando para concluir. – Eu e Taylor...nós...
- Não precisa terminar. – Bryan falou, e de repente sua voz era dura e fria. – Só me responde uma coisa, Sebastian. Aconteceu enquanto eu estava com ela? – ele demorou um pouco, mas assentiu. Eu não consegui decifrar a expressão de Bryan logo de primeira, mas pude a observar mudando aos poucos, e então ele fez o que eu menos esperava. Avançou contra Sebastian e lhe acertou um soco certeiro. Sebastian na mesma hora foi ao chão, e Bryan já estava em cima dele no segundo seguinte.
E eu estava em choque. Estava junto a parede com a mão à boca e sem conseguir reagir.
Bryan e Sebastian brigando no chão no meu quarto, e eu não fazia a mínima ideia de como separá-los.
- Bryan, não! – eu gritei e dei alguns passos em direção a eles, mas sem saber como acabar com aquilo sem levar alguns socos grátis. Eu gritava para eles pararem, tentava ao máximo procurar alguma coisa para separá-los, mas era impossível. Eles tomaram conta do meu quarto, batiam na parede, depois nas cômodas. Eles vão destruir esse lugar.
Quando finalmente alcancei meu celular, não foi preciso mais fazer nada. Patrick invadiu o quarto seguido por minha mãe, e voou para Sebastian, que naquele momento estava com a mão levantada para descer outro soco em Bryan. Sem pensar duas vezes corri até Bryan e minha mãe me acompanhou. Conseguimos levantá-lo e o encostamos na parede, as duas em sua frente para que ele não pudesse correr até Sebastian. Patrick já tinha tirado um Sebastian furioso do meu quarto, e eu só consegui respirar de novo quando ouvi a porta do quarto de Sebastian bater, e os gritos de Patrick se alastrarem por lá.
Minha mãe olhou para Bryan, que estava aos poucos voltando ao normal.
- Fique com ele, Alice, eu vou tentar acalmar Patrick. – e então ela saiu do quarto e fechou a porta, me deixando sozinha com Bryan.
Sua respiração já estava se controlando, e seus músculos relaxando. O conduzi até minha cama e ele se sentou, e quando eu dei por mim, já tinha passado meus braços por seu pescoço e o apertava em um abraço, que logo depois ele já estava retribuindo.
- Eu pensei que vocês fossem matar um ao outro. – eu disse contra seu pescoço, minha voz embargada, agora que a adrenalina tinha passado. Ele sorriu contra meus cabelos.
- Era provável que isso acontecesse.
- Desculpe, Bryan, isso foi tudo culpa minha. – eu disse me afastando de seus braços e escondendo meu rosto nas mãos.
- Não, não foi culpa sua, Alice. Você não tem nada a ver com isso. – ele passou uma mão pelos meus cabelos. Eu levantei minha cabeça e o encarei. Um filete de sangue escorria por sua boca, e sua bochecha estava começando a ficar roxa.
- Espere, eu vou pegar alguma coisa para limpar você. – eu me levantei e fui até meu closet, achando o kit de primeiros socorros e voltei ao quarto, me posicionando na frente dele e começando os cuidados.
- Desculpe por quase destruir seu quarto. – ele disse. Eu olhei em volta, os quadros da cômoda estavam todos caídos, fora alguns que estavam no chão. O quadro de fotos que ficava preso em minha parede agora parecia vazio, tudo estava espalhado pelo chão. A mesa que carrega meu notebook estava torta, e o próprio notebook metade para fora. Fui até lá e o arrumei, para não correr o risco de também vê-lo no chão.
- Quase? – eu sorri para ele, e ele sorriu de volta. – De verdade, Bryan, me desculpe, mas eu fiquei tão brava por vê-lo com aquela menina que eu não consegui me conter. Eu não devia ter me metido nesse assunto. Eu não...eu não pensava que ele pudesse fazer isso com você.
- Está tudo bem, Alice. – ele colocou uma mão em minha perna. – Você não precisa se sentir culpada. Não precisa se desculpar de nada. - eu tirei minha mão de seu rosto, pois já tinha limpado tudo e colocado um pequeno curativo necessário. Mas não saí de sua frente, e analisei seu rosto. – Obrigada. – ele disse e pegou minha mão. – Daqui a pouco meu pai vai mandar nós descermos...ele vai querer saber o que aconteceu.
- A hora que ele souber que vocês brigaram por uma menina ele vai querer bater em vocês dois. – eu disse, rindo.
- Não duvido que vá mesmo. – ele respondeu rindo também. Eu suspirei.
- Você está bem? – perguntei.
- Estou. - ele passou a mão pelo rosto – Você fez um ótimo trabalho.
- Não, eu estou dizendo bem...
- Ah...sim, eu estou. Foi uma onda de raiva momentânea por descobrir que eles me fizeram de idiota. Eu ainda estou com raiva, na verdade. Mas vai passar.
Quando ele terminou de falar, a porta do meu quarto se abriu e minha mãe apareceu:
- Patrick quer conversar com você lá em baixo, Bryan. É melhor você também descer, Alice.


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