Family Portrait escrita por imradioactives


Capítulo 26
Despedida




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391954/chapter/26

O sinal do intervalo bateu e eu rapidamente saí da sala, levando minhas coisas até meu armário, logo depois indo ao refeitório. Bryan foi o primeiro a me avistar, e veio em minha direção. Lembrei que ele tinha algo para falar comigo e então esperei. Mas antes que ele chegasse até mim, senti uma mão em me braço, me arrastando para o corredor dos armários, que se encontrava deserto.
- O que você está fazendo, Connor? – eu disse baixo e entre dentes, enquanto era obrigada a encostar em um dos armários.
- Você não disse para conversamos pessoalmente? Então, pode começar.  – ele cruzou os braços e me encarou.
- E porque eu deveria começar? – eu imitei seu movimento, cruzando os braços também.
- Porque eu tomei a iniciativa de te ligar ontem. E você me evitou novamente para ficar com ele. – ele disse rispidamente, esticando um braço e batendo uma mão no armário, me prendendo de um lado.
- Você quer conversar comigo ou fazer mais uma cena de ciúme desnecessário? – eu perguntei. Ele respirou fundo, mas eu podia ver que ele estava se controlando para não estourar.
- Tudo bem, me desculpe. Mas é que eu realmente não entendo. Você me tem todos os dias, a hora que você quiser, mas está bem claro que você trocaria qualquer um aqui para manter uma amizade que não se tem todos os dias. Não é como se ele fosse vir te visitar toda semana.
- Você não vai entender, Connor. Apenas pelas suas palavras eu já percebi isso.
- Isso não faz sentido para mim. – ele balançou a cabeça negativamente.
- Então é melhor isso acabar por aqui. – eu falei, um pouco mais baixo.
- Como é? – ele perguntou.
- Isso mesmo que você ouviu, Connor, chega.
- Você só pode estar brincando comigo. – ele riu sem humor, desencostando a mão do armário e virando de costas para mim, passando as mãos pelos cabelos.
- Não estou. – eu respondi olhando para baixo.
- Você resolveu isso assim, de uma hora pra outra? – ele se virou de novo para mim.
- Connor, por favor. – eu dei um passo à frente – Eu gosto de você, de verdade, mas eu não consigo ver futuro em nós.
- Mas consegue ver um futuro com ele, não consegue? – ele sorriu de lado, claramente desapontado.
- Não, isso não tem nada a ver com Théo! Isso tem a ver comigo! Eu não quero mais Connor, não quero. Nós nunca daríamos certo, nunca. – eu abaixei minha voz, fitando-o. Por um momento eu pensei que ele iria sair andando e me deixar no corredor, olhando para o nada. Mas então ele veio em minha direção rapidamente, e eu recuei, batendo as costas no armário, seus dois braços passaram ao lado de minha cabeça, me prendendo ali no meio dele e dos armários.
- Connor! – uma voz no fundo do corredor chamou seu nome, e nós dois viramos, e eu pude ver por baixo do braço de Connor a figura de Bryan vindo em nossa direção. – A deixe sair. – Connor olhou para mim e relutantemente se afastou, e então eu lembrei que eu tinha que respirar. – Você precisa se acalmar. Vá para o refeitório antes que faça alguma besteira. – ele colocou a mão no ombro de Connor que já andava em direção ao refeitório. Bryan se virou para mim, vindo em minha direção e passando a mão pelo meu rosto. – Você está bem? – eu ainda estava meio perdida, mas consegui assentir.
- Ele... – eu olhei ainda um pouco assustada para Bryan – Eu não queria deixá-lo desse jeito...
- Ele é assim mesmo. Estoura de vez em quando, mas nunca faria nada contra você. – ele me envolveu em um abraço.
- Obrigada, Bryan. Eu não sabia mais como dizer para ele que eu não queria mais nada. – eu disse contra seu peito.
- Não precisa agradecer. – pude ouvi-lo rindo de leve – Vamos voltar para o refeitório, venha. – ele pegou em minha mão e nós seguimos para o refeitório.

Quando cheguei em casa, pude ver o carro de minha mãe parado na rua. Ela veio mais cedo para casa para levar meu pai e Théo para o aeroporto. Logo depois vi os três saindo de dentro da casa. Saí do carro e Sebastian saiu logo atrás de mim. Corri até eles e pulei nos braços do meu pai.
- Não vai pai, não vai, por favor! Fica pelo menos até o final de semana! – eu passei a mão pelo rosto dele. – Por favor!
- Ah, como eu queria! – ele me puxou para outro abraço, dessa vez mais demorado. – Mas infelizmente eu preciso ir, meu amor. Eu prometo que volto logo que eu puder. – senti meus olhos arderem, mas eu não iria chorar ali.
- Vocês precisam de alguma ajuda? – Sebastian perguntou.
- Não por hora, obrigada Sebastian. – minha mãe respondeu, sorrindo para ele.
- Tudo bem, Lizzy. Qualquer coisa que vocês precisarem eu estarei lá em cima. – ele disse e apertou a mão de meu pai e de Théo, e antes de entrar, lançou um olhar encorajador para mim, junto com um sorriso. Respondi o olhar e então ele fechou a porta.
- Vamos? – minha mãe perguntou enquanto todos estavam relutantes para entrar no carro.
Abracei meu pai e segui com ele. Ele entrou no banco do passageiro ao lado de minha mãe, e eu entrei atrás com Théo, deitando em seu colo enquanto ele passava as mãos pelo meu cabelo.
Nem preciso descrever como foi a partida deles. Chegando lá, eu não me aguentei e chorei como nunca desde que tinha chego em Seattle. E então eu os observei andando até o avião e partindo para longe de mim. Eu queria era correr atrás deles e me jogar dentro daquele avião com a roupa do corpo, não importa pra onde eles estivessem indo, eu estaria feliz se estivesse indo junto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!