Family Portrait escrita por imradioactives


Capítulo 22
Presente do Melhor


Notas iniciais do capítulo

ME PERDOEM FICAR TANTO TEMPO SEM POSTAR :(



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Depois de algum tempo, minha mãe apareceu com Patrick.
- Já de pé, Alice? – Patrick passou a mão pela minha cabeça e eu sorri para ele.
- Sim, estava esperando vocês chegarem para eu avisar que estou indo ver meu pai. – eu disse.
- Você não vai nem almoçar antes? – minha mãe perguntou, séria.
- Não, vou almoçar com meu pai.
- Alice, ele acabou de chegar de viagem, deve estar cansado. Dê um tempo até ele poder se instalar no apartamento.
- Mãe, por favor. Eu quero ir vê-lo. – eu respondi, já fazendo cara feia.
- Mas...
- Elizabeth, querida, deixe a menina ir. Tenho certeza que Miguel está esperando por ela. – Patrick a interrompeu em minha defesa. Sorri para ele rapidamente em agradecimento e saí porta a fora.
Estava andando até o apartamento de meu pai, pensando sobre os ocorridos de mais cedo.
A primeira coisa em que pensei foi em Bryan. Ele deixou de ir visitar Taylor para arrumar a minha festa de aniversário. Ela provavelmente deve estar morrendo de raiva, ela sabia que era meu aniversário...na verdade todos sabiam. E eu não fazia a mínima ideia de como.
Depois veio Sebastian, me encarando daquele jeito antes de eu conseguir sair da sala.
Ele me carregou até meu quarto, pois estava com dó de me acordar.
O apartamento do meu pai parecia estar a dois dias de distância por causa dessas lembranças.
Lembranças.
Então eu parei. É isso.
De repente a conversa que eu tive com Taylor depois da festa de Connor veio à tona em minha mente.
Me lembro de mais do que eu deveria.”
Foi isso. Só pode ter sido isso.
Taylor me viu entrando no quarto no colo de Sebastian, mas ela não percebeu que eu estava desacordada. Ela acha que alguma coisa aconteceu entre nós.
Respirei fundo e continuei a andar, guardando esses pensamentos para mim.

Bati na porta duas vezes, e estava prestes a bater a terceira quando a porta se abriu e a figura de Théo apareceu na minha frente.
- Graças a Deus. – eu disse num sussurro e pulei nele, envolvendo seu pescoço com os braços. Ele apertou minha cintura e me girou, me colocando para dentro do apartamento e logo fechando a porta.
- Graças a Deus porque? Eu nem demorei tanto assim pra atender a porta. – ele resmungou.
- Demorou sim. Era pra você ter atendido antes mesmo de eu bater. – eu brinquei.
- Pode deixar que da próxima eu adivinho que você está na porta, ok? – ele revirou os olhos. Sorri e voltei a abraçá-lo, com saudade dessas nossas brincadeiras.
- Onde está meu pai? – eu perguntei, olhando em volta.
- Foi em algum lugar comprar alguma coisa pra comer. – ele respondeu.  Assenti.
Comecei a reparar em volta, em como o apartamento era simples. Théo pareceu ler meus pensamentos.
- Desculpe se Vossa Alteza está acostumada com uma mansão. Não fazia sentido seu pai alugar um lugar caro se íamos ficar quatro dias apenas.
- Mas eu nem abri minha boca. – eu resmunguei, seguindo pelo corredor onde pude avistar que de um lado tinha três portas, e do outro uma entrada para a cozinha.
- O quarto que eu estou é o último. Vem que eu tenho uma surpresa para você. – ele me puxou pela mão e me levando até a última porta.
- Mas assim tão rápido? Não vai me pagar nem um sorvete antes? – eu brinquei, ele me olhou e riu.
- Então quer dizer que é só te pagar um sorvete e pronto? – ele perguntou enquanto abria a porta.
- Depende de quem está pagando o sorvete. – eu respondi.
- Qualquer dia eu te levo na sorveteria, então. – ele disse e sorriu, me olhando de relance. Eu parei no meio do quarto, me fingindo de ofendida.
- Eu sempre soube!
- Soube o quê? – ele se virou para me olhar.
- Que você era um pervertido e que estava fingindo ser meu amigo esse tempo todo só para me levar para cama na primeira oportunidade. – eu coloquei a mão sobre a boca, controlando a risada. Ele cerrou os olhos e deu um meio sorriso pra mim.
- Parece que Seattle está te fazendo bem. Está até fazendo piadas. – fiz cara feia para ele e me sentei em sua cama, o observando ir até uma das gavetas da cômoda e tirar um pequeno embrulho. Ele se aproximou, esticando a caixinha para mim e se sentando ao meu lado. Eu comecei a desatar os nós que enrolavam o embrulho, e então tirei a tampa e tinha um pequeno quadro, dividido em três espaços. Cada espaço preenchido com uma foto. Fotos nossas.
O de cima com uma foto de quando nós éramos bebês. Eu com o carrinho de brinquedo dele na mão e ele tentando tirá-lo de mim. Na de baixo, havia outra de quando nós éramos crianças, tínhamos lá nossos oito anos. Foi logo depois de um evento escolar, nós estávamos abraçados de lado, um abraço desengonçado, cada um tentando colocar o braço em volta do ombro do outro. E a ultima era a mais recente. Tirada no dia do meu aniversário de 15 anos, ele abraçava minha cintura e eu estava com a cabeça apoiada na volta de seu pescoço.
- Théo... – eu sorri, passando a mão por cima do quadro.
- Gostou? – ele olhou para mim, sorrindo.
- É lindo. Eu amei. – eu olhei para ele e o abracei. Ele passou os braços pela minha cintura e me puxou mais pra perto, me abraçando forte.
- Eu quero que você coloque isso em um lugar que olhe sempre. Para nunca esquecer que eu sempre estive, e que eu sempre vou estar ao seu lado. Não importa onde você esteja, ou até mesmo se um dia você encontrar alguém que faça com que eu tenha que dividir sua atenção. – ele disse, fingindo estar decepcionado. Eu ri e dei um tapa de leve em seu ombro.
- Eu nunca vou esquecer você, ou de tudo que você fez por mim. E não importa se eu encontre alguém – eu o imitei – isso nunca vai mudar nada entre nós. Eu nunca vou esquecer que você foi a única pessoa que esteve ao meu lado esse tempo todo, que sempre me entendeu e nunca me julgou. – eu sorri para ele, passando a mão pelo seu rosto. Ele pegou minha mão e deu um beijo de leve nela.
Alguns minutos depois meu pai chegou. Almoçamos juntos e passamos a tarde juntos. Fui chegar em casa eram quase 22h da noite. E obviamente, cheguei com um humor irradiando alegria. Encontrei minha mãe sentada sozinha no sofá, olhando para a TV. O olhar vazio.
- Mãe? – eu perguntei – Está tudo bem? – me ajoelhei na frente dela.
- Está sim, filha. Eu só não estava me sentindo muito bem.  – ela sorriu fraco para mim.
- O que houve? – eu podia ouvir a preocupação em minha voz. Eu nunca havia falado daquele jeito com minha mãe.
- Apenas um mal estar. Já vai passar. – ela colocou a mão sobre a minha – Vá deitar, amanhã já é segunda feira.
- Eu vou com você até o quarto. Vem. – eu a ajudei a levantar e a carreguei até a porta do quarto, ela me deixou um beijo e entrou no quarto, onde pude observar Patrick dormindo. – Boa noite. Até amanhã. – eu disse e me virei, não deixando tempo para ela responder.


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