Depois de algum tempo, levantamos do sofá e fomos para a parte da frente da casa, perto da piscina. Bem quando saímos, um dos amigos de Connor atravessou o jardim correndo e pulou, dando uma cambalhota no ar, espirrando água pra todo lado. Algumas pessoas se animaram com a ideia e logo a piscina estava cheia.
- Me acompanha? – Connor perguntou tirando sua camisa.
- Não, estou muito bem te observando daqui. – eu respondi, rindo. Ele riu de volta e saiu correndo para pular também.  Cruzei os braços andei até a figura conhecida de Sebastian, que estava encostado na parede perto da porta de entrada.
- Porque não pula também? – eu perguntei.
- Você pula comigo? – ele olhou pra mim.
- De jeito nenhum. – eu respondi.
- Então não. – ele deu de ombros. Eu ri e pude vê-lo levantando a mão e levando o cigarro até a boca.
- Não sabia que você fumava. – eu observei.
- Não fumo. É que não tem absolutamente nada pra fazer. – ele comentou.
- Sebastian, você está numa festa. Até eu arranjei o que fazer. – eu apontei pra mim mesma.
- Eu vi, Connor soube muito bem como te manter ocupada. – ele me olhou e sorriu, malicioso. Sorri cínica.
- Arranja alguém pra te manter ocupado também. – eu o encarei.
- Pode ter certeza que eu já me ocupei com bastante gente. – ele disse. Levantei os braços, em sinal de desistência. Ouvi alguém chamar meu nome e me virei, observando Connor se aproximar, colocando sua camisa novamente.
- Já? – perguntei.
- A água está gelada demais. – ele disse.
- Fresco. – eu sorri. Ele me olhou, arqueando uma sobrancelha e quando eu vi, ele já estava com seus braços em minha volta, prensando seu corpo molhado contra o meu. Gritei e me debati, tentando afastá-lo de mim.
- Me solta! – eu gritei, mas ele era mais forte que eu, e eu não consegui afastá-lo – Não, Connor, por favor! – ele começou a rir e me abraçou mais forte, me tirando do chão e me girando, logo depois me beijando rapidamente. Depois que ele me colocou de volta no chão, olhei para mim mesma e meus braços e tronco estavam ensopados, como se eu tivesse os mergulhado na água – Se eu ficar doente, a culpa é sua!
- Depois o fresco sou eu. – ele disse, passando as mãos pelos meus braços. Me afastei.
- Vai se secar antes de encostar em mim de novo. – eu disse empurrando suas costas enquanto ele seguia em direção a casa. Me virei para Sebastian, que observava a cena.
- Isso porque até o começo da semana você queria arrancar os olhos dele. – eu sorri, olhando para ele.
- Depois do que ele fez agora, eu ainda quero arrancar os olhos dele. – eu disse e Sebastian riu, balançando a cabeça – As coisas mudam. Até para mim.

A festa já tinha acabado, a casa estava praticamente vazia, só com os amigos mais próximos de Connor. Estávamos no portão, conversando, antes de nos despedirmos. Bryan mal conseguiu prestar atenção na conversa, pois tinha que cuidar de Taylor que estava completamente bêbada. Eu estava abraçada com Connor, enquanto conversava com Ashley do meu lado e ele com Sebastian.
- Eu vou indo, preciso levar Taylor pra casa. – Bryan chegou dizendo, enquanto tentava segurar Taylor – Vejo vocês na segunda. – ele saiu andando em direção ao carro. Olhei de relance para Ashley, que revirava os olhos.
- Essa menina me irrita. – ela comentou, baixo. Assenti e voltei minha atenção para a conversa de Connor e Sebastian, que riam de alguma coisa. Ficamos mais algum tempo conversando, eram quase 4h da manhã, e o sono estava começando a aparecer. Não pude conter um bocejo.
- Mas já? – Sebastian perguntou, me olhando.
- Olha que horas são, Sebastian. – eu disse, coçando meus olhos.
- Não aguenta nada mesmo. – ele balançou a cabeça e riu, e eu revirei os olhos. Ele se despediu de Connor, e começou a andar em direção ao carro, seguido de Ashley. Connor me virou para ele e abraçou minha cintura, enquanto eu abraçava seu pescoço. Seus lábios desceram até os meus e começamos um beijo calmo.
- Você tem que ir mesmo? – ele disse, partindo o beijo e sorrindo contra meus lábios.
- Tenho. – eu respondi o puxando para mim novamente e começando outro beijo, mas fomos interrompidos pelas buzinas que vinham do carro de Sebastian.
Vi que Ashley tinha entrado no banco de trás, e me dirigi ao banco do passageiro.
- Precisava ser tão escandaloso? – eu perguntei, fechando a porta.
- Se eu deixasse vocês iriam ficar ali o resto da noite. – ele disse, dando a partida.
- Pra onde você vai, Ashley? – Sebastian perguntou, dando a volta para sair da rua da casa de Connor.
- Para minha casa. – ela respondeu, como se fosse óbvio. Encostei minha cabeça na janela do carro, e antes que eu pudesse perceber, já tinha apagado.

Acordei no dia seguinte, meio perdida. O quarto estava claro, e percebi que tinha esquecido de fechar as cortinas. Olhei no relógio e ainda eram 9h da manhã, mas eu precisava urgentemente ir ao banheiro. Me sentei na cama e olhei em volta. Eu não me lembrava de ter entrado no quarto ontem, eu só lembrava de ter apagado no carro do Sebastian. Como eu vim parar aqui?
Entrei no banheiro e me olhei no espelho, meu olho estava todo borrado, e provavelmente eu manchei meu travesseiro. Lavei meu rosto, tirando toda a maquiagem. Saí de lá andando em direção à cama, mas fui obrigada a descer para tomar alguma coisa, e quando abri a porta do meu quarto, levei um susto com a figura que passava na frente.
- Taylor? – perguntei, parando.
- Oi, Alice. – ela me olhou de cima a baixo, enquanto prendia os cabelos. Olhei para o corredor, vendo a porta do quarto de Bryan meio aberta. – Você pode, por favor, me arranjar algo para dor de cabeça? Eu não sei onde fica nada aqui e Bryan ainda está dormindo. – eu fiquei olhando para ela por alguns segundos. Por um acaso está escrito “empregada” na minha testa?
Desci as escadas e ela me seguiu. Abri uma das gavetas de remédio e joguei uma caixa para ela, enquanto pegava um copo e o enchia de água para mim.
- Vocês chegaram muito depois de nós? – ela perguntou.
- Não. – respondi, menos não lembrando quanto tempo levou para Sebastian levar Ashley até sua casa. Ela ficou em silêncio por um tempo, e depois começou:
- Você e Connor, então? – me virei para ela, com as sobrancelhas arqueadas.
- Eu e o Connor, o que? – perguntei, com cara de poucos amigos.
- Eu vi vocês dois juntos. – ela respondeu.
- Pensei que você não se lembrasse de nada da noite passada, no estado que você estava.  – eu disse, colocando o copo na pia e procurando alguma fruta.
- Me lembro de mais do que eu deveria. – ela respondeu, arqueando uma sobrancelha para mim, quando fui perguntar o que ela quis dizer com isso, Bryan surge na cozinha, com cara de sono.
- O que vocês tão fazendo acordadas? – ele disse, passando a mão pelo rosto. Taylor deu a volta no balcão e se jogou nos braços de Bryan, o beijando com certa urgência.
- Nada, amor. Eu estava com um pouco de dor de cabeça e a Alice veio pegar um remédio pra mim. – ela respondeu, esfregando sua mão no tronco dele, olhando diretamente pra mim.
- Corrigindo, - eu comecei – eu vim pegar alguma coisa para beber e trombei com ela no corredor. - eu lancei um olhar sugestivo para ele, e ele logo foi se explicando:
- Era pra eu ter a levado pra casa dela, mas eu não poderia deixá-la sozinha no estado que ela estava, então resolvi a trazer pra cá. – ele olhou para ela com uma cara feia, e ela ficou séria na hora.
- Tudo bem, Bryan. Você não precisa dar explicações para mim. – eu disse, e me retirei da cozinha, subindo novamente as escadas, e ouvindo Taylor reclamar.