Amor Ou Destino? escrita por Bruna de Oliveira


Capítulo 4
Medo de perder


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Espero que gostem do quarto capítulo! Deixe um comentário falando o que achou! :D
Beijos.



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Rodrigo e Luana ficaram um tempo conversando e planejando o futuro dos dois. Tinham muitos planos para a vida que os esperava. Queriam se casar em um futuro não muito próximo, mas quando ambos conseguissem estabilidade financeira. E construir uma casa do jeito que Luana sonhava, com uma grande varanda, com um espaço com livros e escritório para que Rodrigo se dedicasse aos escritos e trabalhos para a Editora. Claro que Luana queria um jardim, onde pudesse ter flores de todas as cores. Eram planos e mais planos, um atrás do outro.

Mas como já estava ficando bem tarde, Rodrigo resolveu que deveria levar a namorada de volta para o aniversário dela, pois aquela altura muitas pessoas já deveriam estar indo embora e procurando por ela para se despedir.

- Lu, vamos! Já está bem tarde... E sinceramente?

- Hum?

- Não quero que sua mãe ache que a filha dela está com um criminoso. É melhor voltarmos, antes que ela fique louca!

Luana riu e concordou.

Os dois caminharam pela praia abraçados, chegaram ao carro e entraram em silêncio. O silêncio era muitas vezes bom. Luana adorava o silêncio, era o momento no qual ela conseguia organizar os pensamentos dela e sentir tudo ao redor. O cheiro do ar, os barulhos, as luzes... A percepção das coisas ficava mais aguçada no silêncio.

Antes de ligar o carro, Rodrigo tirou uma pequena caixinha do porta-luvas e deu à Luana. Era uma caixinha azul, com um lacinho lilás. A caixinha já era uma fofura, Luana não tinha dúvidas de que iria gostar do conteúdo, pois o namorado sempre teve bom gosto! Ele era bem original ao escolher presentes.

- Ah, não podia faltar um presente, né? – Rodrigo disse dando um sorrisinho todo fofo, aquele sorriso fazia o coração de Luana derreter, mesmo já tendo visto milhões de vezes.

- Que coisa linda!!! Amei, amei! Você como sempre acertou! – Era um colar com pingente da Torre Eiffel. Luana virou de costas para que Rodrigo fechasse o colar para ela.

- Sabia que você ia gostar! O seu sonho é conhecer Paris, e como não posso te levar pra lá ainda, acho que pelo menos você iria gostar de ter o símbolo de lá com você.

- Sim! Amei! – sorriu e deu um beijo em Rodrigo.

- Bom, agora vamos, né? Já enrolamos bastante na praia. – disse Rodrigo ao se virar para o volante.

Ele já estava ficando com saudades do tempo que passara com Luana. Tudo era perfeito com ela e ver o sorriso dela de felicidade, valia mais do que qualquer coisa. Ele acreditava que se tivesse aquele sorriso pelo resto da vida dele, ele seria eternamente grato. E não precisaria de mais nada na vida.

Luana respirou mais uma vez o ar que entrava pela janela do carro e disse com melancolia:

- Vamos. Vou sentir falta dessa noite... Foi a melhor noite da minha vida!

- Ainda haverá muitas como essa. Ou melhor, melhores do que essa! – Rodrigo pegou na mão dela e falou com verdadeiro otimismo.

A conversa rolava solta pelo carro, pararam no sinal e continuaram a rir de coisas cotidianas. Rodrigo contava sobre um senhor que ligou lá na Editora perguntando se era o açougue. O colega dele respondeu que não, que era a Editora, mas o senhor insistia que lá vendiam carnes. E foi logo encomendando uma picanha. O resultado foi que o senhor não acreditou que lá não fosse o açougue e discutiu feio com o colega de trabalho de Rodrigo, chamou o cara de ‘’negador de carnes’’.

Luana ria como nunca. As caras que o namorado fazia no carro eram muito engraçadas. Mesmo no escuro dava para notar as expressões que ele fazia, as caretas e as mudanças de voz eram incríveis. Ele entrava no ‘’personagem’’, imitava direitinho as pessoas. Ele era um ator muito bom, não era de se estranhar que ele trabalhasse no ramo da comunicação. Vira e mexe, ele precisava dar entrevistas e divulgar coisas do jornal. Rodrigo era O cara no que fazia. Melhor do que ele!? Só se fosse cem dele!

Ambos estavam distraídos quando alguém começou a bater desesperadamente no vidro do carro que estava um pouco aberto. O sinal ainda estava vermelho e a rua deserta. Os olhos de Luana se arregalaram e ela colocou as mãos em cima da boca.

A pessoa batia cada vez com mais força na janela de Rodrigo, e o sinal estava demorando muito para abrir. O desespero foi tomando conta de Luana e ela começou a gritar para Rodrigo.

- Vamos sair logo daqui!!!

Mas antes mesmo que Rodrigo acelerasse o carro, a pessoa que estava batendo na janela, tirou da cintura uma arma. E foi para frente do carro. Mirou a arma para Luana e começou a fazer um verdadeiro terror psicológico.

- Se você ama essa bonequinha, faça o favor de sair desse carro agora!

- Não, Rodrigo! Não sai! Dá ré e vamos embora daqui! Deixa esse cara! – Luana disse entre lágrimas.

- Tem um cara atrás do carro, Luana. – Rodrigo respondeu em choque.

- Ai, meu Deus! – Luana tremia e soluçava, não sentia mais nada. Seus sentidos, antes aguçados, agora estavam adormecidos.

O homem com capuz e arma na mão ainda ameaçava e Rodrigo estava totalmente imóvel. Ele não sabia o que fazer, ele tinha medo do que eles poderiam fazer com Luana. Ficar dentro do carro não era uma boa opção, mas sair dele era arriscado. Luana estava muito desesperada e tudo o que ele queria era manter o controle e protegê-la, mas por um momento ele havia se esquecido de como dirigir ou de como falar.

- Sai agora desse carro, seu Mané! E traz sua namoradinha junto.

- Rodrigo, é melhor sairmos. – disse Luana tocando na mão direita de Rodrigo.

- Não, eles podem te machucar. – Rodrigo ponderou.

Então, em um ato impensado e arriscado, Luana abriu a porta do carro. Rodrigo queria gritar, chamá-la de volta, mas sua voz não saia. A única solução que encontrou foi abrir a porta e sair também.

O cara com capuz puxou Luana e colocou a arma em sua cabeça. Luana tremia e soluçava. Seu rosto estava banhado por lágrimas. E aquela cena chocou Rodrigo, ele não podia suportar aquele cara imundo com as mãos em cima da pessoa que mais amava. Ele queria matar aquele cara! Mas ele estava armado e ele tinha medo de que com a aproximação dele, o homem disparasse o revólver. Ele não queria que nada de ruim acontecesse com Luana.

Ele deu um passo em direção a Luana, mas o outro cara surgiu e o segurou. Também estava armado e mirava a arma para Luana. O homem que o segurava começou a rir, como se aquela situação fosse divertida e disse nos ouvidos de Rodrigo algo que o enlouqueceu.

- Você quer ver sua namoradinha morrer na sua frente? É só preciso que eu ou o meu colega dispare o gatilho, e adeus menininha bonita!

- Deixa ela em paz! – gritou Rodrigo.

De repente, ele sentiu suas forças voltando e o que ele mais desejava era derrubar cada um daqueles caras, ligar para a polícia e botar cada um deles atrás da grade, que é onde animais ferozes e homens de má fé deveriam ficar. Apodrecer na cadeia parecia um futuro que ambos mereciam. E assim que morressem queimar no inferno!

- Larga ela! Agora! Eu vou ligar para a polícia! Vocês vão apodrecer na cadeia, seus delinquentes!

- Se você gritar mais uma vez com a gente, eu juro que atiro nessa cabecinha linda dela! Acabo com ela em um segundo. Você escolhe! Eu realmente não queria que fosse tão rápido assim, mas se você quiser é só falar... – ameaçou o bandido que segurava Luana.

Luana gritava socorro e pedia para o namorado não fazer nada, ficar calmo. Ela tinha medo. Ela tinha muito medo do que poderia acontecer ali, naquela noite que estava sendo perfeita até aquele momento. Até aqueles caras surgirem para estragar tudo!

Rodrigo estava com ódio. Ódio profundo. E tomado por esse sentimento, aplicou um golpe que havia aprendido quando mais novo. Derrubou a arma do cara que estava segurando ele, pegou a arma e a apontou para o bandido. Ele estava preocupado com Luana, mas ele tinha um plano arquitetado, embora fosse algo com grandes chances de dar errado, ele sabia que precisava fazer alguma coisa. Ele não tinha tempo de medir consequências.

O outro bandido ficou desconcertado, foi correndo para cima dele e nesse tempo Luana conseguiu escapar dos braços dele. Ela corria aflita em direção ao carro. Pegou o celular e começou a discar um número. Rodrigo não conseguia vê-la, mas estava aliviado por ela ter fugido. Ele sabia que ela era inteligente e ia conseguir ajuda. Enquanto isso, ele só precisava lutar contra dois bandidos, era uma arma para cada lado.

- Se você for homem, atira! – disse o bandido sem arma.

- Eu sou muito homem e não faz parte de meu caráter atirar! Vocês merecem coisas piores do que um tiro!

- Mata a gente então! – gritou o outro, mirando a arma pra ele.

- O que vocês querem? Querem dinheiro? Querem meu carro? Se for isso, podem levar. Não me importo! – Rodrigo respondeu esticando a chave do carro e jogando a carteira no meio da rua.

Naquela hora, a rua estava totalmente deserta. Havia poucas casas por perto da praia, e se alguém estava ouvindo aquela confusão, certamente não iria se intrometer. Ninguém quer correr risco de vida, afinal de contas!

- A gente não quer seu dinheiro nem seu carro, moleque! A gente quer ver sangue!

Luana não conseguia ligar para ninguém. A delegacia não atendia, ela tentava o número de emergência e só dava ocupado. Foi quando ela viu uma mulher sair na varanda da casa dela e acender a luz. Ela correu até lá e implorou pela ajuda da mulher.

- Pelo amor de Deus, me ajuda! Tem dois caras armados querendo matar meu namorado! Não sei o que eles querem com a gente, mas entraram na frente do carro e... E fizeram a gente sair... Eu... Eu... Ajuda a gente, moça! Me ajuda!

A mulher abriu o portão da casa, levou Luana para dentro, deu a ela um copo d´água e ligou para a polícia. A polícia garantiu que chegariam lá em poucos minutos. Luana só chorava e sentia dores fortes na cabeça, ela não podia acreditar que o dia do aniversário dela tinha se tornado um pesadelo!

- Moça, como é seu nome? – perguntou a mulher aflita com a situação e preocupada com a agitação de Luana.

- Luana. E o seu? – Luana levantou a cabeça para olhar nos olhos da mulher que a ajudara.

- Vânia.

- Obrigada, Vânia. Pela ajuda.

- Que isso, querida! Fique calma e tudo dará certo!

- Espero que sim. – falou Luana secando mais lágrimas que caiam descontroladamente pelo rosto, a maquiagem já havia ido para o ralo.

Elas ouviram o barulho da sirene e correram para a varanda. Luana tinha um coração forte, considerando a rapidez com que ele batia. Ela estava morrendo por dentro. E quando ela pensou que tudo daria certo, ouviu o barulho de um tiro.

Ela correu para a rua e avistou Rodrigo caído no chão. Não, não podia ser! O amor de sua vida havia sido atingido e a polícia corria atrás dos donos de tal ato desprezível. Ela deixou Vânia com os braços cruzados sobre o peito e correu ao encontro de Rodrigo. Ela precisava ver que ele estava vivo, sentir o coração dele e ouvir sua respiração. Não podia ser algo grave! Ela torcia para o tiro ter sido de raspão. Não suportaria perde-lo.

- Rodrigo, você está bem, meu amor? – perguntou ao se abaixar perto dele e encostar o ouvido em seu peito e ouvir o coração.

Ele estava vivo, só desacordado. Ele precisava ir a um hospital o mais rápido possível. A ambulância chegou dois minutos depois, ela entrou junto com Rodrigo e partiram para o hospital. Os enfermeiros checavam o pulso dele e colocavam oxigênio para caso ele tivesse dificuldades para respirar. Tudo daria certo, ela sabia.

- Ele vai ficar bem? – perguntou temendo a resposta.

- Vai sim. O tiro na barriga não foi muito grave. Se ele sobreviveu ao tiro, não corre mais riscos. Fique calma! Só precisamos chegar ao hospital para dar um jeito no ferimento. O sangramento está controlado! – respondeu um dos enfermeiros.

Luana apenas chorava, segurava com força a mão de Rodrigo e mentalmente dizia ‘’Não vou te deixar, meu amor. Nunca. ’’

Naquele momento, o único som que se ouvia era o da sirene da ambulância e das lágrimas de Luana, que embora fossem silenciosas, causavam uma dor imensa nela. E um barulho mental que era ensurdecedor.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Sugestões, críticas? Comentem!
Continuem acompanhando a história! Espero que gostem dos próximos capítulos!!!
Obrigada por ler!
Beijos.



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