A Arma Escarlate - As Aventuras Dos Píxies escrita por Erik Alexsander


Capítulo 8
Capítulo VIII - Viny Y-Piranga


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer aos meus amigos Escarlatinos que me ajudaram e confiaram em mim. Sem eles já teria desistido dessa fanfic. Obrigado á todos!!

Esse capítulo esta mais simples, mas as coisas vão começar a esquentar logo!! ;)



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VIII

VINY Y-PIRANGA




Depois que a própria Dalila chegou ao pátio. O medo se instalou não apenas nele, mas em Caimana e Capí também, isso ele podia ver no olhar deles.

Apesar de estarem sentados em um dos bancos e Capí analisar o ferimento de sua boca, ela não se afetou emocionalmente com a cena.

- Quero os três lá em cima. Agora! – o “Agora” que ela disse soou tão assustadoramente que não teve coragem de abrir a boca para responder algo. Lembrou que o professor Atlas havia dito que da próxima vez eles estariam sozinhos. Essa hora era agora.

Eles seguiram pela escada em silencio e de cabeças baixas. Viny não era do tipo pra ficar calado, mas não tinha ninguém para apoiá-lo ou sequer ajudá-lo e sabia que Dalila faria de tudo para piorar a situação deles.

Ela os levou até uma sala ao lado da que ficaram da ultima vez. Mas esta tinha muitas cadeiras e carteiras usadas pelos alunos, mas eram um pouco velhos. Alguns objetos formavam uma grande pilha no fundo da sala. Brinquedos, roupas, e mais brinquedos. Viny imaginou por um momento se a sala não seria o local onde guardavam coisas perdidas.

Mas quando olhou melhor pela sala, se deparou com aquele moleque que lhe “alertara” na aula da Felícia.

Estava olhando pra eles. Seu olhar se dirigiu para sua boca machucada que latejava de dor.

- Brigando de novo? – ele debochou com um sorriso sarcástico no canto da boca.

- É como diz o ditado: O que é a vida sem alguns dragões!! – ele respondeu. Estava entrando na brincadeira. Como dizia o ditado? Se não pode contra eles, junte-se á eles. - E você? – perguntou querendo acabar com a brincadeira.

- Fui pego injustamente. – respondeu. Era isso o que tinha para dizer?, pensou.

- Todos fomos! – Caimana disse mal humorada. Com certeza ele tinha culpa de tê-la metido no meio.

Eles se sentaram nas mesas que havia ali. 

- Eu te avisei. – falou para ele.

- Eu sei. – Viny respondeu chateado. Não sabia se deveria ter ouvido o garoto ou se fizesse o que era certo. Apesar de que fazer o que era certo não resultara em nada bom até agora.

Fitaram em silêncio a lousa suja de giz.

- Como tinha dito que era mesmo o seu nome? – Viny perguntou quebrando o gelo.

- Eu não disse. – ele respondeu sem tirar os olhos da lousa.

- Vai bancar o mal-humorado agora?

Ele não respondeu.

- O meu é Viny. Estes são Caimana e Capí. – ele apresentou os outros. Eles acenaram um “oi” para o garoto, mas ele não desviou o olhar e nem retribuiu o “oi” deles.

Mas que menino chato viu, pensou.

- Virgílio. Virgílio OuroPreto.

Viny olhou para ele e quase riu. “OuroPreto”, que diabos de nome era esse?

- Finalmente! – falou tentando esconder a risada que vinha á sua boca. – Mas... Seu nome não é... Comum.

Caimana lhe deu uma cotovelada nele. Ficou quieto em um instante. O silêncio pairou sobre a sala.

- Queria estar surfando agora. – Caimana disse para si mesma, mas Viny ouviu.

- Você surfa?

- Sim! Meu pai me ensinou.

- Uau! Que demais!

Fausto abriu a porta, fazendo-a bater na parede.

O olhar que ele lançou para o Capí quando ele o viu, fez Viny quase fazer xixi nas calças de medo. O que há de errado com esse velho?, pensou.

 Capí nada fez. Apenas baixou muito a cabeça, quase que a colocou dentro do tórax de tão baixa que estava e ficou muito vermelho até as orelhas.

- A gente conversa depois. – ele disse amargamente para Capí. Alguma coisa estranha estava acontecendo.

Ele os levou até a mesma sala que estiveram no dia anterior. Lá estavam mais uma vez o conselho.

- Mais uma vez vocês aprontaram. – ela começou. Depois de estudar cada um, ela parou no Virgílio. – E quanto á você? O que fazia na floresta, sendo que é proibida a entrada de alunos lá? – ela perguntou para ele, mas não teve resposta alguma.

- Ótimo. Não vai responder? – ele continuou quieto olhando para o canto da sala. O rosto dela ficou vermelho de raiva, mas se controlou. – Seus... Diabretezinhos!!

- Pode nos chamar de Pixies! – Viny deixou escapar. Não sabia de onde veio aquele nome, as não deixaria que ela falasse daquele jeito deles.

Dalila ficou ereta.

- Bom... Depois que eu e o conselho conversamos, chegamos à conclusão de que como vocês são alunos de primeiro ano, uma detenção não muito rígida será imposta á vocês. Mas apenas desta vez, ela apontou o dedo para eles.

Ela andava de um lado para o outro e parou.

– Os quatro, aproveitando que este mocinho mal educado também está aqui, deverão ajudar á Senhora Freire, a bibliotecária. É isso. Podem sair daqui. – ela os dispensou com as mãos e voltou para sua cadeira.

Antes que eles saíssem, ela falou.

- Ah, quase me esqueço! Vocês começarão amanhã ás cinco horas! E a detenção durará a semana toda!

Ficaram de boca aberta e se retiraram. Não acredito, Viny pensou, a gente só vai ajudar a bibliotecária! Que maravilha, e eu achando que seria algo difícil ou perigoso. Sinto-me melhor. Mas o lado negativo será acordar cedo, mas não tem problema.

Achou que estava dando pulinhos, pois Virgílio pareceu perceber e falou.

- Não vai achando que será fácil.

- O que você quer dizer com isso? – Viny perguntou desacreditando no que ouvira.

- Vocês verão.

Ele olhou para Caimana e Capí. Caimana estava surpresa, já Capí, tadinho. Se dó matasse, Viny já estaria morto pela quinta vez.

Capí olhava para o chão com os olhos cheios de lágrimas. Mas porque o zelador o tratou daquele jeito? Estranho. Muito estranho.

- Tenho que ir pra casa. Tchau pessoal! – ele se despediu desanimado.

- Você não dorme no dormitório? – ele perguntou, mas Capí não o escutou.

- Deixa ele e vamos dormir. Amanhã temos que acordar cedo. – Caimana o puxou pelo braço.

Ele se virou para se despedir de Virgílio, mas ele não estava mais ali. Simplesmente sumiu.


* * *


Viny estava tendo sonhos ótimos e estranhos. Em um ele ficava com o Capí, mas de repente Caimana chegava e eles ficavam. Mas que doidera.

- Ei! Acorda! – ele ouviu, mas estava com tanto sono que nem abrir os olhos ele abriu, Suas pálpebras pesavam e não o deixavam acordar.

- Uhmmm – ele resmungou. – Me deixe dormir!

Água gelada caiu na cara dele, fazendo-o levantar da cama de um pulo.

- Mas quem... – o garoto sério estava ali com um balde na mão. Já estava vestido com o uniforme também.

- Eu mandei você acordar, você não me ouviu! – Virgílio falou.

- Mas não precisava jogar balde d’água né! – Viny falou. Não ia gritar porque a escola estava silenciosa com todos os alunos ainda dormindo, porque senão...

- Se troca logo e vamos para a biblioteca. – ele falou com expressão vazia. A mesma de sempre desde que o vira na floresta.

- Já vou! – respondeu.

Ele colocou rapidamente seu uniforme que tanto odiava, porque sempre aquela roupa de gente fresca?, pensou. Foi até o pátio, onde Caimana e Virgílio estavam.

- Onde fica a tal da biblioteca?

- Fica no Quinquagésimo quinto andar! – era Capí que estava chegando. – Vamos?

- Vamos. – Viny falou. Estava deprimido por ter que acordar cedo e ir para uma biblioteca cheia de livros velhos. E não era só ele, Caimana também. Virgílio tinha cara de que nem se importava e Capí como se já estivesse acostumado.

Após subirem por aqueles milhões de degraus, eles chegaram á uma porta onde se lia: Biblioteca. Mas faltavam duas letras, provavelmente os alunos retiraram, ou então caíram com o tempo, então ficou “Bibl o eca”.

A porta de madeira estava descascada e parecia muito velha. Capí bateu três vezes na porta. Após um esperado momento apareceu uma velha entre um vão aberto.

- O que vocês querem? – ela perguntou. Tinha uma voz típica de bruxas de contos de fadas.

- Nós viemos cumprir a detenção que a Sra. Dalila nos deu.

Senhora Dalila? Estava mais para bruxa Dalila, mas esse chingamento não iria funcionar. Ela era mesmo uma bruxa.

- Entrem logo! – ela falou rispidamente abrindo a porta.

Viny olhou para ela e pensou que estava em algum tipo de festa dos anos 60. Ela usava uma maquiagem tão estranha e vulgar, com os cabelos grisalhos soltos, uma verruga enorme no nariz e vestia um vestido de bolinhas.

O lugar era imenso, parecia um enorme Shopping Center dos Livros, com três andares. Alguns livros voavam de suas prateleiras de um lado para o outro, sozinhos.

Eles ficaram encantados. Até Virgílio perdeu sua pose seria para olhar impressionados para as centenas de prateleiras que se estendiam no corredor á frente.

- Andem logo, vocês têm muita coisa pra fazer! – ela cortou o encanto deles.

Eles se encaminharam até uma salinha com produtos de limpeza.

- Hoje vocês vão limpar todos os livros do terceiro andar! – entregou um pano para cada um e um spray com rosas desenhado. – Este spray contém uma água que não molha os livros e os deixam com cheiro de rosas! – ela deu uma cheirada no espelho e deu um suspiro.

- Só isso? – Viny perguntou.

- Sim! E se não terminarem até o horário de ir para a escola, vocês devem voltar e terminar!

- O que? – Viny falou.

- Já podem ir!

- Mas são muitos livros!

- Então sugiro que se apressem garotos. – ela lançou um olhar para eles que Viny não gostou nada.

E eles se retiraram para o terceiro andar. Cada um ficou em um corredor diferente.

Viny já não estava aguentando impar todos aqueles livros. Eram muitos!

Ficaram lá até as aulas começarem, porém terminaram de limpar apenas metade. Então saíram em silêncio para que a bibliotecária nãos os chamasse para terminar.










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