A Arma Escarlate - As Aventuras Dos Píxies escrita por Erik Alexsander


Capítulo 6
Capítulo VI - Viny Y-Piranga


Notas iniciais do capítulo

A partir desse momento, os Pixies se conhecerão!! ;)



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VI

VINY Y-PIRANGA


Viny corria feito um louco passando pelo Inferno Astral sem ao menos dar atenção para que o horóscopo dissesse á ele. O que aquele garoto estranho queria dizer com aquilo? A vida era dele, e sabia como cuidar dela.

Mas era o certo a ser feito oras. Ele não deixaria que batessem nele, ou qualquer pessoa que estivesse na mesma situação.

Estava no pátio central agora. E nem sinal de alguém para ajuda-lo.

Zoroasta apareceu descendo as escadas. Mas ela estava sentada em uma vassoura, com beija-flores esbranquiçados á sua volta. Ele precisa chamar por ajuda, não importava para quem.

- Diretora! – ele gritou. Zoroasta

A diretora pousou e os beija-flores sumiram.

- O que foi querido? – ela disse sorridente.

- A professora Felícia foi atacada pelo Kappa. – ele disse rápido. Ela percebeu a gravidade da situação e saiu correndo no encalço de Viny.

Quando chegaram ao local, Caimana e Capí estavam junto da professora que estava caída no chão. Zoroasta fez um movimento rápido com a varinha e disse algo que ele não entendeu.

Felícia levitou do chão como uma estátua.

- Pode deixar comigo crianças. Obrigada! – e sorriu para eles. – Agora voltem á aula!

E voltou para a escola com Felícia Bonfim levitando á sua frente. Eles foram para a praia.

- Não é justo que tenhamos que voltar á aula. – Caimana disse olhando lamentosa para as ondas na praia. Estavam á caminho da próxima aula, que seria feitiço. Caimana olhou para seu relógio de pulso, que marcava 10h15min. A segunda aula seria só ás onze horas, ou seja, demoraria um tempão.

Eles decidiram ir á praia esperar a hora passar. Todos os alunos que fugiram estavam lá.

- Qual é a próxima aula? – Viny perguntou para Caimana.

- Não sei.

Rosa se aproximou e disse.

- A próxima aula é Feitiços, com o professor Saraiva Barroso. – ela disse consultando um papelzinho com varias anotações.

- Valeu Rosa! – Viny agradeceu com um sorriso. Ela ficou envergonhada.

- De nada Viny! - e deu uma piscada. Acho que essa menina gosta de mim, pensou.

Capí que ficara com a professora e ajudou á leva-la para algum lugar que Viny desconhecia, mas que poderia ser algo como um hospital. Mas agora ele estava saindo da floresta.

Estava tudo bem, até que Viny viu o mesmo grupinho, liderado pelo mesmo garoto insuportável, o fazerem recuar de volta para a floresta.

Viny se levantou olhando fixamente para eles, que desapareceram entre as arvores.

Caimana percebeu e olhou para o mesmo lugar e virou-se para ele

- Não Viny! Você não vai de novo!

- Caimana, estão perseguindo o moleque!

- Mas lembre-se que da ultima vez ele nem agradeceu!

Viny deu um passo á frente e Caimana segurou seu braço.

- Além disso, já temos uma detenção! Não faça isso Viny!

Ela tinha razão. Já se metera em encrenca demais para ajudar o garoto. Mas não era justo eles ficarem perseguindo-o e atormentando a vida dele assim.

Ficaram sentados ali, na areia. Viny tentou se acalmar. E após um tempo conseguiu. O relógio de Caimana anunciou quinze minutos para começar a aula.

Quando chegaram à sala, o professor estava sentado em sua mesa aguardando a chegada deles.

- Olá meus q’ridos! Agora já p’demos c’meçar a nossa aula.

- Porque ele fala assim? - Viny perguntou.

- Ele é português. – Caimana respondeu dando risada.

Alguém bateu á porta e quando o professor a abriu, Capí entrou com a cabeça baixa. Viny viu uma pequena mancha roxa, quase imperceptível no lado direito do seu rosto, perto do olho. Os olhos inchados, como se tivesse chorado muito. Sentou-se no canto da sala, isolado dos outros alunos.

- Me desculpe o atraso professor. – Capí disse antes de entrar.

- Não tem pr’blema Capí!

Mas não foi só ele que chegou atrasado para a aula.

- E q’anto vocês? Onde ‘stava?

Abelardo e seus amigos estavam do lado de fora da sala. O sangue de Viny ferveu. Era óbvio que eles bateram no Capí por causa dele. Como uma forma de devolver o soco que Abelardo levara de Viny.

- Erramos a sala professor.

- Tudo bem! Mas só d’sta vez!

Viny não estava acreditando. Eles estavam no mesmo horário de aulas. Teria que suportar olhar para aquela cara deles. Eles se dirigiram para o fundo da sala e quando passou por Viny, lançou um sorriso maquiavélico.

- Todos trouxeram seus livros? Você não trouxe rapariga? – o professor perguntou para a garota do Índio, como todos a chamavam agora. – Não tem pr’blema Annie! Amanhã você trás!

A garota fez que sim com a babeça.

Viny não conseguiria mais prestar atenção á aula. E Caimana percebera isso, pois não tirava os olhos dele preocupada.

- Então, quem não tem livro, faz favor de ler com o coleguinha ao lado. - ele disse, olhando para a garota chamada Annie, que olhou esperançosa para Índio (decidira que o chamaria assim, pois se parecia muito com um). Além de ter feições Indígenas, ele se vestia com roupas bonitas, e pelo que parecia caras. Isso Viny percebia de longe em qualquer um. Mas ele não tinha a cara empinada, e nem ficava com frescura, como muitos na escola. Como o Abelardo por exemplo.

- Mas por quê?! Ela não precisa sentar comigo professor, não sou só eu que tenho o livro! – Índio falou com um olhar de tamanha decepção e desprezo para a garota, que estava tão emocionada que lágrimas de alegria brotavam em seus olhos.

- Não, não, não fiques trist’assim! - Manuel disse aflito. – Será só hoj’!

- Aff. – ele falou. E todos, menos ele riram.

A aula começou e Viny olhava discretamente para Abelardo, que o desafiava com o olhar.

- Vamos c’meçar com um feitiço bastant’ simples! Acender uma luz na p’nta da varinha! R’pitam comigo!

Todos pegaram as suas varinhas nas bolsas e mochilas. Viny só pegou para fingir que estava prestando a atenção. O professor esperou que todos as tivessem em mãos e disse.

- Assendjá! – e sua varinha acendeu por completo em uma cor branca que quase cegou os alunos que estavam por perto.

- Me d’sculpem! – disse para eles. – C’mo puderam ver, o feitiço pode ac’nder a varinha por completo dep’ndendo da intensidade. Podem c’meçar.

Os alunos começaram á praticar. Alguns conseguiram um brilho momentâneo.

- Tente fazer! – Caimana mandou. Mas ele não estava com um pingo de vontade.

- Não. – respondeu.

- Se você fizer, prometo que te ajudo á dar um pé na bunda daquele metido!

Viny olhou para ela e os dois trocaram um sorriso.

- Tudo bem! – ele cedeu, mas só porque ela era bonita e legal.

Viny tentou umas três vezes, mas o máximo que pode fazer foi iluminar aponta da varinha. Após a aula todos saíram para ir á ultima aula do dia, que seria ás duas horas da tarde. No pátio, Viny viu um professor chamar Capí, provavelmente para ajuda-lo em algo. Porque sempre chamava ele?

Logo depois viu Abelardo novamente, mas desta vez estava sozinho. O professor saiu e só ficaram os três no pátio principal.

- Ei! – Viny gritou.

Abelardo virou-se para ele.

- O que você quer? – respondeu mal humorado.

- Quero saber por que vive enchendo o saco do Capí. – Estava muito bravo e esse era o momento para mostrar á Abelardo que não sairia impune depois de bater em um inocente.

- Ora! A resposta você já deve saber! Ele é um filho de fiasco e é tão desprezível quanto o pai.

Viny não acreditou que ele disse aquela palavra novamente. Fiasco. Era uma ofensa da qual era difícil ouvir. Odiava aquela palavra. Não sabia quem era o pai de Capí, mas com certeza não merecia ser chamado de tal maneira.

- Retire o que disse!

- Não! Você vai se arrepender de ter me batido! – sacou a varinha. Antes que Viny pudesse pegar a sua por dentro das vestes, Abelardo lançou o feitiço.

- Ikún!

Era o mesmo feitiço que da ultima vez, disso Viny sabia. Mas não foi rápido o bastante para desviar e o feitiço o acertou no peito fazendo cair de costas no chão. O peito doeu como se levasse um soco em cheio no peito.

Viny levantou-se gemendo de dor e quando levantou a varinha, Capí apareceu e gritou, tirando a atenção de Viny.

- Não! Não faça isso!      

Viny levou outro feitiço de Abelardo, mas no rosto. O sangue desceu pelo canto da boca.

Abelardo gargalhava feito louco. Foi nesse momento que Caimana aproveitou e lançou nele o mesmo feitiço que usara na praia.

- Oxé. – o feitiço acertou a mão dele, fazendo a varinha voar muitos metros atrás dele. – Droga, errei!

Capí veio correndo até Viny que estava caído no chão e o ajudou a levantar.

- Você não devia ter feito isso! – Capí falou para Viny. – Agora a situação vai ficar bem pior.

Antes de Abelardo sair por uma das portas ele lançou um olhar para Viny, que fez com que Viny comprovasse o que o garoto que se parecia com um Índio havia lhe dito na floresta.

“Você não devia ter ajudado o garoto.” – a voz do Índio falou na sua cabeça. – “Vai se arrepender por isso. Aquele garoto não vai esquecer o que você fez. Ele não vão mais deixa-lo em paz.”.

















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