A Arma Escarlate - As Aventuras Dos Píxies escrita por Erik Alexsander


Capítulo 25
Capítulo XXIV e XXV - Viny Y-Piranga e Caimana


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, capítulo Duplo especial pra vocês, espero que se divirtam! :v Os Pixies precisam se preparar para a luta final, mas o que será que terão de fazer, como vão se preparar para algo que nem eles sabem se darão conta? Não perca o próximo capítulo! ;)

Para aqueles que não lembram, aqui vai um breve resumo do que aconteceu até agora.

Após uma tremenda confusão envolvendo os Pixies (jovens bruxos de uma escola de magia do Rio de Janeiro), Anhangá, um mago lendário e poderoso é liberto e os Pixies têm a missão de prendê-lo novamente antes que ele se vingue dos humanos que tanto destruíram a natureza ao longo dos anos como um ato de vingança.
Porém, a única coisa capaz de aprisioná-lo é um artefato mágico que eles só conseguirão na Amazônia, e com a ajuda do Saci, eles vão até lá. Para conseguir o artefato, eles precisarão da ajuda de outra figura presente no folclore brasileiro: o Curupira.
Curupira é um ser do mal que só ajudará os jovens bruxos em troca de um objeto que ele sempre quis, mas nunca conseguiu pegar. Após conseguir o objeto ele faz a tão esperada troca, mas os Pixies se vêem de volta á escola do Korkovado e em meio á confusões na escola eles têm que arrumar alguma forma de deter Anhangá, que começou sua destruição nos estados brasileiros.



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XXIV - Viny Y-Piranga

Seus olhos estavam fechados, mas ele tinha plena consciencia de que estava acordado e de que já era manhã. Ele consegui sentir o ar quente da manhã e os raios de sol passarem através de suas pálpebras, dando-lhe um efeito de luzes brilhantes daqueles que temos quando fechamos os olhos e vemos uma galáxia infinita de luzes.
Ele tinha que levantar. Começava a ouvir a voz de Índio na cabeça advertindo-o por ter dormido na praia e por estar acordando atrasado para a prova. Ele tinha consciencia disso, mas a noite foi espetacularmente inesquecivel e ele não queria acordar daquele sonho. Ele repassava tudo na mente da mesma forma que damos replay em um DVD.


– Aff! Você não cresce neh?!
Índio virou e andou á passos largos para o dormitório. Moleque rabugento. Não era porque ele vivia estudando e trancado, longe da sociedade que Viny deveria fazer o mesmo. Mas isso não importava. O que importa agora é que esto sozinho com o fofo do Capí, pensou.
Ele olhou para o colega ao lado. Capí estava deitado na areia com os olhos fechados aproveitando o vento que vinha do mar. Ele era muito bonito, Viny pensou. E esse era o momento que ele precisava. Viny se apoiou na mão com o cotovelo na areia e ficou fitando-o por alguns minutos até que Capí percebeu algo de estranho e abriu os olhos.
– Eh... Viny, você está bem?
– Estou. - ele nem sequer tentou disfarçar que estava encarando Capí.
– Tem certeza? Você está babando. - Capí sorriu.
Viny percebeu que era verdade e limpou a boca com a manga da camisa.
– Desculpa é que... Você é...
Viny olhou pra ele e Capí estava prestando atenção em cada palavra que ele dizia. Ele se aproximou de Capí que tentou ir mais pra trás percebendo que Viny estava diferente. Porém sua tentativa de escapatória não deu muito certo, pois uma arvore atrás dele o fez bater a cabeça e ele teve que parar enquanto Viny o encurralava em um beijo.
Quando Capí levantou as mãos para afastá-lo, mas Viny foi mais rápido e o segurou. Ele estava assustado com o que estava acontecendo.Parecia estar com medo. Só que Viny nunca imaginaria que um garoto aparentemente frágil como Capí teria uma força monstruosa. Capí conseguiu o empurrar pra longe e ele caiu de costas na areia.
Mas isso já não importava para Viny. Ele tinha conseguido e foi maravilhoso. Ele ficou ali sentado, olhando para o garoto que corria cada vez para mais longe dele.


Agora estava ali deitado, após ter dormido na praia. Seu momento de sonhos logo acabaram com um pensamento que surgiu subitamente em sua mente. Ele tinha se esquecido! Era hoje o dia! O grande dia! Ele abriu os olhos e se levantou com um salto. Era hoje, ele repetia na mente até que se viu gritando:
– É HOJE O DIA DA VINGANÇA!
Alguns alunos que andavam pela praia o olharam como se ele fosse algum louco que havia descoberto a chave que abria o portal do tempo e estava correndo atrás dela porque ela estava fugindo.
Ele adentrou o refeitório e se sentou ao lado de Caimana, que aparentemente estava muito zangada com ele.
– Booom dia!! Flor do dia! - ele cntarolou para ela. Foi ignorado completamente. Ela continuou tomando seu leite com achocolatado e pão com ovos fritos enquanto ele olhava atônito para ela.
– O que foi dessa vez? Vai bancar a irmã do Índio é?
Ela continuou o ignorando. Nesse momento Capí entrou pela porta e quando viu Viny ali, andou para a direção contrária de onde ele estava.
– Ah, qualé? Não acredito que todos estão se afastando de mim.
– Se você não fosse tão galinha talvez eu estivesse falando com você. Ela se levantou e saiu para a primeira aula do dia.
– Tudo bem loira esquentadinha, eu tomo café sozinho. - ele disse irritado.
Olhou para os lados em busca do único que, apesar de ser chato, conversaria com ele e não o encontrou.
– Onde será que está o Índio. - murmurou. - Ele está atrasado... e ele nunca se atrasa.
Pronto, nem o senhor Rabugento estaria ali para fazer companhia para ele. Mas tudo bem! Pensamento positivo Viny, pensou. É hoje que o basilisco vai fumar! Principalemente daquela bruxa velha.
– Viny, não faça isso! - uma voz disse ao seu lado. Era Capí.
– Ora ora, sabia que uma hora você viria me procurar. E aí gatão como foi a noite? Pensou muito em mim?
– Para de bobagens Viny. Me escuta, se você fizer isso você será expluso! Já basta o que fizemos, você não aprende não?
– Já que quer falar disso então vamos lá. Me escute bem Capí do meu coração. EU NÃO VOU DESISTIR! - Ele disse a ultima frase bem devagar para garantir que a informação fosse transmitida para Capí de forma clara.
– Além disso, vai ser super divertido, você vai ver. Agora vamos, tenho que encontrar o Índio. Ele precisa rir um pouco ao invés de ficar com aquela cara de bunda dele toda hora.

XXV - Caimana

Ao avistar Viny, Caimana decidiu segui-los e ao chegar na sala de Alquimia percebeu que Viny e Capí pararam na soleira da porta.
– Mas o que... - Viny falou.
Havia muito mais do que descrença em sua voz. Caimana, ao ver a cena ficou da mesma forma que Viny.
A imagem de Índio beijando uma garota era algo surreal, de outro mundo. Não que Caimana achasse que ele fosse gay, longe disso. Mas Índio era aquele tipo de Nerd que parecia que nunca se casaria com uma garota, ainda mais bonita como a Annie. E mais, ele era extremamente rabugento. Só a Annie parecia gostar realmente dele, mas ela parecia louca então não contava. Mas ele retribuir esse mesmo sentimento por Annie era algo que ultrapassava as barreiras do surreal.
Ela seguiu Viny e Capí assim que os avistou subindo as escadas. Estava aborrecido com Viny, mas isso não estava em sua mente naquele exato momento.A cena era tão fofa e romântica que ela simplesmente olhou para os dois, que estavam tão vermelhos como pimentões, e suspirou com um sorriso bobo no rosto.
– Que lindoooo!!! - ela falou encantada.
Índio não sabia onde enfiar a cara. Ele estava vermelho, mas sua expressão estava longe de timidez ou vergonha. Estava mais ora raiva.
– Da pra ocês falarem logo o que vieram fazer aqui?
– Você quer dizer, antes de a gente pegar você no flagra dando uns pega na loirinha aí? - Viny perguntou. Capí deu uma cotovelada em Viny que pareceu não se importar. Mas Annie ficou furiosa com o comentário e tacou o caderno de alquimia, que, diga-se de passagem, mais parecia um dicionário de todas as linguas do mundo do que um simples caderno.
O caderno acertou em cheio seu rosto com um som abafado.
– Aih, garota selvagem! Não precisava exagerar. - um marca vermelha começava a aparecer no seu rosto enquando uma lágrima brotava em um dos olhos. Retirando as piadas da mente ele perguntou por fim. - Vocês vão vir ou não?
– Se você falar aonde, a gente pode até pensar. - Annie falou com ironia.
– Oras, pra ver a festa que vou fazer com a Dalila.
– Aih, não acredito que você não esqueceu dessa história de vingança Viny! - Caimana disse após sair do transe-de-fofura.
– Claro que não! - ele respondeu meio ofendido. - Você acha mesmo que ela sairia impune depois da injustiça que fez? Nã-na-ni-na-não. Ela vai sentir na pele a minha vingança.
– Espero que não acabe sobrando pra nós. - Caimana falou dando as costas e seguindo pela escadaria.
– Você vai precisar de duas bocas, porque só uma não vai dar conta da risada que você vai dar. - Viny alertou sarcástico. - Apesar que só essa sua boquinha linda vale por mil. - e deu uma piscadela.
Caimana sorriu com o canto da boca. Ainda estava muito chateada com ele, mas não podia negar: Viny era muito encantador quando queria.
– Por aqui pessoal, o Erik vai dar o sinal e a gente vai. Eles desceram as escadas e pararam na praia onde os alunos aproveitavam o sol da tarde.
– CONSELHEIRAAAA!! - uma voz fez-se ouvir no pátio. - CONSELHEIRAAAA!! POR MERLIM, VOCÊ PRECISA VER ISSO.
Era a voz de Fausto. Capí fitou Viny apreensivo.
– Relaxa véi. Seu pai não está nisso, apesar de que merecia. - ele sorriu. - Vamos, essa é a nossa deixa.
– Perai senhor Y-Piranga. - Índio interrompeu. - Onde o Erik entra nessa história?
– Ele e a Alícia são a dupla mais impressionante dessa escola. Eles estão no primeiro ano como nós, mas eles manjam de uns feitiços especiais por viverem enfiados naquele lugar cheio de livro e poeira.
– Imagino... - Caimana murmurou.
– Pois é, eu érguntei pra eles se tinha algum feitiço que fazia objetos se mexerem como se estivessem vivos sabe... É claro que existe, mas nós ainda não sabemos. Porém, os dois sabem e então eu tive uma ideia brilhante.
– Algo me diz que isso não vai ser nada legal. - Capí comentou.
– Deixa de paranóia pessoal, vai ser divertido vocês vão ver.
Ele seguiu para o corredor dos signos, de onde Fausto havia gritado anteriormente. Não só eles, mas vários alunos que ouviram a algazarra estava indo pelo mesmo caminho. Os signos ficavam indo de lá pra cá feito loucos de tanta gente que tinha no corredor. Estavam ficando loucos.
Em frente á porta de número quatro, as pessoas se aglomeravam para entrar. Era uma varnda enorme que servia como salão de jogos. Haviam vários sofás, cadeiras e mesas com tabuleiro de xadrez bruxo em cima. Alguns itens de jogos como vassouras ou tênis de jogar Zênite estavam espalhados por ali. No meio do salão, mais pessoas estavam ao redor como um circulo, olhando para o que parecia um macaco de brinquedo, daqueles que é preciso dar corda para bater os pratos. Ele tinha um sorriso estranho, mas o que mais chamava sua atenção era seu tamanho. Ele tinha o tamanho de um adulto e no meio dos pratos musicais, havia um pequeno banner escrito "Surprise" bem grande e em letras garrafais. Embaixo era possivel ler "Para Dalila Lacerda, presente de seus queridos anjinhos".
Os alunos olhavam curiosos para o enorme e estranho boneco enquanto Fausto os afastavam com insultos e abanar de braços. Não tinha apenas esse "boneco", haviam mais três espalhados pelo salão, porém o que tinha o banner chamava mais atenção, sendo assim ninguem notou a presença dos outros. E mais, em uma parede estava um placa comemorativa de latão, mas n]ão havia nada escrito.
– Ei! - Erik chamou do lado oposto do salão. Os Pixies foram se juntar á ele e a Alícia que andava praticamente grudada nele.
– Conseguiu? - Viny perguntou entusiasmado.
– Mas é claro! - Erik confirmou. - A Alícia não quis me deixar sabe... - ele cochichou no ouvido de Viny. - Mas no final eu consegui subornar ela com uma coleção de livros que ela ama.
– Ah, legal! Agora nós esperamos a bruxa chefe.
– Mas o que significa isso? - surgiu uma voz por entre os alunos. Dalila surgiu entre eles com empurrões e "sai da frente garota", até que chegou no centro do salão onde estava o macaco-boneco.
– Senhora, eu encontrei isso aqui na sala. Não tinha ninguém aqui, mas parece ser algo importante.
– É agora!- Viny exclamou o mais baixo possivel.
– PESSOAL! SE EU FOSSE VOCÊS ME AFASTAVA!! - Erik gritou com a boca coberta com as mãos, de modo que pareceu que qualquer aluno de qualquer canto da sala tinha gritado o aviso.
Os alunos se afastaram no exato momento em que Erik gritou. Então o silêncio caiu pela sala e Dalila olhou para o mar de estudantes, á procura do aluno que gritou. Desistindo da procura ela voltou sua atenção para o boneco. Ela se aproximou e...
– Vivigu - Erik murmurou apontanto para o brinquedo gigante. Caimana olhou para onde Erik apontou a varinha.
Os pratos bateram derepente como numa orquestra musical. Poém o barulho foi estrondoso e deve ter sido bem pior para Dalila que estava muito próxima do boneco. Ela deu um salto para trás assustada e tropeçou, quase caindo no chão. Os alunos começaram á rir.
Caimana olhava espantada com aquilo, era... engraçado, mas Caimana sentiu algo como pena.
Os outros bonecos se juntaram ao primeiro e todos se assustaram ao perceber que eles estavam começando a andar em direção á Dalila.
– Me proteja seu imprestável! - Ela gritava puxando Fausto para sua frente como um escudo humano.
– Mas senhora... - o zelador tentou argumentar, mas Dalila o jogou no chão com um empurrão e sacou a varinha de dentro das vestes.
A ponta da varinha brilhou intensamente e um jato de luz foi jogado no boneco palhaco que tinha uma flata na boca de onde saia bolhas de sabão. A cabeça do boneco explodiu com um estrondo, porém o feitiço não o retardou. Ele continuou andando na direção dela sem as bolhas já que não havia mais cabeça.
Dalila olhou apavorada para o boneco-macaco e lançou um feitiço roxo que fez o boneco explodir em chamas, o que piorou mais ainda a situação. Ela estava assustada demais para pensar em algum feitiço que funcionasse contra aquela brincadeira de mal gosto. E no meio das risadas e gargalhadas dos alunos, enquando o boneco em chamas se aproximava de Dalila, Caimana virou-se para Erik.
– Pára com isso Erik! Pára agora!!
– Mas porque? Tá muito engraçado, olha só a cara dela! - ele protestou e voltou a rir junto com Viny que não se aguentava e levava a mão á barriga que doia com o esforço de rir.
– Calma Cai!- Alícia se intrometeu. Ela apontou a varinha para os bonecos e com um gesto amplo ela disse:
– Malvivigu!
Os bonecos pararam no mesmo instante e algum aluno lançou um jato de água da varinha para apagar as chamas. A água acabou atingindo Dalila em um banho gelado que a deixou encharcada.
Por um breve momento o silêncio reinou mais uma vez, cortado apenas pelo sorriso abafado de alguns alunos que não se aguentavam. Alunos como Viny por exemplo.
– Você poderia ter machucado ela! - Caimana avançou contra Viny, falando baixo.
– É Viny, não se faz uma coisa dessas com alguém, nem mesmo com a Dalila. - disse Capí.
– Ah, qualé pessoal? Foi muito engraçado, vai dizer que não? - ele perguntou.
– Aff, não acredito que perdi meu tempo com isso. - ele se virou emburrado e saiu do salão.
– Vocês nem viram o grand finalle!
Erik fez mais um movimento com a varinha e o que sobrou dos bonecos explodiu em confetes e origamis animados que brandiam pequenas espadas de papel. A explosão foi tão inesperada que todos se assustaram, mas Dalila que tinha se assustado mais ainda ficou pálida e só não desmaiou porque os origamis brandiam as espadas em seu rosto. Ela tremia dos pés á cabeça.
– Agora minha vez... - sussurrou Viny. - Ele foi até a placa de latão na parede despercebidamente e lançou um feitiço. - Esse eu fiz questão de aprender para ter o prazer de fazer... - ele disse sabendo que Caimana e Capí ainda estavam atrás dele.
Após os movimentos com a varinha, ele se afastou, longe o bastante para Dalila não ver quem havia feito aquilo e uma luz vermelha brilhou na placa e algo começou a surgir. Palavras começaram a surgir, até que uma frase completa estivesse escrita como se fosse entalhada:

"Aqui, a magnânima conselheira Dalila Lacerda levou seu primeiro susto pixie. – 5 de Maio, 0001 d.p.”

Ao ver o brilho e a frase, Dalila esqueceu dos sustos. Esqueceu do banho d'água. Esqueceu de tudo e levantou com puro ódio. Caimana soube naquele exato momento que o pior estaria por vir mais cedo ou mais tarde. E torcia, lá no fundo pra que fosse tarde, porque a expressão de Dalila não era das mais boas.


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