“Querido Luke,

Uma vez me disseram que quando alguém sai de tua vida de alguma forma e ainda sobra alguma coisa para se dizer, deve-se escrever uma carta e depois, queimá-la ao ar livre que o ar vai se encarregar de levar as palavras ao seu destino certo. É claramente uma superstição mortal, mas não custa tentar, não é?

Você sempre soube que eu te amei, não é? Talvez ainda te ame, mas agora é tarde demais. Você está morto e mesmo antes disso, eu havia entrado para a caçada, abandonando toda a minha esperança de envolver com qualquer homem que fosse.

Eu gostaria de te dizer que eu te perdoo. Te perdoo por tudo o que você fez, te perdoo por se aliar a Cronos, por tentar destruir os deuses e principalmente por tentar fazê-los ver que os deuses menores também precisavam de um chalé e que eles precisavam olhar mais para suas crias. Nós dois sabemos que eles não costumam fazer isso, mas não custa tentar e você tentou. Eu te admiro por isso. Eu também te perdoo por ter me deixado.

Eu me lembro vagamente do que acontecia enquanto eu era uma arvore. Você me visitava sempre. Annabeth também, mas você aparecia mais vezes. Eu não entendia muito bem o que acontecia, mas agora que eu estou “acordada” novamente, eu sei e agradeço por nunca ter me esquecido. Eu também não vou te esquecer, Luke.

Nunca.

Eu ainda te amo,

Thalia”

A garota levantou da escrivaninha, pegou um isqueiro e foi até do lado de fora da cabana. Estava vazio do lado de fora, a não ser por algumas meninas de sentinela, que não diriam nada, por já conhecerem os hábitos estranhos da tenente.

Thalia adentrou a floresta que ficava a poucos metros de distancia da clareira onde fizeram acampamento. Levantou a folha e acendeu o isqueiro. A carta se incendiou mais rápido do que achava ser possível e quando voltou para a cabana ficou pensando se era realmente uma superstição mortal e se as palavras tinham chegado ao seu destino.