H O L O C A U S T escrita por imyourvenus


Capítulo 3
"Estamos aqui a mando da Gestapo."


Notas iniciais do capítulo

Oie amores, como vão?
Vou dar toda a razão pra vocês se quiserem me xingar ou lançar um Avada, por que esse capítulo está escrito a éons e eu só tomei vergonha na cara pra postar agora.
Quero dedicar esse cap Julia Black que escreveu uma recomendação fantástica para a história, obrigada de verdade!!
Esse capítulo é crucial para o decorrer da fic, então espero que gostem XD



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Primavera de 1943

Lily Evans

Acho que nem preciso comentar que aquela noite foi uma das piores da minha vida.

Aquele sonho ficou voltando na minha mente o dia todo, parecia querer avisar sobre o que estava prestes acontecer.

Tudo – repito, tudo – era melhor do que aquilo.

Mas você não deve estar entendendo nada, não é? Então vamos começar pelo começo, quando tudo aconteceu...

A sol já estava baixando e as típicas brisas frias de comecinho de noite já estavam soprando, ninguém tinha chegado em casa ainda, o que significava que eu tinha que ficar em total silêncio.

Afinal eu não estava ali, não é mesmo?!

Eu estava deitada em minha cama lendo um dos livros da minha mãe quando ouvi o primeiro barulho, uma batida muito forte na porta, daquele tipo “eu sei que você está em casa, então nem tente fingir o contrário”.

Mas aquilo já fazia parte da minha rotina, eu tinha que simplesmente ignorar e se possível fazer menos barulho ainda.

A principio achei que era um dos amigos de meu pai, mas logo percebi que estava redondamente enganada.

“Se ninguém abrir vamos arrombar” disse a primeira voz.

“Estamos aqui a mando da Gestapo e nós sabemos que tem uma cigana aí, vai ser pior se alguém estiver tentando esconde-la” falou a segunda voz, e ela estava perigosamente mais calma e fria do que a primeira.

Naquele momento eu já tinha perdido totalmente a capacidade de respirar, então era aquilo? Minha morte seria tão medíocre assim?

Eu estava tentando me acalmar, regularizar a respiração e dizer a mim mesma que eles iriam embora se não ouvissem nada, quem sabe pensassem que eu tinha fugido?!

Foi aí que eu ouvi um barulho alto... alto de mais.

E droga, era a porta. Eles tinham arrombado a porta.

A única coisa que eu consegui a fazer foi me jogar em baixo da cama. As lágrimas já dançavam livremente em meu rosto.

Eu ouvia passos de uma, duas, três pessoas.

Eles estavam chutando as portas dos cômodos, revistando quarto por quarto.

Tão perto de mim...

Continuaram assim por mais alguns minutos até que chutaram a porta do meu quarto, meu coração batia tão fortemente que eu tinha certeza que se eles chegassem um pouco mais perto poderiam ouvir.

Foi tudo tão rápido que nem deu tempo de respirar.

Um soldado bem jovem – ele devia ter o que? 16,17 anos... - levantou o lençol da cama e me puxou pelos cabelos.

– Poxa, por que sempre embaixo da cama? Tá até perdendo a graça. – Falou ele enquanto me empurrava para outro soldado.

– Hm. Você não é uma cigana, é? Geralmente elas não vestem roupas normais. E isso aqui – ele disse enquanto apontava pro meu quarto – não se parece nada com o que já vimos quando capturamos ciganas... – Um soldado mais experiente disse enquanto puxava minha cabeça para trás e fungava meu pescoço.

Humilhante.

– E o que nós vamos fazer? Deixa-la aqui? – Perguntou o que me puxou de baixo da cama.

– Claro que não, nós temos uma cota a cumprir. Não importa o que ela é ou deixa de ser. – Falou uma terceira voz que até então não estava na conversa.

Esse terceiro soldado aparentava ter no máximo 25 anos, mais velho que o primeiro e mais novo que o segundo.

– Você está certo – falou o soldado mais velho – vamos levar essa daqui e aproveitar um pouco, essa lei de que não podemos nos divertir com indesejadas é horrível, e tecnicamente essa daqui não é uma indesejada.

“Essa daqui” era assim que eu seria chamada daqui pra frente?!

Eu estava soluçando, gritando e me debatendo ao mesmo tempo. Eu queria sumir.

– Me diga, qual é a sua religião? – Perguntou o soldado mais moço.

– S-sou católica. – Falei entre um soluço e outro.

O Soldado mais velho ainda me segurava violentamente pelos cabelos, como se eu não fosse nada.

Como se eu não fosse uma pessoa...

– Vamos logo, o trem parte em duas horas. – O soldado do meio disse.

Nenhuma resposta foi ouvida, apenas caminhamos – ou melhor, caminharam e me puxaram – até a saída.

Eu estava gastando todos os meus recursos vocais, gritando como se não houvesse um amanhã.

E provavelmente não haveria mesmo...

Me debatia o mais violentamente que conseguia mas eles pareciam já estar acostumados com aquilo.

Estávamos saindo de casa – passando por cima da porta, que de fato fora arrombada – e mamãe, papai e Petúnia estavam chegando naquele momento.

Mamãe soltou um grito, largou a bolsa de compras que carregava no chão e tentou correr em minha direção, mas papai a impediu.

– LILY – Mamãe gritava sem parar se debatendo tanto quanto eu, a única diferença era que ela estava nos braços fracos e seguros de meu pai enquanto eu estava nos braços fortes de soldados que não ligavam se eu estava viva ou morta.

Ou melhor, ligavam sim. Afinal, eles tinham uma ‘cota’ para cumprir.

O soldado mais novo se aproximou da minha família e:

– Quem é Petúnia Evans? – Ele perguntou enquanto lia um pequeno papel.

– S-sou eu. – Ela falou insegura.

Não podia ser.

– A Alemanha agradece por sua fidelidade, aqui está sua recompensa. – Ele disse e a entregou um envelope que provavelmente continha dinheiro.

Nesse momento mamãe parou de se debater e encarou Petúnia com olhos assustados.

Mas é claro que tinha sido Petúnia quem me delatou... Como eu não tinha percebido antes?

O soldado se juntou aos seus companheiros – e tecnicamente a mim - e fomos em direção a um carro da Gestapo.

Eu não me debatia mais, eu não queria me debater mais, nem gritar, nem nada... Só sorrir pra mamãe e papai, pra mostrar que eu estava bem.

Mesmo estando quebrada por dentro...

Eu nunca imaginei, nem eu meus piores sonhos, que Petúnia pudesse fazer isso comigo.

Eu sei que não fui a irmã dos sonhos dela, mas daí a fazer isso?!

Mesmo que não demonstrasse eu amava Túnia, e daria minha vida por ela...

Mas pelo visto eu não valia mais do que algumas coisas – que me arrependia profundamente de ter destruído – pra ela.

O carro já estava a algumas quadras da minha casa, o soldado mais velho estava acariciando meu colo de uma forma totalmente inconveniente, mas eu não estava ligando pra isso.

Tudo o que eu queria naquele momento era morrer... Seria menos doloroso.


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Notas finais do capítulo

Então gente, ficou meio sem graça né? Me digam o que acharam, ok?
Sophie, eu não esqueci de você. Só não quero dividir o capítulo, então fique sabendo que o próximo é seu!
Galera, entra nesse grupo aqui ó: https://www.facebook.com/groups/536052499777266/ pra nos conhecermos melhor, e vocês terem notícias das histórias que escrevo (inclusive essa)
Vocês sabem que o que faz o autor são os leitores, né?!
Beeeeeijos ♥