H O L O C A U S T escrita por imyourvenus


Capítulo 2
Só damos valor quando perdemos.


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, como estão?
Aqui está o primeiro capítulo, e agradeço de coração os reviews do capítulo passado (preview) , já estão todos respondidos *-*
Quero dedicar o primeiro capítulo de H O L O C A U S T a Bela Potter, que recomendou a fic com palavras lindas, muito obrigado Bela, eu amei.
Então galera, espero que gostem.
OBS: Esse capítulo foi postado ontem, mas um pouco mais tarde quando reli pelo celular encontrei alguns erros e tentei ajeitar pelo celular mesmo... Mas não deu certo e desconfigurou o capítulo todo, então se você já leu o capítulo marque apenas como lido por que é a mesma coisa XD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/390893/chapter/2

Primavera de 1943

Lily Evans

Era uma tarde considerada quente para aquela época do ano e muitas pessoas estavam passeando com as famílias, regando as plantas ou saindo para tomar sorvete com os amigos.

Mas eu não.

Eu tinha que ficar em casa trancada, fingindo que tinha viajado para muito longe e que nunca mais voltaria.

Tudo por que tenho olhos verdes e cabelos ruivos, características de bruxas e ciganas – segundo os Nazistas, mas na realidade nasci em uma família católica e nunca pensei muito sobre a minha religião.

Mas sei de uma coisa: Definitivamente não sou cigana, eu não tenho poderes, não consigo prever o futuro e nem tenho um caldeirão.

Caldeirões são fundamentais para uma cigana, certo?!

Mas não era o fato de eu estar sendo perseguida que me incomodava no momento, e sim os gritos estridentes de Petúnia no andar de baixo:

– Pra mim já chega! Eu não aguento mais essa aberração destruindo minhas coisas! – Gritava minha querida irmã que mais parecia um cavalo.

E um cavalo bem feio por sinal, parecia que fora pra guerra e teve a cara queimada por uma bomba nuclear.

– Túnia por favor, não seja tão dura com sua irmã. Sei bem que ela vem tendo atitudes erradas com você, e eu não concordo com ela de forma alguma, mas a coitadinha está trancada há meses... – Minha mãe tentava acalmar os ânimos de “Túnia” enquanto ela bufava.

Ok, agora ela evoluiu de cavalo para touro. Qual será o próximo animal? Um búfalo, talvez.

– Nada disso mamãe, a senhora não vai conseguir que eu a desculpe dessa vez. Eu estou farta das infantilidades de Lily, que culpa tenho se ela nasceu com características de cigana?! Escreva bem o que digo, dessa vez vai ter volta! – Ela falou e saiu batendo fortemente os saltos contra o chão.

Pobre chão, se aquele barulho já era suficientemente irritante para mim imagine para ele...

Ouvi Petúnia batendo a porta do seu quarto que era um pouco afastado do meu, mas não o bastante para não ouvir o grito de frustração vindo da caval... Ops, de Petúnia.

E eu soube que daquela vez ela realmente iria se vingar, mas eu não entendia o motivo.

Quero dizer, era só um vestido que eu tinha manchado. E o que era um vestido quando eu já tinha queimado o diário que Válter – o namorado com cara de porco de Petúnia – dera pra ela em seu aniversário e quebrado – acidentalmente – seus discos preferidos?

E mesmo assim ela não bufou como um touro estressado pronto para atacar.

Estava absorta em pensamentos, avaliando o meu próximo passo e o objeto que seria atacado quando minha mãe entra no quarto.

– Lily? Precisamos conversar. – Ela falou e seu semblante estava sério e um tanto irritado.

Droga, odeio quando minha mãe fica assim. Isso quer dizer que eu passei dos limites.

– Sermão não né, mãe? – Tudo o que eu menos queria naquele momento era sermão de “sua irmã não tem culpa, Lily” e blablablá.

– Não é sermão eu só quero te lembrar de que Petúnia não tem culpa de sua situação, e atrasar a vida dela não vai fazer a sua melhorar. Então pare de se comportar como uma criança que você já não é há muito tempo por que eu não vou mais te defender Lily. – Ela disse e saiu do quarto, não me deixou nem responder.

Ótimo. Todos contra Lily.

Mais uma coisa para eu colocar na lista de por que odiar Tom Riddle, ou como também era conhecido, Hitler. Se não fosse por ele nada disso estaria acontecendo e eu certamente estaria tomando um bom banho de piscina com Alice, ou estaria no parque comendo algodão doce e observando as flores que tinham acabado de desabrochar.

Mas naquela primavera seria impossível para mim ver as flores, comer algodão doce no parque ou tomar banho de piscina com Alice.

Ah, como eu sentia falta da minha antiga vida. E eu nem dava valor...

Mas eu acho que é assim mesmo, só damos valor quando perdemos.

E tudo o que fica é a saudade, as lembranças e o medo de nunca mais poder viver aquilo.

A noite já tinha começado a cair quando ouvimos o grito da minha mãe dizendo que o jantar já estava pronto.

Desci rapidamente e o cheiro estava ótimo.

Mas diferentemente do cheiro, o clima estava péssimo.

Petúnia tinha os olhos fixos em seu prato, papai lia um jornal qualquer e minha mãe estava colocando a comida na mesa calada.

– Más notícias – papai falou – agora eles estão oferecendo uma recompensa por cabeça a qualquer um que ajudar a capturar um ‘indesejado’. – Ele falou e pôs o jornal sob a mesa, ao lado de seu prato.

– Quanto eles estão oferecendo? – Perguntou Petúnia.

Pra que ela precisava daquela informação?!

– Não interessa a nenhum de nós saber dessas coisas, agora coma. – Minha mãe disse ríspida, encerrando o assunto.

Depois daquela notícia eu tinha perdido todo o apetite e o cheiro já não parecia mais tão bom quanto antes.

– Com licença, vou me retirar. – Eu disse enquanto levantava.

– Mas você nem tocou na comida. – Minha mãe disse e vi em seus olhos que ela me entendia e compartilhava a mesma preocupação comigo.

– Estou sem fome. – Falei e fui para meu quarto.

Aquela não foi minha melhor noite, tive sonhos horríveis e ao mesmo tempo tão... reais e possíveis.

Meus cabelos já não existiam mais, tinham sido raspados e eu vestia um uniforme listrado que estava grande de mais e sujo de mais.

Eu também estava bem mais magra, quase desnutrida, e estava fazendo algo... Acho que estava trabalhando por que logo atrás tinham uns soldados que vestiam belos uniformes Nazistas e portavam armas que seriam disparadas sem dó nem piedade se qualquer um de nós parasse de trabalhar.

Ao meu lado havia uma menininha judia – tinha uma estrela de Davi em seu uniforme – ela não deveria ter mais do que sete anos e estava exausta, seu rostinho estava imundo e lágrimas desciam dos olhos dela.

Depois de alguns minutos a menina parou de trabalhar e começou a chamar pela mãe, mesmo com um soldado gritando para que ela parasse.

Mas ela não parou e tudo o que eu ouvi foram os tiros. Três no total.

Olhei rapidamente para o lado e ali estava à criança agonizando de dor e seu sangue se esvaindo rapidamente.

Senti meus olhos encherem de lágrimas e eu não pude resistir ao impulso de ir até a menininha conforta-la em seus últimos instantes de vida. Talvez fosse melhor pra ela...

Acariciei seus cabelos por mais algum tempo, mesmo depois dela já ter partido, e quando me levantei para continuar o trabalho que estava fazendo escutei mais três tiros... E logo depois a dor.

Uma dor lancinante que estava me fazendo perder os sentidos, e em um segundo eu já não sentia mais nada, eu já não estava mais ali.

Acordei assustada e fiquei feliz ao constatar que nada daquilo tinha passado de um sonho.

Mas a imagem da menininha morta não me saiu da cabeça pelo resto da noite...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eaí, o que acharam? Espero sinceramente que tenham gostado! *-*
Deixem suas opiniões, por que vocês sabem, reviews são importantes assim como Recomendações e Favoritações! *--*
Quero agradecer a Ingrid por todo o tempo gasto comigo, suas opiniões são muito importantes pra mim ♥
Então gente, no próximo a Lily já será descoberta pelos Nazistas... Até lá, beeeeijos ;*