Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 3
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Aí está mais um capítulo e muito obrigada a todos os comentários que recebi ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/390790/chapter/3

Capítulo Dois

     

    Ainda não entendia o que aquele desenho naquele papel significava, procurei em todos os lugares na internet, mas nada de achar, era muito estranho assim como o Jonh me chamar para sair, algo que também não entendi ainda, mas não quero saber, só pelo fato de sair com ele já é bom. 

    Ainda bem que a Morgana não está em casa hoje, pois se tivesse estaria me enchendo o saco dizendo que eu deveria arranjar logo um emprego para poder me sustentar sozinha, sendo que a filha dela é a que gasta mais e a pensão que a Morgana recebe é minha também, só que como sou menor de idade não posso pegar meu dinheiro e viver como quiser, o que seria bem longe daqui, um lugar que não fossem me achar. Já a Sophie está em casa, lá na piscina se queimando e me chamando toda hora para pegar algo para ela como se eu fosse a empregada dessa casa. 

    Me tranquei no meu quarto e coloquei uma música bem alta para tocar, só assim para não ouvir a voz chata da Sophie gritando toda hora um empregado ou a mim. Sério, eu ainda não entendo o que eu fiz para merecer parar nessa família, fui encontrada numa floresta ao norte de Groview, uma cidadezinha próxima daqui e que não existe mais, ninguém sabe o motivo daquele lugar ter sido destruído, mas hoje em dia é só uma cidade fantasma e que alguns turistas gostam de visitar. Mas enfim, uns caçadores do local ouviram um choro de uma criança e assim me acharam, ninguém sabe o motivo de eu ter ido parar naquela floresta e nem eu me lembro, só sei que não tive muita sorte com a família que me adotou, o único que eu amava era meu pai, mas infelizmente ele morreu. 

    Escuto alguém batendo na porta do meu quarto desesperadamente quase derrubando ela. Me levantei da cama na qual estava muito bem deitada pensando na vida e ouvindo uma ótima música e quando abri a porta preferia ter deixado fechada. 

    - O que você quer aqui? - pergunto para a Sophie que está parada na minha porta vestindo um biquíni cor de rosa e um chapéu lilás, seus cabelos ruivos estão para a frente presos em uma trança lateral, bem mal feita por sinal. 

    Ela me encara com aquele olhos azuis que intimida qualquer um, mas digamos que já me acostumei um pouco com isso. 

    - Dá para você abaixar esse seu rádio? Lá da piscina dá para ouvir e eu quero relaxar e não ficar ouvindo esse seu tipo de música escrota que você gosta, então, ou você abaixa ou abaixa, senão eu juro que jogo esse rádio lá embaixo ou em cima de você. 

    - Qual é a palavrinha mágica? - pergunto com um risinho. 

    - Vai pro inferno, garota. - a Sophie disse isso batendo os pés pela escada. 

    - Essa serve. 

    Abaixei o rádio e continuei ouvindo a minha música, acredito quando a Sophie diz que vai fazer alguma coisa, pois ela realmente faz, teve uma vez quando éramos crianças que ela disse que ia quebrar minhas bonecas caso eu não deixasse ela ser a princesa e eu não deixei, no dia seguinte minhas bonecas estavam todas sem cabeça e penduradas pelo meu quarto, foi assustador. E esse é só um dos casos, essa minha "irmã" é do mal. 

#####

    Eu acabei cochilando e já são seis horas, marquei com o Jonh as sete em frente ao cinema e ainda nem sei o que vou vestir, se a Sophie fosse uma boa irmã, esse seria o momento em que pediria para ela uma roupa emprestada e ela me desejaria boa sorte, mas como não nos damos nem um pouco bem, se eu chegar lá na porta do quarto dela, ela vai me pôr para correr e desejar que eu morra atropelada antes de chegar ao encontro. 

    Pego um vestido preto com alguns detalhes em brilho e o coloco com um sapatilha, eu queria colocar um salto alto e me sentir mais poderosa, mas isso não vai acontecer por (a) eu não ter sapato de salto e o que leva a (b) mesmo se tivesse não saberia andar, não tenho muito equilíbrio e (c) eu fico muito maior que as pessoas quando coloco salto e fico com vergonha. 

    Me olho na penteadeira branca que tenho ao lado da minha cama e vejo que estou com a cara horrível, meus cabelos loiros ondulados estão espichados e secos e minha pele está completamente seca. Tento melhorar meu rosto passando uma maquiagem para destacar meus olhos verdes, mas não melhorou muita coisa, não sou boa em fazer maquiagens, isso é coisa da Giselle. 

    - Gostou do creme que usou? - a Sophie apareceu na porta do meu quarto rindo. 

    - Como assim... - olhei para o creme em cima da penteadeira e quando cheirei ele notei que não tem creme ali dentro e sim hidratante e quando olho para o hidratante que usei, na verdade era o creme - Você trocou as embalagens, como pode ser tão má, Sophie? Eu não te suporto! 

    - E você caiu nesse truquezinho barato - ela começou a rir e depois saiu do quarto se virando uma última vez para dizer: - Boa sorte com o encontro, tchauzinho. 

    Como eu não percebi que estava estranho e com o cheiro diferente o creme e o hidratante? Sou uma lerda. 

    Sai de casa voada pegando o primeiro táxi que apareceu na minha frente, ainda bem que o cinema não é muito longe ou eu chegaria super atrasada, até porque já são sete horas e tudo isso por causa da Sophie que foi trocar as embalagens e fez eu perder meu tempo tentando acertar meu cabelo armado e seco. 

    Cheguei ao CineMaxy, o único cinema que tem na cidade de Franch e ele costuma ficar completamente lotado de jovens, principalmente em estréias de filme, o que é o caso de hoje, uma sexta-feira. 

    Procurei o Jonh na entrada, mas estava cheio de pessoas animadas atrapalhando minha visão e a placa brilhante escrito "CineMaxy" não ajudava muito, ela estava posicionada num lugar ruim que quando levantava a cabeça para ver entre a multidão, a luz batia justamente no meu olho. 

    Quando ia para a parte das bilheterias ver se ele estava lá, senti uma mão no meu ombro. Quando me virei era o Jonh, ele não estava com uma cara muito feliz, estava vestindo uma calça escura e uma blusa de manga comprida que parecia mais uma blusa de pijama. Seus olhos cinzas me olhavam apreensivos. 

    - Oi, Jonh. O que foi?

    - Você tem que ir embora - ele disse puxando meu braço e me levando para longe das bilheterias. 

    Sabia que as coisas estavam boas de mais para ser verdade, a sorte não é muito minha amiga. 

    - Como assim, o que houve? 

    - Era tudo uma brincadeira para você. Sua irmã e os amigos dela estavam planejando humilhar você em público e eu até estava nisso, mas me arrependi, então estou pedindo para você ir embora, eu digo que você não veio. 

    - Claro, como eu não imaginei isso! - disse dando uma risada seca e sarcástica - Um garoto tão popular com você não iria querer sair comigo e eu sempre sendo a idiota. Quer saber, você e a Sophie se merecem, vão todos os dois para o inferno! 

    Sai de lá correndo assim como vim, eu odeio muito a Sophie e o Jonh e todos aqueles amigos idiotas deles, me sinto completamente usada, ainda bem que não entrei lá dentro. 

    Sai andando igual a uma louca sem querer encontrar ninguém conhecido pelo caminho e para minha infelicidade o solado da minha sapatilha ainda soltou e eu vim igual a uma fugitiva andando rápido segurando os sapatos na mão sem ter rumo nenhum, só não queria ir para casa agora e ver a cara da minha irmã idiota, seria capaz de jogar a primeira coisa que visse naquela cara "perfeitinha" dela. 

    Enquanto estava andando pela rua esperando algum táxi passar, escuto passos vindo atrás de mim e começo a andar tão rápido que já estou quase correndo. Olho para trás e não tem ninguém, nem um carro sequer passa pelo caminho. 

    Escutei novamente os passos atrás de mim e dessa vez quando virei, o ser de capa estava lá, com a cabeça abaixada sem mostrar seu rosto, andava rápido, mas parecia ter facilidade nisso, como se não estivesse se incomodando. 

    Dessa vez comecei a correr e não tinha nem para onde virar, peguei a estrada Jukesvill para não encontrar ninguém, agora para o lado direito só tem mato e para o lado esquerdo tem uma ribanceira. Me senti presa. 

    Olhei para trás de novo, mas não tinha nada lá e quando me virei para a frente esbarrei com tudo em alguma coisa, mas especificadamente uma pessoa. 

    - Me des...desculpe - disse com medo de quem seria aquela pessoa. 

    - Aconteceu alguma coisa, você quer ajuda? - era um garoto que perguntou, ele tinha os cabelos em forma de moicano pintado de roxo em cima e usava uma roupa meio punk. 

    - Era que...nada, eu estou bem - olhei mais uma vez para trás para conferir e não tinha nenhuma pessoa de capa. 

    Ele abriu a porta do carona do carro e disse:

    - Entra, eu te levo para casa, é perigoso andar por aqui sozinha. 

    - E o que me garante que você é confiável? 

    - Bom, não tem como garantir, mas eu te prometo que sou, se quisesse te fazer mal já teria tapado sua boca e te jogado no carro e não teria nenhuma testemunha. 

    Sempre aprendi a não entrar no carro de estranhos, mas ficar aqui de novo sozinha e arriscar encontrar aquele ser de capa não é uma boa opção. 

    Entrei no carro e quando bati a porta, com o vento, entrou um papel, nele tinha um símbolo, era um desenho de duas ondinhas. A textura do papel era a mesma do primeiro que encontrei, não sei o que esses símbolos significam, mas espero descobrir. 

    Quando olhei para o lado já estávamos na porta da minha casa, foi tão rápido. Quando saí do carro que me liguei...não tinha falado o endereço da minha casa para aquele garoto, como ele sabia? Quando ia perguntar, o carro já tinha desaparecido pela rua. 

    


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Espero que sim rsrs