Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 27
Capítulo Vinte e Cinco


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei :)
Esse capítulo foi escrito um pouco rápido que ando meio sem tempo, então me desculpem qualquer erro. Espero que gostem :D



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CAPÍTULO VINTE E CINCO

Tinha algo de diferente comigo, eu podia sentir, era algo que se agitava dentro de mim, algo que parecia gelar por dentro das minhas veias e me fazia sentir como eu nunca tinha sentido, antes eu era a dominada, mas no segundo seguinte eu estava sendo a dominadora, consegui soltar meus braços e me virar e quando segurei no pulso daquele ser, mesmo sem poder ver seu rosto, sabia que ele estava surpreso, tentou se mover mas algo o prendia no chão e quando tentou mover os braços para se soltar também não conseguiu.

Eu não sabia o que estava acontecendo e o que eu estava fazendo, só sei que o ser ficou ali paralisado sem se mover, ele começou a ficar gelado e eu tirei a mão do pulso dele rapidamente, estava assustada, e quando olhei para aquela pessoa de capa parada na minha frente e completamente congelada, fez eu ficar mais ainda.

Eu comecei a correr no pequeno corredor que faltava para chegar a saída, mas a vozes falando meu nome não paravam, elas pareciam que entravam na minha cabeça e a saída do labirinto parecia estar cada vez mais longe.

Acelerei mais a minha corrida e quando empurrei a cortina preta da saída do labirinto me senti mais aliviada mas não menos assustada, todos olhavam para minha cara como se eu fosse um dos monstros saindo daquele Labirinto do Terror, mas não queria saber, só sai correndo o mais rápido que eu podia de perto daquele lugar.

Eu não sabia onde estava a Adélia, não sabia se ela tinha conseguido achar a saída ou se um daqueles seres tinha pegado ela, não sabia também do Daniel e nem do tal do Louis, estava sozinha e sem saber o que fazer e para onde ir, meu celular que estava no bolso tinha caído dentro daquele labirinto e eu é que não ia voltar lá para buscar.

Estava andando meio que sem rumo, até que senti uma mão no meu ombro me deixando assustada e eu automaticamente me virei e acertei um soco no rosto da pessoa, já estava pronta para dar outro quando vi que na verdade não era um daqueles seres de capa, mas sim o Daniel, ele me olhava meio que sem entender e tinha uma mão sobre o rosto.

– Me desculpe, Daniel, é que eu pensei que fosse... É sério, me desculpe mesmo... - eu disse me sentindo extremamente culpada.

– Nossa, você tem a mão pesada - ele disse rindo, mas quando viu que eu não estava achando graça, tirou a mão do rosto e me lançou um olhar preocupado - O que houve? Aconteceu alguma coisa?

Eu dei um passo a frente e abracei o Daniel, eu não sabia porque estava fazendo aquilo, mas eu precisava saber que não estava sozinha e que tinha alguém que realmente se importava comigo, ele pareceu um pouco surpreso, mas depois retribuiu o abraço.

– O que está acontecendo? Você....você está gelada - ele desafroxou um pouco o abraço e reparou meu rosto - E você está pálida também, mais do que o normal... Vem comigo.

O Daniel me segurou pela mão e me guiou pelo parque que estava mais cheio do que quando chegamos, não sabia para onde estávamos indo até que vi que chegamos numa parte que estava mais vazia, era um píer comprido.

Nos sentamos num banco que tinha uma vista para o mar, o tempo já estava quase todo escuro mas a lua já tinha começado a surgir, dava para ver as ondas batendo nas pedras um pouco abaixo do banco onde estávamos sentados e algumas gotas da água fria batiam nas minhas costas.

O Daniel tirou a jaqueta que estava vestindo e que eu nem tinha me ligado que ele estava com ela, e colocou sobre as minhas costas.

– Fique com ela, você está gelada e tremendo - ele disse - Agora pode me contar o que houve e onde está a Adélia? Está me preocupando, e de alguma forma não estou conseguindo ver o que se passou...

Aquelas vozes pareciam ainda ecoar na minha cabeça, eu ainda estava com medo e parecia que aqueles seres de capa estavam em todos os lugares e que naquele mesmo momento poderiam estar nos observando, o que poderia bem ser verdade.

– Eu e a Adélia fomos naquele labirinto que ela me convenceu de ir, mas eu me perdi do grupo de pessoas e acabei ficando sozinha, só que num dos corredores perto da saída apareceu um daqueles seres de capa e umas vozes surgiram dentro da minha cabeça dizendo para eu ir com eles...e...e foi tudo muito assustador e depois eu não sei... eu consegui de alguma forma parar o ser de capa...Acho que não sei, acho que eu meio que congelei ele... - me senti estranha dizendo isso, ainda não tinha acreditado no que tinha acontecido.

O Daniel estava me olhando ainda surpreso e eu não sabia o que passava em sua mente, sua expressão era um misto de confusão.

– Acho melhor ligarmos para a Adélia, espero que ela esteja bem - ele disse.

O Daniel pegou o celular e discou o número da Adélia, demorou um pouco para ela atender mas quando atendeu dava para perceber que ela estava um pouco brava, conseguia ouvir sua voz mesmo não estando no telefone, ela dizia algo como "eu não acredito que a cachorra da Eloísa me deixou sozinha" e "onde vocês estão?".

Depois do Daniel dar a localização de onde estávamos, ele se virou de volta para mim , segurou minhas mãos nas suas e olhou dentro dos meus olhos me deixando um pouco vermelha e fazendo-me desviar os olhar.

– Vai ficar tudo bem, nada de ruim vai nos acontecer, eu te prometo.

– Mas é que está tudo tão errado! Sério, do nada essas coisas estranhas começaram a acontecer como aqueles símbolos aparecendo e seres de capa me seguindo querendo me matar, tem também a minha melhor amiga presa naquela cama de hospital tudo e por minha culpa, descobri que me pai adotivo que eu sempre confiei e que achei que estava morto na verdade está vivo e fazendo não sei o que quê por aí, descobri que a Morgana e o Jonh são uns Herhegrinos e mesmo a Morgana não fazendo mais parte disso ainda desconfio dela, já o Jonh...eu nunca ia imaginar, eu gostava dele mas ele brincou comigo e eu também muito lerda nem desconfiei de que tinha algo muito estranho por trás disso até porque quem ia gostar de mim? Eu sou uma idiota, burra e que talvez nada disso teria acontecido se eu tivesse morrido naquele dia em que a casa dos meus pais biológicos foi atacada.

Eu sabia que estava chorando mais não me importei de estar parecendo fraca na frente do Daniel, estava cansada de tudo.

O Daniel levantou meu rosto com a mão direita e com a outra enxugou algumas lágrimas que insistiam em cair dos meus olhos.

– Para com isso, Elô, você não é nem idiota, nem burra e nem deveria ter morrido, você é bonita e inteligente e eu...eu gosto de você... E o Jonh, bom, o Jonh sim é um idiota burro e que não merece alguém como você.

Eu estava corando, tinha certeza disso, mas era bom saber que tinha alguém que gostava de mim e esse alguém era quem eu vivia desprezando e chamando de idiota, que quase matei derrubando de um penhasco, que dei um soco na cara dele achando que era um daqueles seres, alguém que mesmo eu dizendo que era chato o tempo todo e eu sendo fresca a maior parte do tempo, nunca desistiu de mim.

Estávamos ali os dois, um olhando nos olhos do outro, o rosto do Daniel se aproximava cada vez mais do meu, seus olhos que naquele momento estavam cinzas me olhavam avidamente, um nervoso se agitava dentro do meu estômago, eu sei que poderia inventar uma desculpa qualquer e sair dali de perto dele, mas algo me prendia ali, eu não queria estar longe dele.

O Daniel se aproximou mais de mim e me beijou de um jeito bem rápido de delicado desaproximando um pouco nossos rostos para me olhar nos olhos.

– Não vai me empurrar do penhasco dessa vez ou me dar um soco? - ele pergunto com um sorriso muito fofo no rosto.

– Não - respondi negando com a cabeça e depois puxando a gola de sua blusa trazendo o rosto dele para próximo do meu de novo.

O beijo daquela vez não foi nem um pouco delicado, estava mais intenso e ardente, minhas mãos percorriam as costas largas e musculosa do Daniel enquanto suas mãos estavam no meu cabelo, eu sentia algo diferente enquanto estava beijando o Daniel, não era a mesma coisa do que quando beijei o Jonh, era algo mais...não sei, profundo e apaixonante e que eu não conseguia mais desgrudar meus lábios do dele, eu já estava ficando sem ar, mas não queria larga-lo.

– Nossa, belo casal - uma voz conhecida disse seguida de som de palmas.

Eu e o Daniel nos separamos rapidamente e eu estava arfante. Olhei para a frente e vi a Adélia, ela me lançou um olhar que parecia sair faíscas e que fez eu me encolher.

– Vocês acham isso certo? Eu tenho que procurar o Louis sozinha enquanto vocês dois ficam se agarrando? Se queriam algo mais privado por que não procuram um motel? Aposto que deve ter um monte por aí, tenho certeza de que a Eloísa deve conhecer um monte, né sua vadia? Tem essa carinha de santa, mas de santa não tem nada.

Me levantei e fui para a frente da Adélia, estava com raiva dela, quem ela pensa para dizer essas coisas de mim?

– Olha aqui, acho que a única vadia aqui é você que fica se jogando para tudo quanto é homem que aparece, ou não se lembra que enquanto procurávamos o Louis você ficava o tempo todo dando mole para um grupo de garotos?

– Eu te odeio, aposto que fez um showzinho de drama para cima do Daniel para ele cair nos seus encantos de garota santinha indefesa!

– Eu não fiz show nenhum, e fique sabendo que por sua culpa de me enfiar naquele labirinto eu quase fui levada por aqueles seres de capa.

– Talvez fosse melhor se você tivesse sido levada, assim deixava o caminho livre!

O Daniel surgiu no meio de nós duas segurando o braço de cada uma com uma mão.

– Dá para pararem? Nenhuma de vocês é vadia e ninguém deveria ser levada pelos seres de capa, agora dá para se acalmarem? Temos que manter a calma para assim encontrarmos o que procuramos, estamos aqui em uma missão e não aguento mais ouvir discussões de vocês duas!

A Adélia me lançou um último olhar de metralhadora e depois se soltou da mão do Daniel.

– Ok, eu já me acalmei, só não entendo ainda o que você viu nessa garota sem graça - ela disse.

Eu revirei os olhos e me soltei também da mão do Daniel antes que a louca vontade de beijar ele de novo voltasse.

– Acho melhor não nos separarmos mais, é mais perigoso se fizermos isso - o Daniel disse.

Ouvi a Adélia bufar, mas ela nos seguiu até porque ela deveria saber que não teria chance nenhuma de encontrar o Louis sozinha e fora que seria bem mais perigoso também, eu vi bem o que poderia acontecer se um de nós ficássemos sozinhos.

Andar por um parque cheio e tentar encontrar uma pessoa era como procurar agulha num palheiro, bem que aquelas esferas poderiam ter nos dado a definição exata de onde poderíamos encontrar a pessoa do quarto símbolo, seria bem mais rápido e não precisaríamos ficar dando voltas em torno de nós mesmo tentando encontrar alguém que poderia estar em qualquer lugar e em constante movimento.

Estávamos já dando uma terceira volta pelo parque de diversões e, mesmo nenhum de nós querendo admitir, estávamos quase desistindo de encontra-lo. Já ia dizer que talvez pudéssemos pedir ajuda as esferas de novo, quando ouvi a Adélia dizer, ou melhor, gritar:

– Seu filho da mãe, será que não vê por onde anda não? Você quase me atropelou, seu babaca!

– Me desculpe, é que eu não te vi e...

Eu e o Daniel nos viramos para a direção da Adélia e a expressão de surpresa nos nossos rostos foi bem visível assim como a do garoto que carregava uma carrocinha de pipoca.

– Ai meu Deus - eu disse.

– Você é o...Louis... - o Daniel disse.

– Eu não acredito que a pessoa do quarto símbolo é um vendedor de pipocas num parque de diversões - a Adélia disse revirando os olhos.

– Você são as pessoas que...que a minha esfera me mostrou que apareceriam - ele disse com uma expressão perplexa no rosto.

Então o Louis também tinha uma esfera e sabia de nós, sabia que viríamos, então ele não era tão alienado assim das coisas, seria mais fácil contar tudo que andava nos acontecendo.

Estávamos todos surpresos ainda, quando uns sons bem reconhecíveis e medonhos começaram a soar na minha mente, aquelas vozes tinham voltado e dessa vez eu não sabia de onde elas estavam vindo...


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Notas finais do capítulo

R.R.F?