Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Dois


Notas iniciais do capítulo

Genteeee depois de muito tempo eu enfim voltei! Estava na última semana de provas na escola, mas agora já estou de férias ~ musiquinha de aleluia ~ kkkk Vou tentar voltar a postar aos domingos ou segundas como antes. Espero que gostem :D
AAAAHHHH, obrigadaaa pela recomendação Danica Valdez, gente leiam a fic dela A Protetora que é muito boa :D



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Capítulo Vinte e Dois

O ser estava saindo do canto da porta e vindo em direção a cama. Eu comecei a balançar o Daniel para ele acordar, mas nada adiantava, ele não acordava de jeito nenhum.

Estava começando a me desesperar, ou melhor, eu já estava desesperada e pior que não dava nem para ir em direção a porta e tentar fugir. Comecei a gritar, mas parece que ninguém ouvia até porque tudo parecia bem quieto e silencioso, sei que era de madrugada e não tinha muitas pessoas hospedadas naquela pensão, mas era um silencio diferente.

O ser se destransformou e virou uma pessoa, mais especificadamente o Frederic, eu ainda não entendia o que ele queria comigo, mas de alguma forma ele me causava medo, não conseguia me sentir segura perto dele.

A luz da lua entrando pela janela do quarto iluminava os olhos que tinham se transformado em violeta e que brilhavam demais, aquela cor de olhos eram tão estranhas e misteriosas.

– Surpresa em me ver? - ele perguntou com sua vez melodiosa.

Eu tentei me encolher o máximo que coseguia na cama e tentava desesperadamente acordar o Daniel que de alguma forma não acordava me fazendo ficar mais desesperada ainda.

– Não adianta tentar acorda-lo, estamos parados no tempo, ninguém vai se mexer até quando eu quiser - um sorriso brincou em seus lábios e eu fiquei com vontade de arranca-lo do rosto dele.

Agora tem mais essa, estou parada no tempo com um cara maluco e que eu não faço a mínima ideia de quais são suas intenções, mas tenho certeza de que não são boas, ele não é uma pessoa muito confiável, posso sentir isso.

– O que faz aqui? - perguntei. Eu estava tão encostada na cabeceira da cama que faltava pouco atravessa-la.

– Esqueceu que sua irmã me deu um tiro? Essas coisas não acabam assim...mas cuido disso depois, não foi sobre isso que vim aqui falar.

– E veio para o quê? Achei que quisesse me matar.

O Frederic se aproximou do meu lado na cama e estendeu a mão como se eu fosse muito pega-la, poderia muito bem ser um truque dele, vai que ele tenha algum tipo de veneno ou aquelas garras apareçam e arranquem meus braços fora? É tenso só de imaginar, estou me sentindo num daquele filmes de A Hora do Pesadelo, só que não estou presa num sonho e sim no tempo, mas tenho certeza de que se morresse aqui apareceria morta quando o tempo voltasse ao normal.

– Venha, pegue minha mão - ele disse com a voz tranquila.

– Por qual motivo faria isso? Não tenho nada que comprove que você é confiável, então se não veio me matar, será que poderia voltar ao tempo ao normal?

– Não disse em momento nenhum que não iria matá-la, só disse que não iria fazer isso hoje - ele estreitou os olhos na minha direção.

– Nossa, belo jeito de me fazer confiar em você - disse sarcástica, revirando os olhos.

– Acho que você quer evitar a sua morte hoje, não quer? Então venha comigo, colabore.

Algo naquele olhar dele, tão profundo e penetrante me fez acha-lo tão familiar de uma forma que me causou uma enorme dor no peito desconfortante, eu o conhecia de algum lugar, mas não sabia de onde era...

– Eu não quero ir - respondi meio incerta. - Não quer se lembrar de coisas do seu passado?

A palavra "passado" fez eu meio que mudar de ideia, sei que já descobri muita coisa ontem, mas quero por tudo em ordem, quero saber mais o quê eu não me lembro, sobre o quê foi escondido de mim, e se estou tendo essa oportunidade mesmo que de uma cara louco, não posso desperdiça-la, espero não me arrepender.

– Isso, venha, me dê a mão - o Frederic disse quando percebeu meu olhar cedendo.

Joguei a coberta para o lado e segurei a mão dele que estava fria como mármore. Ele me observou de baixo para cima e disse rindo:

– Belo pijama o seu.

Senti meu rosto esquentando, tinha me esquecido que estava com um pijama de bolinhas com cara de pijama de avó.

– Eu não sei para onde estamos indo, mas acho que eu tenho que trocar de roupa.

– Não precisa, para onde estamos indo ninguém podera vê-la...E até que você fica bem com esse pijama.

Ele disse isso, mas eu tinha certeza de que ele estava tentando prender o riso e eu estava vermelha como um tomate, acho melhor eu me lembrar de sempre dormir com um pijama direito, pois nunca se sabe quando um cara louco vai aparecer no meu quarto e ficar rindo do meu pijama.

– Feche os olhos.

– Para quê?

– Apenas feche os olhos e se concentre, está bem?

Ainda não achava ele muito confiável e que talvez eu estivesse cometendo uma enorme burrice em ir para algum lugar com uma cara que quer me matar.

Fechei os olhos e me concentrei, comecei a sentir um tipo de formigamento no corpo e dava uma enorme vontade de abrir os olhos, só que não conseguia fazer isso, mas quando consegui, estava em um lugar diferente do quarto da pousada, bem diferente.

Eu estava tipo naquelas visões que tive ontem quando cai no mar, então tinha certeza de que ninguém ali podia me ver, só que dessa vez o Frederic estava ao meu lado, ainda não sabia o que estávamos fazendo ali, na rua em que moro só que uns anos antes e ela estava toda enfeitada com abóboras, caveiras, aranhas e coisas do tipo, deveria ser um Halloween.

– Eu...eu não estou entendendo, o que estamos fazendo aqui? - perguntei para o Frederic ao meu lado.

– Só veja, precisa se lembrar de algumas coisas - disse ele.

Eu comecei a ver cenas de mim mesma quando tinha em torno de 14 anos em um Halloween que eu nem me lembrava, esse dia tinha sumido da minha mente de uma forma que eu não conseguia me lembrar mesmo, como isso era possível?

Estava eu e a Giselle fantasiadas com umas roupas estranhas que eu provavelmente hoje em dia não usaria nem mesmo num dia das bruxas. Estávamos numa festa numa casa que ficava num cemitério e apesar de eu não me lembrar nem um pouco desse dia, ainda não entendia o motivo do Frederic querer que eu visse aquilo...Até que as coisas começaram a ficar mais estranhas, o Daniel estava na festa e a Adélia também, então eu já os conhecia e não me lembrava, tudo daquele dia tinha sido apagado da minha mente.

– Ainda não é isso que quero te mostrar, vou adiantar um pouco mais as coisas - o Frederic disse e parecia entediado.

– Mas eu quero saber, eu quero me lembrar desse dia porque de alguma forma ele foi apagado da minha mente e eu já conhecia o Daniel e a Adélia e nem me lembrava disso, quero saber mais coisas!

– Deixa isso para depois, tem algo mais interessante para você ver agora.

O cenário da festa mudou para um lugar completamente sombrio, era um ambiente com paredes feitas de pedras e estava todo iluminado com velas, tinha pessoas com mantos negros paradas e com as cabeças baixas, era tudo muito assustador, mas se tornou mais ainda quando eu vi que eu estava sentada amarrada numa cadeira num círculo estranho e tinham mais três pessoas naquele círculo também, eram a Adélia, o Daniel, e um outro garoto que eu não sabia quem era.

Uma daquelas pessoas de manto tirou um pouco de sangue das nossas mãos e colocou numa espécie de vasilha dourada e depois derramou sobre uma bancada de pedra desenhando uns símbolos. Um ser se aproximou de onde eu estava sentada e me carregou até aquela bancada de pedra prendendo-me ali.

Os seres de capa começaram a cantar uma canção numa língua que não conhecia e depois foram levantando seus rostos e AI MEU DEUS, ISSO NÃO PODIA ESTAR ACONTECENDO, NÃO PODIA! Eu conhecia dois daqueles rostos, mas não queria acreditar que eles realmente fizessem parte daquilo tudo que estava acontecendo!

Eram...eram a Morgana e o Jonh, e tinha um outra pessoa que eu não sabia quem era e nem queria saber. Isso era tudo muito, muito, muito estranho e eu estava me sentindo zonza.

A pessoa que eu não conhecia pegou um faca e estendeu e já estava pronta para cravar aquele objeto afiado no meu coração quando vi a porta sendo aberta violentamente e um forte vento adentrando o lugar. Todos as pessoas de capa ali da sala arregalaram os olhos quando viram quem estava entrando na sala, provavelmente não esperavam que ele entrasse ali naquela sala. Era o Frederic, ele estava um pouco mais novo e tinha uma pessoa do seu lado que era...era o meu pai adotivo.

Vi ele encostando um espécie de pedra na minha testa fazendo-me desmaiar e depois fez o mesmo com as outras três pessoas que estavam no círculo.

Eu queria saber como as coisas terminaram, só que eu fiquei sem enxergar nada do nada e quando voltei enxergar as coisas ao meu redor, já estava de volta ao quarto da pousada e sentia minha cabeça girando, eram muitas coisas para processar.

– Então, como se sente? - o Frederic perguntou, ele estava parado na minha frente.

– Um pouco estranha, confusa e magoada. Como assim meu pai adotivo estava lá naquele dia, ele morreu quando eu tinha oito anos! E também não entendo como a Morgana e o Jonh fazem parte daquele grupo de seres de capa estranhos, eu sei que a Morgana é um louca, mas o meu pai e o Jonh? Nunca imaginaria isso...

Me sentei na cama porque senão era capaz de cair no chão.

– Seu pai não faz mais parte dos Herhegrinos, nem ele e nem a Morgana, eles se rebelaram e não quiseram mais fazer parte daquilo tudo.

– Quem são Herhegrinos? O que fazem?

– São aqueles seres de capas, é um espécie de seita que matam pessoas como você e como seus amigos, há tempos caçam seres que tem poderes da natureza, aqueles dos Símbolos...

– Eu não consigo entender ainda muito bem as coisas, foi tudo muito rápido.Por que mostrou aquelas coisas? E você, você é o que? E porque estava junto com meu pai naquele dia? Por que nos salvou se, que eu saiba, você é do mal? E meu pai ainda está vivo? Por que ele foi embora?

– Opa, muitas perguntas, o efeito de parar o tempo está acabando, vou ter que ir embora, mas ainda vamos nos encontrar e as coisas serão esclarecidas até porque se eu te mostrei isso, é porque estou querendo algo de você...Ah, mais uma coisa, eu não sou do mal, mas também não sou do bem, digamos que eu jogue nos dois lados da moeda, o mundo é dos espertos, não? Se eu ficar só do lado do bem e eles perderem eu me ferro, e se eu ficar só no lado do mal e eles perderem, eu me ferro também, então dos dois lados não tenho esse problema, se eu perder eu fico do lado ganhador. Bom, até breve, Eloísa.

O Frederic em menos de um segundo já tinha desaparecido do quarto e tudo voltou a ficar normal, ainda estava silencio, mas um silencio normal e não aqueles extremamente assustador que dava para saber que tinha algo errado no ar.

Me ajeitei na cama ainda meio estática com tudo que soube. Meu pai que eu sempre achei que tivesse morrido na verdade não tinha acontecido isso, aposto que ele e a Morgana sempre tiveram o plano desde o começo de me matarem, só não sei porque não fizeram isso até porque oportunidades não faltaram. Tem também o Jonh...eu nunca poderia desconfiar que ele fazia parte daquele seita maluca, talvez tudo que ele tenha feito foi para tentar me matar, não quero vê-lo mais, ainda bem que provavelmente não estudaremos mais no mesmo colégio. Tudo na minha vida foi um mentira e até quem eu confiava na verdade estava mentindo.

Senti um movimento do meu lado e já ia pular da cama, até que me lembrei que era o Daniel. Ele se sentou na cama e me olhou com um olhar meio confuso.

– O que foi? Por que está com essa cara e chorando? - ele perguntou.

Nem tinha me dado conta de que estava chorando, as lágrimas simplesmente saíram dos meus olhos.

– Não é nada - respondi.

– Então por que está estranha? Ainda está com medo?

– Não é isso é que...na minha vida é tudo tão errado.

– Como assim? Aconteceu alguma coisa?

Eu tinha que contar tudo logo de uma vez, não podia ficar escondendo as coisas, mas não naquele momento, talvez hoje mesmo, só que mais tarde.

– Depois eu falo, acho que já posso voltar para o meu quarto agora.

– Você está me deixando preocupado, diz o que aconteceu.

O Daniel segurou meu rosto e fez eu olhar em seus olhos, aquela declaração que ele fez dizendo que gostava de mim veio na minha mente deixando-me vermelha, confesso que me senti culpada por te-lo jogado pedra baixo, até porque o que ele me disse foi algo fofo, ninguém nunca tinha dito aquelas coisas para mim e eu ainda me sentia meio confusa com relação ao Daniel, eu sei que sentia algo diferente quando estava com ele, mas não queria colocar na minha cabeça isso.

– Ei, Elô, fala alguma coisa - o Daniel disse.

– Ah, nada, eu vou para o meu quarto.

Peguei meu travesseiro e meu lençol e sai mais rápido que pude do quarto do Daniel antes que meus sentimentos confusos me levassem pelo impulso de querer beija-lo de novo e eu tinha mais coisas das quais pensar naquele momento.

Joguei minhas coisas na cama e me deitei, provavelmente não conseguiria dormir, mas pelo menos sabia que aqueles barulhos não voltariam, então poderia ficar quieta no meu canto tentando por as coisas em ordem.


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Notas finais do capítulo

As coisas ainda estão meio confusas, eu sei, mas em breve vão se esclarecendo. Até logo e deixem reviews :D