Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 19
Capítulo Especial de Halloween


Notas iniciais do capítulo

Genteee capítulo especial de Halloween!!!! Esse capítulo se passa em 2011, e vocês vão poder notas que as coisas que aconteceram naquele halloween eram bem estranhas e que terá haver com os capítulos seguintes de Os Quatro Símbolos.
Esse não é o capítulo 18, não tem continuação com nenhum capítulo, mas é importante para a história. Espero que gostem e até lá embaixo :)



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    O dia estava bem típico de um dia de Halloween, nublado e com uma chuvinha fina, mas que dava um ar mais sombrio àquele dia em especial. Todos estavam empolgados e a chuva não atrapalhava isso, até porque era um dia de diversão, em que as pessoas vão até as casas pedir doces ou ir para festas, e esse último caso era a minha opção.

    Eu e a Giselle estávamos nos arrumando para uma festa que ia ter na casa da Alícia, uma amiga da Sophie, ela não ia muito com a nossa cara, mas resolveu nos convidar mesmo com a desaprovação da minha irmã mala, que por sinal, já estava na casa da amiga desde cedo e isso era bom, assim eu não precisava ouvir os gritos dela de que nenhuma roupa ficava boa.

    Nós já estávamos escolhendo uma boa roupa fazia um tempo, mas só ontem fomos comprar na loja e a Giselle conseguiu me convencer a comprar um vestido preto curto que amarava nas costas e na frente e tinha um tule embaixo vermelho, que era o que eu estava vestindo naquele momento. Coloquei uns sapatos vermelhos de salto que peguei emprestado com a minha amiga e estava com uma meia-calça escura que tinha uns desenhos de teias de aranhas.

    Já a Giselle estava vestindo um corpete roxo com preto que fazia seus peitos irem quase até o queixo e uma saia curta na frente e atrás comprida que caia como uma cauda, seus sapatos eram botas com um salto de uns quinze centímetros e tinha um chapéu de bruxa na cabeça e eu me sentia completamente sem graça na frente da minha amiga mesmo eu estando com uma roupa um tanto piriguete.

    - Amiga, nós vamos A-R-R-A-S-A-R - a Giselle disse falando cada letra separadamente e dando pulinhos batendo palmas - E sua maquiagem ficou muito boa. Nós estamos sexys e prontas para agarrar uns gatinhos.

    - Gi, você está bem mais sexy que eu, acho que esses seus peitos não vão deixar os garotos olharem mais nada ao redor - falei rindo.

    A Giselle foi até o espelho, se olhou, fez uma cara de dúvida e depois perguntou:

    - Você acha que está muitooo indecente?

    - Bom...mais ou menos, tenho certeza de que a Sophie e as amigas dela vão estão bem mais.

    - É verdade. Agora é melhor irmos.

    Quando chegamos na sala, vi que a Sarah estava nos esperando segurando uma câmera fotográfica na mão, eu odeio tirar foto, mas parece que nunca consigo fugir disso.

    - Meninas, estão lindas, mas não acham que essas roupas estão curtas demais não? - ela perguntou.

    - Que nada, é só que...

    - Vamos logo tirar essas foto? Não quero me atrasar - disse me intrometendo.

    A Sarah nós fez ficar parada uns quinze minutos para tentar bater uma foto porque não sabia direito mexer naquele máquina, depois ficamos mais quinze minutos tirando fotos porque nenhuma ficava boa e todas tremiam, por fim uma ficou boa e não perdi tempo para ir logo embora antes que tivesse que gravar um vídeo ou sei lá mais o quê. 

    A casa da Alícia não era longe, só umas duas ruas de distância, então resolvemos ir andando e vendo o movimento nas ruas, a chuva já tinha parado e o tempo escurecido então tinham bem mais pessoas na rua e as casas estavam todas enfeitadas com abóboras com aquelas rostos estranhos, caveiras nas portas, morcegos pendurados, teias de aranha, e de tudo um pouco. Tinha muitas casas em festa também, com luzes piscando e gente na entrada.

    Não tinha nem andando tanto e já estava cansada de ficar com aqueles sapatos vermelhos, eu tenho que parar de seguir o que minha amiga manda eu vestir, acho que estaria bem mais confortável se estivesse de tênis ou sapatinha.

    Um carro cheio de garotos passou gritando e assoviando para a Giselle e para mim falando para nós duas entramos no carro e irmos para a festa com eles, tipo, quem iria para uma festa de desconhecidos?

    - Amiga, bem que poderíamos ter aceitado, aquele cara que estava dirigindo era bonitinho - a Giselle disse observando o carro que estava lá na frente avançando o sinal e quase atropelando as pessoas que iam atravessar e bom, eu descobri quem iria para uma festa de desconhecidos.

    - Claro que não, eles eram estranhos e aquele garoto punk que estava no banco de trás olhando para minha cara era o mais estranho de todos.

    - Vai que encontremos eles de novo...

    - Não, ia ser muita falta de sorte.

    Tinha muitas pessoas na rua e quase todas fantasiadas das mais diversas fantasias, principalmente as crianças, e isso me fez lembrar de quando eu era menor e meu pai me levava para buscar doces, ele tinha mania de fantasiar eu e a Sophie igual, mas é claro, ela nunca gostou disso e nem a Morgana, ela dizia que "A filha dela não pode usar fantasia igual ao dos outros".

    Quando chegamos na casa da Alícia, tivemos uma surpresa.

Ali não ia mais ser a festa, no começo achei que tivessem cancelado, mas quando a Giselle leu num papel colocado na porta de que a festa foi transferida para a Casa Newsken, soube que não foi.

    - Como assim foi para esse lugar? Essa casa não é aquela que fica ao lado do velho cemitério da cidade e que dizem que é mal-assombrada?

    Realmente não estava entendendo nada, mas só de pensar em ir para aquela casa um calafrio me subiu pela espinha, me lembro de vê-la só uma vez quando eu e meu pai nos perdemos e acabamos parando naquele cemitério que é ao lado da moradia e para chegar até a porta tem que se passar por ele. Era assustadora a residência e faz muito tempo que não mora ninguém lá, então pertence ao governo, ou seja, ou a festa da Alícia é clandestina ou ela teve que pagar alguma coisa, mas eu aposto mais na primeira opção. 

    - Vamos voltar para casa - disse puxando o braço da Giselle e tentando puxar ela para o outro lado, mas ela ainda estava parada e a cara que ela fez com um risinho de lado eu sabia que estava aprontando - Ah não, eu não vou!

    - Vai sim, só temos que pegar um táxi e...olha, já está vindo um, isso é um sinal.

    O táxi parou e a Giselle se enfiou lá dentro me puxando junto. Reparei que o motorista, muito tarado por sinal, não parava de olhar para o decote da minha amiga pelo espelho retrovisor e eu estava até com medo dele perder a direção, mas quando dissemos o endereço para ele sobre onde era para nos deixar, o foco dele mudou de tarado para assustado.

    - Nossa, vocês são corajosas de ir lá, ainda mais naquela casa e de noite. Querem saber da história dela? - ele perguntou fazendo cara de suspense para nós.

    Eu nunca tinha ouvido a história daquela casa, só sabia que os donos tinham morrido lá e mais nada, nunca quis saber muito mais coisas, pois nunca me interessou, então como naquele momento não tinha nada para fazer até chegar no lugar, concordei com a cabeça assim como a Giselle.

    - Bom, o primeiro casal que morou lá foram os Thompsons - o motorista começou - foi na época de 1978 que foi quando a moradia foi construída, eles eram responsáveis por cuidar do cemitério então resolveram construir um casa perto dele, e assim fizeram, se mudaram para lá juntos com seus dois filhos, um de 3 e outra de 9. Na primeira semana foi tudo uma maravilha e empolgante, mas na segunda...as coisas não foram bem assim. A primeira coisa estranha que começou a acontecer foi as janelas, elas eram fechadas e trancadas e depois de alguns minutos eram abertas. A família achou que era só problemas das fechaduras então nem ligaram, mas depois foi a vez dos móveis começarem a se mover sozinhos e aos poucos os moradores foram ficando com medo.

    "Uma noite quando estavam todos dormindo, a Sr.Thompson foi para a cozinha beber água, ela foi e quando estava subindo de volta ouviu um barulho vindo do quarto do filho mais novo. Quando entro lá, levou um susto, seus filhos estavam enforcados com a cortina do quarto. Vendo aquela cena a mulher gritou e foi procurar pelo marido, mas quando o achou...ele estava morto também na banheira afogado. A mulher não sabia o que fazer, a última coisa que ouviu foram vozes e depois, ela se jogou da escada.

    A segunda família que morou lá, foi em 2000, nessa época o cemitério já não funcionava mais, eles se mudaram para lá pois queriam algo diferente, eram jovens e buscavam aventura, só que a única coisa que encontraram foi a morte. A polícia chegou a encontrar um gravador que o casal contava as experiências paranormais que aconteciam e eles nas gravações diziam que ouviam vozes e viam sombras, diziam que tinha gente com olhos vermelhos rondando o local e que viam símbolos nas paredes. Esse casal foi encontrado morto, os dois juntos, sufocados com sacos na cabeça.

    A terceira família que morou lá relatou fenômenos paranormais, mas foram embora antes que algo acontecesse, para sorte deles. E depois, nunca mais ninguém foi morar naquela casa"

    O carro deu um parada brusca fazendo eu e minha amiga pularmos de susto. Estávamos com os olhos arregalados ainda com a história e eu estava com medo.

    - Chegamos, boa sorte aí - o motorista disse.

    Pagamos o táxi e saímos. Ali estávamos, na famosa casa mal-assombrada e se aquele motorista queria nos assustar, ele conseguiu mesmo, fora que para chegar na entrada da casa teríamos que passar pelo cemitério.

    - Tipo, eu estou com medo agora, e se eu estiver no banheiro e aparecer algum fantasma? Amiga, não suma de mim nenhum segundo hem - a Giselle disse entrelaçando seu braço no meu.

    - Eu disse que não era para virmos para cá.

    - Mas já que estamos, é só nos divertirmos e tentarmos tirar essa história de casa mal-assombrada da cabeça.

    Respirei fundo e entramos no cemitério, dele já dava para ouvir a música alta vindo da casa, mas o local em si era muito assustador, cheio de lápides brancas sujas e esculturas de anjos que pareciam nos observam, tinha algumas que faltavam parte e isso era mais macabro ainda.

    Um gato preto passou na minha frente fazendo eu dar um grito e assustar a Giselle que gritou também e a fez sair correndo puxando meu braço.

    - Vamos logo para uma parte que tem gente - ela disse enquanto me arrastava correndo.

    Aquele cemitério era grande e parece que nunca chegávamos a entrada da casa e aquela lua cheia no céu completava o cenário perfeito de um filme de terror em que todo mundo morre.

    Ao seu aproximar da casa já dava para notar que ia aparecendo pessoas e isso fez eu ficar aliviada, pelo menos não era uma brincadeira, realmente era uma festa.

    Não tinha ninguém na entrada para pedir nome nem nada, acho que qualquer penetra poderia entrar na festa que ninguém se daria conta e tinha muitas pessoas ali, cada uma com uma fantasia melhor que a outra e no caso das garotas, cada uma mais piriguete que a outra.

    Os rostos de algumas pessoas eram conhecidos e outros não fazia a menor ideia de quem fosse. A decoração da festa estava boa e até que combinava com a casa mal-assombrada. Estava tudo escuro com luzes de várias cores piscando, várias teias de aranhas estavam penduradas junto com caveiras e morcegos. Tinha uma mesa no lado esquerdo - que foi para onde minha amiga me arrastou primeiro - que estavam cheia de comidas em formatos diferentes, tinha de caixões, cruzes, abóboras, caveiras, suco fingindo ser sangue, etc. Tinha um quadro pendurado na parede perto da mesa que quando você se movia mudava de forma a imagem, era uma pessoa normal e depois uma mulher com um cabelo todo na cara que fez eu levar um susto e andar para trás esbarrando em alguém.

    - Ei sua idiota, não vê por onde anda não?

    Aquela voz eu conhecia bem e era a principal pessoa que não queria encontrar e muito menos esbarrar. Me virei e vi a Sophie agarrada no braço do Jonh, ela vestia uma fantasia de diabinha que combinava perfeitamente com ela, e o seu acompanhante estava fantasiado de vampiro e nossa, como ele ficava lindoso naquela roupa.

    - Desculpa.

    - Ah, saí da frente garota - ela disse e esbarrou em mim me jogando para o lado.

    Só nesses minutinhos que eu me distraí, quando olhei para o lado em busca da Giselle ela tinha sumido, e olha que ela ainda tinha dito que não era para uma sumir da outra.

    Passei para o outro lado da casa procurando minha amiga em todos os lugares, mas ela já tinha sumido. Vi que num dos corredores daquele lugar tinham feito uma espécie de trem fantasma só que andando, tipo um labirinto com coisas assustadoras lá dentro e bem na fila eu vejo a Giselle junto com um grupo de pessoas, mais especificadamente, aquele garoto que passou no carro quando estávamos indo para a casa da Alícia. Que desgraça isso, não queria encontrar com eles.

    A Giselle me viu e acenou para eu ir até eles, fiquei na dúvida entre ir e não ir, odeio coisas que me deem susto, mas entre ficar sozinha numa festa e ir num labirinto...eu prefiro nenhum dos dois. Puxei minha amiga para o lado.

    - Dá para tentar não sumir? E eu não quero ficar sozinha.

    - Não sumi, só vim para cá com aquele cara gatinho, já volto.

    - Eu vou te esperar aqui, é sério, não desapareça.

    - Pode deixar, Elo, eu já volto.

    Realmente não é muito legal vir para festas só com a Giselle, ela é do tipo que arranja um garoto e desaparece com ele, só espero que ela volte mesmo.

==***==

    Já tinha rodado da festa toda e conversado com todo mundo que eu conhecia e nada da Giselle aparecer, já estava ficando chato e entediante.

    Fui para o lado de fora e me sentei num banco que tinha na varanda, é claro que a vista era sinistra daquele cemitério, mas já estava cansada de pessoas.

    No outro lado da varanda tinha algumas pessoas, entre elas uma garota vestida de vampira com uma roupa que conseguia ser a mais curta de todas, tinha os cabelos pretos e olhos bem azuis, e ela estava tentando se jogar para um garoto que pelo incrível que pareça era aquele punk que estava no carro. Ele não estava fantasiado, vestia uma calça preta cheia de correntes e uma blusa xadrez e parecia não querer ficar com aquela garota.

    - Eu estou muito...crazy...louca...preciso beijar alguém - a garota disse com o braço agarrado no pescoço do garoto.

    - Você está bêbada, é melhor largar essa garrafa - ele disse tirando uma garrafa de vodka da mão da menina.

    - Ei, me devolver isso - ela tentou pegar a garrafa, mas não conseguiu.

    Aquela garota se virou e me viu ali sentada, ela veio andando a passos trôpegos na minha direção e eu fiquei receosa com o que ela ia fazer, olhei para o lado tentando ver se ela ia em direção a outra pessoa, mas não era.

    - Sua vadia, o que está olhando? Está atrapalhando o meu momento com meu boy!

    - Eu não estava olhando para vocês - menti.

    - Ah claro, estava olhando para o cemitério e vendo onde você vai parar daqui a pouco se não parar de olhar para a minha cara.

    A garota me segurou pelo braço fazendo-me levantar e me segurou na parede.

    - Eu odeio que as pessoas olhem para a minha cara, então é melhor ir lá para dentro antes que eu faça você...

    - Dá para parar com isso! Larga a garota - o garoto punk disse separando a menina de mim.

    - Resolveu me levar para trás de um túmulo daqueles? - ela se virou para o garoto se agarrando nele de novo e dando um sorriso malicioso. 

    Eu aproveitei que tive tempo e saí dali, eu é que não ia ficar lá vendo o que eles iam fazer e também não quero que aquela garota me mate.

    Enquanto voltava pelo corredor para entrar na casa, senti que eu não estava sozinha, parecia que estava sendo observada, que tinha alguém me seguindo. Virei para trás para ver se não era aquela garota ou aquele garoto, mas não tinha ninguém. Quando me virei para frente de novo, só deu tempo de ver uma sombra negra passado rapidão por mim e indo em direção as árvores do cemitério, naquele momento me senti gelar. Corri e entrei na primeira porta que achei da casa.

    Olhei ao redor, estava tudo escuro, eu não sabia mesmo em que parte da moradia estava. A porta bateu fortemente atrás de mim e ao tentar abri-la, não abriu, o lugar era impossível de tentar andar, não tinha uma luz sequer. Fui tateando a parede em busca de alguma coisa e achei ao que parecia ser uns interruptores, mas não dava para saber ao certo.

    Apertar ou não apertar? Eu não sabia, mas acabei apertando e depois só ouvi um bando de gente gritando no outro lado. Será que fui eu que fiz alguma coisa?

    Ouvi passos se aproximando do lugar onde estava e depois um estalo de porta abrindo.

    Um feixe de luz passeou pela sala até eu ver que tinha alguém segurando uma lanterna.

    - Ei, garota, o que está fazendo aqui? Por acaso acabou sua brincadeirinha de apagar as luzes da festa?

    Quem segurava a lanterna era um garoto, ele era alto e estava fantasiado de pirata, seus cabelos eram castanhos claros e seus olhos eram meio mel.

    - Eu...eu não fiz nada, fiquei trancada aqui e pensei que ali era para acender as luzes da sala - disse sem saber ainda o que houve.

    - Ok, agora que já assustou a todos é melhor eu acender essa luz - ele disse com um sorriso no rosto.

    - Pensei que estivesse bravo.

    - Até que foi engraçado ver todos assustados.

    Ele foi até o interruptor a ao tentar ligar ele, não funcionou.

    - Estranho, a luz não está ligando - falou.

    - Eu não fiz nada, juro,só apertei esse botão e mais nada.

    Ele me deu um sorriso e depois segurou meus ombros me guiando para fora da sala enquanto iluminava o caminho com a lanterna.

    - Confio em você, estava com a cara mais assustada do que não sei o quê, se tivesse culpa não estaria assim.

    Ao chegarmos na parte que estava ocorrendo a festa, todos estavam com caras de apavorados e o ambiente estava repleto de velas, bem combinando com o Halloween.

    - Sinto dizer que estamos sem luz - o cara disse e depois se virou para mim - Ah, esqueci de me apresentar, me chamo Louis.

    - Eloísa - disse.

    Avistei a Giselle sentada no outro lado da sala e fui me sentar ao seu lado, ela estava com os olhos arregalados agarrando a almofada do sofá como se pudesse estourar ela.

    - Amiga, estou com medo, são aqueles fantasmas, não são?

    - Claro que não, Giselle, é só uma falta de energia - tentei acalma-la, mas eu mesma estava morrendo de medo.

    - O que acham que contarmos histórias de terror? - uma voz no meio de um monte de pessoas propôs.

    As pessoas concordaram e lá começaram as lendas, eu realmente não estava afim de ouvir, mas não tinha outro jeito. Enquanto todos contavam suas histórias, eu me dei conta de que tinha deixado meu celular cair quando aquela menina me levantou bruscamente e eu nem tinha me dado conta disso. Me virei para a Giselle e disse que ia lá fora rapidinho, ela tentou de todas as formas fazer eu ficar, mas disse que já voltava e que era para ela ficar ali.

    Me desvie das pessoas que estavam sentadas ali no chão ouvindo as histórias e fui lá para fora. A chuva já tinha começado a cair de novo, só que bem forte juntamente com os trovões que soavam no céu. A lua que estava tão linda, estava encoberta por nuvens naquele momento. 

    Não tinha exatamente ninguém lá fora, tentei achar o banco em que estava sentada e foi um pouco difícil, tive que tacar a canela duas vezes nele para saber que era o banco.

    Me agachei e comecei a procurar o celular que por sorte não estava longe, só tive que esticar um pouco minha mão e pega-lo, mas no momento em que estiquei minha mão senti que do outro lado do banco agachado assim como eu, tinha mais alguém, pois senti uma respiração quente na minha mão juntamente com um calafrio.

    Eu puxei meu celular e levantei já pronta para correr e quando me virei quase tive um desmaio de susto. Vi aquela garota e aquele garoto que estavam na varanda antes, saindo da casa e iluminando o caminho com um celular, mas aí me aliviei por serem pessoas.

    - Ué, o que faz aqui fora? - o garoto perguntou.

    - Vim buscar meu celular que caiu quando essa garota me empurrou - disse - E vocês, o que vieram fazer aqui fora?

    - Parece que a Adélia não está muito bem, ela perguntou se eu podia deixa-la em casa e eu aceitei, até porque depois vou embora também, essa festa não está legal.

    Adélia, esse era o nome da garota chata.

    - Eu também estou afim de ir embora.

    - Quer uma carona também?

    - Não dá carona para essa garota, Daniel, ela é uma idiota - a Adélia disse falando de uma forma meio grogue.

    Eu já ia responder que não queria carona, quando ouço passos de mais alguém saindo da casa e quando olho para trás me deparo com o Louis saindo e segurando sua lanterna.

    - O que fazem aqui? - ele perguntou alternado os olhares entre mim e o Daniel e a Adélia. 

    - Nós vamos embora - o garoto punk com o nome de Daniel disse.

    - E eu vim buscar meu celular - falei.

    - Bom Eloísa, será que poderia me ajudar a buscar umas lanternas que tem lá no meu carro? Eu tenho um guarda-chuva aqui - ele disse me estendendo o guarda-chuva.

    - Tudo bem.

    Abri o guarda-chuva que era um grande e enorme que mais parecia um guarda-sol e lá fomos os quatro passando pelo cemitério indo para o lado onde estavam estacionado os carros e eu não fazia ideia onde é que tinha estacionamento por ali, só espero que não muito longe, conheço esse Louis a bem pouco tempo, acho que há minutos e não dá para confiar nesse cara, preciso ficar em algum lugar que de para gritar caso aconteça alguma coisa.

    Andar em um cemitério pode ser muito assustador, agora acrescente andar num cemitério a noite, com o tempo chuvoso e trovejando, num lugar que dizem ser mal-assombrado e que a qualquer momento parece que você vai ser engolido pela terra. Bom, esse é o lugar que estava.

    Tinham várias lápides tortas, caindo para os lados e sujas. Os túmulos também, estavam descascando e encardidos, muito deles estavam pichados com coisas tipo símbolos satânicos e coisas assim.     As estátuas de anjos algumas eram assustadoras, tinha uma de um anjo com a cabeça abaixada sobre um túmulo que parecia estar chorando, e eu tinha a impressão de que a qualquer momento ele ia levantar a cabeça.

    Os saltos do sapato vermelho que eu estava calçando estavam se enfiando na lama conforme eu andava e isso me incomodava assim como o tal do Daniel olhando toda hora para minha cara descaradamente, eu não gosto de pessoas me encarando. Olhei para o lado e vi o Louis olhando para a Adélia e ela parecia nem perceber, estava ocupada demais tentando arrancar os sapatos enquanto andava.

    Eu tinha a sensação de que estávamos sendo observados enquanto andávamos e toda vez que olhava para trás, não era nada, só via aquela paisagem mórbida e a casa que já estava lá embaixo.

    - Gente, sou só eu ou vocês também estão tendo a sensação de estarmos sendo observados? - ouvi o Louis dizer e me aliviei por não ser a única doida, mas ao mesmo tempo me dava medo isso de ter alguém nos seguindo.

    - Eu também estou com essa sensação - disse.

    - Pode ser que seja só algum animal, aqui é perto de floresta, eles passam aqui o tempo todo - o garoto punk disse.

    - Vai que seja algum dos fantasmas da casa? - a Adélia disse tentando fazer uma voz assombrosa.

    - Para com isso...

    Nem tive tempo de terminar de falar nada, um som alto de galho sendo quebrado foi ouvido e todos deram um salto para trás de susto.

    - Cuidado! - ouvi o Louis dizer no momento exato em que ele conseguiu tirar a Adélia debaixo de uma árvore que estava caindo um enorme galho que mais um pouco cai em cima da Adélia.

    Todos estávamos muito assustados, mas nem deu tempo para pensar em nada, pois no outro momento a enorme árvore estava caindo, tivemos que correr para não sermos atingidos por ela. O barulho que fez quando o tronco atingiu o solo foi enorme, aposto que naquele momento todos que estavam na casa devem ter se assustado, mas não mais do que quem estava aqui fora.

    - Ai-Meu-Deus, que merda foi essa? Tem algum espírito querendo nos matar, só pode! - a Adélia disse nervosa andando de um lado para o outro.

    - Eu..eu acho melhor voltarmos, confesso que estou com medo de ficar aqui - minhas mãos já estavam tremendo e não era só pela chuva fria que agora batia em mim já que o guarda-chuva voou quando eu o soltei para correr da árvore.

    - Como? Por acaso consegue pular esse tronco enorme de árvore? - a Adélia disse revirando os olhos.

    Nem tinha me dado conta da grandiosidade da árvore até vê-la deitada horizontalmente tampando o caminho que dava para voltar para casa, a nossa única opção era ou tentar ir pela floresta e dar a volta ou pular o muro do cemitério que estava cheio de arames farpados.

    - Nossa, isso é muito tenso - o Daniel disse ainda observando o enorme tronco, mas ele parecia ser o menos nervoso ali.

    O Louis ainda não tinha dito nada, estava olhando ao redor, creio eu em busca de algum meio para sair dali. Ele estava iluminando algumas partes a procura de alguma coisa, ele era o único agora com uma lanterna, pois o celular que o Daniel segurava não estava mais com ele, deve ter caído, e o meu telefone nem ia adiantar, estava sem bateria.

    - Acho que se acharmos um galho tem como pular para outro lado - o Louis enfim disse.

    - Achou algum por acaso? - a Adélia perguntou - Porque eu não vejo nenhum, querido.

    - Gente, acho que não estamos sozinhos... - o garoto punk disse indicando com a cabeça algo atrás de nós.

    Ao meu virar só deu tempo de ver uma coisa com uma capa preta e uma máscara que cobria seu rosto, pois meio segundo depois ele começou a correr na nossa direção e não era só um, surgiram depois mais dois e tinham uma incrível velocidade.

    Tivemos que começar a correr e eu muito lerda como sempre, fui a que acabei ficando para trás e tropeçando nos meus próprios sapatos, eu acho que eu tinha que ter seguido a Adélia e ter tirado aqueles saltos antes.

    - Ei, vem logo - ouvi o Daniel dizer, ele estava na minha frente me segurando pelo braço e me levantando, eu realmente achei que ninguém fosse me ajudar.

    Aquelas pessoas vestidas com mantos negros já estavam bem próximo e só deu tempo de eu tirar os sapatos e correr feito louca enquanto o Daniel segura minha mão me puxando. Joguei os sapatos para trás e um par deles acertou o rosto de um daqueles seres que ficou desnorteado por um tempo, mas depois voltou a correr.

    Eu nem sabia mais para onde estávamos indo, o cemitério já tinha acabado e estávamos na parte da floresta, o Louis e a Adélia já tinham desaparecido não sei para onde e um dos malucos de capa também tinha sumido e devem ter idos atrás dos outros dois, só não entendo porque atrás de mim e do Daniel tem que ter mais pessoas correndo.

    As folhas no chão estavam o deixando escorregadio e correr sem conseguir enxergar nada era bem pior. Senti que fui puxada para o lado e o Daniel segurou meus ombros para não me fazer correr. Estávamos escondidos atrás de uma árvore. 

    - Vamos tentar despista-los, está escuro, espero que não nos vejam aqui, então por favor,não faça barulho e respire bem baixo - ele disse.

    Esse "respire bem baixo" era o mais difícil porque correr muito tinha me deixado ofegante e tentar controlar a respiração não era o meu forte.

    - Se acalme - o Daniel disse ainda segurando os meus ombros e olhando nos meus olhos, e eu consegui ver os olhos dele já que a lua, mesmo ainda estando encoberta, tinha voltado a iluminar um pouco e ele tinha olhos tão bonitos...

    - Ok...

    E depois ele me beijou, foi tipo, muito do nada e eu não estava esperando mesmo. Foi um beijo rápido e delicado, pois eu o empurrei e estava completamente vermelha, podia sentir isso.

    - O que foi? Foi só um beijo - ele disse.

    - Mas porque fez isso, eu nem te conheço!

    - Sinto que algum dia ainda vamos nos conhecer melhor - ele disse sorrindo enquanto eu estava igual a um pimentão.

    - Acho que já os despistamos, é melhor irmos - falei tirando as mãos dele do meu ombro e saí de detrás da árvore.

    Como assim ele tinha me beijado! Eu nunca tinha beijado ninguém e não queria que meu primeiro beijo fosse com um cara que nem conheço e no meio de uma floresta enquanto fugimos de uns malucos que querem nos matar. Isso nunca passaria pela minha cabeça. E tipo, eu sei que não foi aquele beijo de verdade que um quase come a cara do outro, mas mesmo assim, acho que eu tinha que ter a opção de escolher quem quero beijar.

    Ele saiu dali também olhando para os lados como se pudesse cair uma armadilha nas nossa cabeças a qualquer momento, e até que isso poderia acontecer, mas pensar nisso fez-me ficar mais nervosa.

    - Vamos andar mais para lá, sei que parte dessa floresta dá em Groview e mesmo essa cidade estando em ruínas, podemos andar por lá e chegar até Troview, uma cidade ao lado e que é bem movimentada.

    - Groview...eu nasci lá - disse, mas não me lembrava de nada naquela cidade, era muito pequena quando saí de lá.

    - Eu também nasci lá...nossa, coincidência.

    - Pois é.

    Os sons de passos, eles tinham voltado e não dava para decifrar de onde vinham e toda hora que virava, via borrões de sombras passando e isso me deixava tensa.

    - Da onde estão vindo essas coisas? - o Daniel perguntou, mas nem deu tempo de responder, pois só vi um daqueles seres de capa injetando algo nele e depois ele desmaiou.

    Gritar não ia adiantar, aliás, nada ia adiantar, pois no momento seguinte, quem estava desmaiando era eu.

==***==

    Eu acordei, sabia que estava acordada, mas estava enxergando tudo escuro e ao tentar me mexer não conseguia, minhas mão e meus pés estavam amarrados, eu gritei, mas minha voz ficou meio tapada por causa de algum pano que estava enfiado na minha cabeça.

    - Parece que temos a última pessoa já acordada - uma voz disse e depois eu senti alguém puxar o saco que estava sobre minha cabeça.

    Ao redor ainda enxergava as coisas meio obscurecidas, mas aos poucos minha visão voltou ao normal e eu pude ver que estava sentada e amarrada numa cadeira, na minha frente estava sentado o Daniel, no meu lado direito, o Louis e no lado esquerdo a Adélia, todos estavam a mais ou menos uns dois metros de distância.

    Estávamos no meio de um círculo feito de velas, aliás, a única fonte de luz naquele lugar provinha das velas que estavam por todos os lugares. Outra coisa muito estranha eram símbolos, eles estavam desenhados nas paredes de várias formas e tamanhos.    

    Tinham pessoas paradas em todos os cantos, eles vestiam mantos negros e tinha máscaras, mas tinham três principais que estavam no meio do círculo, eles também trajavam suas capas pretas, mas suas máscaras eram aquelas que modificavam a voz a deixando irreconhecíveis.

    Estava com medo, muito medo do que estava acontecendo. Aquilo era o quê? Uma espécie de ritual? O que tenho haver com isso? E o que as outras pessoas tem haver com isso também?

    Tinha um símbolo principal no centro do chão onde estávamos sentados em volta, ele era um quadrado com um losango em cima e um pequeno círculo no meio. As três pessoas que estavam no meio, começaram a andar de um lado a outro nos observando.

    - Mas que droga! Será que podem parar de fazer esse mistério tosco com cara de filme trash e dizerem logo o que querem da gente? - a Adélia disse se debatendo na cadeira.

    Uma das pessoas se virou em direção a ela e pude vê-la se encolher um pouco.

    - Se acalme, você logo logo vai saber - a pessoa disse com aquela voz meio robótica que sai da máscara e que dá medo.

    - Vamos começar - uma outra voz robótica disse.

    As velas começaram a tremeluzir e todas elas - com exceção as que estavam em volta de nossas cadeiras - começaram a se apagar como se um vento invisível tivesse tomando conta do local. Senti que o ambiente esfriou e as sombras que as velas provocavam davam um ar sombrio a sala.

    - Vocês vão todos morrer - uma das pessoas disse.

    - Se nós vamos morrer mesmo, não sei para que esse drama todo - ouvi o Louis murmurar.

    Uma das pessoas de capa foi até ele, segurou seu queixo levantando o rosto dele e disse:

    - Não é uma simples morte...Não preciso te explicar nada, mas vou dizer porque quero. Temos que fazer esse ritual na hora da morte de vocês, simplesmente porque não queremos que mais nenhum escolhido nasça de novo, temos que acabar com a linhagem de vocês. Seus imprestáveis.

    O ser de capa que estava com o Louis, deu um sinal com a cabeça para um de seus "assistentes" que estava parado num canto como uma estátua. Ele andou, pegou um vasilha dourada - parecia ouro - que estava cheia de símbolos desenhados em prata.

    Ele primeiro colocou mordaças na nossa boca. Depois se aproximou primeiro da Adélia, agarrou sua mão e fez um corte nela fazendo-a sangrar e cair o sangue dentro da vasilha. Vi a Adélia se contorcer um pouco e acho que se ela não estivesse amarrada daria um soco na cara daquela pessoa. Depois foi a vez do Daniel, ele nem modificou tanto assim a aparência quando sua mão foi cortada. Quando estava na vez do Louis, eu já fiquei mais nervosa, estava próximo da minha vez, ele se mexeu um pouco quando sua mão foi cortada. Depois o homem veio se aproximando de mim.

    3...

    2...

    1...

    Ele segurou minha mão ainda amarrada e enfiou a faca nela sem nenhum traço de piedade fazendo-me ter que morde o pano da minha boca. Parece que o meu sangue foi o que eles tiraram mais, e eu tenho certa aversão a sangue, não consigo ver muito senão eu fico nervosa e começa a me dar tonturas.

    Depois de o cara tirar sangue da mão de todos nós, ele foi em direção a uma bancada de pedra e começou a derramar o sangue ali em cima fazendo símbolos com ele. Eu realmente não fazia ideia do que estava acontecendo, era muito nova para morrer, só tinha 14 anos e se não tivesse vindo para essa festa nada disso teria acontecido. Que droga, que droga e que droga.

    Os três que estavam no círculo principal, pegaram a vasilha e com o sangue que ainda tinha ali dentro, colocaram um líquido de uma cor transparente ali dentro, e depois no pulso de cada pessoa presente ali foram fazendo símbolos nos pulsos, menos em nós quatro que estávamos sentados e presos as cadeiras.

    - Você vem primeiro - um dos mascarados disse para mim desamarrando só os nós dos meus pés para me fazer andar até a bancada de pedra cheia de símbolos estranhos.

    Eu estava pensando em tentar dar uns golpes naquele cara mesmo com as mãos presas, mas tinha plena certeza de que não conseguiria isso.

    Ele me deitou ali e amarrou novamente meus pés e dessa vez minha cintura também com a corda em volta da bancada.

Eu vou morrer, eu vou morre, eu vou morrer...Só isso que se passava na minha cabeça, tentei pensar em todas as coisas que fiz na minha vida e descobri que não fiz nem a metade do que queria. Esse era um péssimo jeito de morrer, sendo vítima de um ritual macabro da qual eu não faço ideia do que está havendo e do motivo de quererem nós ali.

    Os três principais vieram para onde eu estava deitada, deram as mãos e começaram a cantarolar alguma música em latim. Eles tinham tirado a máscara que dava as vozes estranhas a eles, mas estavam com as cabeças abaixadas e não dava para ver seus rostos. Suas vozes se entrosavam perfeitamente e eles pareciam bem concentrados.

    Eu comecei a me debater para tentar me soltar, mas não dava certo.

A cantoria sinistra já tinha acabado. Um por um eles foram levantando seus rostos e eu senti minha cabeça girar com aquela revelação. Como assim eram eles? Dois daqueles principais eu conhecia e o terceiro não sabia quem era.

    - Surpresa com isso? - uma voz familiar disse - Sinto muito, mas servimos a Eles, vocês tem que morrer, sei que nossos mestres ficariam felizes com isso.

    Eu nem podia falar nada, estava com um pano na boca e já estava me sentindo sufocada. Não entendia o que aquelas duas pessoas faziam ali...como assim? Estava assustava e surpresa ao mesmo tempo e um misto de confusões embaralhavam meu cérebro, se é que ele estava funcionando naquele momento.

    - Vai logo, mata logo essa garota - a outra voz familiar disse.

    - Vou fazer isso.

    A pessoa segurou uma faca e levantou ela na altura do meu peito e foi descendo ela devagar e cada centímetro que ela se aproximava mais, mais nervosa eu ficava, sentia minhas bochechas molhadas e nem tinha me dado conta de que estava chorando. Já sentia a faca sendo enfiada no meu coração sem ela nem ter chegado a minha pele ainda, mas estava tão próximo, até que...

    Alguém entrou na sala, ouvi a porta sendo aberta violentamente, senti um vento forte entrar no local, não conseguia ver quem era, pois estava de costas direção a porta, mas pelo visto era alguém poderoso, pois vi que os olhos de todas aquelas pessoas na sala se arregalaram, quem quer que seja não era esperado.

    Senti alguém se aproximando de mim, algo gelado tocou minha testa fazendo-me ficar imóvel. Comecei a ficar zonza, a sala girava ao redor e minha vista foi escurecendo...

==***==

    Acordei com uma baita dor de cabeça, estava deitada na minha cama e vestia a roupa da festa de ontem, não sabia o motivo de estar sem sapatos e minha meia-calça estar toda rasgada e suja de lama. Pelo visto devo ter pegado uma chuva na volta para casa.

    Meus pulsos estavam doloridos e vermelhos e meu cabelo estava todo em pé. Sério, o que aconteceu comigo? Não consigo me lembrar de nada, só sei que fui para uma festa de Halloween, mas não consigo me lembra direito o que aconteceu lá, só sei que fui, mas realmente está tudo muito confuso na minha cabeça.

    Levantei da cama já pronta para ir para o chuveiro, quando vejo um papel caído no chão, nele está escrito "Em breve voltaremos, Eles ainda não desistiram de você e não pense que se livrou de nós." 

    Dei de ombros, rasguei o papel e fui tomar banho. Pelo visto era algum garoto maluco que me deu aquele papel.


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Notas finais do capítulo

Quem será que eram as pessoas conhecidas naquele ritual? Porque eles não se lembram de nada do que aconteceu naquela noite?
Já deu para notar que as coisas já foram estranhas antes e que agora estão voltando tudo de novo...
Reviews? Espero que sim e até o capítulo 18 :D