Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 17
Capítulo Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar esse capítulo porque minha amiga Carol Mayer estava surtando kkkkkkk Então aí está, consegui fazer ele um pouco maior :D Ahhh e obrigada a hosannaalmeida por recomendar a história ♥ ♥



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CAPÍTULO DEZESSEIS

    A sala estava quente demais e aquela fumaça já estava me sufocando, tentei olhar em volta em busca de algo que pudesse conter o fogo, mas não vi nada, se ao menos aquela salinha tivesse um alarme de incêndio ou um extintor, seria bem melhor, mas acho que que o diretor não achou que se tivesse um incêndio teria alguém preso na sala de limpeza.

    O fogo se alastrava rápido, até porque tinha coisas inflamáveis ali dentro. Tive que rasgar um pedaço daquela saia e tampar meu nariz para não inalar aquela fumaça tóxica. Sentia que estava com as bochechas molhadas por causa das lágrima de desespero que saim dos meus olhos, mas nem liguei para isso, só queria saber de sair dali.

    Tentava gritar e abrir a porta e as achar algo para apagar o fogo tudo ao mesmo tempo, mas acho que tinha de me concentrar em uma coisa de cada vez para fazer dar certo e eu preferi tentar abrir a porta.     Comecei a esmurrar ela com todas as minhas forças, minhas mãos já estavam machucadas de tanto que eu tentava abri e socar aquele concreto de ferro com madeira.

    - Abreeee, socorrooo, alguém...me...tira...daqui...

    Já estava ficando se forças e fôlego. Mas não podia desistir, o fogo já estava a menos de um centímetro de mim. Tinha que tentar uma última vez derrubar aquela porta.

    Tentei concentrar meus últimos resquícios de força nas minhas mãos, encostei na porta e...

    Olhei ao redor e não acreditava no que estava vendo e nem um grupo de pessoas que estavam passando ali na hora. Eu tinha conseguido sair da sala, consegui abrir a porta...ou melhor, ela tinha ido parar no outro lado do corredor, estava envergada ao meio e eu ainda estava com a mão enfiada na porta.

    As pessoas que estavam ali começaram a gritar e a correr, mas não foi pela minha nada convencional saída da sala de limpeza e sim pelo fato de que o fogo estava saindo da sala e indo pelo corredor mesmo sem ter nenhum meio dele ser propagado e ir "andando" por ali, parecia que algo o controlava e não era só o fogo que era problema como também a enorme quantidade de água que saía de todos os lugares possíveis e inundava os corredores do colégio, parecia um mini tsunami misturado com um incêndio. De um lado o destruidor e do outro o que poderia acabar com ele.

    Não queria ficar ali olhando como aquilo ia terminar, comecei a correr igual aquelas pessoas que passaram no corredor e aqueles dois "elementos" iam me perseguindo sendo que o fogo estava na frente, e aquela enorme mistura de água e fogo estava destruindo o colégio.

    Cheguei na parte de fora da escola e os alarmes de incêndio já estavam tocando, mas a gritaria de pessoas era mais alta que qualquer coisa, tinha gente saindo de dentro do prédio do colégio que eu nem sabia que estavam lá e as pessoas que já estavam do lado de fora se desesperavam para pegarem seus carros e saírem de lá o mais rápido possível achando que a qualquer momento o colégio pudesse explodir e em parte isso era verdade.

    Uma espessa fumaça negra saía de dentro da escola e ouvi uma voz vinda do meio da gritaria que dizia algo como "Vai explodir, saiam daqui" e a correria de pessoas foi maior ainda e o pior era que tinham muitas pessoas mesmo, até porque era um festival na escola, então além de alunos daqui, tinham pais de alunos e alunos de outros colégio por causa das competições.

    Tentava me movimentar no meio da multidão de pessoas desesperadas e não conseguia ver ninguém conhecido. O portão de saída do colégio estava lotado e as pessoas umas empurravam as outras e pulavam o muro, e a saída de carros estava travada também.

    Ai meu Deus, eu não sabia mesmo o que estava acontecendo, mas tinha quase certeza de que tinha haver com aqueles que ninguém me dizia quem são, mas sei que são Eles e tudo isso é por minha culpa.

    Não tive tempo de pensar em muita coisa depois, pois um enorme barulho foi ouvido seguido de uma explosão e essa explosão não foi normal, era o fogo junto com a água e atingiram uma enorme altura no ar, era uma coisa muita estranha de ser ver, mas depois a única coisa que ficou foi o fogo e ele lançava faíscas no ar caindo no pátio do colégio e onde todos queriam fugir, deixando as pessoas mais desesperadas do que antes e fazendo de tudo para sair dali. Parecia um fim do mundo versão escola.

    Estava me sentindo completamente perdida no meio da multidão sem saber para onde ir, talvez estivesse mesmo na minha hora de morrer, já que não foi naquela salinha vai ser aqui atingida pelas chamas que estão sendo lançadas ou pisoteada pelas pessoas.

    - Vem comigo - ouvi uma voz dizer e puxar minha mão me guiando pela multidão de pessoas, não consegui identificar quem era e nem enxergar direito, a fumaça estava atrapalhando.

    Estava sendo levada pelo lado oposto ao que as pessoas estavam tentando sair e indo em direção aos fundos do colégio tendo que passar pelo prédio em chamas da escola. Mas e se aquela pessoa que estivesse me guiando quisesse me matar? Não se dava para confiar em ninguém.

    - Ei, quem é você?

    - Vai dizer que não me conhece?

    Ele se virou e eu puder ver quem era, ainda estava uma fumaça no lugar, mas pude reconhecer quem era, aqueles olhos de uma cor misturada entre o cinza e o azul que só ele tinha eram sempre reconhecíveis. Seus cabelos estavam meio colados na testa por causa do suor de se estar num lugar em chamas e olhar para ele fez eu ficar vermelha, ele não entenderia o motivo, mas eu sim, ainda me odeio por ter chamado o Jonh de Daniel.

    - Peraí, o que está fazendo aqui? Será que nunca fico livre de você? - perguntei parando no caminho.

    - Não dá para falar agora, Eloísa, será que não vê que estamos num lugar que está pegando fogo? Ou você vem comigo ou morre e eu sinceramente...não quero a última opção para você.

    Não tive nem tempo de tentar argumentar nada. Ele me puxou e me colocou nas suas costas de forma bem rápida como se eu não pesasse nada e foi me carregando pelos caminhos que já estavam se tornando mais perigosos a medida que passávamos pelo lado direito do prédio da escola que era o que tinha menos fogo. A fumaça atrapalhava andarmos para chegar no outro lado, mas de alguma forma o Daniel fazia aquilo parecer algo nem tão difícil, como um bombeiro que sabe o que está fazendo.

    Chegamos na parte de trás do colégio e não tinha ninguém lá, acho que a reação de todos foi a de ir para o portão da entrada achando que iriam conseguir sair, sendo que podiam pular o muro daqui de trás, mas se bem que teriam que se arriscar um pouco passando super próximas do fogo.

    O Daniel me tirou das suas costas e me colocou no chão e eu como estava tonta por ter inalado muito fumaça, cambaleei um pouco para o lado tendo que me segurar na parede de tijolos.

    - Você está bem? - o Daniel perguntou me segurando - Vem, vamos sair logo dali. Você vai conseguir pular o muro?

    Balancei a cabeça positivamente e me pendurei num tijolo solto para dar impulso para cair no outro lado e o Daniel fez a mesma coisa e tentou me segurar quando eu pulei para o outro lado, só que ele se desequilibrou e eu acabei caindo por cima dele. Ficamos assim, ele embaixo de mim e eu em cima me sentindo completamente constrangida. 

    - Eu não sou tão pesada assim - disse meio ofegante. Nossos rostos estavam a um centímetro de distância.

    - Me desculpe, é que eu não estava preparado, acho que você deveria fazer uma dieta, hem - ele disse e deu um sorriso de lado que o fazia ficar tão...não sei.

    - Ei, você é muito mal-educado - falei tentando parecer brava.

    Estava esperando ele se movimentar para sair dali debaixo de mim, mas ele continuou parado e eu também, será que eu estava tão pesada assim para ele não conseguir se levantar?

    - Será que os dois podem parar de se agarrar no mato e me ajudarem aqui? - ouvi uma voz conhecida dizer.

    Levantei rápido de cima do Daniel e me senti corar e pude ver que ele estava um pouco vermelho também. Olhei para o muro e vi que a Sophie estava em cima dele, suas maria-chiquinhas estavam desfeitas e seu cabelo estava toda emaranhado.

    - O que está fazendo aqui? - perguntei.

    - Se queriam ficar a sós no meio de um incêndio, que fossem para outro lugar. Eu vim para cá porque não tinha jeito de passar pela saída e vi vocês correndo para aqui para trás. Agora será que dá para o cavalheiro me ajudar?

    - Tudo bem, dama - o Daniel disse rindo.

    A Sophie pulou e caiu no colo do Daniel certinho, dessa vez ele nem cambaleou, pelo visto estou precisando de uma dieta mesmo.

    - Obrigada, querido, você é um fofo - a Sophie disse dando um beijo na bochecha do Daniel, ela é uma atirada mesmo, aquela ali não tem mais jeito.

    Eu estava com tanto ódio da Sophie que por mim ela poderia ter continuado presa naquela escola. Tudo isso que está acontecendo é por culpa dela, se não tivesse me prendido na sala nada disso estaria acontecendo. Eu não queria estar no mesmo lugar que ela.

    Saí andando na frente sem sair de próximo do muro do colégio para não me perder na floresta e deixei os outros lá para trás. Quando não é a Adélia é a Sophie dando em cima do Daniel, e eu NÃO estou com ciúmes, só não quero aquela garota do mal que faz de tudo para dar errado na minha vida, junto comigo.

    O Daniel se apressou e ficou do meu lado deixando a Sophie lá trás reclamando que as plantas estavam atrapalhando o caminho dela.

    - Eu sei que isso tudo que está acontecendo é por culpa da sua irmã, mas não podia simplesmente deixa-la morrer lá no fogo, mesmo que ela mereça.

    - Ok, ela já está salva não está? Então pronto, não preciso ficar do lado dela - disse sem parar de andar e olhar para ele.

    - Tudo bem, te entendo - ele respondeu e ficou calado no meu lado.

    Conseguia ouvir o barulho das sirenes dos bombeiros e das ambulâncias que deveriam estar tentando conter as chamas e socorrer os feridos, e só de pensar quantas pessoas que devem ter se machucado me deixava nervosa de me aproximar da entrada do colégio.

    Comecei a me sentir nauseada e a enxergar tudo girando, parecia que tinha um parque de diversões dentro da minha cabeça com todos os brinquedos funcionando ao mesmo tempo. Uma sensação muito ruim de desmaio me dominou a última coisa que consegui ouvir foi a voz do Daniel dizendo alguma coisa que não consegui ouvir.

~~ Os Quatro Símbolos ~~

    Eu despertei em um lugar diferente, estava dentro de uma ambulância deitada numa maca e numa outra do outro lado estava sentada a Sophie reclamando e dando ordem de alguma coisa com o enfermeiro. Ainda podia sentir minha cabeça doendo e estava um pouco tonta, mas nada comparado ao que senti antes de desmaiar.

    Me sentei e olhei ao redor e a primeira pessoa que vi foi o Daniel, ele estava sentado na beirada da ambulância que estava com as portas aberta. Ele foi até mim assim que viu que eu tinha acordado e se sentou no meu lado.

    - Como está se sentindo? - ele perguntou e tinha um semblante preocupado.

    - Bem mal, mas nada comparado a antes - disse e tentei sorrir, mas saiu mais como uma careta estranha.

    Olhei para minhas mãos e elas estavam com vários curativos, no meu do desespero tinha me esquecido de que estava com as mãos machucadas. Ok, agora quero ver como eu vou fazer as coisas.

    - Será que posso ir embora agora? - não gostava de nada que lembrasse hospitais e não queria ser carregada para um, fora que nem precisava.

    - Isso temos que ver com o enfermeiro, mas no momento ele está ocupado com a sua irmã.

    Olhei para o lado e vi que o enfermeiro estava tentando fazer um curativo no pulso da Sophie, só que ela estava dando chiliques e querendo mandar em tudo que o homem fazia, isso é muito Sophie mesmo.

    - Então enquanto o enfermeiro está ocupado demais tendo que ouvir aquela garota chata, será que pode me contar como apareceu na escola? E tipo, sempre que preciso você aparece, 1° foi naquela vez que nós encontramos pela primeira vez, 2° foi naquele dia da festa em que teve o apagão, 3° foi naquele dia depois daquele encontro com o ser estranho e tinha aqueles cara no outro lado da rua e bom, teve agora também.

    - Será que é porque temos uma ligação? - ele respondeu olhando nos meus olhos e depois para baixo como se estivesse com vergonha, e isso era difícil acontecer com ele.

    Eu também não sabia o que dizer, por sorte ele continuou:

    - Eu simplesmente sabia que você estava precisando, tinha alguma coisa de errado com aquela esfera que ganhei, aliás, todos nós ganhamos, se lembra? Então, ela ficava piscando e eu não sabia o que era, mas sei lá, eu meio que tive um impulso de ir no seu colégio ver se você estava bem.

    Aquela coisa não fazia sentido mesmo, e aquelas esferas que ganhamos, tinha esquecido completamente delas, nem sei onde coloquei, espero que esteja dentro da bolsa que fui para aquela cidade sinistra, se não estiver, nem sei o que fazer.

    - Como sabia que era eu e não a Adélia?

    - Eu liguei para ela e ela disse que "a bola maluca" dela estava piscando também e que não queria saber do que era que naquele momento estava descansando. Eu tentei te ligar, mas não atendeu.

    - Humm...obrigada por ter me salvado, de novo - disse.

    - Sempre que precisar estou as ordens - ele respondeu fingindo fazer continência.

    O enfermeiro conseguiu controlar a Sophie e veio para onde eu estava sentada/deitada. Ele tinha uma aparência bem tranquila, não sei como não conseguiu ficar estressado depois de atender minha irmã que não gosto de que seja minha irmã.

    - Então senhorita, como se sente? - ele perguntou.

    - Bem melhor e quero sair desse lugar.

    - Você desmaiou por causa que inalou fumaça, mas por sorte não foi em uma enorme quantidade que poderiam causa sérios problemas, como algumas pessoas.

    Eu não queria pensar em quantas pessoas poderiam estar intoxicadas e machucadas lá fora, só via toda hora carros de ambulância chegando e saindo e pessoas em macas e a imprensa também estava lá querendo capturar as melhores imagens.

    Depois de eu levar alta e poder ir embora, o Daniel fez questão de me deixar em casa e a Sophie também foi junto com a gente mesmo eu não gostando nem um pouco disso, e o pior é que não vai dar para fugir dela muito tempo, moramos na mesma casa infelizmente.

    Foi um dia muito estranho e eu uma hora teria que parar para pensar nele, mas não naquele momento, queria chegar em casa e descansar e tentar não ligar a televisão e ver o desastre todo no colégio. Parecia que não dava mesmo para ser normal por pelo menos um minuto, parece que os problemas me perseguem, tentei ser uma garota normal e acabei explodindo a escola. É, não sei mais o que me espera.


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Notas finais do capítulo

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