Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 14
Capítulo Treze


Notas iniciais do capítulo

Capítulo treze...Não me deu tanta sorte porque não ficou dos melhores, mas espero que gostem rsrs



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CAPÍTULO TREZE 

    Não se passavam coisas boas na minha cabeça, já estava escuro e faltava pouco para as sete horas e pode ter certeza de que eu não queria saber que coisas estranhas seriam essas que a Mariáh falou. Procuramos ao redor, mas nada de acharmos o bendito carro. 

    - Tem certeza mesmo de que deixou esse carro aqui? - perguntei para o Daniel que andava de um lado para o outro nervoso. 

    - Claro que sim e vocês estavam junto e se lembram, né? - o Daniel disse olhando de mim para a Adélia. 

    - Então por que ele não está aqui? 

    - Talvez ele tenha criado pernas e andado? Deixa de ser idiota, Eloísa, é claro que alguém nessa maldita rua roubou! - a Adélia me respondeu gritando. 

     - Ei, eu não sou idiota, você que é uma vaca! 

     - Se eu sou uma vaca você é uma piranha, é melhor voltar logo para o rio! 

    - Jura que você está me chamando disso? Porque quem age como uma piranha é você - disse dando uma risada sarcástica. 

    A Adélia foi para mais próximo de mim, apontou o dedo para o meu rosto e já ia dizer mais alguma coisa quando o Daniel segurou ela e levou para longe de mim. 

    - Dá para as duas pararem de insultos? Se queremos sair logo daqui é melhor irmos andando e bem rápido e quando sairmos desse rua esquisita tentaremos pegar alguma carona. 

    Dei um último olhar ameaçador - ou pelo menos tentei - para a Adélia e depois segui atrás do Daniel que já estava andando na frente. 

    Aquela rua estranha nem tinha muitos postes de luz e os poucos que tinham estavam com a luzes queimadas ou ficavam piscando, era assustador andar ali de noite e de dia também e fora que parecia que sempre tinha alguém nos observando. Olhava para as janelas, mas todas estavam fechadas e algumas pintadas de preto com as da casa da Mariáh, aquilo eu não entendia. 

    Estávamos andando e não achávamos a saída da rua, parecia que andávamos em círculos. 

    - Faltam três minutos para as sete - a Adélia disse e sua voz parecia tensa - Será que podemos acelerar e sair correndo de uma vez? 

    - Gente, alguém se lembra o caminho para sair daqui? Só me lembro de uma casa que tinha a placa caindo pendurada e nela estava escrito "Rua Guimel", mas não sei chegar lá, ainda mais de noite - o Daniel olhava para os lados apreensivos. 

    - Você é um lerdo mesmo - disse revirando os olhos. 

    - Então a Srta. Esperta pode me dizer o caminho, já que sabe ele? - o Daniel se virou para mim me lançando um olhar de desafio. 

    - Me sigam, eu sei por onde ir - eu disse isso só para não dar o gostinho de vitória para o Daniel, mas na verdade era que eu não fazia a mínima ideia de para onde ir. 

    Começamos a andar, mas a Adélia ficou parada no mesmo lugar com os braços cruzados. 

    - Eu não vou seguir ela, tenho certeza de que não sabe o caminho - disse. 

    - Como você sabe? - perguntei. 

    - Eu não sei, mas o Dan pode dizer...Então, será que dá para encostar nela e saber se ela está dizendo a verdade? 

    - Ei...Não encoste em mim, Daniel, fique longe! 

    Ele fingiu que ia encostar em mim só para fazer-me ficar nervosa e depois disse:

    - Não preciso encostar nela para saber que não sabe o caminho, só quis segui-la para ver onde iria nos levar, vai que ela tenha o dom de achar caminhos perdidos? 

    - Idiota demais você. Agora vamos correr logo, já são... 

    Nem deu tempo de terminar minha frase e dizer que eram sete horas, pois a luzes dos postes que ainda funcionavam apagaram de vez deixando-nos numa completa escuridão, só tinha um únicos poste aceso e ele ficava piscando demais e embaixo dele tinha uma sombra...no chão. Isso mesmo, tinha um sombra no chão sendo que não tinha nenhuma pessoa parada ali para ser dono dela e isso fez eu estremecer de medo. 

     - Ai, Jesus - ouvi a Adélia dizer e podia sentir que ela estava agarrada no braço do Daniel, eu não queria ser a única solta ali, mas segurar no braço dele estava fora de cogitação. 

    - É melhor corremos daqui - o Daniel disse e não pensamos duas vezes antes de sairmos correndo do lugar que estávamos. 

    Aquele único poste que estava aceso deu seu último sinal de vida com sua piscada e depois se apagou de vez nos deixando sem rumo para onde correr, a única iluminação vinha do meu celular que coloquei na lanterna, mas não duraria muito pois estava quase descarregando. 

    Aquele maldito vento forte começou, as casas pareciam tão frágeis, mas não sei como as telhas não foram levadas, pois as árvores pareciam que sairiam do chão, eu sentia que tinha alguém nos seguindo mesmo não havendo som algum, redemoinhos de folhas junto com poeiram dançavam na nossa frente e ficava difícil abrir os olhos. 

    - Ali na frente está a placa escrito o nome da rua, é a saída! - tentei dizer tampando a boca com a mão para não engolir poeira. 

    - Fica difícil de andar assim, MALDITO VENTO, PARAAAA ! - a Adélia gritou fortemente. 

    Os ventos que antes estavam fortes demais, começaram a diminuir aos poucos até pararem completamente, o silencio em volta era assustador, só se ouviu o som das nossas respirações ofegantes. 

    - Tipo...Nossa, como fez isso?Foi incrível! - o Daniel disse se virando para a Adélia, animado. 

    - Eu...eu não sei, acho que não fui eu, deve ter sido só uma coincidência. Mas jura que me acha incrível? - ela não perdia uma oportunidade mesmo para dar em cima do Daniel. 

    - Agora não é hora para saber como esse vento parou, é melhor aproveitarmos a oportunidade e darmos um fora daqui logo. 

    Assim que disse isso fui andando na frente em direção a saída da rua, meu celular já estava apitando anunciando que a bateria já estava acabando. 

     Já estava me sentindo tranquila que pelo menos conseguimos achar a saída da rua, quando de repente sinto algo atrás de nós, tive medo de virar, mas era necessário. 

    - Eu não acredito nisso... - murmurei. 

    Atrás de nós tinha três enormes cães pretos e eles estavam quase nos cercando, tinham olhos vermelhos de fúria e seus dentes enormes estavam amostra, eles babavam e eu me sentia uma carne vista aos olhos dos cachorros. 

    - Vamos ficar parados, não respirem e nem façam nada - o Daniel ordenou com a voz baixa para mim e para a Adélia que estávamos com os olhos arregalados. 

    Tarefa difícil essa de ficar parada e sem respirar, começava a me dar agonia, ainda mais quando um dos cachorros se aproximou de mim e começou a me cheirar, estava fazendo cócegas, tive que me controlar, mas o medo era muito grande. 

    Os outros cachorros estava cheirando o Daniel e a Adélia, sendo que ela, dava para ver que estava se agoniando de nervoso e depois não aguentou e acabou espirrando atraindo a atenção de todos os animais em direção a ela. Não deu tempo de pensar em muita coisa, no momento seguinte estávamos todos correndo em direção a saída da rua que parecia que estava mais longe a cada passo. 

    Acho que nunca corri tanto na minha vida, minhas pernas já estavam doendo e só via a hora que elas iam dobrar e eu ia virar comida de cachorros assassinos. 

    Assim que passamos da parede daquela casa que tinha a placa com o nome da rua, parecia que tinha alguma barreira invisível que fez os cães pararem ali, eles latiam ferozmente algumas vezes e depois se viraram e voltaram para a rua escura. Tenho pena de quem vive ali naquele lugar. 

    Sentamos na calçada para descansar, estava com um tremendo alívio de estar fora daquela rua, sei que ainda estava na cidade, mas pelo menos não na rua Guimel. 

    - Você é demente ou o quê? Porque não segurou seu espirro ou sei lá? - perguntei brava me virando para a Adélia que estava quase deitada no chão. 

    - Eu sou alérgica a cachorros também e eu não ligo para o que você diz, Elobabaca. 

    Revirei os olhos e preferi não dizer nada, não estava afim de confusão e estava feliz por ter saído viva daquela rua sinistra. Olhei para o lado e vi o Daniel olhando para sua mão, ela estava com um corte que sangrava. 

    - Como machucou a mão? - perguntei. 

    - Na hora que fui correr arranhei a mão naquela parede pontuda idiota. 

    - Você tem que cuidar disso - eu falei, peguei a mão dele e observei aquele corte - Isso pode inflamar. 

    Olhei para cima e ele estava olhando para mim com um sorriso no rosto. 

    - Então está preocupada comigo? 

    Droga, esqueci que ele podia ler o que eu estava pensando quando encostava nele. Larguei a mão do Daniel rapidinho e ele ficou rindo. 

    - Desistiu de virar minha enfermeira? Acho que você ia ficar bem com uma roupinha daquelas. 

    - Idiota. 

    - Você vive me chamando disso...

    - Talvez porque você seja um!

    A Adélia se levantou ajeitando sua saia e suas botas e disse:

    - É melhor tentarmos achar logo uma carona. 

#####

    Ficamos um bom tempo esperando alguma carona e muitas pessoas não quiseram parar para nós, sendo que naquela cidade eram poucos carros que passavam. Até que teve um boa alma caridosa de um caminhoneiro que disse que podia nos deixar na rodoviária e que de lá poderíamos pegar o ônibus indo para a cidade que queríamos. 

    Chegamos na rodoviária e infelizmente o ônibus que queríamos tinha acabado de sair e o próximo seria só as oito horas da manhã do dia seguinte, ou seja, teríamos que passar a noite ali numa cidade que nem sei qual era. 

    - Mas que droga de falta de sorte! - reclamei. 

    A rodoviária não tinha mais nenhum ônibus, só tinha um homem numa cabine que a fechou e depois apagou as luzes indo embora dali. Ficamos sós num lugar feio, sujo e deserto e nem lugar para sentar tinha. 

    - Como vamos fazer? Eu não quero ficar nesse lugar sujo - a Adélia disse olhando em volta e fazendo cara de nojo. 

    - Bom, nossa única esperança é passarmos a noite naquele lugar ali - o Daniel disse apontando para um hotelzinho fuleiro no outro lado da rua. 

    Um placa escrita em néon dizia "Hotel Paraíso", só que de paraíso aquele lugar ali não tinha nada, era uma estrutura de dois andares e as paredes estavam meio encardidas. 

    - Eu não quero passar a noite ali, deve ser imundo - protestei. 

    - Então você dorme aí sozinha na rodoviário correndo o risco de ser estrupada ou morta, enquanto eu e o Dan vamos para lá sozinhos... e até que seria bem melhor - a Adélia deu mais um de seus sorrisinhos para o Daniel que pareceu nem perceber. 

    - Você não vai ficar aqui sozinha, então dá para parar de frescura e vir com a gente? 

    Eu bufei e fui com eles em direção aquele lugar feioso. 

    O lugar por dentro era ruim assim como por fora. Tinha as paredes de madeira e uma luz amarela forte pendia do teto. Tinha dois sofás vermelhos gastos em um dos lados da sala junto com uma televisão de 24 polegadas antiga. No outro lado tinha um balcão e atrás dele estava sentado um cara gordo com os cabelos castanhos já aparecendo os fios brancos. Ele percebeu que tinha gente entrando e tirou os olhos da sua revista pornô que estava lendo. 

    - Em que posso ajudar? - ele tinha a aparência entediada. 

    - Queremos um quarto - o Daniel falou. 

    O cara olhou para o Daniel e depois para mim e para a Adélia, se virou e pegou uma chave numa estante pendurada na parede e quando foi entregar a chave disse olhando para o Daniel:

    - Meu jovem, aproveite - e deu um sorriso malicioso. 

    O quarto era no andar de cima, as escadas rangiam conforme subíamos, mas esse não era o problema maior e sim o quarto em que íamos passar a noite. Ele era horrível. As paredes tinham machas enormes de mofos, e as únicas mobílias ali eram uma cama, uma cômoda com uma televisão pequena em cima e um sofá embaixo da janela. Tinha uma porta também que imaginei ser o banheiro. 

    - Só tem uma cama, não vai dar para os três aí porque ela é pequena, eu voto para que a Eloísa durma no sofá e eu e o Dan fiquemos com a cama. 

    - Podem ficar, não quero essa cama que nem sei se trocam os lençóis - disse olhando para ao lençol vermelho jogado de qualquer jeito sobre a cama. 

    - Nada disso, você e a Lia ficam com a cama e eu durmo no sofá - o Daniel falou e já se jogo no sofá que parecia ser bem duro. 

    Lia, pelo visto já estavam com muita intimidade mesmo, acho que estou atrapalhando os dois ficando no meio. 

    - Eu ter que dividir a cama com ela? - a Adélia apontou o dedo na minha direção - Isso é um pesadelo. 

    - Não só para você - respondi. 

    Depois de muito falatório enfim a Adélia cedeu e foi dormir na cama assim como eu, mesmo ela marcado território e colocando uma almofada para dividir o espaço. O Daniel ficou no sofá e parecia bem desconfortável, mas tipo, todos nós estávamos. 

    Vai ser uma longa noite...    


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Notas finais do capítulo

Reviews, recomendações ou favoritamentos? Espero que sim, isso irá fazer uma autora feliz :D kkk