Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 12
Capítulo Onze


Notas iniciais do capítulo

Coloque esse capítulo antes, pois essa semana não vai dar para eu postar, vou entrar em semana chatona de prova. Bom, escrevi com sono então não está muito bom e me desculpem qualquer erro, mas eu tinha postar logo rsrs



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CAPÍTULO ONZE

    Mesmo o Daniel não querendo, obriguei ele a me levar até minha casa, tinha que deixar minha mochila em lá, pegar a minha bolsa preparada para o caso de acontecer qualquer coisa e aproveitei para trocar de roupa, estava de saia, era melhor colocar uma roupa mais confortável, não sei que lugar é esse e o que teria que enfrentar. 

    Coloquei uma calça, uma regata branca de renda, tênis e prendi o cabelo num rabo de cavalo no alto e peguei minha bolsa. Bem melhor assim. 

    Quando cheguei na sala vi que o Daniel estava sentado tediosamente mexendo numa das esculturas que a Morgana tanto amava. 

    - Até que enfim, achei que estivesse colocando um vestido de noiva - ele disse rindo. 

    - Rá-rá-rá, que engraçado você é. Agora é melhor sair logo desse sofá e largar essa escultura antes que a Morgana apareça e te veja aí. Ela teria um treco. 

    - Não estou nem aí - o Daniel respondeu dando de ombros. 

    Revirei os olhos e puxei a escultura de prata das mãos do Daniel. 

    - Não era você que estava com pressa? Vamos logo - falei. 

    - É tão confortável esse sofá...Gostei da sua casa. 

    - Ok, agora vamos logo. 

    Tirei o Daniel do sofá bem no momento em que a Morgana bruxa apareceu na sala, ela nos lançou um olhar de desprezo e depois foi em direção a piscina. 

    Não dei sorte, quando estava saindo de casa dei de cara com a Sophie-bruxa-filha, ela passou por mim me dando um esbarrão no ombro e dizendo no meu ouvido " Deixa o Jonh em paz, você não presta" e depois deu um risinho para o Daniel com aquele seu jeito "encantador". 

    Ainda tinha me esquecido da advertência de hoje, de um jeito ou de outro teria que mostrar para a Morgana, ela teria que assinar senão eu não entraria na escola...Só quero ver o que ela vai dizer, aposto que um monte de coisas como "Tem que seguir o exemplo da Sophie" ou "Se continuar assim vou ter que tomar medidas drásticas de castigo", ela sempre acha que eu sou a errada e a filha dela a santinha, sendo que a Sophie vive levando advertência e falsifica a assinatura da mãe, a Morgana é uma lerda mesmo. 

    - Vamos ter que passar na casa da Adélia - o Daniel disse quando já tínhamos saído da rua que moro. 

    - E sabe onde ela mora? - perguntei. 

    - Eu sei das coisas, se esqueceu? - ele falou dando um sorrisinho de lado. 

    Sei que esse era o momento para perguntar como ele sabe das coisas, mas eu preferi não saber ainda, chega de coisas estranhas na minha vida por pelo menos alguns minutos, sei que de estranho vai ter muita coisa quando chegarmos naquele endereço. 

    Entramos em uma rua estreita e sem saída que tinha algumas casas pequenas. O Daniel parou o carro em frente a um prédio de três andares branco e disse que já voltava. Eu não queria ficar naquela rua estranha sozinha dentro do carro, mas também não estava afim de subir, enquanto isso reparei as casas...eram todas tão parecidas, parecia mais uma vila e a única construção que se destacava era esse prédio. Estava tão distraída reparando a rua que levei um susto quando um senhor barbudo bateu no vidro da janela, ele me olhou e perguntou: 

    - Será que tem algum dinheiro para me dar? 

    - Desculpe, eu não tenho. 

    Ele saiu resmungando alguns xingamentos para mim e depois foi embora para dentro de uma viela dentro daquela rua. 

    Já estava entediada de ficar ali quando vejo o Daniel vindo com a Adélia, ela estava vestindo mais um de seus trajes putona, uma saia xadrez curta, blusa preta com um decote enorme e botas de salto alto que iam até os joelho. Tipo, ela acha que está indo para onde com essa roupa? Estava ridiculamente ridícula e não é recalque meu. 

    - Até que enfim, achei que estivessem se pegando lá em cima já - falei já estressada pela demora deles. 

    - Deixa de ser ridícula...mas se bem que não seria tão má ideia assim - a Adélia falou e lançou um risinho na direção do Daniel. . 

    - Isso foi uma direta? - o Daniel perguntou se virando para o banco de trás. 

    - Vocês dois são ridículos - falei cruzando os braços. 

    - Ciúmes? - o Daniel perguntou se virando para mim com um daqueles risinhos metidos dele. 

    - Claro que não! Agora dá para parar de se achar e andar logo com esse carro, ou se esqueceu que o lugar desaparece depois de certa hora? 

    O Daniel suspirou, agarrou o volante e disse:

    - E lá vamos nós. 

#####

    O caminho para Camifield era completamente desconhecido para mim, nunca tinha ido para essa cidade, só sei que todo lugar que passávamos era mato e mato, de vez em quando uns enormes campos com algumas fazendas e depois mato de novo, estávamos nessa fazia mais ou menos umas duas horas e meia, acho que deveria faltar mais alguns minutos para chegarmos. 

    - Eu não aguento mais esse caminho, ficar muito tempo em carro me enjoa - a Adélia reclamou. 

    - Não vomite no meu carro, ele está muito limpo. 

    - Falta quanto tempo para chegarmos? - perguntei. 

    - Na verdade, acabamos de chegar na cidade - o Daniel respondeu e indicou com a cabeça uma placa escondida atrás de algumas plantas que dizia "Bem-vindos a Camifield". 

    Então existia uma cidade e não era só mato, melhorou...mas não muito. Aquele lugar era assustador, parecia meio que sem vida e muito cinza. O asfalto era feito metade de terra e metade de cimento, dependia do lugar, e as casas eram um pouco distantes umas das outras e só vi poucas pessoas passando, quase não se via gente, parecia até uma cidade fantasma devastada por alguma coisa. 

    - Uau! Que cidade linda - a Adélia falou fingindo se encantar com o lugar. 

    - Onde que ficar essa rua que temos que ir? - perguntei. 

    - Acho melhor me informar - o Daniel respondeu e parou o carro em frente ao que parecia ser um bar. 

    Ele entrou lá dentro e eu só esperava que não inventasse de beber alguma coisa e nos deixasse ali sozinhas no carro naquele cidade fantasma. 

    - Eu não gosto de você - ouvi a Adélia dizer e eu fiquei um pouco surpresa, já sabia que ela não ia com a minha cara, mas não imaginava que ela fosse dizer assim na lata. 

    - Eu também não gosto de você - e realmente não gostava. 

    - Você é uma patricinha idiota que quer todos atrás de você, mas isso não vai funcionar com o Daniel. Ele é meu, estamos entendidas? - consegui ver pelo espelho retrovisor o olhar que ela me lançou e era tipo o da Sophie dizendo para eu ficar longe do Jonh...Sério, qual é o problema dessas pessoas que acham que eu quero ficar com todos? São umas idiotas, tanto a Adélia quanto a Sophie. 

    Me virei para trás e disse:

    - Eu não estou interessada nele, pode engoli-lo se quiser, sua vadia. 

    O Daniel voltou para o carro e olhou da minha cara para a da Adélia e perguntou:

    - O que aconteceu?

    - Nada, só estava dizendo para a Eloísa o quanto eu a acho legal - ela deu um sorriso super falso. 

    Essa garota além de babaca é uma falsa, porque ela tem que estar ligada a tudo que está acontecendo? Não podia ser outra pessoa? Ia ser bem melhor. 

    - Nossa, só você acha isso... - ele disse tentando segurar um riso. 

    - Daniel, seu idiota, fique sabendo que você também é um chato - falei - Agora será que pode dizer o que a pessoa do bar falou sobre a rua? 

    - Bom...o cara lá achou estranho eu querendo ir para essa rua, mas depois disse que é a próxima virando a esquerda e mandou ter cuidado. 

    - Legal, vamos ser todos mortos nessa cidade e ninguém vai achar nosso corpos. 

    - Não seja tão dramática, garota - a Adélia falou. 

    Fizemos o que o cara mandou e quando viramos a esquerda vimos uma pequena placa já caindo colada na parede de uma velha casa que dizia "Rua Guimel". O lugar era vazio, só tinha uma estradinha e nas calçadas não tinha nada, achei isso completamente estranho, mas fomos andando mais adiante na rua e ao longe vi que tinha umas casas sem graça lá no fundo. 

    - O número era 345, né? - o Daniel perguntou. 

    - Isso, mas dizia que era 345 "E" - disse. 

    - Vamos ter que procurar. 

    As casas da rua eram blocos de concreto cinzas e sem graças e não tinham ninguém fora das moradias, só vi um cachorro caramelo que começou a latir assim que passamos de carro. 

    - Que lugar mais sinistro - a Adélia disse. 

    - Acho melhor deixarmos o carro aqui e irmos andando, tem muitos becos estreitos que de carro não daria para passar. 

    - Não deixe longe e se lembre de onde está, não quero me perder do carro caso precisemos sair correndo - disse, com medo. 

    O Daniel deixou o carro estacionado embaixo de uma árvore seca e sem folhas e fomos andando pelas casas em busca do número 345. Enquanto andávamos na rua, uma mulher com uma cara estranha apareceu em uma das janelas e ficou nos olhando como se fôssemos intrusos e ela precisasse soar um sinal de emergência. Até pensei em perguntar para aquela mulher se ela conhecia a casa que procurávamos, mas desisti. 

    Andamos mais um pouco até que avisto...

    - Gente, ali o número 345 - indiquei uma casa velha que ficava mais distante das outras. 

    Assim que chegamos lá, entendemos o significado do "E", era porque eram várias casas no número 345 e não só uma. 

    O portão estava aberto, estávamos sendo intrusos, mas não tinha um interfone ali nem nada ali. 

    - Que medo desse lugar, parece até de filme de terror...Gostei disso - a Adélia disse empolgada e depois se agarrou no braço do Daniel. 

    - Parece que a tal casa "E" é aquela ali no final - o Daniel falou. 

    Eu não estava gostando nem um pouco de estar ali naquele lugar e ainda mais depois que vi a casa "E", ela era a mais estranha que tinha naquele lugar, era pintada de um branco sujo,  as janelas eram todas pretas como se tivessem pintadas e a porta era de uma madeira escura. 

    O Daniel foi lá e deu duas batidas na porta. Fiquei nervosa com medo de quem abriria e sairia dali, a vontade de sair correndo era imensa, mas tinha que saber o motivo daquele ser nos deixar esse endereço. 

    O Daniel já ia dar outra batida na porta quando ela se abriu com um rangido, só um pedaço foi aberto e só deu para ver uma parte do rosto da mulher, ela tinha olhos azuis claros demais e um cabelo preto que escorria pelo ombro. 

    - Desculpe incomodar, mas é que... - o Daniel nem terminou de falar, pois a porta bateu na nossa cara. 

    - Que mulher estúpida, quem ela pensa que é... - a Adélia nem terminou sua reclamação, pois a porta se abriu de novo e dessa vez foi toda. 

    Pude ver a mulher inteira dessa vez, ela estava vestida com um vestido comprido estampado e tinha os cabelos enormes até um pouco abaixo da cintura, ela não tinha a aparência que eu imagine de uma velha com a cara cheia de verrugas e cabelo em pé, deveria ter mais ou menos uns 35 anos. 

    - Viemos aqui porque... - eu comecei a dizer mais a mulher me interrompeu. 

    - Eu sei porque vieram e quem os mandou aqui - ela fez um gesto com a mão para entramos na casa e continuou: - Prontos para umas verdades? 

    

       


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Notas finais do capítulo

Até semana que vem :)