Born To Die escrita por Suzanna Stark


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, como estão vocês?Então, eu recebi uma critica muito boa no PD, e resolvi melhorar a escrita e dinâmica da fanfic para vocês, provavelmente algo dos capítulos anteriores será modificada, mas nada relevante no rumo da história, apenas na facilitação da leitura mesmo.Enfim, espero que gostem.



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“Fala pra ele que ele é um sonho bom. Que mudou o tom da tua vida.” - Cícero

Os dois me olhavam como se duvidassem da minha capacidade mental. Estávamos no salão comunal da lufa-lufa, a maioria dos alunos estavam centrados em seus livros e em conversas aleatórias que então não davam a mínima para a minha presença. Os poucos que reparavam e ficavam curiosos, logo desistiam de saber o que eu estava fazendo ali. Uma das coisas que eu gosto nos lufanos, além de eles realmente se empenharem para manter uma boa conversa quando estava na presença de um, é que a maioria se mantinha discretos sobre qualquer assunto.

– Agora nos explica, já que fomos sequestrados de nosso café da manha e do nosso tempo vago, o que quer com uma poção para sintomas tão distintos? – Dearborn falou baixo, mas não chegando a um sussurro, enquanto se sentava no sofá ao meu lado, Thomas estava do meu outro lado. Aparentemente, Caradoc estava acostumado a passar um bom tempo ali, já que parecia tão confortável quanto Robert, e chegou até a colocar os pés sobre o sofá para se virar em minha direção.

– Não seja dramático, Caradoc. E... bem, eu não posso contar. Ainda. Mas preciso dessas poções. Por favor, podem não contar nem perguntar nada? Eu juro que é por uma boa causa. Eu ando tenho uns... problemas, e não quero que se espalhe para todos ficarem me fazendo perguntas, e... – Decidi apelar um pouco, fazendo a minha melhor cara de coruja-que-caiu-da-gaiola. – Confio em vocês.

Eles se olharam, como se discutissem mentalmente se compravam a minha performance ou se iam correndo contar para a enfermeira da escola. Por fim, quando já estava quase me xingando e desistindo de envolver ainda mais pessoas nisso, Robert sorriu e acenou para mim em positivo, soltei um pequeno grito e abracei os dois, passando meus braços por seus pescoços e puxando suas cabeças para o meu lado. Eles riram e tentaram não bater a cabeça um no outro.

– O.K. Entendemos, pode parar de nos amar.

– Agora, nos promete que nada muito sério está acontecendo com você? Fiquei com medo quando me pediu uma poção tanto para hematomas quanto para enjoos e tonturas.

Fiquei envergonhada, enquanto acenava com a cabeça rápido demais para que não suspeitassem, não confiei muito em minha voz, mas consegui soltar um fino “não se preocupem” que fizeram eles suspirarem mas não comentar nada.

– Tenho um material que acho que vai dar conta do recado.

– Qualquer coisa, pedimos ajuda para a Arry. – Robert soltou o nome com um pequeno suspiro, fazendo eu e Caradoc nos olharmos e soltarmos aquelas risadinhas que os amigos sempre soltam quando você fala da pessoa que gosta. Rob percebeu e nos olhou carrancudo, mas sua cara não nos enganava, estava claro que ele gostava dessa tal Arry, que deveria ser da corvinal, mas nunca cheguei a conhecê-la.

– Tudo bem, bonitões, falo com vocês depois.

– Ui, acho que nossa fama vai mesmo começar agora, Doc.

– Vamos aproveitar enquanto dura.

Virei-me para eles, fingindo um rosto esnobe enquanto prendia o riso.

– Estão parados ai fazendo o que? Andem, quero essa poção para ontem!

Fui atingida por duas almofadas enquanto nós três riamos.

– Cai fora, Prince.

Sai do salão correndo, ainda rindo da cara indignada, mas sorridente dos dois.

Xx

Segui para a aula de História da Magia, no caminho tentava não pensar profundamente em tudo que estava acontecendo. Um dos meus maiores erros era sempre pensar demais, detalhar demais, e nunca conseguir realmente que algo de certo. Quando me deixava levar, tinha as minhas melhores lembranças. Quando entrei na aula, não reparei se o professor já havia chegado ou não, nem teria percebido Alice sentada ao meu lado se não fosse a irritante batida de suas unhas na madeira esperando que eu falasse alguma coisa.

– Alice, você não é discreta o suficiente para suportar não falar nada por muito tempo.

– Por que não ficou conosco no café?

– Estava resolvendo uns negócios.

– O que esta aprontando, afinal?

Dei um suspiro, enquanto deitava na mesa com a cabeça em um travesseiro feito de braços cruzados. Meus olhos pesavam, não havia reparado em como eu estava incrivelmente morrendo de sono. Não conseguia mais ver o vermelho do cabelo de Alice mais do que linhas de fogo se balançando na minha frente, podia sentir que meu nome foi chamado varias vezes, mas o preto me consumiu.

Senti meus músculos do braço sacolejados o que pareceu apenas dois segundos depois. Mas ao abrir os olhos e focar na sala, ela estava quase vazia, com apenas eu e Lily. Minha amiga sorriu docemente para mim, enquanto me ajudava a levantar.

– Emy, você esta um pouco pálida. Que tal ir para os dormitórios? Eu aviso aos professores sobre a sua ausência.

Não encontrava minha voz para respondê-la, então apenas concordei levemente com a cabeça, me sentindo mais tonta ainda com o gesto. Era só eu ou a cabeça de Lily começava a se dividir em duas? Sai cambaleante da sala. Sentia como se um martelo estivesse pairando sobre a minha cabeça, martelando regularmente. Uma dor agoniante dentro de mim, como se meus órgãos estivessem entrando em combustão e minhas pernas tremiam como se fossem feitas de gelatina.

Como eu consegui chegar à porta do salão comunal da grifinória eu não sei, nem ouvi as perguntas que a mulher gorda fazia sobre meu estado, só sei que não havia nem chegado ao pé da escada direito quando cai, perdendo a consciência ao sentir uma pancada na cabeça.

Xx

Podiam ter si passado dias, meses, anos ou apenas horas desde que desmaiei ao pé da escada no Salão, um gemido fraco soou nos meus ouvidos antes de perceber que era eu mesma reclamando da dor em minha cabeça. Sentei, colocando a mão sobre minha testa, podendo perceber que um galo se formaria ali pela força da batida contra o primeiro degrau da escada para o dormitório feminino.

Suspirei, decidindo ir ao banheiro do andar antes que alguém chegasse das aulas e me visse daquela forma. A minha situação não havia melhorado muito desde o meu sono forçado, mas consegui andar sem cair, escorregar ou tropeçar em algo. Merlin, o que estava acontecendo comigo? O que era aquela sensação de definhar aos poucos de dentro para fora? Será que aconteceria tão rápido assim? Quanto tempo eu tinha? Não queria ser tão fraca agora.

Abro a porta do banheiro com força, minha visão não conseguiu situar o caminho, parecia que a cada minuto eu ficava pior do que quando acordei, o sentimento era péssimo. Com a respiração ofegante, olhei no espelho a imagem refletida, tão diferente da que tive há poucos dias atrás. Meu cabelo parecia mais seco e sem vida, meus olhos estavam com olheiras escuras e gigantes, minha pele pálida, mais do que já era normalmente, um branco doentio que se olhasse bem poderia lembrar um cadáver em putrefação.

Merda! Sinto minha cabeça girando mais uma vez, o brilho no meu pescoço me leva para outros tempos, tentando distrair minha mente das sensações. Agachei-me no chão, apoiando a cabeça na parede. Ofegante, busco o ar com a boca, já que respirar pelo nariz não adianta mais. Se isto é morrer, não pode ser mais rápido?

Aperto com as ultimas forças o cordão em meu pescoço, a prata gelada sobre a minha pele febril. O verde invade mais uma vez minha visão, e então não estou mais no banheiro, mas sim em minhas lembranças.

Xx

O céu era de um azul bem claro, eu estava na toca, a casa dos Weasleys. Alice havia convidado a todos nós para passar uns dias antes das férias acabarem e começarmos o terceiro ano. Aquele ano foi um misto de sentimentos muito opostos e confusos, mas eu estava adorando passar uma parte das férias com meus amigos, principalmente por ele estar ali. Remus Lupin. O motivo de eu estar, aos meus doze anos, com borboletas no estomago toda vez que nos abraçávamos ou que ele me lançava aquele sorriso tímido.

– Alice e Emily, venham para o jantar! – Senhora Weasley nos chamou do primeiro andar, na cozinha, eu estava dormindo no mesmo quarto que Alice com Lilian, os meninos, Rem, Six e James, estavam dormindo no quarto com o irmão de Alice, Logan Weasley.

Quase não via Logan na escola, além das refeições, ele é um ano mais velho que Alice, então só via eles juntos nas horas vagas e de refeições. Descendo a escada, Alice teve que parar o seu monologo sobre como Sirius estava ficando mais bonito a cada ano que passava, eu e Lilian revirávamos os olhos, mas não discordávamos dela. Não era mentira de fato.

O jantar se passou sem nenhum problema além de muitas risadas e atrapalhadas dos garotos na mesa, a comida da senhora Weasley era uma das melhores que eu havia provado. Juro que havia saído da mesa com uns bons quilos a mais. A casa muito confortável, apesar de simples. A toca é um lugar incrível e eu sempre adorei voltar para lá desde a primeira vez que fui.

Depois do jantar, todos nós fomos para o quarto de Logan, ele nos chamou para jogarmos algo que ele aprendeu com um menino trouxa de sua turma. Se eu não fosse tão afastada do mundo trouxa quanto eu era do mundo bruxo, provavelmente também iria conhecer a tal brincadeira. Mas quando ele explicou as regras, com todos sentados em um circulo no chão de seu quarto em cima de um tapete puído, eu não fazia a mínima ideia de como jogar.

– Creio que ninguém aqui ouviu falar de O Jogo da Garrafa, certo? – O garoto de 13 anos com um sorriso esperto. Todos negamos, e então ele continuou, pegando uma garrafa de debaixo da sua cama e colocando a nossa frente. – Isso é uma brincadeira que os trouxas fazem com os amigos, pelo que eu entendi, giramos a garrafa e em quem parar as pontas, bem, eles se beijão. – As meninas, incluindo eu, nos mexemos desconfortáveis, enquanto os meninos tentavam disfarçar os risinhos. – Como temos irmãos aqui, e eu nunca vou beijar a Alice, – confirmou e os dois fizeram caretas para o outro – se cair em nós dois, não será valido. Quem aceitar participar não pode desistir, a não ser que queira passar um mico na escola escolhido pela pessoa que foi escolhida pela garrafa com ela, e digo com orgulho que essa regra foi criada por mim, então... Quem topa participar?

Ninguém discordou, e eu vi o olhar de Alice seguir direto para Sirius, e quase podia ouvir em seus pensamentos o seu pedido repetido para que caísse ela com ele. James lançou um sorriso charmoso para Lilian, que ficou vermelha como seus cabelos. Eu fiz força para manter meu olhar baixo, preso em minhas mãos que seguravam a ponta da manga do moletom que eu vestia, se eu olhasse para Remus, poderia morrer de falta de oxigênio.

– Então, vamos lá. Poucas rodadas, já que o nosso número de meninas é menor do que o nosso de meninos. – Ele soltou em um muxoxo, como se soubesse que estava sobrando ali.

A garrafa foi rodada por Logan, Alice inclinou o corpo para frente esperando os segundos que levou para a garrafa parar.

Sirius e Lily.

James bufou de raiva, enquanto Sirius se controlava para não rir do amigo ou da face vermelha rubra de Lílian. Alice resmungou ao meu lado, enquanto eu só ria com Logan e Rem. Lílian virou para o lado, olhando vergonhosa para Sirius, que deu de ombros e antes que alguém falasse alguma coisa, deu um selinho, bem mínimo em Lily. Foi tão rápido que eu não veria se tivesse piscado. Todos, menos Alice e James, reviramos os olhos ou soltou um pequeno “Aah”.

Mas nem Logan, Rem ou eu reclamamos, já sabíamos que Six nunca beijaria Lily por muito tempo já que seu melhor amigo era apaixonado por ela. Então, dessa vez foi Lily que girou a garrafa. Quando parou, fazendo um tintilar com o chão, parou em Logan e Alice.

– Nunca. – Os dois disseram ao mesmo tempo, então rimos enquanto Alice girava a garrafa de novo. Parou em Alice e James.

– Vocês só podem estar manipulando os resultados. – reclamou Logan, mas quando viu que Jay mal tocou em Alice, jogou os braços para cima bufando. – Qual é a graça do jogo se nenhum de vocês aceita os nomes escolhidos pela garrafa? O próximo vai ter que beijar de verdade.

Então Jay rodou a garrafa com uma força exagerada, e dez voltas depois, a garrafa finalmente parou. A ponta estava virada para mim, enquanto o final da garrafa estava virado para Logan. Fiquei sem ação na hora, e meus olhos foram rapidamente na direção de Logan, que também aparentava surpresa, mas sorriu

docemente para mim, antes de levantar e me puxar por uma mão. Lutei com a minha vontade de olhar para Rem, o garoto que despertava nervosismo em mim nos últimos meses, e que também era um dos meus melhores amigos. Continuei olhando para Logan, se olhasse para qualquer outro lugar morreria de vergonha. E como ele disse, os próximos teriam que se beijar de verdade.

Foi o meu primeiro beijo, e foi bom. Logan colocou minhas mãos e se rosto, já que eu não sabia o que fazer com elas, e as segurou ali, enquanto seu rosto abaixava em minha direção até nossos lábios se encostarem. Deve ter durado apenas um minuto, mas foi mais longo que os outros dois beijos. Seus lábios fizeram poucos movimentos sobre os meus, e eu continuei com meus olhos fechados, até que nos afastamos, e todos sorriam marotos para nós dois, mas quando voltei o olhar para o lugar onde Remus estava, não havia ninguém ali, o lugar estava vazio e a porta aberta.

Xx

Sai das lembranças de meu primeiro beijo em um estado grogue, a respiração estava melhorando, mas continuava arfada, e em compensação eu podia sentir meu rosto molhado antes de perceber que estava chorando. Um gosto ruim veio a minha boca. Sentia como tivesse sido obrigada a engolir lavagem quando levantei cambaleante. Com uma das últimas forças que consegui reunir me dirigi até o privativo, tentando puxar o ar que conseguia. Ajoelhei, quase caindo, perto do vaso sanitário, inclinei o rosto e expeli o conteúdo de cheiro desagradável e gosto degradante. Uma parte caiu no chão, e fiquei com mais nojo ainda ao ver um vomito com uma cor sangrenta.

Minha mente ficou branca, meus olhos se turvaram em cores e eu sentia o mundo girando em espirais. Apertei a borda do vaso com meus dedos já com nós brancos. Quando finalmente, finalmente, finalmente acabou, deixei um suspiro sair com um último cuspe. O líquido a minha frente era de varias cores desagradáveis, mas a que mais me assustava era o vermelho de sangue.

Não reprimi o choro, sentia o meu mundo desabando agora abandonando o branco e apenas absorvendo o vermelho. Sentia as pontadas da dor em meu estomago, a dor de não ter mais nada o mantendo e as agulhas presas em minha garganta que estavam me deixando sem voz; nem mesmo um último grito de agonia seria dito, nem uma última prece ou uma última lamuria. Nada antes do negro envolver o vermelho e eu me afundar nas trevas de meu subconsciente.


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Notas finais do capítulo

Qualquer coisa, só ir no twitter: @shootzombieComentem sobre como está indo a história.Beijos, Mô.



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