Born To Die escrita por Suzanna Stark


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Hey, ho, let's go!
Espero que curtam o capítulo.
Blog: efeito-camaleao.blogspot.com



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Alguém se importaria em classificar
Nossos corações partidos e mentes confusas?
Então eu posso encontrar alguém em quem confiar
E correr
Para ele, para ele
Toda velocidade à frente

Eu estava em uma festa.

Talvez eu não devesse estar aqui, dada a minha situação, mas como queria esquecer a situação, então... Bem, esse deveria ser exatamente o lugar onde eu deveria estar.

Afinal, estava tudo bem, a poção de Caradoc era uma maravilha, sério, eu não me lembrava de estar assim tão bem desde sempre. Estava com poucas dores, os vômitos passaram como se eu tivesse acordado de um pesadelo e agora estivesse no mundo real, um mundo onde eu não tinha um raro problema de saúde. Um mundo onde eu tinha uma boa vida. Uma boa vida com Remus Lupin.

Ele se encontrava na minha frente, rindo como se a noite fosse durar para sempre, rindo como um bêbado. Ele não estava tão bêbado assim, mas depois de uns três copos coloridos que Sirius tinha colocado em sua mão, bem, Remus estava mais alegre do que nunca. Seu braço estava nas minhas costas e sua mão afagava de leve minha cintura, enquanto isso, Sirius, James e Remus riam largados no chão em que nos encontrávamos.

Eu também estava rindo, podia sentir minhas bochechas doendo, mas não havia como parar de rir com os sons e rostos engraçados que todos estavam fazendo ao comer os feijõezinhos de todos os sabores e derramarem bebidas em si mesmos. Respirei fundo, tentando situar novamente na situação. Okay, eu estava um pouco bêbada também.

Voltando um pouco na história, tudo isso de festa começou quando um adorável garoto da grifinória estava emburrado e entediado no Salão Comunal. Pelas minhas contas desde que tínhamos chegado da aula, Sirius tinha dado uns quatro suspiros, enquanto eu dividia uma poltrona com Remus, Alice e Lilian estudavam para o começo das provas de antes das férias de natal. Boas semanas haviam se passado e voado entre o começo do ano letivo e já estávamos perto das avaliações.

Por falar em Lilian e Alice, elas aceitaram muito bem uma pequena desculpa que eu inventei com Remus, claro que esse só teve a versão da desculpa também, a única diferença é que ele sabia que não era a verdade. Remus até tentou de varias formas me fazer contar sobre o que havia acontecido comigo no dia que eu cheguei ao auge da dor e consegui que Caradoc fizesse a poção para mim, mas eu conseguia despistar até que ele desistiu, ficou apenas com a esperança de que um dia ele saberia.

Claro que ele não pensava em nada muito grave em suas teorias, não tão grave quanto o que verdadeiramente era. Acho que, por mais cruel que isso seja com ele, isso me dava um grande alivio, fosse o que fosse não o machucava como a verdade o machucaria, e ao mesmo tempo em que isso era uma proteção para ele, era mais ainda uma proteção para mim mesma.

Alice e Lilian, e também James e Sirius, acreditavam que eu havia me escondido pelo castelo por ter ficado com raiva de Remus, por ter ouvido alguma bobagem de que ele estava gostando de outra menina, e quando nos encontramos, tivemos uma discussão até que nos beijamos e começamos a namorar. Bom, acho que posso definir Rem como namorado, já que eu não tinha perguntado por uma definição e nem ele tinha falado nada. Apenas estávamos juntos. Finalmente, palavras de Alice, estávamos juntos. Com isso, eles me zoaram durante um tempo, é claro, mas ficaram felizes por nós dois. Todos os dias eu pegava a poção com Caradoc. Robert e ele andavam junto conosco, também tinha aquele estranho do Peter, não quero ser má, mas ele desaparecia de presença que eu mal o reparava.

Correspondi-me com Phillip e Evanna pela primeira vez a algum tempo, eles sentiram muito por não ter me enviado nenhuma carta por tantos meses, mas contaram todas as novidades. Phillip estava noivo e o casamento aconteceria em duas semanas, disse que me enviaria o convite. Eu só espero estar aqui ainda para comparecer ao casamento de Phillip. Por um bom tempo ele foi meu melhor amigo. Evanna estava namorando e trabalhando no mundo dos trouxas, o que não me surpreendeu, já que ela sempre adorou os trouxas, estava namorando um trouxa e estava muito feliz. Isso me deu uma incrível paz.

Mamãe me enviou cartas todas as semanas, como sempre, e mandava a enfermeira da Ala Hospitalar me dar a poção para dor. Bem, a invenção de Caradoc com Robert estava me fazendo tão bem que eu nem bebia mais a poção que pegava. Escrevia para ela que tudo estava normal, contei sobre Remus, e em suas cartas pude notar uma pontada de esperanças. Esperanças de que talvez eu conseguisse mais tempo do que eu estava destinada a ter.

Doía-me enganar a ela mais do que tudo, mas como eu fazia com os outros, eu fazia com ela. Deixava-os ser iludido por um futuro e uma esperança que eu sabia que não teria, mesmo com a poção me impedido de definhar tão rapidamente, eu não poderia acreditar em viver mais. Afinal, eu vivia dentro de mim, conhecia meu corpo, e sabia melhor do que nunca que estava chegando. Não poderia falar isso para ela, é claro, não minha mãe, não poderia lhe tirar a esperança de que sua menina talvez vivesse, não poderia tirar a esperança dela de não ver sua filha adoecer lentamente até a morte.

Só o pensamento me balançava, fazia meus pelos se arrepiarem e minha espinha balançar como se estivesse sendo retirada. Por isso continuava a engana-los, sorria e fazia meus exercícios, andava e beijava Remus, recebia e respondia as cartas e conversava e abraçava as meninas.

– Eu estou tãããããão entediado – A voz arrastada de Sirius me trouxe de volta ao salão – Olha só, temos que fazer alguma coisa. Emy e Remus ficam abraçadinhos no sofá, Alice e Lilian estudam, Peter só fica sentado calado – Olha, se ele não tivesse falado isso eu nem ia reparar que Peter estava na mesma sala que nós – James esta roncando no quarto nesse momento e quando ele esta aqui ele fica concentrado em dar em cima da Lilian – A ruiva revirou os olhos nesse momento. – Sério, se não fizermos algo para agitar a situação agora, eu vou morrer mumificado. Faz tanto tempo que não fazemos uma pegadinha. – Soltou em um muxoxo.

– Na semana passada vocês deixaram três sonserinos de cabeça para baixo no treino de quadribol. – Alice relembrou Sirius, que deu um sorrisinho com a lembrança. – Mas podem crer, eu concordo com o Six, Já esta chegando as férias e temos que fazer algo memorável antes que fiquemos muito ocupados com provas finais e carreiras.

– Bom... – Lily disse com a voz um pouco tímida. – Eu tenho uma ideia.

Nesse momento todos nos viramos para ela, Lilian Evans ter uma ideia não era surpresa, mas Lilian Evans ter uma ideia para ajudar Sirius em algo que provavelmente quebrava as regras da escola, ela sendo monitora chefe junto com James? Isso sim, assustava todo mundo.

Ficando vermelha de raiva e vergonha, ela deu de ombros e bufou, passando a mão entre os cabelos.

– Ta bem, se não quiserem saber eu não conto.

– Não, não, não, não, não. – Disse rapidamente Sirius, com um sorriso maléfico no rosto. – Diga, ruiva, o que tem em mente?

Ela sorriu, olhando para todos nós antes de lançar.

– Podíamos fazer uma festa.

Bum! Logo todos concordaram com ela, surpresos em ela ter vindo com essa de festa dois dias antes do inicio das provas. Claro, era Lilian e ela nunca aceitaria que fosse um dia antes das provas. Robert, Caradoc e James ficaram sabendo e logo começaram a organizar tudo com Sirius, até Remus ajudou a despistar uns professores quando necessário para trazer as bebidas e comidas. Anunciamos para o povo da grifinória, e como os dois monitores chefes estavam nessa, foi fácil para que as pessoas de algumas outras casas soubessem e ajudassem também na festa Marota, como ficou nomeada, e com alguns feitiços contra o barulho da musica e umas vigias contra os professores, a festa estava pronta.

Todos estavam se divertindo muito, realmente, era memorável. Brincadeiras, comida, música e bebida não faltavam, depois de meia hora, ou alguém estava beijando alguém, ou alguém estava tentando beijar alguém. Nosso grupo ficou junto no meio, rindo e brincando com feijões e cartas explosivas, depois de um tempo assim levantei para pegar uma bebida, até que Rem e Six virem até mim.

– Hey, boneca.

– Sério cara? Boneca?

– Querido Lupin, queria que eu dissesse algo melhor para a sua garota?

Balancei negando com a cabeça, só dois idiotas bêbados para terem esse dialogo mesmo. Não que eu possa dizer muito, já que boa parte da bebida que tava colocando no meu copo foi para fora dele caindo na mesa.

– Falem logo o que foi, garotos.

Rem chegou mais perto, me abraçando de lado, sorri para ele e ouvi um resmungo incomodado de Sirius. Infelizmente, ele ainda gostava de mim, mas não falava nada sobre o assunto desde a nossa conversa na torre, e nem uma vez incomodou Rem com isso, o que eu lhe agradecia de todo o meu coração. Não gostava de saber que Six ainda gostava de mim desse jeito, de que ele estava preso em uma infelicidade por minha causa. Mas quando olhava em seus olhos, eles sempre sorriam para mim, como se dissesse algo silenciosamente. “Esta tudo bem, docinho” podia ouvir sua voz dizendo pelo seu olhar, “eu sou Sirius Black, ficarei bem com isso”.

– Apesar do nosso estado um pouco alterado – O moreno continuou, com um sorriso brincalhão – Eu tive uma maravilhosa ideia para nós três aprontarmos um pouco.

Rem e eu esperamos ele continuar. O que aconteceu depois de um gole na minha bebida e uma risada pelo olhado irritado que eu lhe dei por ele ter pegado o meu copo.

– Que tal nós três, como maravilhosos amigos que somos, tramarmos algo para que aquela ruiva ali – E então apontou para Lily, que ria histericamente enquanto saia uma fumaça das orelhas de Alice, – e aquele idiota ali, - e então apontou para James, que também ria ao lado de Lily e Alice – finalmente pararem de palhaçada e ficarem juntos de uma vez. Não sei se é só eu, mas ta ficando cada dia mais irritante essa história de “Ah, eu te odeio James Potter” e “Sai comigo, Lírio, então depois fala que me odeia”.

Nós três concordamos com a cabeça, a cada dia que passava era um dia a mais de brigas do casal que não é um casal e mais um dia de ouvir os dois irritantes reclamarem um sobre o outro.

– Ta, e como planeja que façamos esse milagre? – Remus perguntou.

Sirius sorriu, e então apontou para a as escadas do dormitório masculino.

– Temos um armário de vassouras no dormitório dos meninos, o plano é você, Emy, atrair Lily lá pra cima, e eu e Rem subimos com o Jay. Trancamos os dois dentro do armário e liberamos ele pela manhã. Olha, nesse plano estou dando créditos para o Potter, acreditando que ele vai tomar alguma atitude ao ter essa oportunidade toda com a Evans. – Terminou dando de ombros, como se fosse um plano infalível.

Normalmente eu teria uma frase contra isso, ou então Remus teria.

Mas, entendam, estamos bêbados aqui.

– Okay, vocês dois levam o Jay primeiro para o quarto de vocês, então eu levo a Lily, quando ela estiver comigo dentro do armário vocês jogam o Jay lá dentro, eu saio rápido e pronto, deixamos ele lá.

Rem sorriu, balançando a cabeça negativamente como se dissesse “tem muitas coisas que podem dar errado com esse plano, mas eu nem vou me dar o trabalho de dizer algo”. Então, eles foram atrás de Jay, enquanto eu ia ao lado das meninas como quem não quer nada, acompanhando na risada. Cinco minutos depois, vi Jay, Rem e Six subindo as escadas, agora é minha vez.

– Hey, Lily! – Comecei animada, chamando a atenção dela dos feijões – Rem pediu para eu pegar um esfregão lá em cima, acho que alguém vomitou atrás das cortinas.

Ela demorou um segundo para colaborar comigo, ainda com um sorriso débil no rosto.

– Ah, Emy, depois vemos isso, outros vão vomitar ainda, quando a festa acabar nós arrumarmos tudo.

– Não, Lils, temos que ver sobre o esfregão agora, mas não quero ir lá sozinha, vem, vai ser rapidinho.

Sei que minha tática de levar Lily lá pra cima era de merda, fala sério, um esfregão? Mas eu não estava em condições de fazer melhor do que isso.

Para minha sorte, Lils também estava muito alegre para pensar a fundo em alguma outra coisa, então depois de garantir a ela que tínhamos que pegar o esfregão para Remus agora, ela subiu comigo, com nós duas rindo de uma menina que tinha acabado de vomitar perto de uma cortina.

– Olha, ele vai ter que limpar aquilo também.

Então rimos mais. É realmente estranho como tudo parece mais engraçado quando você esta sobre efeito alcoólico, quase perdi o rumo sobre o que deveria fazer, mas ai chegamos no armário, e percebi que Lilian nem perguntou sobre termos ido ao dormitório masculino, quando temos um armário com esfregões igual no dormitório feminino.

Será que esse plano vai servir de algo? Agora estou pensando se Lilian não esta bêbada demais para ter alguma reação ou fazer alguma declaração para Jay. Bom, agora era tarde demais, não custava nada arriscar. Logo que ela estava lá dentro derrubando vários esfregões na tentativa de pegar um, os meninos trouxeram James, que também estava mais alegre do que eu tinha percebido antes.

– Hey, Lírio! Você esta aqui também!

Ele gritou quando os meninos o jogaram no armário, logo, Rem, Six e eu fechamos a porta e trancamos com um feitiço.

Como Remus consegue enfeitiçar qualquer coisa mesmo tendo bebido bons copos eu não sei.

– Agora está feito. – Six sorriu, enquanto passava os braços no ombro de Rem e no meu. – Vamos voltar amanhã para ver se temos novos pombinhos.

A festa estava quase acabando agora, a maioria tinha sido arrastada por seus amigos para os quartos ou tinham apagado em algum outro canto. Havia sobrado poucos gatos pingados no Salão, não sabia onde estava Alice desde que prendemos Lily e Jay, Caradoc e Robert também estavam sumidos. Sirius foi arrastado para algum canto em algum momento, então sobrou Rem e eu, subimos para o dormitório dos meninos, colando o ouvido perto do armário do corredor, mas não por tempo o suficiente para ouvir alguma coisa

Entramos no dormitório dos meninos, fiquei surpresa por não estar tão bagunçado quanto havia imaginado que estaria. Graças a Merlin, não havia ninguém dentro, e quando a porta se fechou, ficamos em paz pela primeira vez na noite, longe de todo o barulho e pessoas vomitando.

Joguei-me na primeira cama que eu vi, o lençol era o raivoso leão da grifinória e logo tudo que minha vista conseguia ver era vermelho e amarelo na decoração, além de varias figuras de jogadores de Quadribol, alguns livros e roupas.

Fala sério, esses garotos são bem tietes quando se trata de jogadores de Quadribol.

A cabeça de Rem apareceu tampando o pôster de um dos artilheiros de um time profissional que estava na parede a minha direita, ele riu, não sei se era da minha cara de retardada, pois estava reparando em como o cabelo dele caia sobre seus olhos quando a cabeça dele estava naquele ângulo. A cor de areia brilhante que sempre me deixou irritada por parecer mais macio do que meu próprio cabelo, no qual eu gastava uns bons dez minutos passando cremes enquanto ele só deveria lavar com shampoo.

Afinal, quem teve a ideia de fazer o cabelo dos meninos melhores do que os das meninas? Isso era realmente injusto.

– Você esta deitada na cama do Peter. – Ele disse, finalmente deixando a risadinha de lado. Que logo voltou bem mais alta quando eu me levantei com um pulo que fui parar direto em outra cama. Colocou a mão sobre a barriga enquanto ria da minha cara assustada, fazendo aquela merda de cabelo cor de areia brilhante pender mais sobre seu rosto, até escondê-lo.

– Arg, não ria idiota.

Ele respirou fundo, tentando parar de rir, enquanto se sentava na cama de Peter, que era de frente para a qual eu estava sentada.

– Desculpa, sério, mas você fez uma cara tão desesperada.

E então começou a rir de novo, até se deitar na cama.

Peguei o que estava mais próximo de mim para tacar nele, o que infelizmente, não era um macio travesseiro, e sim uma pesada Goles. O ar fugiu do pulmão de Remus e ele soltou um gemido de dor, droga, não era pra machucar.

– Ah, merda, desculpa, Rem. – Fui desesperada para perto dele, tentando saber se ele estava bem – Desculpa, não sabia que era uma bola quando fui tacar, só queria fazer você parar de rir.

Ele conseguiu soltar um sorriso.

– Tudo bem, foi só... – Uma careta e outro gemido – Foi só o baque que doeu, já estou melhor. – Então olhou para mim, enquanto sentava do meu lado e esfregava a barriga onde eu havia acertado. – Mas me diz uma coisa, qual o motivo de você não gostar do Peter?

– Não é que eu não goste dele, - balancei os ombros enquanto conjurava um copo de água para ele, - é só que... Não sei, eu apenas não confio nele, sei que ele é um garoto legal e tal, nem fede, nem cheira, mas não consigo deixar essa sensação de desconfiança quando olho nos olhos do Peter.

Bebeu a água devagar, e quando falei a ultima parte ele não conseguiu segurar uma risada.

– Ah, e há quanto tempo você vem olhando nos olhos do Peter.

– Já deve ser a terceira vez que me chama de idiota.

– Isso é por que você é um.

Ele riu mais uma vez, e então me abraçou, beijando o meu ombro.

– Sabe de uma coisa?

– O que?

– Ainda estamos na cama do Peter.

– Oh.

Passamos então alguns minutos conversando, deitados na cama de Rem, pois dei um pulo novamente da cama de Peter. Entrelaçava sua mão com a minha, enquanto falávamos sobre qualquer coisa. Um pouco sobre as matérias, sobre os meninos jogando no Quadribol, sobre livros e música. E também, sobre nós dois.

– Você nunca me contou o que vai fazer quando sairmos daqui.

A frase me pegou um pouco de surpresa, e eu fingi arrumar meu cabelo pela cama enquanto pensava em uma resposta digna de confiança. É claro que eu nunca contei para ele, eu nunca contei para ninguém pois essa não era uma realidade viável, eu não chegaria a ter um futuro tão longo para ter um plano de carreira.

Mas, mas... É claro que eu já fantasiei, pensei tantas e tantas vezes em como seria ter um futuro que já cheguei até a escolher uma profissão. E essa noite eu já havia feito tantas coisas que eu realmente deveria estar fazendo nessa época da minha vida, estava me divertindo como tinha planejado para mim mesma que iria. Então, decidi fingir mais uma vez.

– Bem, eu vou tentar ser uma Medi-bruxa. Sabe... Fazer de tudo para ajudar as pessoas.

– É. Isso parece muito com você. – Deu uma risada, enquanto acariciava meu braço de cima a baixo, fazendo pequenos choques na minha pele. – Sempre ajudando aos outros primeiro.

– Agora a sua vez, o que quer fazer?

– Não pensei direito. Eu adoro livros, e acho que me daria bem ensinando. Quem sabe eu não seja um futuro professor de Hogwarts. – Ele sorriu, com uma puxada irônica. A verdade é que ele não acreditava muito nisso, com a sua situação de lobisomem, se mais pessoas soubessem, talvez fosse impossível arranjar um cargo lidando com o publico como esse. A verdade é que os lobisomens sofriam muito preconceito, e isso me doía por dentro, não queria que Rem tivesse esse medo de os outros descobrirem. Ele é uma pessoa maravilhosa, sendo lobisomem na lua cheia ou não.

– É uma boa vida, Remus. – Respondi em um suspiro.

– Sabe o que seria uma boa vida? – Disse de repente, com um sorriso amplo dessa vez, enquanto se virava para o meu lado, cobrindo parte do meu corpo enquanto sua cabeça pendia sobre a minha. Droga, lá estava seus olhos brilhosos prendendo os meus e seu lindo cabelo cor de areia fazendo cosquinha em minha testa. - Eu, você, dois filhos e um cachorro.

Soltei uma gargalhada com a frase besta. Claro que aquilo seria um sonho maravilhoso, até mesmo a parte do cachorro. Sim, seria uma boa vida.Ele riu comigo, e por um momento era apenas nós dois. Rindo infinitamente por alguns segundos. Nossos olhos se encontrando e contendo o mesmo brilho.

– Eu topo.

Nesse meio-tempo, Remus já estava acomodado por cima de mim. Por instinto, seus braços me envolveram no mesmo instante, e eu pude sentir todo o ele. Remus em pernas, tronco, braços, cabeça, músculos, coração e olhos. Olhos mel que me encaravam ternamente, e ainda assim, com todo o amor. Se antes quando o nosso espaço era pequeno, já sentia choques pela pele, agora que ele era inexistente sentia toda a minha pele agitada com a corrente elétrica que parecia existir entre nós. Olhamos nos olhos um do outro, e o meu coração disparava intensamente em meu peito. Aquela sensação elétrica e tentadora crepitava em torno de nós, e Rem sentia isso também. O mundo inteiro agora parecia se concentrar nos lábios de Remus Lupin.

Então nos beijamos, sendo puxados um para o outro no mesmo momento, com a sincronia de sempre. Minhas mãos segurando em seus ombros, enquanto sentia as suas segurando a minha cintura. Tudo era tão natural e instintivo. Naqueles segundos parecia que tudo aquilo duraria para sempre. E isto estava ótimo para mim. Depois de muitos beijos, nossos corpos pediam mais, assim como nossos corações. Entregamos-nos um a outro naquela noite, na melhor noite da nossa vida. Remus Lupin foi completamente meu. Assim como fui completamente dele. Nesse momento, vivemos uma boa vida.

Quando acordamos, o dormitório da Grifinória estava silencioso. Poucas pessoas iam de um lado ao outro, com caras amarradas de sono e pela bebida consumida em auto escala nos outros dias. Era bem tarde, já que tanto Rem quanto eu se recusou a sair do quarto tão cedo. Por sorte, nenhum dos meninos foi nos procurar ou buscar algo nos quartos. Não sabíamos deles desde ontem.

E foi então que nos lembramos de James e Lily.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora para postar, mas me dediquei muito ao capítulo.
Beijos, Moonie.



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