Os Mistérios De Belavista escrita por Salada


Capítulo 4
Capítulo 4: O beijo nas nuvens


Notas iniciais do capítulo

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Uma semana havia se passado desde o casamento fracassado de Cassandra Caixão e Don Lotário. Cassandra estava sentada no sofá de sua casa com Alexandre e eles conversavam sobre os constantes sonhos de Cassandra sobre Laura Caixão, sua mãe desaparecida.

- E em todo sonho, ela está em cima de um baú dourado. Não importa o lugar, a situação, a distância, ela sempre está em cima do mesmo baú.

- Nossa, que estranho- disse Alexandre- E você tem esses sonhos toda noite?

- Quase toda noite. Odeio esses sonhos. Me deixam com mais saudades de nossa mãe.

- Eu também sinto falta dela, Cassie. Mas a gente consegue superar.

Alexandre sorriu para a irmã.

- Bom dia- disse Vladmir, descendo as escadas- Estão falando sobre o que?

- Sonhos- respondeu Alexandre- Cassandra continua tendo os mesmos sonhos com a mamãe em cima de um baú.

- Ah. Talvez você devia conversar com uma pessoa que saiba interpretar sonhos.

- Mas eu não conheço ninguém que saiba interpretar sonhos!- disse Cassandra.

- Dario nas Nuvens sabe- disse Alexandre.

- Como você sabe?- perguntou Cassandra.

- Ele me contou.

- E desde quando vocês se conhecem?- quis saber Vladmir.

- Ah, nós somos amigos. Já que ele pinta, gosto de conversar com ele sobre arte- explicou Alexandre.

Alexandre, apesar de ser uma criança, era muito inteligente. Ele gostava de ler e sabia jogar xadrez, pintar, inventar coisas, e gostava de vasculhar a galáxia com o antigo telescópio de sua mãe.

- Então, por que você não vai na casa dos Nas Nuvens?- sugeriu Vladmir.

- Hum... essa é uma boa idéia.

Cassandra se arrumou e foi até a casa de Dario. Bateu na porta e quem atendeu foi o filho de Dario, Duque nas Nuvens.

- Olá Duque. Seu pai está

- Tá sim. Espera aí- ele respondeu.

- Ok.

Duque entrou em casa e Cassandra ouviu ele dizer:

- Pai! A Cassandra tá aqui! E ela quer falar com você!

E também ouviu Dário exclamar:

- Está brincando! Ah meu deus, preciso me arrumar!

Cassandra deu uma risadinha.

Dário era apaixonado por Cassandra desde que eles eram adolescentes e ele sempre pintava quadros da amada. Pensava nela antes de dormir, enquanto comia, enquanto tomava banho... Dário nas Nuvens só sabia pensar em Cassandra.  

Três minutos depois, Dário apareceu na porta, usando um colete azul e seus óculos verdes.

- Oi Cassandra! Pode entrar.

- Obrigada- Cassandra sorriu.

Dário e Duque não eram as pessoas mais ricas de Belavista, definitivamente. A casa deles era bem simples e apertada. Dário não tinha emprego, e era sustentado pelo dinheiro que ganhava  vendendo seus quadros, mas a maioria dos moradores de Belavista não aprecia a arte da pintura ou simplesmente não tem tempo para comprá-las.

Ao entrar, Cassandra se sentou no sofá da sala e disse:

- Eu preciso de sua ajuda, Dário. Acontece que eu ando tendo sonhos com minha mãe e sempre acontece a mesma coisa: eu vejo minha mãe em cima de um baú dourado. E eu soube que você pode interpretar sonhos. É verdade?

- Sim,sim. Você quer que eu interprete esse sonho pra você?

- Por favor.

- Ok.

Dário tentou lembrar  o que o baú dourado nos sonhos significava, mas não conseguia. Depois de pensar muito, lembrou-se.

- Bem. O baú dourado representa a morte. E quem está em cima dele... provavelmente está morto. Então significa que...- ele parou de falar quando percebeu o que havia dito.

Cassandra ficou imóvel. Será que era verdade? Será que Laura Caixão, sua querida mãe, estava morta?

- Ah... obrigada Dário- foi o que ela conseguiu dizer após essa revelação não comprovada.

- Sinto muito, Cassandra.

E a mulher começou a chorar. Mas chorar muito. Sentia tanta falta da mãe... e faria tudo para tê-la de volta. Mas agora ela sabia que isso era impossível, pelo menos pelo que Dário dizia. E Dário nas Nuvens não era de mentir.

Dário abraçou Cassandra, que deitou no seu ombro pra chorar. Eles ficaram assim durante um tempo, até Cassandra falar:

- Me desculpe Dário... Estou sendo inconveniente. Eu já vou indo.

- Não!-disse Dário- Não vá!

Cassandra se levantou mas Dário agarrou seu braço, a impedindo de ir embora. Ele a puxou de volta ao sofá e eles ficaram se olhando.  Foi quando eles se beijaram


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