L'amore Ci Può Cambiare? escrita por Kori Hime


Capítulo 4
Capítulo 4 - Inaspettato


Notas iniciais do capítulo

Quem leu a minha outra fanfic A história da Sally Jackson vai reconhecer uma personagem nova :D
Quem não leu, não se preocupe, mais para frente será devidamente explicado quem é e o que esse personagem está fazendo ai.
Espero que gostem, feliz dia dos pais aos Pais do Olimpo e mortais tb ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/389439/chapter/4

A temporada em Veneza foi um sucesso. Depois de dois meses em cartaz a companhia de teatro Eccellenza viajou para outras cidades da Itália. Em seguida foram para Paris. Foi lá que Maria sentiu o que era realmente ser uma atriz famosa. Foi convidada para ensaios fotográficos, onde apaixonou-se pela aparelhagem do fotógrafo.

Entrevistas, jantares e festas. Muitas festas glamorosas.

Elas, Bianca e Maria, dividiam um espelho no toilet, enquanto retocavam o batom. Bianca usava um vermelho sangue que contrastava com sua pálida e frágil pele branquinha. Os cabelos loiros estavam bem ajeitados em cachos delicados. Ambas chegaram juntas na festa. Apesar dos convites infinitos que receberam na noite anterior após o espetáculo, decidiram que uma faria companhia a outra, já que a loira estava interessada em um certo homem fardado.

– Ao menos sabe o nome dele?

– Átila Mazza. – Ela fez um bico diante do espelho e guardou o batom dentro da bolsa dourada que combinava com seus cabelos loiros. – É um Capitão da marinha.

– Mas parece tão jovem. A maioria dos Capitães que conheci aparentavam uns cinquenta anos.

– Sim, mas ele não é qualquer marinheiro. – Bianca virou-se, olhando para Maria com seus grandes e expressivos olhos. – Ele é um herói de guerra. Foi o único sobrevivente quando o navio em que estava foi bombardeado na costa da França.

– Único sobrevivente? Isso é possível?

– Os beijos que trocamos foram bem reais, para se tratar de um fantasma. – ela gargalhou, fazendo Maria sorrir. – É o homem que eu sempre sonhei. Você vai conhecê-lo melhor. Vamos ficar na mesma mesa.

– Não sente medo? – Maria parou um minuto diante do espelho, antes de saírem.

– De que cara mia? – Bianca a analisou.

– Quando as coisas são perfeitas. Quando tudo dá certo. – ela sentiu um calafrio.

– Bobagem. Somos divas, nós precisamos aproveitar. – Bianca a segurou no braço, fazendo Maria se mexer.

Eram doze pessoas na mesa redonda. Átila Mazza era mesmo o príncipe que qualquer mulher sonharia em se casar. Embora Maria não se sentisse tão atraída por ele como as demais mulheres no salão. Ele era alto e os cabelos muito bem penteados para trás. Seu sorriso parecia mover o salão, conforme respondia a curiosidade de todos na mesa. Ao seu lado estava Bianca, com o rosto corado, tanto pelas risadas que lhe eram retiradas pelas histórias divertidas que ele contava, outras por suas mãos se encontrarem embaixo da mesa. Maria preferiu acreditar que somente as mãos se encontravam.

Já do lado esquerdo de Átila, estava sua companheira de esquadra. Calyce, como ele havia apresentado. Ela possuía cabelo cor de trigo e sua pele tinha um bronzeado especial. Maria não sabia que tipo de serviço uma mulher poderia prestar em um navio. Quando questionou, Calyce sorriu docemente porém com um olhar gelado.

– As mulheres não podem deixar que os homens a salvem para sempre. Nós podemos fazer tudo o que um homem também pode fazer.

– Mas eu não sei se conseguiria dar nós tão apertados. – Bianca comentou. – Sequer eu consigo abrir a tampa de um vidro de palmito. – ela riu, fazendo todos da mesa rirem, ou quase todos. Maria e Calyce se olhavam, ignorando a piada de Bianca.

– O que eu quero dizer, é que mesmo se a força física não for igualada, podemos vencê-los de outras formas. – Calyce moveu o braço e bateu a ponta do dedo indicador na cabeça, sem estragar seu penteado. – A inteligência é a nossa maior arma.

– Tem razão. – Átila limpou a boca com o guardanapo. – Sem Calyce nos orientando, o mar passaria a ser um inimigo e não aliado.

– Mas você é o capitão. – Bianca pegou a taça de vinho branco. – E eu quero propor um brinde ao capitão Átila Mazza. Que ele possa nos proteger em seu navios. Auguri.

Auguri. – Todos na mesa vibraram.

Maria ergueu a taça, mas não muito convencida do pequeno discurso de Bianca. Ela se sentiu um pouco desconfortável com a visão que a amiga possuía das mulheres. Poderiam atuar, casar e ter filhos. Mas não poderiam ir para a Guerra e serem úteis. Bem, talvez ela não fosse uma boa marinheira, assim como não era boa cozinheira. Mas com certeza, não partilhava das mesmas ideias que sua amiga sortuda que deixou a festa na companhia do Capitão.

Ainda conversou um pouco com Calyce, mas logo sua carona chegou e ela também foi embora. Maria decidiu partir também, mas acabou sendo arrastada elegantemente pelo salão na companhia de Donatella, que queria apresentá-la para diversas pessoas. Duas hora depois, a diva do teatro estava exausta, implorando por uma cadeira.

Seus pés, apertados no sapato, clamavam por um descanso. Ela então acomodou-se em uma mesa vazia, que não possuía nenhuma plaquinha de indicação, aquelas que informam quem senta onde e em qual mesa. Pessoas com mais influência sentavam juntas, enquanto alguns esquecidos eram jogados para perto das portas da cozinha. No entanto, Maria não estava importando-se em dividir a mesa com alguma lagosta ou camarão. Ela queria apenas descansar e poder parar de sorrir como um manequim. Relaxou os lábios e soltou seus ombros. Embaixo da mesa, a morena tirou os sapatos apertados, sentindo a sensação maravilhosa de liberdade em seus dedos.

– Não é possível que a abandonaram nessa mesa próximo a cozinha. – Uma voz soou mais alto, próximo aos seus ouvidos. Maria virou-se e contemplou a imagem do homem parado atrás de sua cadeira. – Posso reclamar imediatamente sobre a escolha fatídica dessa sua posição. Como estrela, deve brilhar no centro do salão.

Era Hades, que com seus olhos negros misteriosos, tomou a liberdade de puxar a cadeira ao lado de Maria, sentando-se.

– Eu mesma que encontrei a mesa. – ela disse observando o salão ferver quando a banda passou a animar a festa. Várias pessoas dançavam onde estavam as mesas e cadeiras, que foram afastadas para que a pista de dança ficasse maior. – E o senhor? Porque se limita a essa mesa nos fundos?

– Não gosto muito de ser o centro das atenções. – ele sorriu, friamente. Maria sentiu seu coração dar um salto no peito.

– Donatella não me avisou que viria. Eu poderia ter sido mais gentil e tê-lo convidado para sentar-se em minha mesa na hora do jantar.

– Gentileza sua senhorita Di Angelo. – ele passeou o olhar pelo salão, e quando notou que nada era interessante a sua volta, fitou os olhos de Maria. – Me diga, como vai o trabalho?

– Bem, não posso me queixar. É tudo tão maravilhoso sabe... – ela sorriu, um sorriso leve e amoroso. Pois quando falava de sua profissão, Maria sentia-se como uma criança no natal, rodeada de comida e brinquedos, amor e abraços. – Estar onde estou, não imaginei que chegaria tão longe.

– Eu posso ver que pode ir mais longe do que já chegou, cara mia. – Ele sorriu novamente, fazendo Maria sentir uma corrente de ar gélida.

Donatella aproximou-se dos dois. Ela inquiriu Hades do porque não ter avisado que estaria ali, pois teria lhe preparado uma mesa. Mas o homem apenas moveu a mão educadamente, pedindo para que não se preocupasse. Tamanha era o paparico, que Maria achou melhor deixá-los conversando. Com cuidado e sem fazer barulho, calçou novamente os sapatos e levantou-se. Seu vestido não era muito apertado como as demais presentes, por isso dava um pouco mais de liberdade ao se locomover pelo salão, desviando dos casais animados, embalados por músicas modernas da época.

Quando chegou na porta, ela foi recepcionada por ninguém menos que Hades. Maria piscou os olhos aturdida, balançando a cabeça de um lado para o outro, verificando se estava realmente no lugar certo. Não havia sequer bebido o conhaque oferecido, seria possível estar vendo coisas? Como teria ele, chegado ali tão rapidamente?

A mão estendida de Hades era um convite irrecusável. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo ;*