L'amore Ci Può Cambiare? escrita por Kori Hime


Capítulo 2
Capítulo 2 - Congratulazioni


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas ;D
Andei ocupada com o Anime Friends, mas já estou de volta. Espero que gostem, essa fic vai ser mais dark que a da Sally =X
Para quem não leu a historia da Sally Jackson, vai no meu perfil.



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O destino mais romântico do mundo estava tendo uma noite fervorosa, apesar da neve fina que caía no início do inverno e um frio congelante, a estreia de uma das peças mais aguardada da companhia de teatro Eccellenza, trazia a mais nova sensação do momento. Uma jovem e promissora atriz, vinda da região de Palermo na Sicília.

O teatro Palazzo Badoer estava como em seus dias de glória no passado. A cidade recebia personalidades importante do governo, figurinhas do alto escalão do exército e também celebridades como atores e cantores.

No camarim, Maria observava nervosamente suas mãos trêmulas. Era sua grande noite de estreia. Não a primeira de sua vida, mas a primeira como grande e reconhecida atriz de teatro.

Sua primeira apresentação, aos oito anos de idade, foi em Palermo, no festival da comunidade de San Giuseppe dei Teatini. Maria era uma das crianças que teria um encontro com Jesus. Sua fala era simples, no entanto, somente sua mãe estava presente na primeira fileira, e em seus braços, o bebê recém nascido. Ela lembrava-se muito bem do sorriso orgulhoso da mãe no final do espetáculo. Porém, ao chegar em casa, o encontro com seu pai não foi agradável.

A porta do camarim abriu, fazendo a atriz atravessar em sua memória aqueles anos que a distanciava do passado. Ela olhou para as mãos que já não tremiam mais.

– Cara mia. In bocca al lupo per il tuo primo giorno di lavoro. – Donatella, a produtora do espetáculo deu suas congratulações pelo espetáculo.

– Grazie. – Maria agradeceu pela gentileza. Caso não fosse Donatella descobri-la em um pequeno teatro na capital, ela não estaria ali naquele momento. Por isso, significava muito para a atriz aquela noite, onde foram depositadas esperanças em sua apresentação.

– Bom, eu vou deixá-la se preparando. Daqui trinta minutos as cortinas vão se erguer e o mundo será seu minha querida. – ela deixou o camarim e Maria sentou-se na cadeira de frente ao espelho.

Seus longos cabelos negros foram bem presos embaixo de uma toca, para utilizar uma peruca loira. A maquiagem leve, feita por um chinesa recém-contratada deixou seu rosto como as bonecas de porcelana. Maria possuía grandes olhos castanho escuro, muitas vezes confundidos com negros. Embora na claridade fosse possível ver com mais clareza a cor real.

Ela fez um exercício respiratório, enquanto repassava algumas falas do espetáculo. Haveria música, dança e interação com a plateia, algo novo que estavam implantando na comitiva.

A porta abriu novamente, dessa vez era Bellami, o responsável pela segurança da companhia. Ele carregava algumas dezenas de caixas de bombons, ramos de flores e alguns bilhetes com convites para um jantar, passeio ou algo mais. Maria pediu para que ele deixasse tudo sobre a mesa ao lado da porta. Avisando que não queria ser interrompida por ninguém, nem que o Papa pedisse, ele poderia abrir a porta. Bellami fez como exigido, fechando a porta atrás de si. Maria ainda pode ouvir o italiano de descendência inglesa enxotar um ou outro que tentou entrar.

Ela se levantou e foi até a mesa. Os chocolates deixou para as outras meninas, não era muito fã de doces. As flores, bem, eram bonitas... mas murchavam. Sua beleza era tão passageira e delicada quanto a de uma borboleta. Gostava de vê-las florescer no jardim, onde era seu lugar e não em um vaso no centro da mesa de jantar.

Os bilhetes Maria jogou na lixeira ao lado da penteadeira. Sentia-se insultada por homens que a via como uma boneca. Um pedaço de carne bem vestido. Ela não aceitava joias, presentes caros e nem mesmo convites para um passeio sob o sol da primavera em um parque. Era categórica ao não permitir que ninguém abusasse ou acreditasse que ela era uma mercadoria a ser tratada.

Novamente as lembranças do passado a tomou de assalto. Maria aos doze anos, cantando na igreja. Depois da celebração ela ficou para ajudar a arruma o local, foi quando o padre a levou até a sacristia, fechando a porta.

Bellami abriu a porta, assustando a atriz, que respirou fundo olhando para ele.

Nada e nenhuma lembrança iria atrapalhar sua noite.

– Signorina Di Angelo, eu disse que estava ocupada, mas ele insistiu em vê-la.

O segurança deu um passo para o lado, deixando um homem entrar no camarim.

– Sinto muito. Estou fazendo meus exercícios e tentando me concentrar para logo mais. Se desejar, podemos nos falar depois do espetáculo. – ela falou séria, sentando-se mais uma vez na cadeira, fingindo se arrumar diante do espelho.

A essa altura a porta já estava fechada e o homem para dentro.

Estavam a sós.

Maria olhou pelo espelho a expressão no rosto de seu visitante. Ela não iniciou nenhum tipo de conversa, apenas continuou passando o pente aqui e ali na peruca dourada. Até que ele finalmente falou.

– Esperava uma mulher mais experiente. – Seu tom não foi de deboche, apenas não havia sentimentos. Maria o olhou perplexa, abrindo a boca pela ousadia. – Sinto muito, pequena. Mas eu a vejo em casa, cortando o pão da ceia e bebendo leite. Não em cima do palco, sendo a estrela da noite. Seu pai sabe que está aqui?

– Como ousa. – ela ficou de pé, sentindo-se completamente ofendida. – Retire-se.

– Acredito que não iniciamos de forma correta. – O homem tirou do bolso de seu paletó um charuto, trabalhou para acendê-lo alguns minutos e então deu uma baforada. A fumaça intoxicante fez a atriz tossir. – Talvez após o espetáculo você me convença de que eu fiz um bom negócio.

Ele saiu, mas antes, olhou para ela com um sorriso em seus lábios, o bigode fino bem desenhado. Ele piscou.

Maria desejou poder arremessa algo na porta, mas já estava fechada.

Cinco minutos antes do inicio do espetáculo, ela estava na coxia, aguardando sua entrada. A orquestra já dava suas primeiras notas quando as cortinas de veludo vermelho se ergueram. O cenário era demasiadamente detalhado. Uma vila onde a jovem protagonista sonha em se casar com seu amor, porém, ele está prometido para outra. E no final, sofrendo de amor, ela enfia um punhal em seu coração.

O drama naquela história se encaixava perfeitamente nos dotes artísticos de Maria Di Angelo. Na cena final, em que finca o punhal em seu coração, a plateia ovacionou em pé. As palmas não se esgotaram pelos próximos minutos e mais e mais.

As cortinas se fecharam para que os artistas pudessem se colocar em fileira, para então erguerem-nas novamente. Assim eles poderiam agradecer aos aplausos com uma reverência. Maria recebeu um buquê de rosas vermelhas, ela agradeceu e acenou elegantemente para a plateia, deixando o palco em seguida quando as cortinas se fecharam.

Nos bastidores, todos comemoravam com champanhe a estreia. Maria estava eufórica e sorridente. Sentia as palmas das mãos suarem e sua cabeça ferver com aquela peruca. Ela aproveitou um momento de descontração dos demais para se recompor no camarim.

Ao fechar a porta, deparou-se com a figura masculina sentada no divã. O homem bateu palmas, com o charuto na boca e seus olhos sinistros, de um azul escuro profundo. Maria quase podia assemelhá-lo com as safiras mais puras que já vira.

– O que faz aqui sozinho? Por acaso xeretava meus pertences? – ela já havia sido alertada de pessoas que furtivamente entravam até mesmo nas residências de artistas para roubar qualquer pertence pessoal, assim poderiam vender ou até mesmo guardar como brinde.

Aquilo não a deixava em pânico. Algumas coisas sem explicação aconteciam ao seu redor, como se mais ninguém pudesse ver. Ficava aliviada apenas daquele homem não possuir assas negras, chifres ou uma cara com apenas um olho no meio do rosto.

– Vim dar minhas congratulações. E também desculpar-me da minha incredulidade. É tão boa atriz quanto a mais experiente das atrizes.

No fundo Maria sentiu seu ego inflar pelo elogio, mas ela não queria ceder tão facilmente, afinal, aquele homem a insultou horas antes.

– Eu aceito suas desculpas, mas preciso saber seu nome. Ou ficaremos nos tratando daqui para frente como se não tivéssemos sidos batizados?

– Pois bem. Eu me apresento diante de você, sou Hades. O deus do mundo inferior, senhor dos mortos. – Maria riu nervosamente, dando alguns passos para trás, ela não sentiu medo, nem desejou chamá-lo de louco ou pedir o auxílio de Bellami. Ao contrário disso, ela acreditou.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que achou? O que espera da história?
Beijos