L'amore Ci Può Cambiare? escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo 1 - Reminiscenza


Notas iniciais do capítulo

Para quem não sabe, Hedy Lamarr foi a musa inspiradora para a criação da imagem de Branca de Neve da Disney ♥
É, eu sou fã de Lamarr.
Clark Gabe não fica para trás, perfeito para um Hades anos 30 ♥ ajuda da Kisa na escolha ;D

Vamos falar da história. Ela vai ser curtinha, esta no quinto capítulo escrito e pretendo fechar em 10 capítulos. No máximo 11 com bônus =X
Já perceberam que meu negócio são os pais dos heróis né? hehe
Boa leitura.

(Editando)
A Akemi me lembrou de uma coisa e vou dizer aqui: Estou lendo o livro O Filho de Netuno, sério se alguém me der spoiler nos comentários vou bloquear a conta e (zuera) então não façam ok?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/389439/chapter/1

As velas acesas deixava o ambiente ainda mais fantasmagórico, embora não fosse isso na realidade. Nico estava lendo um pergaminho antigo na biblioteca, só não acendeu a luz do abajur porque gostava da leitura a luz de velas. Não havia mais ninguém ali, senão seu pai e ele.

Todos haviam saído para algum tipo de festividade divina ao qual aquela família não parecia muito interessada em participar. Perséfone e sua mãe foi para representar o submundo, coisa que Hades sequer pedira para fazer.

Quando ouviu uma música, Nico se levantou da poltrona e caminhou pelos corredores. O submundo não era assim tão mal ou quente ou frio. Pelo menos o filho de Hades pensava dessa forma. Era apenas... ele não possuía boas referencias de outros lares.

A música estava aumentando cada vez que ele se aproximava da sala secreta de seu pai. Era secreta não porque ficava escondida, mas sim porque todos fingiam que ela não existia, assim ninguém entrava, assim ninguém teria uma morte dolorosa e agonizante. Mas a voz suave que vinha de dentro da sala parecia hipnotizar Nico. Ele abriu a porta, que fez um som característico de madeira rangendo.

De secreto era mesmo só o nome. A sala era decorada com móveis do século passado. Nico reconheceu uma mobília ou outra, devido a sua idade avançada. A mesa de mogno e o tapete no centro. Era ainda um pouco estranho ser um garoto de mais de cinquenta anos.

Porém, a única coisa que estava fora de contexto era a televisão de plasma presa na parede.

Uma mulher, vestindo um longo vestido preto, cantava uma música italiana ao lado de um piano. Ela usava luvas brancas e possuía um lindo colar de pérolas. A imagem era preto e branco, por isso não havia como distinguir a cor de seus cabelos. Mas se ele fosse chutar, seriam negros, como o seu.

Nico sentiu o estômago revirar e as palmas das mãos suar. Ele se aproximou da televisão, ignorando a presença do pai, sentado numa poltrona de couro marrom no meio da sala.

A mulher se movia com elegância e graça no vídeo. Ela finalizou a música com um agudo perfeito. Ele não sabia o que isso significava, mas aos seus ouvidos leigos era perfeito.

– O que faz aqui garoto? – Hades reclamou, mas não se moveu, ele assistia a mulher cantar e aquilo parecia ser a sua dose diária de remédio.

– Ela... ela é. – Nico engoliu seco, sentando-se no chão. A mulher iniciava uma nova canção, mas dessa vez ao lado de um homem que a tirou para dançar. – Espere.
Nico olhou para trás, observando os traços do rosto de seu pai e depois olhou novamente para a televisão.

– O que?

– É o senhor! – Nico proferiu. – O senhor na televisão.

– Não diga. – Hades não pareceu animado, apenas apoiou o queixo na mão e continuou assistindo ao vídeo.

– Então ela é a minha mãe. – aquela frase parecia que foi arrancada de seu peito. – Ela é a minha mãe...

– Sim. – Hades respondeu, não porque a paternidade aflorava em seu peito, mas para ver se o menino calava-se de uma vez e prestava atenção na televisão.

– Ela era linda.

O senhor dos mortos estava enganado, Nico não iria parar de falar tão cedo.

Hades girou os olhos, cruzando suas pernas, deu uma chance ao garoto, já que era a primeira vez que ele via a mãe. Mesmo que por vídeo.

Nico fez milhões de perguntas, todas elas sem respostas. Hades não abriu a boca. O rapaz olhou para trás, observando seu pai que vestia um terno negro e camisa branca, sem gravata. Os cabelos revoltos e os olhos profundos, como se carregasse a visão do obscuro, tristeza e dor. Já no vídeo, Nico via um homem de olhos cheios de promessas e esperança. Amor.

Ele sentiu um alívio no peito, satisfeito por saber que ele a amava.

Na televisão, Hades estava um pouco diferente. Um bigode fino, cabelos bem penteados para trás, roupas de época. Deveria ser década de trinta.

– Onde estavam? – Ele perguntou pela centésima vez, mesmo que Hades não respondesse, queria perguntar, queria saber. Ansiava por mais.

– Roma. – Finalmente Hades respondeu. – Foi a inauguração do estúdio de gravação que eu dei de presente para sua mãe.

– Uau. – ele se limitou a observar. No vídeo, os dois dançavam quase que de rostos colados. Ela ainda cantava. Por algum motivo desconhecido, Nico sabia a letra da música, cantando junto.

– Sua mãe cantava isso para você e sua irmã antes de dormir. – ele comentou, embora a lembrança fosse doce, sua voz mais parecia um galho de espinhos.

– As pessoas gostavam dela? Ela era famosa? – Nico percebeu que Hades não iria responder a nenhuma pergunta pessoal, por isso se manteve nas perguntas aleatórias que não o atingisse.

– Ah sim. Sim. Todos a amava. – Ele pareceu se animar, enquanto na televisão, a imagem mudava. Estavam em um barco, e a mulher sentada numa cadeira tomando sol. Nico achou engraçado a roupa que ela usava. Era um maiô discretíssimo e um chapéu de abas largas. Ainda elegante. Uma terceira pessoa apareceu, vestindo uma camisa de algodão branca e calças sociais dobradas na barra. Uma barba rala, e olhos azuis da cor do mar.

Nico abriu a boca, assustado. Aquele era o pai de Percy.

Ele olhou para trás, mas Hades já não estava mais ali. Nesse caso, o rapaz voltou a assistir a televisão. A gravação era amadora e em preto e branco, mas ainda assim especial. Era a única coisa que ele possuía. Um momento para ver sua mãe em uma situação tranquila, na praia, em casa ou no palco atuando. A cada final, iniciava-se um novo clipe, onde a estrela era Maria Di Angelo.


Hades não tencionava reviver aquelas lembranças, o que ele desejava era queimar todas as recordações. De alguma forma, os rolos de filmagens estavam apodrecendo no submundo se não fosse por sua assistente ter levado em algum lugar para restaurar e converter para um CD.

Naquele dia, ao ficar sozinho, ele encontrou os tais CDs. Ver Maria, em sua forma mais bela naquela imensa televisão causou uma comoção em seu ser. Não imaginava que a cicatriz ainda estava aberta e doía. A presença de Nico apaziguou aquele sentimento em seu peito. Mas as perguntas do garoto acabou deixando o senhor dos mortos com desejos de sangue. Pois em sua cabeça, as lembranças vieram como um livro aberto que se agita diante de seus olhos.

O deus do submundo caiu em sua cama.

Ele podia sentir o perfume de cravo que ela usava. A maciez da sua pele, o calor de seu corpo. Sentia o coração acelerado contra seu peito. Sua voz melodiosa penetrar seus ouvidos, dizendo que o amava.

As lembranças eram tortuosas e Hades deixou-se mergulhar naquele mar de lágrimas.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi, chegou até aqui então vai ter que me dar o ar da sua graça com um comentário ;D
Beijos