Masmorras E Dragões escrita por Laís Cahill


Capítulo 6
O convite




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Ela estava tendo um dia normal, quando de repente o carteiro chamou.

– Carteiro!!!

Ela abriu a porta para pegar a carta.

http://imagensfanfictions.blogspot.com.br/2013/08/carta-da-realeza.html

Uau, uma carta real! Um convite do rei Fillipe para se apresentar ao palácio real. Muito formal, tinha até um carimbo. E até usavam ‘Tu’, embora ninguém no reino o usasse. Como não se pode mesmo recusar um convite do rei, ela iria se apresentar ao palácio do rei.

O que será que ele queria? Bem, isso, como dizia na carta, ela só saberia amanhã.

No próximo dia depois do almoço, Anne tinha que ir até o palácio do rei com sua melhor roupa, o que na época queria dizer um vestido muito longo e com armação, mas ela não tinha uma roupa digna de se apresentar no palácio e muito menos uma armação para vestido em casa.

Pegou um vestido no armário. Estava empoeirado. Fazia quantos anos que ela não o usava? Foi aí que ela se lembrou de que eles decidiram chamá-la por que ela foi uma das que se saiu melhor nas escolas de treinamento.

Nesse caso, a melhor roupa seria a comum. Pegou a carta e foi a caminho do palácio.

Quando chegou ao castelo, ficou de boca aberta. Aquele palácio era muito maior do que qualquer lugar que Anne já havia visto, e ela duvidava que a realeza realmente precisasse de tanto espaço assim, mas aí se lembrou de que a realeza não tinha onde enfiar o dinheiro dos impostos pagos por todos e acabavam fazendo isso, enquanto ela morava numa casa suja de dois cômodos (Tudo bem, a parte de ser suja era culpa dela, mas mesmo assim).

Enquanto Anne invejava o que nunca teria, um guarda apareceu do seu lado e perguntou:

– Tem autorização para estar aqui?

– Eu recebi essa carta do rei – E entregou-lhe a carta.

O guarda examinou o carimbo e logo disse:

– É claro. Siga-me.

Ele andou e ela o seguiu. Passaram por várias portas, em uma havia escribas, em outra uma cozinheira queimando biscoitos, mas a maioria estava fechada.

– Chegamos. – Anunciou o guarda, abrindo a grande porta do salão principal.

Disfarçando o nervosismo, Anne caminhou pelo tapete vermelho até a presença do rei Fillipe. Ele perguntou:

– Então você é Anne de Sousa Freire?

– Sou eu mesma, majestade.

– Ninguém sabe, mas meu filho Rick partiu para Mavidelle para salvar a princesa Lilian. Como deve estar informada, todos que já tentaram ir até lá nunca mais voltaram.

Anne assentiu com a cabeça.

– Ele levou um ajudante, o Gordon, mas não boto muita fé nele. Sua missão é encontra-lo e auxilia-lo. E... – Ele fez uma pausa e falou mais baixo – Se puder, diminua o ego dele. Ele acha que pode fazer tudo sozinho, e sabemos que ninguém pode.

Silêncio mortal.

– Pode ir para sua casa se preparar. Leve o que quiser. Escolha um cavalo dos estábulos reais.


Anne fez sua mala e nela colocou seu arco-e-flecha e também seu escudo raro feito de carapaça de dragão amarelo. Espada? Que pena, seria bom levar uma, mas ela não tinha. Pegou um facão na cozinha mesmo. Agora estava pronta para fazer a longa viagem e salvar a princesa Lilian Delcordoba Carmesin, mas precisava passar pelos desafios o mais rápido possível e alcançar o príncipe.


Não havia muito tempo, por isso o rei emprestou para ela um cavalo bem treinado.

Foi contornando o Pântano do Sufoco o mais rápido possível. Por que ninguém nunca pensava nisso?

A sua viagem estava tranquila e o cavalo era bastante rápido. Chegava a ser entediante. Ela bocejou. Fora contratada para aventuras e não o contrário.

De repente, um som de um galho sendo quebrado interrompeu o silêncio. Havia algo atrás daquela árvore... Algo azul. Não, não, não! Isso não era coisa boa.

Um dragão azul. Só podia ser isso. Não era adulto, tinha uns três metros, mas mesmo assim perigoso. Ela tinha duas opções: enfrentar ou fugir. Enquanto ele não a viu, fugir era a melhor opção.

Ela foi se esgueirando por trás das árvores, torcendo para que o dragão não a visse. Mais alguns passos e estava fora de perigo.

CRAC!

Um galho foi amassado pelos seus pés.

O dragão voltou seus olhos de réptil vasculhando a área. Talvez tivesse alguma presa fácil por aí. Ele começou a andar. O barulho veio daquela árvore. Ele não sabia, mas estava apenas a alguns metros da moça.

Anne deu a volta na árvore e com o escudo do lado contrário prendeu o dragão ao chão. Ele entrou em pânico, começou a se debater e soltar rajadas de gás carbônico refrigerado. A fera teria se soltado se o escudo fosse menos pesado ou se fosse maior.

Ele parou de lutar e ela agarrou o facão. Teria que matar o dragão se não quisesse mais problemas. Foi quando olhou os olhos apavorados do animal, suplicantes.

Essa poderia ser a coisa mais estúpida que já fez na vida, mas puxou o escudo.

O dragão correu para a mata sem olhar para trás.

Anne suspirou. Se o dragão decidisse voltar para ataca-la, certamente estaria morta. Bem que seu mentor estava certo: o seu defeito fatal era o coração mole. Se quisesse sobreviver, teria que ser inescrupulosa às vezes. Ela jurou a si mesma que nunca mais faria uma bobagem dessas.

Montou em seu cavalo e começou a avançar. De acordo com o mapa, logo estaria no começo do Desfiladeiro da Morte.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da nova personagem?



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