Masmorras E Dragões escrita por Laís Cahill


Capítulo 5
O seu próprio túmulo




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Um rugido ensurdecedor ecoou pela cela. Os pedregulhos soltos lá dentro sacudiram e tudo tremeu.

- Opa... – Rick preocupou-se.

Houve silêncio por dois segundos e então um olho gigante e totalmente vermelho os espiou pelo engradado da porta. Rick e Gordon quase tiveram um ataque cardíaco.

Essa coisa era um dragão amarelo. O mais resistente e forte dos dragões estava para entrar na saleta, e se isso acontecesse,  a montanha iria desmoronar com certeza.

O dragão bateu na porta de ferro e ela se amassou. Mais uma batida daquela e ela iria ser destruída.

Houve mais um forte rugido, mais pedras caíram do teto e então o dragão soltou um fogo que derreteu a porta por completo e ele entrou por ela.

O dragão tinha aparência de um dragão robô, mas era bem vivo. Ele era amarelo com detalhes pretos e seu corpo era repleto completamente por placas que pareciam escudos. Incrivelmente bonito e perigoso.

Ele começou a avançar em direção ao seu petisco. Rick e Gordon só não gritaram porque não eram maricas e porque isso iria agravar ainda mais a destruição do lugar.

A fera correu e bateu com tudo nas barras de ferro, que se entortaram. Eles correram para o outro lado da cela, e o dragão ficou tonto, mas logo se recuperou.

Ele abriu a boca e soltou fogo numa parte das barras, que derreteram. Ele entrou por esse buraco, encurralando Rick e Gordon no outro lado.

O dragão estava prestes a pegá-los, mas seus três metros de altura o atrapalharam. Ele bateu a cabeça com tudo no teto, que começou a desmoronar.

Pedras gigantes caíam do teto, mas mesmo assim Rick e Gordon escaparam da cela.

Rick saiu afobado pela porta e saiu em outra sala, esta com uma janela em que entrava um pouco da luz do sol. Ele precisava de ar puro. Depois de ter ficado tanto tempo lá dentro ele precisava disso. As pedras ainda desmoronavam atrás dele. Ele ouviu um grito. Foi só aí que ele se deu conta: Onde estava Gordon?

Ele se virou e viu que tudo estava destruído. Não existia mais parede nenhuma, apenas um monte de pedras amontoadas.

- Gordon! Consegue me ouvir?

Um gemido saiu de trás de uma pilha de pedras e Rick foi ver o que era.

Era Gordon. Ele tinha parado para pegar a sua mochila com suas armas encantadas e isso foi o suficiente para que pedras caíssem em cima dele e o impedissem de andar.

Ele tinha morrido. Gordon, sempre o ajudando. Ele era um bom servo, mas agora Rick precisava seguir em frente. William e Wallace estavam muito adiantados e iriam salvar a princesa antes dele.

Ele levantou-se e virou, seguindo viagem, quando ouviu Gordon chamar:

- Rick...

Ele se virou. Estava muito perplexo para reclamar que ele o chamou de Rick ao invés de príncipe Rick.

- ... você é o pior amigo do mundo!

- Eu sou vossa alteza e...

- Você, vossa alteza, o que importa! – Gordon se levantou – Você não me vê como um amigo. Apenas como um serviçal, que tem que seguir suas ordens! Ninguém pode ser seu amigo porque você não sabe o que é ser um amigo. Só existem servos para você.

- Não, eu não vejo. Você é um amigo muito leal, e eu preciso de você para salvar a princesa!

- E por que EU não posso ficar com a princesa?

- O quê?

- Você me ouviu.

- Gordon, não diga isso. Desse jeito você vai se tornar um concorrente e...

- Você nunca pensa nos outros! Já pensou que talvez a princesa não queira ficar com você, mesmo salvando-a? Ninguém te suporta, Rick.

- Você é que não colabora! – O príncipe já estava cheio disso – se não for ajudar, vá embora.

- E vou mesmo. – ele foi andando pelo caminho de volta.

- E me dê a minha espada.

Gordon jogou a espada para Rick de modo que ela quase cortou a sua cabeça.

Rick pegou sua espada e se virou. Ele não precisava daquele idiota. Na verdade ele quase não o ajudava. Herdando grande força, esperteza e espírito de liderança característicos da realeza, ele era muito melhor e conseguiria passar por tudo aquilo sem Gordon.

Ele foi continuando sua jornada. Era meio-dia agora e ele iria andar até onde desse.

O sol estava escaldante e ele se arrependeu de ter seguido o conselho de Gordon e deixar Rex voltar para casa.

Depois de andar meia hora, suas pernas estavam doendo e sua cabeça poderia ser usada para fritar ovos. Ele pensou que talvez Gordon tivesse algo para evitar o sol e que conversar com ele espantaria o tédio.

Aquele idiota? Era melhor morrer queimado do que ficar mais um minuto com ele.

Finalmente Rick chegou a um caminho em que tinha muitas árvores. A jornada era longa e ele simplesmente ficou andando o dia inteiro até começar a escurecer.

Estava exausto. Depois de toda essa caminhada, merecia uma noite inteira de sono. Rick começou a tirar as coisas de sua bolsa-carteiro, e só então percebeu que perto dali tinham várias lápides de pedra.

Um cemitério no meio do nada? Isso era bem estranho e ele foi conferir.

Já estava escuro, mas ainda dava para ver as inscrições e ele foi lendo da direita para a esquerda.

Meu Deus! Eram os nomes dos cavaleiros que foram mandados para salvar a princesa! Julius, Carlos, John... Isso era sinistro.

Era um após o outro, mas teve um que chamou sua atenção: Numa lápide estava escrito: Rick Bastav Kilan.

O seu nome. O seu nome completo estava escrito naquela lápide! Como isso era possível? Como sabiam que ele iria estar ali? Era simplesmente aterrorizante. Ele ficou estático.

Foi aí que ele percebeu: do seu lado estava uma linda moça, com pele branca e cabelos negros e compridos.

Ela usava um vestido rasgado na barra e um chapéu de bruxa e estava olhando para a lápide em que estava escrito: Charlotte Blits. Seria o seu nome?

Ela olhou para ele. Seus olhos azuis carregavam muita mágoa.

- Você acha mesmo que vamos morrer nessa aventura?

- Não sei... – ele pensou um pouco – Muito prazer, eu sou o príncipe de Filadélfia, Rick Bastav Kilan.

- É mesmo? Estou feliz em conhecer alguém da realeza. Eu sou Charlotte. – Ela apertou a mão dele.

- O que faz aqui?

- Eu vim salvar a princesa. Sabe, ela era minha melhor amiga, quando aquele mago horrível apareceu e nos separou. Desde então eu tenho estudado magia para tentar salvá-la. – Charlotte mostrou sua varinha.

- Ah, é mesmo? Eu também quero salvar a princesa! Que tal se nos tornarmos uma equipe? Você e eu?

- Eu... eu... eu não sei... – ela parecia indecisa.

- Por que não?

Charlotte correu para o outro lado, fugindo dele. Ela parecia muito triste.

Por que forçá-la a ajudá-lo? Ele achou melhor não insistir e continuou lendo as lápides. Lá também estavam os nomes de William e de Wallace. Finalmente alguma coisa boa veio dali!

Rick voltou para o lugar em que iria dormir, isto é, se conseguisse afastar da cabeça a ideia de que iria morrer.


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