Bad Karma escrita por IsaaVianna LB, Cristina V


Capítulo 31
28. If you don't want to get hurt, don't play games


Notas iniciais do capítulo

Heeeey! Gente, estou um pouco sem tempo, então não vou me prolongar.
Esse capítulo é mais pra introduzir alguns acontecimentos.
E é dedicado a linda da Meire Connoly, que escreveu um review tão lindo e poderoso que me inspirou de novo ♥
Boa leitura!
GIF DA CALYPSO!



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POV Katie Gardner

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— Ok, mas se vocês não frequentam o Olympus, onde estudam? – Eu perguntei franzindo o cenho ao encarar uma nuvem em formato de bunda.

Até a nuvem tinha mais bunda do que eu.

— Redwood High. – Calipso respondeu com simplicidade. – Fica no nosso bairro, sabe? Na parte pobre da cidade.

— Ah... – Eu não sabia mais o que falar, pois acho que senti algum tipo de amargura na última parte da fala.

— Deve ser incrível! – Will exclamou. – Quero dizer, escolas públicas não tem todas aquelas regras idiotas e eu tenho certeza que as pessoas são muito menos superficiais.

— Exato! – Eu me juntei a ele. – Hey Will, acho que deveríamos nos transferir para a escola pública...

— Faça-me o favor. – Reyna disse com certo desdém e uma risada sarcástica. – Vocês não durariam uma semana em um lugar como aquele.

Franzi o cenho.

— O que você está insinuando com isso? – Calipso perguntou.

Ai. Estou sentindo uma treta.

Senhoras e senhores, agarrem seus baldes e aproveitem o show.

— Que eu conheço os meus amigos. Sei que não conseguiriam.

— Tudo bem, mas você conhece as escolas públicas? – Calipso parecia a ponto de perder o controle. – Porque eu sim e garanto que não é tão ruim como você parece estar achando.

— Okay, okay! – Eu resolvi intervir. – Tivemos o suficiente.

— Eu acho que a Reyna tem razão, Callie. – Octavian finalmente se pronunciou.- O Ensino Médio é difícil para nós, que crescemos acostumados com o sistema, imagina para esses que nunca tiveram os usuais problemas das escolas públicas... Tipo, ser taxado de nerd por fazer o dever de casa.

— Exatamente. – Reyna acenou.

— Qual é, Octavian! – Calipso riu. – Você é taxado como nerd porque você É um perdedor.

Ele a fuzilou com o olhar.

— De que outra forma eu conseguiria entrar em uma faculdade? – Ele deu de ombros.

Como não houve resposta, resolvi tentar mudar o rumo desse papo chato sobre escola, deixando de lado de esta levemente ofendida por Reyna não acreditar que seríamos capazes de estudar em uma escola pública.

— Eu estou tão entediada que eu sinto que eu gostaria que existisse uma pia de louça suja para lavar... – Eu disse depois de me virar pela milésima vez na toalha estendida no sol.

— Argh, Katie, não é para tanto. – Calipso disse, enquanto tomava um gole do suco de Octavian. Estávamos enfileirados em uma grande pedra, com as toalhas estendidas enquanto aproveitávamos os últimos dias de sol. Calipso e Octavian se juntaram ao nosso trio e, devo admitir, eles eram bem legais.

— Você estaria menos entediada se jogássemos uma partida de futebol? – Will perguntou sorrindo.

— Futebol futebol ou “qualquer-coisa-pra-levar-a-bola-para-o-outro-lado” futebol?

— Derrubar-tudo-o-que-aparecer-pela-frente futebol!

Tenho que segurar um gritinho de excitação.

Nós jogamos dois tipos de futebol. Os garotos jogavam o ruim e velho futebol ordenado, onde todos seguiam as regras do jogo para que tivessem controle e jogassem uma partida pacífica e altamente esportiva.

Mas é o que sempre digo: Se fosse para sermos pacíficos, estaríamos no oceano.

Então temos o “Outro Futebol”, que está mais para um rugby jogado por bárbaros em um dia ruim, e só chamamos de futebol porque, bem, é jogado com uma bola de futebol. Nós nos dividimos em dois times e um começa com a bola no fim da linha ao invés de no meio do campo, depois disso é um grande “matar ou morrer”. Basicamente, nós temos o direito de fazer qualquer coisa para chegar do outro lado. Não importa se o seu joelho toca o chão ou se você é derrubado/pisoteado/endemoniado. Tudo é permitido: Puxar camisas, chutar, socar e até mesmo morder às vezes. Em resumo é tudo muito caótico, mas é extremamente divertido e uma oportunidade ótima para aliviar tensões.

Usualmente, nós estamos todos empilhados tentando pegar a bola enquanto alguém está segurando-a embaixo da pilha, sendo espremido por todo mundo até que alguém consiga rouba-la, e depois todos corremos atrás do indivíduo. Não existe fim para esse jogo, nós jogamos até que alguém consiga levar a bola até o fim da linha, ou até que alguém morra tentando...

Ok, sem exageros.

Sério gente, é incrível, não soa como, mas é.

— Ok, Katie, você pode ficar no meu time. – Will disse enquanto caminhávamos para a área destinada a esportes do Aterro.

— Para você pode agarrar a minha bunda no começo das jogadas?

— Ah garota, você me conhece tão bem! – Ele disse sorrindo mais abertamente.

Silena, Piper, Clarisse, por algum motivo resolveram treinar as coreografias que faríamos no campeonato que se aproximava. E sim, eu sou uma líder de torcida e deveria me juntar a elas, mas como eu não sou obrigada, fiz a “egípcia” e fingi que não era comigo que estavam falando.

Fazer algo divertido ou aguentar Silena dando ordens enquanto pulo que nem uma cabra descalço no asfalto quente?

Se você ficou em dúvida quanto a essa resposta, aconselho que vá para um hospício.

— Preparada para ser derrotada? – Leo me pergunta, chutando a minha bunda.

Que ousadia.

— Você tem sorte de estarmos no mesmo time, senão eu te assassinaria agora mesmo. – Digo pulando em suas costas com a intenção de derrubá-lo no chão, mas o bastardo estava preparado para isso. Eu juro que tentei segurar a risada, mas minha tentativa não foi muito eficiente.

— Vamos lá pessoal! – Will gritou do centro do campo improvisado.

— Camisa contra sem camisa? – Connor perguntou, se materializando ao meu lado.

— Aham, claro. – Revirei meu olhos enquanto descia das costas de Leo. Normalmente, eu sou a única garota que joga esse jogo, mas Calipso resolveu que se juntaria a nós e estava alongando ao lado de Will, que explicava as regras (ou a falta delas) do jogo. Reyna estava com a cara enfiada em um livro enquanto tomava sol. – Vai sonhando.

— Por que? Meu físico incrível te desconcentraria, Kit-Kat? – A voz insuportável pertencia a Travis. Sim, eu aprendi o nome dele.

Mas isso não quer dizer que ele precisa saber disso.

Reviro os olhos mais uma vez. Nesse esporte, eu renderia várias medalhas olímpicas, inclusive, quero.

— Não, Trevor. – Hahaha. Sério, isso nunca vai perder a graça para mim. – Seria injusto com o outro time! Poderiam ser puxados pela camisa e tal...

— Meu nome é Travis. – Ele me fuzila com o olhar antes de acrescentar. -Você pode tirar a camisa também, não tenho problema com isso. – Ele retrucou, fazendo minhas bochechas queimarem em constrangimento.

— Ok, ninguém vai tirar nada. – Chris, o sensato.

Poxa, Chris. QUEREMOS TANQUINHOS!

Optei por não protestar.

— E como vamos saber quem é de qual time quando estivermos todos empilhados? – Connor pergunta franzindo o cenho.

— Ele tem razão. – Nico disse com certo brilho no olhar. – Eu acho bem sensato. Arranquem as camisas, garotos!

VOTE NICO DI ÂNGELO!

— Ahhh pelo amor dos deuses, vamos só começar logo com isso. Se tivermos problemas com isso te deixamos fazer strip pra todo mundo, Travis. – Will disse com um tanto de irritação.

— TIME! – Will gritou e fomos até ele.

— Okay, qual é o seu plano? – Nico perguntou.

— Eu sugiro que você vá atrás do Connor, Leo você marca o Percy e eu paro o Grace. Certamente Chris não vai deixar a Calipso ficar com a bola por muito tempo, então isso vai dar tempo suficiente para Katie e Charles correrem com a bola, supondo que um de vocês esteja sempre de olho em Travis.

Todos acenamos. Não é que fosse um plano muito bom, mas Will leva esportes muito a sério, então ninguém se atreve a discordar.

Melhor aceitar do que levar um chute na cara.

— Okay, Katie é a central. Então no momento em que ela me der a bola, todos vocês corram e derrubem a pessoa designada e, se possível, provoquem um coma. Espírito esportivo é para perdedores.

Assentimos e nos posicionamos. Nico e Leo estavam do meu lado e Charles estava ao lado de Will, que estava atrás de mim.

— A SENHORA SOLACE FAZ POLE DANCE E ISSO É QUENTE QUENTE QUENTE! – Mason grita ao invés de cantar a jogada. Travis segurou a bola atrás de si e imediatamente Percy e Chris se posicionam atrás dele. Mason ainda estava atrás e na contagem de três, todos eles correram juntos.

 Imediatamente, somos transportados para uma zona de guerra.

ISSO É ESPARTA, VADIAS!

— QUEM ESTÁ COM A BOLA? – Leo gritou ao meu lado e todos os componentes do outro time começaram a correr para todos os lados, mas nenhum carregava a bola em mãos.

Como eles conseguiram enterrar uma bola tão rápido está fora da minha compreensão.

— Que diabos..? – Will disse e correu em direção à Mason, que tinha um braço dobrado como se estivesse segurando a bola.

O que Will estava pensando? Que colocaram a capa de invisibilidade do Potter em volta da bola?

Meus olhos passaram de Calipso e caíram diretamente em Travis. Alguma coisa naquele sorrisinho cínico era muito suspeito, então eu resolvi correr atrás dele. O sorriso dele se alargou quando ele me viu, e então ele deu um passo para a esquerda. Eu o imitei. Um passo para a direita, eu fiz o mesmo. Esquerda, esquerda, direita, mas eu segui em cada um deles.

Se houvesse música, pareceria que estávamos dançando uma valsa ridículo da época em que o Drácula bebia O- na mamadeira.

Isso é tão estúpido! A não ser que ele tivesse engolido a bola, não havia possibilidade de ela estar com ele. Meu olhar cai sobre a barriga dele, mas parece magra como sempre...

O que você estava esperava, Katie? Um cosplay de sucuri quando se alimenta de uma vaca?

Ele deu mais um passo para a direita e dessa vez eu me joguei em cima dele, o derrubando. Ele estava rindo como uma hiena descontrolada, e isso só me fez pensar em como esse movimento tinha sido estúpido da minha parte, mas então meus olhos pararam na bunda dele.

Não porque eu estava secando ele (dessa vez eu juro que não era isso, pessoal), mas porque ele tinha uma grande protuberância, a bola, dentro dos seus shorts.

— Vá em frente, Kit-kat, pegue a bola! – Ele me diz, ainda sorrindo.

Semicerrei os olhos.

— TREVOR ESCONDEU A BOLA NAS CALÇAS! – Eu gritei para fazer com que todos esmagassem ele e me livrassem de recuperar a bola. Eca.

Segundos depois, estávamos todos empilhados, se espremendo, braços e pernas por todos os lados e eu não fazia mais ideia de onde a bola estava.

— ESSAS NÃO SÃO AS BOLAS CERTAS! – Eu escutei Travis gritar em um ponto, e então eu virei a hiena e estava tendo problemas seríssimos para conseguir respirar porque, bem, obviamente eu estava no fundo da pilha. Alguém agarrou a minha bunda, e eu tive que me conter para não ir toda karatê panda para cima do babaca, mas a verdade é que eu nem ao menos sabia quem fora a alma audaciosa.

No fim, a bola nem estava mais na pilha e Calipso, que havia ficado observando de pé, a pegou e correu para a linha final. Seguindo a política de não regras do jogo, todos correram atrás dela, mas eu preferi ficar esparramada no chão, ainda rindo.

— Você me apalpou tanto, Kit-Kat! – Travis riu ao meu lado, ainda deitado na grama.

— Aham, aposto que você quem estava agarrando a minha bunda!

— Não, na verdade eu estava mirando nos seus peitos.

Peitos? Hahaha

Que peitos? Uma tábua tinha mais curvas do que eu!

— Boa sorte com isso. – Eu fechei os olhos, sentindo o sol queimar contra a minha pele.

— Então de quem eram os peitos que eu peguei? – Eu ouvi um certo pânico na voz dele e comecei a rir novamente.

EU RI?

Nesse momento, eu fechei a cara, me lembrando que odiava Travis e que ainda estava com muito ódio dele por roubar meu sutiã e tentar me matar afogada.

— O que? – Ele me perguntou, levantando-se e estendendo a mão para me ajudar.

Com um último olhar mortífero, eu o ignorei e me levantei sozinha.

***

Depois de mais uma exaustiva hora jogando, Will e Percy tiraram a churrasqueira. O meu palpite é que eles ouviram a minha barriga roncando mais do que o Senhor D. durante a detenção.

— Sim, Katie, eu sei que você quer hambúrgueres E hot dogs. – Will disse antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Ah, a dádiva da amizade...

— E quanto eu quero? – Pergunto com um sorriso inocente.

— O quanto eu conseguir assar... – Ele diz revirando os olhos ao montar a máquina provedora de delícias.

Quase duas horas depois, estávamos todos em volta da churrasqueira comendo os nossos respectivos jantares.

— Honestamente, se você continuar comendo tanto os frigoríficos vão começar a dar lances e você vai se tornar o hambúrguer...

Pelo menos eu seria uma vaca de valor.

Eu sorri largamente, enfiando duas salsichas inteiras dentro da minha boca em seguida. Não que fosse ser fácil mastigar tudo aquilo, mas como Silena foi muito desagradável, eu resolvi provocar ainda mais. Os comentários de vadia poderiam ficar na minha cabeça, eu não queria chegar no lado negativo de Silena, então as salsichas também foram uma tática para me impedir de responder.

Claro que meus olhos estavam lacrimejando, eu sentia minhas orelhas a ponto de explodir e eu simplesmente não estava conseguindo achar espaço o suficiente para mover o meu maxilar e realizar o famigerado movimento de mastigação.

Mas valeria a pena.

— Jesus Cristo! – Leo exclamou. – Quantos hot dogs você já comeu?

— Cinco. – Eu disse finalmente conseguindo engolir a massa que ocupava a minha boca e respirando fundo em seguida. Na verdade, tinham sido seis, mas como eu comi dois ao mesmo tempo, não conta.

Não é como se alguém fosse notar.

— Seis. E o que ela não se importou em informar, foi que ela também comeu quatro hambúrgueres. – Travis, o desnecessário, apontou.

— Eu como muito. E daí? – Eu bebi mais um gole da minha Pepsi. – Não é como se eu comesse a comida de vocês...

— A minha você come o tempo todo. – Reyna disse rindo um pouco, o que eu achei extremamente estranho, já que ela nunca sorri e ainda mais em público. Olhei para Will, pedido apoio com o olhar.

— Desculpa Katie, mas sempre que meus pais perguntam, tenho que colocar a culpa de toda comida que desaparece dos armários no cachorro. – Ele trocou a espátula de mão. – E meu cachorro morreu há dois anos.

BLASFÊMIA!

— Vamos jogar um jogo! – Mason diz sorrindo diabolicamente, e as expressões de desespero tomam conta de nós. Os jogos de Mason nunca eram inofensivos.

— Tenho interesse. – Calipso falou. Claro que tinha que ser a novata, ela não sabia do que aquele loiro satânico era capaz.

Todos começam a discutir imediatamente, sugerindo jogos ou protestando sobre a escolha dos outros.

— Vamos estabelecer uma condição. – Piper impôs depois de gritar para que todos se calassem. – Nada de desafios.

Ninguém discordou, e isso não me surpreendeu nem um pouco. Pelo o que eu ouvira, o último jogo de desafios, foi bem polêmico.

— Por mais que eu deva meu relacionamento a nossa última noite de desafios, eu acho que já tivemos o suficiente pelos próximos três anos...

Argh!

Eu acho que eu vomitei um pouco.

Chris se inclina e beija Clarisse levemente nos lábios. Sério gente, será que é tão difícil respeitar o meu sofrimento e parar de esfregar esse relacionamento na minha face?

É PEDIR DEMAIS ISSO?

Espero que ela esteja com bafo.

Reyna ri baixo ao meu lado. Será que eu disse aquilo alto?

— Dá pra ser menos óbvia, Katie? – Ela murmura garantindo que só eu escutasse. – Eu juro que dá pra ver a fumaça saindo de dentro dos seus ouvidos nesse momento.

Cruzei os braços, preferindo ignorar o último comentário.

— Ok, jogaremos “Eu nunca...” – Connor disse, com aquele olhar característico dos Stoll.

Finalmente concordamos. Percy e Mason voltaram com bebidas alcóolicas e nos disseram para escolher o que beberíamos durante o jogo. Bem, o que eles beberiam, porque não é como se eu tivesse feito muita coisa cabeluda na vida.

Uma vez que todos estavam com sua bebida em mãos, nos sentamos em um círculo.

— Eu creio que vocês sabem as regras, ninguém pode ter chegado nessa idade sem nunca ter jogado “Eu Nunca”. – Silena começou. – Mas só para repassar... Na sua vez o jogador completa a frase “Eu nunca...” com a ação que quiser. Os jogadores que já fizeram essa determinada ação são obrigados a beber.

Há. Eu duvido que as pessoas sejam totalmente honestas nesse jogo.

— Vale lembrar que você pode falar algo que já tenha feito, porém, você também bebe. – Mason adicionou. – Entendidos?

Acenamos.

— Ótimo, eu começo. – Calipso se ofereceu. – Eu nunca... Beijei alguém presente.

Os xingamentos tomaram conta do lugar, e exceto pela própria Calipso, Travis, Charles e Octavian, todos bebemos.

— Bem jogado, loirinha. – Leo disse sacudindo a cabeça.

— Obrigada, era apenas uma experiência. – Ela disse, acenando uma mão. -Agora eu sei que a vida de vocês garotos ricos realmente tem muito de Gossip Girl.

Revirei os olhos, mas ri um pouco.

— Ok, minha vez... – Mason disse. – Eu nunca... Corri pelado pela praia cantando Justin Bieber quando estava bêbado.

Uhhh... Definitivamente eu jamais faria isso. Cantar Justin Bieber? Pfff...

— Idiota. – Reyna o fuzila com o olhar, tomando quase a metade da sua bebida. Isso arrancou risos de todos, mas pela minha experiência com Reyna, ela não havia achado a mínima graça.

— Cara, isso deveria estar no YouTube. – Connor comentou. Com certeza ele nunca ouviu Reyna cantando, porque com a afinação daquela garota, esse vídeo não deveria estar nem tocando na Rádio Tortura, estação Tártaro. – Eu nunca... Gostei da namorada de um amigo.

Uuuh, as coisas estão ficando interessantes.

— Vamos lá, Leo. Esse brinde é seu. – Mason disse com certa amargura na voz.

— Idiota. – Leo respondeu. – Voc-

— Okay garotos! – Reyna interferiu. – Agora não.

Leo quietamente bebeu de seu copo. Ok, até aí tudo bem, a grande surpresa foi Travis.

— Eu nunca... Dormi com um garoto. – Ele disse olhando diretamente para Will, que riu e olhou para Reyna.

Ok, ele só disse “dormir”, certo? Eu já havia dormido com garotos, deuses, eu durmo com o Will o tempo inteiro. É, eu tenho liberdade de interpretação. Todas as garotas – oh, que choque- beberam, porém, Nico deu de ombros e bebeu também.

Se existisse a modalidade olímpica arregalamento de olhos em conjunto, garantiríamos até a medalha de diamantes. Alguma coisa nas expressões de Leo e Silena denunciava que eles estavam mais surpresos por Nico ter admitido isso do que por ele ter feito.

— Eu nunca... perdi a minha virgindade em uma festa de fraternidade. – Silena disse e houve um silêncio, seguido por Clarisse praguejando e jurando que haveria volta. Meu olhar cai sobre Chris no mesmo momento em que ela bebe. Eu esperava ver algum tipo de desaprovação, mas ele olhava para ela com a mesma expressão marota que era característica dos Stoll.

Fuzilei ela com o olhar.

Sim, eu sou uma pessoa horrível.

— Eu nunca... Gostei de um vizinho. – Travis disse, olhando diretamente para mim. Ok, o que DIABOS isso significa?

Argh.

Eu fiquei tão absorta, que não prestei atenção se outra pessoa tinha bebido. Eu olhei para o meu copo, depois para Chris. Suspirei fundo, e senti a raiva tomar conta de mim, porque Travis sorria de lado com uma sobrancelha erguida.

Ele estava fazendo aquilo para me humilhar.

Quer saber? Por que beber o drink quando eu posso facilmente desperdiçar ele na cabeça desse imbecil? E eu teria feito isso, mas Will riu forçadamente do meu lado, bebendo de sua bebida. Lutei contra um sorriso, sabendo que ele fizera aquilo para me salvar.

— Bem, vocês não podem me culpar. – Will deu de ombros. – Mary era uma senhora muito doce, e os tratamentos estéticos deixavam ela dez anos mais jovem – Ele terminou a frase com uma piscada e eu o agradeci silenciosamente. – Eu nunca... Fiz sexo em um lugar público.

Confie no Will para quebrar qualquer tipo de tensão.

A surpresa da rodada foram Percy, uma Annabeth muito corada, uma Rachel gargalhante e até Charles! Eu nunca pensei que o Charles fosse desses, mas ele é um garoto, afinal. O jogo seguiu sem maiores acontecimentos. Eu ouvia as pessoas conversando, mas não estava no humor para socializar, então me levantei da roda e comecei a caminhar para o carro, me sentindo um pouco tonta.

Katie e álcool nunca foi uma boa combinação.

— Kit-Kat!

Suspirei derrotada.

Sério?

— O que foi, Trevor? – Eu disse, me virando e cruzando os braços.

— Eu queria...

— Se desculpar por ser um idiota? – Eu ri sadicamente. – Devolver o meu sutiã do Bob Esponja? Me humilhar em particular depois de ter feito isso na frente de todos?

— Eu posso explicar, Kit-Kat! – Ele disse depois de uma eternidade de hesitação.

— O QUE VOCÊ QUER? – Eu gritei. – Não é porque você não tem sentimentos que pode sair pisando em cima dos outros. Alguns de nós se magoam, alguns de nós realmente se importam com ou outros e consegue enxergar além do próprio ego. ALGUNS DE NÓS tem que viver com culpa. Você se acha muito engraçado, não é? Você acha que eu me orgulho? Você acha que eu queria ter sentimentos pelo cara que tem namorada? VÁ SE DANAR, TRAVIS. SOME DA MINHA FRENTE.

Quando terminei o meu pequeno monólogo, já estava em prantos. Travis parecia muito controlado, mas eu vi um lampejo de algo a mais na sua expressão. Dor. Eu saberia reconhecer. Naquele momento, eu desejei que ele falasse alguma coisa engraçada, desconsiderasse as minhas palavras, gritasse comigo, ou até mesmo me desse um tapa no meio das fuças.

Mas ele fez algo muito pior.

Com um aceno de cabeça, ele fez o que eu pedi.

Ele sumiu da minha frente.


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Notas finais do capítulo

E aí? Muito shade nesse capítulo, huh?
MUITO SHADE.
Alguém mais tem a sensação de que a Katie não estava falando apenas sobre gostar do Chris ali? Palpites? Sugestões? Reviews? Os updates vão voltar a ser semanais ;**
Beeijos amores :*****
Isaa