Bad Karma escrita por IsaaVianna LB, Cristina V


Capítulo 27
24. Ex-Bros, Hiperventilação e Khaleesi


Notas iniciais do capítulo

Oiiii gente!
Pessoas, desculpem não ter postado no início da semana como o esperado!
Eu sei que eu tinha dito que o próximo capítulo seria o do Aterro, mas para dar feedbaack ao que acontecerá lá, precisei colocar esse capítulo antes.
ESSE CAPÍTULO É SÓ PRA JOGAR A INTRIGA MESMO, PESSOAL.
Boa leitura!
GIF DO JASON GRACE! (gente, eu sei que a maioria vê ele como Alexander Ludwig, mas COÉ, o Zach é tão perfeito pra Jason que até a cicatriz no lábio ele tem!)



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POV Piper McLean

****

— EU JÁ DISSE QUE ELA VAI COMIGO!

Alguma vez na sua vida você já se perguntou o que fez de errado para o universo te odiar? O que seria, meus deuses?

O que eu fizera?

Sempre fui uma boa garota (claro que isso depende da sua definição de “boa”, mas mesmo assim...), minhas notas são regulares, eu levo o lixo para fora, aceito sair com alguns nerds (lembrem-se: nerds de hoje são os ricos de amanhã.) e o meu cabelo é in-crí-vel!

Agora me diga... Por que mesmo depois de tudo eu continuo tendo que passar por situações como essa?

— ELA VAI COMIGO!

— COMIGO.

— ELA NEM GOSTA DE VOCÊ, SEU IMBECIL!

— É EXATAMENTE ISSO QUE EU ESTOU TENTANDO MUDAR AQUI, IDIOTA!

Os rostos de Leo e Jason estão tão próximos que eu tenho certeza que se estivessem falando francês, seus lábios se tocariam.

Bem, seria uma visão e tanto...

— Piper! Diga a ele que você vai comigo. – Leo disse com um tom que ultrapassava irritação. Devo admitir que esse lado negro do Leo (mesmo sendo altamente sensual) me assustava bastante. Quero dizer...

Quem não gosta de um vilão?

— Err... – Eu não sabia o que dizer, obviamente. Algo no olhar de Jason me fazia pensar duas vezes.

— Ela não vai dizer isso, porque ela vai COMIGO, Valdez! – Grace estava vermelho, como que fosse explodir a qualquer momento. Eu estava no estacionamento da escola conversando com Leo, quando Jason chegou com suas provocações de sempre quando finalmente disse que eu iria com ele até O Aterro. – E eu não tenho dúvida alguma em relação a isso.

Eu me pergunto quais sãos os efeitos da água oxigenada no cérebro de um adolescente. Será que junto com os hormônios ela causa danos permanentes a capacidade de assimilação e semancol? Ele não me convidou, ele me intimou. Podemos dizer que Leo não gostou nada disso.

E eu? Como uma boa má garota, estava adorando.

Me processe.

— Por que não deixamos ela falar por si, huh? – Leo perguntou rindo em escárnio. – Nem todo mundo tem que ceder as suas vontades, Jason! Piper é tem nossa idade. Ela sabe o que quer!

— Tudo bem. – Ele encarou Leo desafiadoramente, cruzando os braços sobre o seu peito malhado e... Espera, o quê!? – Vamos deixar que a princesinha decida...

Eu coloquei todo o ódio que consegui reunir em um olhar e direcionei à Jason.

Esse bastardo inútil...

Estava mais do que preparada para rir na cara daquele imbecil e recomendar que ele visse algum tipo de terapeuta, quando ele adicionou:

— Até porquê, eu simplesmente adoro as escolhas dela... – O sorriso debochado estava lá. – Mal posso esperar para ver ela usando o biquíni que ela adquiriu na Thunder ‘n Lightning ontem... Definitivamente aquele azul é mais bonito do que o vermelho do outro dia. Eu fico imaginando onde ela usa peças tão... únicas

Gulp.

Ele não poderia... Poderia?

Geralmente o meu raciocínio é muito rápido, mas naquele momento eu estava tão chocada que não fui capaz de pensar em nada coerente.

Seria coisa da minha cabeça? Mas... Como esse loironás poderia saber de algo assim? Será que..? Não. Eu me recuso a crer...

Apenas não.

— E então, Garota do Pompom? – Jason retomou sua fala, erguendo uma sobrancelha. O estacionamento se esvaziava cada vez mais, mas não parecíamos chamar nada além da atenção que aqueles dois garotos já chamavam naturalmente. – Conte para o Leo a sua decisão... Nós dois sabemos que é melhor assim. Transparência. Eu até gosto de segredos, principalmente os cabeludos, mas... Você sabe não é? Nem todas as pessoas entendem a beleza escondida em cada segredo, ainda mais porque, bem, muitas pessoas não conseguem mantê-los por muito tempo... Ainda mais quando eles são assim tão comprometedores. – Ele suspirou e se encostou no carro de Leo. – Eu falo por experiência própria, às vezes eu simplesmente não consigo me conter... – O sorriso dele se alargou um pouco. – Saber que eu sou o único a saber de algo tão grandioso como um segredo me deixa... Instável. Não seria muito egoísmo se eu guardasse tudo para mim mesmo, Piper?

— E-eu... – Comecei, entrando em pânico. Respira, suspira, respira, suspira... Vamos lá Piper, se recomponha. Pressionei meu maxilar, medo e raiva tomando conta de cada célula do meu corpo. – Sabe o que é, Grace... É que eu já havia dito que iria com o Leo e a Silena...

A expressão de Jason nem ao mesmo vacilou.

— Bem, então é ótimo que Leo esteja aqui! – O sorriso dele desapareceu. – Você pode desmarcar agora mesmo.

Apertei os livros que estavam nos meus braços até que os nós dos meus dedos ficassem brancos. Meu nervosismo estava se tornando tão óbvio que eu tinha que torcer para que as crianças sul-africanas não ouvissem o ritmo acelerado que meu coração batia. Fiquei alguns segundos ponderando sobre o que deveria fazer... Definitivamente eu estava encurralada.

O Grande Curupira-loiro estava deixando bem claro que não estava para brincadeiras e eu não tinha opções.

Mas como explicar as coisas para Leo?

— O que raios está acontecendo aqui, Jason? – Leo disse com os olhos semicerrados. – Eu te conheço bem o suficiente para saber que você está armando alguma.

Jason olhou diretamente nos meus olhos, enviando arrepios por todo o meu corpo.

ODEIO ESSES HORMÔNIOS SERELEPES.

— Não estou aprontando coisa alguma, meu amigo... – Os olhos dele não se desviaram do meu por nenhum segundo. – Mas só posso falar por mim mesmo. Diga a ele Piper... Que vai comigo ao Aterro.

A instigação do loiro soava mais como uma ordem. Apertei minhas pálpebras com força e, antes que eu percebesse, já estava me pronunciando.

— Parem com essa discussão idiota! – Suspirei, finalmente conseguindo pensar em algo aceitável. – A-acho que se, você sabe Leo, se eu for com você vamos acabar alimentando os rumores que estamos juntos novamente. Certamente não é isso que você quer, certo?

A expressão de Leo passou de determinada para confusa em um intervalo de milésimos. Ele abriu a boca algumas vezes para dizer algo, mas aparentemente não conseguia formular um contra-argumento.

— Vamos lá, Leo... – O loiro sorriu. – Só estamos pensando em você aqui, irmão. Tenho certeza que essa sua reaproximação com a Piper não está sendo boa para os negócios.

Surpreendentemente, não havia sarcasmo na voz de Jason.

— Piper, você sabe que eu nunca me importei com o que os outros pensam de nós... Somos amigos. Eu sei disso, você sabe disso, nossos amigos sabem disso e.. – Ele se interrompeu, provavelmente percebendo o meu óbvio desconforto com o tópico. Não precisava ser um gênio para saber que eu não queria ser amiga do Valdez. – Ele é um idiota, Rainha da Beleza.

Você também, eu pensei.

Eu ainda encarava o chão, incapaz de falar algo. Não tinha a certeza de que minha voz sairia sem vacilos então achei melhor não arriscar.

— Hey! Eu sou o seu melhor amigo. – Jason protestou, franzindo o cenho. Eu não o conhecia a tempo suficiente, mas posso dizer que o tom dele era de mágoa. – Você não teria um bromance com um idiota, teria?

O olhar de Leo caiu sobre o loiro e, com um sorriso afetado, ele começa a aplaudir.

 – Então é isso, Jason? – Ele pergunta quando os aplausos sarcásticos cessam. – Agora você resolve se lembrar desse pequeno detalhe? Depois de tudo o que você fez? Depois de todos os jogos, todas as brigas, todas as provocações? Agora você vai jogar a carta “melhor amigo”? Você não é meu melhor amigo, Jay. Você foi.

Meus olhos se arregalaram diante das palavras duras de um Leo sempre tão alegre e brincalhão. Toda aquela situação me fazia sentir como uma intrusa, eu não deveria estar no meio de um assunto tão sério.

Até porquê, eu já estou lidando com drama o suficiente.

Me chame de insensível, mas eu estou fazendo um jogo limpo aqui.

— Eu tentei pedir desculpas. – Grace retrucou não deixando sua expressão sair do estado neutro por nem um segundo sequer. Eu nunca vou conseguir entender como ele fazia aquilo. – Aparentemente, você- ele se interrompeu. – melhor dizendo, vocês, estavam ocupados demais se divertindo.

Eu ainda observava a conversa timidamente. Não me pronunciaria, por mais que eu quisesse irritar Jason, aquela não era nem remotamente a hora mais adequada para entrar em cena. Por razões muito egoístas, eu estava feliz por aquela conversa ter me tirado do foco principal.

— Você sabe o quanto isso é difícil pra mim. – Jason continuou, correndo a mão livre pelos cabelos. - Mas você nem se deu o trabalho de atender a droga do telefone! Você me ignorou, Leo.

Bem, eu também estou sendo ignorada nesse momento e você não me viu reclamando...

— ENTÃO AGORA VOCÊ SABE COMO EU ME SENTI! – Leo perdeu o controle por um momento, nos pegando de surpresa. O estacionamento, felizmente, já estava vazio. Eu segurei a mão do Valdez, tentando acalmá-lo de alguma forma. – Todas as vezes em que eu tentava conversar sobre mim, de alguma forma, tudo era sobre você. Tudo se tornava você. Eu te ouvia tagarelar durante horas até mesmo sobre suas estúpidas cores de bonés, mas quando eu precisei de você... – Ele suspirou, seu tom se tornando ressentido. – Quando eu perdi a minha mãe naquele incêndio, você sumiu por semanas. Eu te perdoei, Jason. Eu sou trouxa, é isso que eu faço. Todas as vezes... Como eu fiz quando você arruinou todas as minhas chances com ela. E quando você fez isso você fugiu de novo... Por três anos!

Leo parecia estar a ponto de chorar e a expressão de Jason finalmente pareceu sofrer alguma alteração. Todo o ar de superioridade se fora e agora ele parecia... Desolado? Os olhar de Jason se suavizara e ele olhou para cima antes de continuar.

— Eu só queria te ver feliz.

A risada seca de Leo carregava mais afiação do que mil facas.

Ok, eu não sou muito boa com comparações. Desculpa.

— Feliz? – Leo finalmente soltou a minha mão, dando um passo para trás. – Claro... Eu não vou discordar disso, Grace... Você quer mesmo ver todos a sua volta felizes, assim não precisa encarar mais problemas, certo? Se estiver cercado de pessoas alegres, conseguirá se esquecer da vida terrível que você leva. Você quer, sim, ver as pessoas felizes... Mas há um limite. Elas não podem estar mais felizes do que VOCÊ e esse seu ego gigantesco. Você viu a minha chance de me tornar um garoto menos miserável, e ao invés de ficar contente por mim, preferiu arruinar tudo.

Wow...

Apenas. Wow.

— Eu fiz o que você me pediu, Valdez. – Jason retrucou, me deixando surpresa por sua frieza ao responder. Ele nem ao menos estava negando todas as acusações de Leo! Quero dizer... Esse garoto tem sangue de barata, por um acaso? – Eu me desculpei por isso mais vezes do que eu consigo me lembrar. Eu nunca quis arruinar o que você estava começando com ela, eu apenas tentei te ajudar. – Seu tom era baixo, calmo. - Admito que minhas maneiras foram um tanto quanto duvidosas, mas eu nunca partiria o seu coração de propósito... Não quando você é a única pessoa do mundo que verdadeiramente se importa comigo. Eu não arriscaria te perder... Não por uma garota. Mas se você realmente pensa tão baixo de mim, talvez eu estivesse enganado durante todos esses anos.

Com isso, ele simplesmente virou as costas e saiu. Sem mais uma palavra. Deixando a mim, Leo e você com uma dúvida mortal:

O que diabos aconteceu aqui?

***

O silêncio não estava ajudando a afastar todas aquelas perguntas mentais que eu tinha sobre aquela chantagem de Jason. Como ele soube? Alguém mais sabia? O que ele pretendia com toda aquela cena? Por quê eu? 

Esse cheiro de queimado só pode ser eu, hiperventilando. 

— E então, Leo?

— Hm? – Murmurou ele.

Suspirei derrotada, ao adentrar o Café da mãe de Luke. Depois de tanto stress, precisava urgentemente de um daqueles muffins maravilhosos (na verdade, eu precisava mesmo era de duas garrafas de Tequila e um lindo bar tender, mas querer não é poder...). Durante todo o trajeto, Leo apertou o volante como se sua vida dependesse disso, e suspirava exasperado a cada segundo. Eu podia dizer que aquela briga o afetara muito mais do que ele queria demonstrar.

— Você vai me contar o que diabos aconteceu naquele estacionamento por bem, ou prefere que eu chame a Silena para ajudar a arrancar tudo de você?

O olhar de Leo se fixou em um ponto atrás de mim e ele murmurou algo inaudível antes de apoiar o queixo na palma de uma mão, enquanto a deitava sobre a mesa.  

— Fale do diabo, e ele aparecerá... – Ele disse me fazendo franzir o cenho. Quando estava prestes a abrir a boca para questionar, três sacolas foram jogadas sobre a mesa onde eu estava com Leo. Duas eram de uma loja cara que ficava a duas quadras dali e a outra... Bem, a outra não era bem uma sacola. Era uma pseudo-bolsa-cama que continha ninguém menos que Puta-Que-O-Pariu.  

— Oh, veja só quem estava falando de mim! – Silena fala ao colocar os óculos escuros no topo da cabeça. – Afasta essa bunda gorda para o canto, Valdez.

Leo a fuzilou com o olhar antes de afastar sem nenhuma resistência ou piada relacionada a sua bunda. Aquilo era, no mínimo, muito estranho.

— Hey McLean! – Silena sorriu, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados. – Então... Como está este encontro que eu acabei de arruinar?

— Isso n-

— Shhh, não precisa falar nada, querida! Eu sinto um clima pesado no ar e no momento prefiro pensar que é apenas tensão sexual acumulada, sabe?

Ela piscou um de seus grandes olhos azuis e começou a brincar com Puta-Que-O-Pariu.

Segundos depois, uma Katie Gardner com olheiras do tamanho do Grand Canyon se aproximou da nossa mesa, deixando alguns cardápios sobre ela.

— Olá, meu nome é Katie hoje eu serei sua atendente. – Ela revirou os olhos. – Não que vocês já não saibam disso, mas é o protocolo...

Silena a fuzilou com o olhar.

— O protocolo também diz que não são permitidos animais domésticos de qualquer espécie dentro do estabelecimento. – Gardner diz aproveitando a situação mais do que o normal.

— Mas eu achei que você trabalhasse aqui... – Silena provocou.

— Silena... – Eu adverti. Não queria que começassem um barraco ali também... Já me basta nos treinos!

— Ah, Silena... – Katie começou, com um sorriso genuíno. – Você acha mesmo que uma tigresa como eu pode ser comparada a um reles animal doméstico? Faça-me o favor...

Silena ficara tão vermelha quanto uma pitanga, um brilho de raiva passou pelo seu olhar, mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa, eu resolvi intervir:

— Você não acha que pode quebrar essa para a gente, Katie? – Peço utilizando a mesma expressão que uso quando peço para o meu aumentar o limite do meu cartão de créditos. – É a primeira vez que isso acontece e somos fregueses assíduos...

— É, tigresa... – Leo enfatiza, voltando ao seu estado normal por alguns segundos. – Acontece que a pobre cadela está passando por uma crise de depressão pós-parto e não podemos deixa-la sozinha em um momento tão difícil. Você entende, não é mesmo? Prometo que não vai acontecer novamente.

Relutantemente, ela acena.

— Tudo bem. Algum pedido?

— Eu gostaria de alguns muffins, fritas e um milk-shake de tangerina, por favor. – Eu disse sorrindo para a morena. Ela era uma garota legal, mas escolhera péssimas companhias.

Silena pigarreou.

— Na verdade, ela gostaria de um sanduíche natural com pão sem glúten, sem casca e nada de carne no patê. A alface deve ser lavada três vezes, colocada por dez minutos no hipoclorito de sódio, e o tomate sem qualquer injúrias ou sementes... Ah, e por favor, não inclua a cenoura no pedido... Alimento nenhum que tenha a cor laranja deve ser ingerido. – Ela pensou um pouco, batendo o indicador no queixo. – E suco de limão para acompanhar. Eu vou querer o mesmo, obrigada.

Katie me encarou como se esperasse uma aprovação e eu apenas acenei, bufando.

— Uma poção grande de fritas e uma lata de diet coke. – Leo deu de ombros.

Katie recolheu os cardápios e caminhou para o balcão, entregando os pedidos para Nyssa.

— Então Valdez... O que te faz especialmente mais carrancudo nessa linda tarde ensolarada?

— Agora não, Silena. – Ele suspirou, retirando Puta-Que-O-Pariu de dentro da cesta. – É um péssimo momento.

— Você ouviu isso, Puta-Que-O-Pariu? – Silena diz com um tom brincalhão. Eu me pergunto o que acontecera para ela estar com um humor tão excepcional. – Titio Leo quer esconder o jogo? O quê?! Haha, coitadinho dele, não é mesmo? Me diga, minha amiga peluda... Você acha que a gente deve arrancar isso de forma amigável ou não? – Ela conversava com a cadela, que apenas a observava com cara de tédio. – Ahh, é por isso que eu te amo! Formas amigáveis nunca forma o meu forte... Você soa como a Lilith!

Leo suspirou.

— Não é um bom momento, Si. – Ele repetiu, com calma, enquanto acariciava a cadela que estava em seu colo.

— Veja bem, Valdez... – O tom dela continuava calmo e desinteressado. – Acabamos de ver um Jason bem detonado por aí. Presumo que isso não seja uma mera coincidência então é o melhor o senh-

THIS GIRL IS ON FIREEEEEEEEEEEE

THIS GIRL IS ON FIREEEEEEEEEEEEEEEEE

Silena revira os olhos, enquanto Leo alcança o celular em seu bolso.

SHE’S WALKING ON FIREEEEEEEEE

THIS GIRL IS ON FIREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

E esse, senhoras e senhoras, é o ringtone que o Valdez usa no celular. Másculo, não?

NÃO!

— Alô? – Ele sorri um pouco e eu sinto meus intestinos se revirarem de ciúmes. – Não, não... Eu estou apenas tomando um café com a minha irmã e uma amiga.

Tranco o maxilar e meu olhar cai sobre Silena, que me encara com uma sobrancelha arqueada e um sorriso debochado brincando no canto de sua boca.

Ela gosta de ver a maldade. Sabemos.

— Claro, Cali... – Leo agora olhava para o lado de fora da janela do café. Ele faz menção em se levantar, mas Silena não move um músculo e o olha como se o desafiasse a tentar sair. Ele revira os olhos e se senta novamente. – Sobre isso eu... Hunf... Olha, eu não tive tempo de pensar em como eu vou fazer com que ess- Ele se interrompeu. – Quer saber, Calipso? Eu conheço a pessoa ideal para me ajudar com esse favor... Isso... Na verdade, eu estou olhando para ela.

Eu ergui os olhos apenas para confirmar o que já sabia: Leo estava olhando diretamente para Silena, que havia pegado a cadela e a colocado de volta em seu compartimento.

— Te ligo mais tarde com os detalhes, loirinha. – Ele sorriu mais abertamente. – Ótima ideia! Te vejo mais tarde então... Às oito? Perfeito. Beijos.

— É aquela tal de Khaleesi?

— A garota do Motel? – Perguntei sem conseguir me conter e quero me bater em seguida.

— Sim. Era a Calipso. ­

 – Ela está finalmente cobrando aquele favor, não está? – Silena disse enquanto digitava algo em seu celular.

— Bem Silena, espero que você esteja pronta para mais um avanço no plano redutor de carma. – Os olhos dela brilharam ao ouvir aquelas palavras. – Porque sim, ela está cobrando aquele favor, e infelizmente não são meus serviços sexuais.

— Desenvolva, Sr. Valdez. Isso muito me interessa.

Naquelas duas últimas horas eu me vira intrigada com várias coisas:

Em primeiro lugar, logicamente, vinha a descoberta de Jason e aquela chantagem seria, sem dúvidas alguma, o meu fim. Porque eu estava disposta a fazer qualquer coisa para salvar a minha reputação, mesmo que tivesse que me vender para o diabo. Segundo: Sobre o que era toda aquela briga? Eu sei que a garota de quem eles falavam era Reyna (naturalmente, como a namorada de dois anos do Leo eu sabia muito sobre a vida dele e isso incluía o episódio em que Jason o prejudicara), mas algo dentro daquele discurso de mágoas me deixou realmente intrigada:

Jason me pareceu sincero. Machucado. Talvez se eu conseguisse entender o que acontecera, chegar aos segredos de Jason, ao seu lado obscuro, eu consiga virar o jogo e ganhar a minha liberdade de volta sem ter que viver até o fim do ensino médio com o medo que sinto agora.

E o pior de tudo: O que essa tal Calipso tinha de tão especial que seria capaz de melhorar o dia do Leo com um simples telefonema de dois minutos?

— Rachel. Ela é a chave de tudo... Precisamos dela.

Enquanto eles discutiam sobre o plano que seria utilizado para devolver um favor àquelazinha do motel, eu comia o meu lanche em silêncio enquanto pensava em todas as formas possíveis entender Jason Grace e conseguir as respostas para as perguntas que pairavam sobre a minha mente.

E é assim que eu me pego hiperventilando pela milésima vez naquele dia. 


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Notas finais do capítulo

Cheio das tretas, né? auishdiasuhd
O que vcs não gostaram? O que gostaram? O que eu posso melhorar? O que vcs acham que a Piper anda aprontando? O que raios o Jason quer com ela? Só torrar a paciência do Leo mesmo? E essa conversa dos dois aí, hein? O que vcs acham? O Jason é tão mal assim?
O que vcs querem ver no próximo capítulo? (SIM, É O DO ATERRO, JÁ COMECEI) E o mais importante: QUEM VOCÊS QUEREM QUE ESTEJA NESSE PASSEIO? (já adianto que Thalia e Luke não vão, sorry.)
Fuja do carma negativo e deixem um review pra deixar a tia feliz, ok? SHIPPERS LEYNA, ACALMEM OS CORAÇÕES, PQ QUEM RI POR ÚLTIMO RI MELHOR!
Beeijos ;** O próximo será postado entre domingo e segunda pra compensar o atraso :3
Por favooooooooooor, comentem