Bad Karma escrita por IsaaVianna LB, Cristina V


Capítulo 19
16. Bônus - CHARISSE


Notas iniciais do capítulo

Oooooi!
Como eu prometi, não demorei nadinha. Realmente estou empenhada em terminar essa fanfic nas férias.
Boa leitura, amores! Esse capítulo é dedicado a 'caroquinha10' que deixou um review lindo no último capitulo e me deu a ideia de escrever esse bônus.
Chris Rodriguez no gif!



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POV Clarisse La Rue

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— NÃO DÁ PRA ACREDITAR, RODRIGUEZ! – Eu gritei assim que pisei fora do restaurante. – Você inferniza a minha existência pra eu aceitar ir nessa droga de encontro com você... e você acaba por me trazer em UM RESTAURANTE DE GENTE FRESCA?

É isso mesmo, pessoal. Ele teve a audácia de me fazer vir em um restaurante chique. Tudo bem que eu amo comida, mas, pelos deuses, aquele tipo de ambiente me dava alergia.

— Seria melhor ter me levado ao Burger King... – Eu solto uma risada sem humor – Poderia ter me levado até para o refeitório da escola!

— Claire, calma! – Ele soava tão desesperado que eu quase fiquei com dó. Quase. –Eu só achei que você fosse gostar... Poxa, é o melhor restaurante da cidade! A comida aí é realmente muito boa e-

— Não interessa, Rodriguez! – Eu gritei sem olhar para trás. Continuava andando apressadamente pela calçada. Iria andando para casa. – Você disse pra eu vestir algo confortável, ainda por cima!

Ele segurou o meu braço, fazendo com que eu parasse e o encarasse. Ele estava vestindo uma camisa de botões azul, jeans e um par de tênis brancos. E não, ele não estava bonito. Pelo menos é o que eu estou tentando me convencer nesse exato momento.

— Me larga, demônio! – A esse ponto, já estávamos chamando a atenção de quem passava na rua. – Eu não sei aonde eu estava com a cabeça quando eu aceitei vir nesse encontro com você! Eu juro pelo meu pai que aquela patricinha siliconada e aquele elfo com cara de cantor de boy band não vão viver pra ver o próximo dia!

Provavelmente vocês acham que eu estou exagerando. Talvez eu esteja mesmo, mas não queria vir em um encontro com o Chris e reagir assim me parece a forma mais fácil de escapar. Não me julguem. Além disso, francamente, que tipo de imbecil ele é pra me levar a um lugar como aquele?

— Clarisse, – Ele me olhou reunindo toda a paciência que tinha e suspirando antes de voltar a falar. - eu sei que você preferia não ter vindo comigo. Eu sei muito bem disso, e tudo bem, você tem esse direito. – Enquanto ele falava eu apenas o encarava com cara de desinteresse. – Mas poxa, eu realmente queria aproveitar essa chance.

Revirei os olhos, cruzando os braços sobre o peito.

— E você realmente achou que essa era a melhor forma de “aproveitar a chance”? – Disse em um tentando imitar seu tom de voz grosso e ridículo enquanto gesticulava as aspas no ar.

A expressão dele se suavizou e parece que finalmente percebeu que eu não era o tipo de garota que apreciava encontros em restaurantes românticos e esse tipo de coisa.

— Tudo bem. – Um sorriso começou a se formar nos lábios dele, e eu realmente fiquei sem entender aquela atitude. Mas ele não bate bem, não é? Tadinho. – Vamos tentar o plano B.

Olhei pra ele com cara de incredulidade. Sério, alguém precisa dar os remédios dessa criatura. Comecei a rir, claro.

— É sério, Clarisse. – Ele diz com um tom de muita determinação. – É o seguinte: se você odiar esse plano também, eu juro que nunca mais te incomodo.

Estreitei os meus olhos.

— Nunca mais? – Repeti com um tom de esperança.

— Você vai ser sincera? – Ele retrucou.

— Não prometo nada.

***

— Alô? - atendi sem olhar o identificador de chamada.

Olá, Claire! Como está o encontro?— Revirei os olhos ao perceber que era Rachel. - Jason me disse que ele fez reservas ótimas no restaurante dos Grace...

Dá pra acreditar, Rachel? - Disse com raiva, olhando pela janela do carro. Chris já estava no balcão da loja de conveniência pagando pela gasolina que colocara. - Eu sabia que era uma má ideia.

Ah, Claire, dê uma chance ao garoto. Ele só queria te impressionar... Todo mundo sabe que ele tem um precipício por você desde sempre. Ele não faria por mal.

Não importa, Rachel! É o pior encontro da minha vida.

Houve uma longa pausa do outro lado da linha e, em seguida, ela suspirou.

Quero te propor um desafio: Dê o braço a torcer. Talvez você se surpreenda. O Chris é o queridinho do colégio por um motivo, deixe que ele te mostre.

E o que eu ganho com isso, Rachel Elizabeth Dare?!

A pergunta é: O que você perde com isso?

Ela desligou o telefone sem mais explicações. Olhei novamente para o lado de fora, e agora Chris estava ajudando uma senhora a carregar suas compras até o carro com um sorriso enorme no rosto. Ela abriu o porta-malas e ele colocou as sacolas de papel lá dentro. Eles conversaram por mais alguns segundos e ele começou a vir em direção ao carro novamente.

O que eu vou perder com isso?

***

Eu havia decidido ser um pouco mais maleável com o garoto. Pelo menos depois eu teria motivos pra tirar da cabela dos meus amigos que deveríamos estar juntos. Ele estacionou o carro e, antes que eu pudesse abrir a porta, ele correu em volta do carro e o fez por mim. Fuzilei ele com o olhar.

— Obrigada, mas você realmente não precisava ter feito isso. Eu consigo abrir a porta sozinha. – O que? Pelo menos eu agradeci!

— Ah, mas que tipo de cavalheiro eu seria se eu não tivesse feito isso?

— Um que vive no século vinte e um? –Ajeitei as minhas roupas, voltando a encará-lo logo em seguida. – E então, onde estamos indo?

— Nós – Ele disse, pausando para dar um efeito dramático. – Estamos indo para o Batting Cages.

Espera. Não é nesses lugares que os jogadores de baseball praticam o rebatimento? Vou ser bem honesta com vocês, eu sou sim boa em esportes, mas baseball? Olha, eu não acho que tenha reflexo pra isso, quando tentei acabei com um olho roxo e o lábio inferior cortado. Aposto que esse babaca sabia disso. E não era a pessoa menos coordenada do mundo, claro, mas querer que eu vá pra uma área de cimento com uma máquina que lança bolas em minha direção? Huh, não, muito obrigada. Aquilo era simplesmente a receita para o desastre.

Ele deve ter percebido que eu estava entrando em pânico.

— Tá tudo bem, Claire?

Eu cogitei contar a ele sobre minha péssima experiência com baseball, mas achei melhor não. Me chamem de orgulhosa.

— Acho que você vai ter mesmo que parar de me incomodar pra sempre. – Eu disse com um sorriso pretensioso de canto.

— Você não gostou né? – A expressão dele caiu, seu olhar foi de encontro aos próprios pés, derrotado. Eu não soube o que fazer, e foi ali que eu decidi que faria a coisa mais improvável que poderia ter feito: uma boa ação.

— Não, Chris, não é isso. – Eu suspirei pesadamente. – É só que a minha experiência com baseball não é das melhores e eu não quero passar vergonha. – Parece que estou tentando me sabotar, mas eu realmente não sei o que me deu naquele momento. Que coisa mais idiota de se falar!

Ele riu.

Ok, não vou culpá-lo. Se olhares matassem, nosso coleguinha estaria em um lugar onde incomodaria muito menos gente.

— Eu já vi gente pior do que você, Claire...

— Você nunca nem me viu jogar, seu babaca!

Ele alargou o sorriso e arqueou uma sobrancelha.

— Primeiro ano, aula de educação física. – Eu pisquei.

Uma.

Duas vezes.

— ENTÃO VOCÊ FEZ ISSO DE PROPÓSITO, CHRISTOPHER?

Ele ri mais ainda, levando a mão para retirar uma mecha de cabelo da frente do meu rosto. Eu dei um tapa na mão dele, claro.

— Sim. Eu vou te ensinar a rebater, Claire.

Onde eu me meti, meus deuses?

***

—Tá vendo? – Suspirei derrotada enquanto errava a milionésima bola. – Eu sou horrível nesse negócio. Talvez se a gente substituísse essa bolinha por uma maior, tipo a sua cabeça, eu acertaria!

Joguei o bastão de alumínio longe, pra descontar a minha frustração.

Chris calmamente pegou o objeto e o colocou cuidadosamente nas minhas mãos novamente.

— Tenta outra vez. Você está indo muito melhor do que antes, eu juro! – Eu olhei pra ele como se dissesse “Tá de brincadeira, comigo?” – O quê? É sério, você está indo melhor do que a Drew!

Ah, então ele levou a Drew pra rebater também? E em pensar que eu me senti um pouco especial por ele ter optado por esse tipo de encontro. Ele só pode ter dito isso para me provocar, afinal, não é segredo pra ninguém que eu não suporto a existência da garota.

Olhei para o taco de baseball e, cara, como eu queria bater com ele na cabeça do Rodriguez até ele entrar em coma. Infelizmente, preferi ignorar.

— Eu não poderia rebater uma bola nem que a minha vida dependesse disso!

— Tenho certeza que se a sua vida tivesse em jogo você conseguiria.

— Eu duvido. Pressão demais.

— Aqui, deixa eu te ajudar...

Antes que eu pudesse sequer assimilar, ele colocou seus braços em minha volta e segurou as minhas mãos no lugar correto em volta do taco. Aquele gesto meio que me lembrou daqueles casais jogando mini-golfe. Franzi o cenho por não ter tido como primeira reação chutar ele pra longe de mim, e antes de eu conseguir xingá-lo por me tocar, ele já tinha dado um passo para o lado.

Suspirando fundo, decidi que tentaria sim mais uma vez. A máquina lançou outra bola, me fazendo bloquear meu rosto com um grito de frustração novamente. E eu que achava que depois da vigésima vez eu me acostumaria...

— Eu não vou deixar a bola bater em você. – Ele me assegurou.

Eu posso até não ser a maior fã do Rodriguez, mas estranhamente, eu sabia que ele estava falando a verdade. Logicamente ele não perderia aquela bola, mas o fato que aquela máquina estava mirando diretamente para a minha cara não ajudava a causa.

— Eu sei... – Eu disse em um tom baixo e apreensivo. Ele voltou para a posição anterior e colocou os meus braços da forma certa em volta do taco, mas dessa vez ele continuou apoiando os meus braços. Outra bola saiu da máquina e eu fechei os meus olhos rapidamente. Eu ouvi o barulho alto de batida e abri os olhos instantaneamente. A bola bateu na cerca e agora estava rolando lentamente de volta a nós.

— EU NÃO MORRI!! – Comemorei dando pulinhos.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Você achou que ia morrer?

— Ah... – Comecei nervosamente. – Não. Claro que não!

Ele rolou seus olhos azuis.

— Agora nós vamos tentar fazer isso novamente. Você acha que consegue manter seus olhos abertos dessa vez?

Não.

— Eu vou tentar, mas não prometo nada.

Ele me ajudou com mais algumas batidas. A parte mais bizarra disso tudo era o quanto eu me sentia confortável perto do babaca. Ele estava me tocando e eu estava... Não me importando? Depois de alguns minutos, ele decidiu que eu conseguiria fazer aquilo sozinha e resolveu me abandonar.

— Eu não acho que consiga usar esse negócio sozinha.

— Você acabou de fazer isso várias vezes! – Ele protestou.

Você fez aquilo. Eu só estava deixando os braços irem com o fluxo. – Ele me lançou um sorriso encorajador, me entregou o taco e começou a andar em direção a cerca, me encarando com uma expressão cômica. Lancei um questionamento curioso, com o olhar.

— Só pro caso de você decidir encarnar o espírito revoltado e jogar o taco de novo.

— Eu fiz aquilo uma vez! – Como era exagerado.

— Para de matracar e bate logo nessa bola.

Ok, a minha resposta a isso virá em forma de vitória. Eu esperei pelo lançamento do canhão antes de mexer os quadris, meus olhos fixos na bola. E eu acertei. Claro que ela não foi tão longe quanto as do Chris, mas mesmo assim, eu acertei! Eu larguei o taco no chão e me joguei contra os braços convidativos do Chris, que me ergueu do chão e me girou no ar. Nós dois estávamos sorrindo enquanto nossos olhares estavam fixos e...

Há. Você caiu mesmo nessa? Pff, eu esperava mais de vocês. Agora vamos a versão verdadeira.

— CHUUUUUUUUPA, SEU BABACA! EU CONSEGUI SOZINHA! SOU A PRÓXIMA REBATEDORA DOS YANKEES!

Ele riu balançando a cabeça e se aproximando.

— Vamos sair daqui, já tivemos o suficiente por hoje.

— O quê?! Nada disso, meu filho! Agora que eu sei que tenho futuro nisso, você vai ter me aturar.

— Com prazer, Claire.

***

Eu gostei de rebater. Tipo, realmente gostei de rebater. É muito divertido! E eu não era tão ruim assim, quero dizer, eu não poderia realmente ser uma jogadora profissional, mas pelo menos eu podia acertar a bola com um taco. Além disso, eu estava curada do meu trauma e aquilo era motivo suficiente para comemorar.

Claro que dessa vez eu que escolhi o lugar. Não queria arriscar que ele estragasse o meu recém-adquirido bom humor. Chegamos ao May’s Coffee, e, obviamente, Chris já conhecia o lugar e o adorava. May Castellan era a mãe do meio irmão de Chris, Luke. No momento, eu estava pegando a primeira lasca do meu muffin de chocolate e o babaca estava filmando isso.

— Eu juro que se a minha cara estiver aparecendo nesse vídeo, eu enfio esse celular na sua... – Coloquei as duas mãos na frente do rosto, cobrindo-o.

— Calma aí, gatinha! – Ele disse entre risadas. – Você com certeza vai querer saber como ficou a sua cara quando provou o muffin mais delicioso do mundo! Agora tire as mãos do rosto e coma.

— Eu não consigo comer com essa coisa apontada pra minha cara! – Protestei.

— Claro que você consegue. É só fingir que está olhando pra mim... – ele disse com simplicidade.

Olhei para ele com deboche.

— Está querendo que eu perca o apetite?

— Vai Claire! Use a sua imaginação... Eu sei que você me imagina toda as vezes que fecha os seus olhos, certo?

— Aff, você tá falando como o Percy! – Revirei os olhos, provocando-o. Ele enrugou o nariz.

— Não me compare a ele.

— Por quê? – Sim, eu gostava mesmo de provocar esse garoto.

— Eu não gosto dele. – Não era nenhum segredo. Chris e Percy constantemente se estranhavam por causa da natação.

— Ele é bem legal. – Continuei.

— Você só pode estar de brincadeira. – ele deu um gole no seu cappuccino.

— Claro que não! – Defendi. Ele podia ser bem lerdo e idiota, mas ainda assim era meu amigo.

— Você é doida.

— E você é mente-fechada.

— Mas eu sou muito gato, então eu suponho que você está bem com isso, certo? – Ele piscou enquanto dava outra mordida no seu cupcake.

— Cala a boca, Rodriguez.

— Pode assumir, Claire... Você é linda, eu sou lindo... Se estivéssemos em Hollywood seríamos o casal de ouro!

— Ainda bem que eu nunca quis Hollywood então... Valorizo a minha privacidade– Eu bebi um pouco do meu café e voltei a falar. – Mas e você? Hollywood ou seleção nacional de natação?

— Definitivamente a seleção. – Ele sorriu. – Fama, fortuna e natação? Já estou lá.

— Não esqueça das garotas! – Adicionei.

— Você é a única garota que eu preciso. – Ele piscou de novo.

Revirei os olhos, mas não pude evitar uma gargalhada. Eu dei uma mordida no tal muffin e, cara, aquele negócio era mesmo maravilhoso.

— Esse muffin é divinamente delicioso! – Com certeza daria os parabéns a May por essa obra prima.

— Eu disse... Quer ver a sua cara?

Demorei alguns segundos para assimilar o que ele acabara de dizer.

— HEY! VOCÊ ME DISTRAIU! – Gritei, chamando a atenção de algumas pessoas para nós.

— E funcionou. – Ele jogou um beijo e deu outro gole em sua bebida. Ele moveu o celular e reproduziu o vídeo para mim. Quando a reprodução acabou, eu me inclinei para pegar o aparelho, mas ele foi mais rápido.

— APAGA ISSO!

— Shhh, você está incomodando os outros clientes. – Ele disse debochando de mim.

— Apaga isso.

— Ou..?

— Você não será capaz de ter filhos. – ameacei.

— Posso conviver com isso, amor. Eu sei que você não gosta muito de crianças. – O sorriso dele se alargava cada vez mais e eu senti minhas bochechas queimarem. – Além disso, eu já tive “filhos” o suficiente se você considerar o fato de que eu praticamente criei os meus irmãos...

— Rodriguez, cala essa boca!

Ele me olhou marotamente, e eu senti algo muito parecido com medo ao encará-lo.

— Ok, eu tenho uma proposta.

Estreitei os olhos.

— Eu apago o vídeo... – Ele começou, mas eu não me animei tanto, pois sabia que haveria uma condição.

— Ótimo. – Interrompi.

— ... Se você topar calar a minha boca com um beijo de boa noite.

Eu o encarei sem muita expressão.

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Notas finais do capítulo

Então queria abusar de vocês um pouquinho e pedir que comentem o que estão achando... É porque eu vou acelerar o processo de escrita e muito, por isso preciso do máximo possível de opiniões. :3
Vamos com 3 REVIEWS para o próximo capítulo, certo?
O PRÓXIMO CASAL VAI SER COM A THALIA, MAS SERÁ THALICO OU THALUKE? Vocês decidem! VOTEM!
Beeeeijos ;** Depois do natal e antes do ano novo eu posto o próximo capítulo.
Isaa