Parte 1 de 2

Mudou mais uma vez de canal. O sono teria a consumido se as lembranças não estivessem a incomodando tanto.

No dia anterior, festa de Jason na casa dos Valdez...

Thalia andava despreocupada pelos corredores da casa. Precisa encontrar Jason. Ela começava a considerar que ele poderia ter caído em um buraco e desaparecido. Atrás de uma das portas daquela casa imensa, pode ouvir vozes. Se aproximou.

−ÓTIMO! Quer dizer que a culpa de você não conseguir seguir seu próprio plano é minha, Leo? – Jason. Era a voz dele. Encostou o ouvido na porta ao notar que o irmão parecia irritado.

−Eu estou aqui, dando uma festa em sua homenagem, aceitando o seu pedido de desculpas depois de todos esses anos! Querendo deixar isso no passado! E é isso que você faz? Ficar aí sendo orgulhoso ao invés de assumir que você se sentiu inferior por finalmente ter notado o quão incrível ela era! Mas já era tarde demais, não?

Ela ainda ouvia, sem entender nada. Quem era essa garota afinal?

−Eu o fiz, Leo! Eu o fiz! Você me pediu pra que eu convidasse ela pra sair. Pronto! Foi o que eu fiz!

−Você a machucou pra valer, Jason!- Thalia podia jurar que ouviu um soluço saindo da boca de Leo.

−E como diabos você esperava que eu terminasse com ela? Sendo gentil? Você disse, Valdez! Claramente, você disse que eu deveria sair com ela por um tempo, porque você não tinha autoconfiança pra fazê-lo você mesmo. Ficava suspirando o tempo todo pelos cantos e não tomava uma iniciativa! E então você teve essa ideia maluca! Essa ideia de se aproveitar da minha amizade pra conseguir a Reyna pra você! Qual era mesmo o plano...? Sair com ela, convidá-la pra sair, namorá-la, e depois terminar o namoro com ela?

Então era Reyna? Meu Deus, essa história parecia cada vez mais inacreditável para Thalia.

−Você está distorcendo as coisas! O que eu queria era que você namorasse ela porque você era meu melhor amigo. De alguma forma, isso iria me aproximar dela! E aproximou. Mas aí você pirou... Você traiu ela! Você a magoou Jason! Magoou porque não consegue manter seu amiguinho dentro das calças! E então, ao invés de conquista-la aos poucos, eu me vi CONSOLANDO ELA POR ALGO IDIOTA QUE VOCÊ FEZ!

Que coisa mais insana, ela pensou.

−E funcionou, não é mesmo? Não importa a maneira, o que importa é que você chegou onde queria, certo?

−Sim! ATÉ VOCÊ CONTAR TUDO DE PROPÓSITO PARA A SILENA, CERTO?

−EU ESTAVA BÊBADO!

−NÃO, VOCÊ NÃO ESTAVA, JASON! Você estava com ciúmes! E agora, ficou pior do que antes! Porque ao invés de não saber da minha existência, ELA A REPUDIA! Ela me culpa pelo que você fez a ela! Eu consigo ver ódio no olhar dela, todas as vezes que ela me vê. E O PIOR É QUE EU NEM AO MENOS POSSO CULPÁ-LA! DE ALGUMA FORMA EU FUI “RESPONSÁVEL” PELO CARA QUE QUEBROU SEU CORAÇÃO E FEZ DELA O QUE É HOJE! Céus, eu fui do céu ao inferno em tão pouco tempo...

−E COMO VOCÊ PODE NÃO SER O CULPADO LEO? O PLANO ERA SEU!

−Quer saber, dude? Eu cansei! Você sabe muito bem que não deveria ter sido assim. E eu desconfio que você fez exatamente pra frustrar o plano! E quando viu que estava funcionando, que ela estava comigo no baile, você surtou. Então você contou do plano para Silena, que não perdia tempo quando o assunto era “estragar a vida alheia”.

Thalia abriu a boca algumas vezes antes de tapá-la. Parecia maldade demais para ser feita pelo seu irmãozinho.

−Não viaja, Valdez!

−Você sabe muito bem que foi exatamente isso. E você se aproveitou dela, se aproveitou de mim, da Silena. Porque tudo sempre tem que ser sobre você, certo?

Nisso, Thalia tinha que concordar com Leo. Jason adorava ser o centro de tudo.

−Quer saber, Leo?! Estou farto disso. E sabe o que mais? Uma vez você me perguntou como era beijar a Reyna. Quer realmente saber? Ela é boa com a boca, mas é muito melhor com as mãos!

−EU VOU ACABAR COM VOCÊ!

−Talvez na próxima.

Ela ouviu passos e sobressaltou-se abrindo a porta ao lado entrando no cômodo em seguida. Não poderia ser pega ouvindo a briga de seu irmão. Mas se recusava a acreditar que ele seria capaz de uma coisa como aquela. Decidiu que conversaria com ele mais tarde, mas durante todo o tempo que ficou naquela festa, não tirou aquelas palavras da cabeça.

E, se fosse verdade, teria que intervir.

TOC TOC

Thalia foi tirada de seus devaneios pelo som que indicava batidas na porta. Levantou-se do sofá resmungando. Caminhou até lá demonstrando todo o mal humor.

Abriu a porta e se supreendeu.

– Thalia, eu preciso falar com você...

– Claro tio, entre!

– Na verdade eu não tenho muito tempo. Preciso que venha me ver amanhã, no escritório. É de seu interesse.

A morena franziu o cenho.

– Tudo bem.

Ele assentiu e caminhou de volta para o carro a deixando sem entender nada. Aquilo a intrigara, ela iria pela curiosidade. E esperava que fosse algo que fosse realmente de seu interesse. Caso contrário, o tio viraria cinzas.

***

O dia já havia amanhecido e eu sequer pregara o olho. Estava abalada com os últimos acontecimentos. Meu pai não estava sendo cotado para papéis principais em Hollywood já fazia um tempo e isso fez com que a nossa qualidade de vida entrasse em declínio de dois anos pra cá. Eu estava preocupada, mas precisava ser compreensiva mesmo que já estivesse quase no meu limite. Mudara de escola, de casa, de cidade... Tudo porque estávamos quase falidos. Respirei fundo segurando o choro. Ele daria um jeito, sairíamos dessa sarjeta.

Me virei mais uma vez na cama e ouvi um barulho na piscina. Sorri. Será que ele estava de volta? Ele disse só voltaria quando resolvessem a sua situação. Graças aos deuses!Levantei e fui até a área da piscina de pijamas curtos mesmo. Não havia nada que Tristan McLean já não tenha visto. Ele trocou minhas fraldas, certo?

Caminhei descalça e estreitei os olhos pra ver a forma que estava nadando na minha piscina.

Opa.

Aquele não era o meu pai, isso eu posso dizer com toda segurança. Meu pai não era loiro, muito menos branquelo daquele jeito... E sem dúvida era mais alto.

−HEY -Eu gritei tentando chamar a atenção dele pra mim! - Dá licença! Olá! -Ele continuou nadando, como se não fosse com ele. Estreitei os olhos novamente. – Holla?

Ele ergueu a cabeça passando a mão sobre os cabelos e olhos antes de os abrir. Eram mais azuis do que a piscina.

−Holla! – Ele sorriu. Jesus, que homem é esse? Ok, era um gato, mas o que diabos um gringo gato que não falava a minha língua estava fazendo na minha piscina? Ah, claro... Hoje era dia de limpeza. Deve ser um imigrante que veio ganhar a vida aqui nos Estados Unidos. Típico.

−Olha, eu não sei o que o meu pai te disse... – Comecei, imaginando que ele fosse entender se eu falasse bem devagar. É, eu não falo espanhol. - Mas os Garotos Da Piscina não tem privilégios.

Ele me olhou inocentemente. Como se não entendesse nada. Sério isso? Acho que o azar da Silena é contagioso.

−Lo siento. – Ele disse. Olhei para o céu... Devo ter dançado pole dance na cruz, porque não tem cabimento uma coisa dessas.

−Tá, tá... “Cento” você também. – Suspirei. Como me comunicar com aquela criatura? Gestos, isso. Gestos universais. Estendi as mãos pra frente e movimentei os braços para o lado como se estivesse o convidando para fora. – Ér... Saia... Daí!

Repeti o gesto e ele ergueu as mãos em rendição. Já estava nos degraus, preparado pra sair. Tinha uma toalha preta pendurada no corrimão, ele a apanhou e começou a subir lentamente os degraus. Nu. O desaforado estava nu! Nadando na minha piscina nu... Santo Deus. E desfilando como se fosse absolutamente normal. Ok que eu já havia visto um ou dois caras nus, mas a cara de pau desse “Juan” era inacreditável.

Eu ri em escárnio, conseguindo disfarçar minha expressão de ‘WTF’. Aquele limpador de piscinas era muito atrevido! Só porque ele tinha um tanquinho acha que pode ser desaforado assim? Ah não, aqui o sistema é outro.

−O que diabos é isso? – Perguntei apontando para minhas roupas e fazendo com as mãos um sinal de “cadê?” - Perdeu sua roupa?

Ele me encarou seriamente.

−Yo no uso eso. – Respondeu.

ARGH! Eu estava farta daquilo. Alguém chame um intérprete. Será que ele não podia falar francês, sei lá?!

−Olha aqui, -Eu disse expressando minha irritação- Eu parei com as aulas de espanhol no dia em que eles esconderam os verbos sobre nudez! – Era verdade, o que eu faria no México ou na Espanha se não fosse “não valer nada no Spring Break”?

Ele me encarava com cara de filhote com fome. Idiota.

−Vou simplificar: Você... Não... Nadar... Aqui! – Ele encarava com muita atenção os meus gestos e movimentação da boca enquanto assentia em sinal de entendimento.

−Ooook. – Ele disse muito lentamente sorrindo por fim. – Por ai te veo.

−Espero que esteja vestido.

Revirei os olhos e voltei para dentro da casa. Era bom já começar a me arrumar, estava muito cedo, porém teríamos treino das líderes de torcida antes da aula. Estava subindo os degraus da escada quando ouvi um barulho na cozinha. Devia ser a Maria preparando o café...

Espera.

Maria não trabalhava mais pra família. Tivemos que corta-la por causa da queda na renda. Desci lentamente pegando um taco de baseball que estava pendurado junto com os guarda-chuvas perto da escada e caminhei até lá. A geladeira estava aberta, e a porta, tampando a pessoa. Me aproximei levantando o taco.

−Olha Piper, você é discreta como uma artista de circo. – Ele fechou a geladeira, revelando aa si.

−Papai! – Eu disse sorrindo o máximo que eu pude. E ele abriu os braços para que eu o abraçasse. – Diga que conseguiu aquele papel! Por favor...

−Filha, -Ele tirou o taco de minhas mãos- Sobre isso, temos que conversar. Por que não toma seu banho enquanto eu preparo o café? Podemos conversar durante a refeição.

Estreitei os olhos. Aí tinha coisa. Assenti e fui fazer o que ele pediu... Seja lá o que fosse, não poderia ser pior do que já estava sendo.

***

Treino das líderes de torcida. Ótimo. Eu estava morrendo de sono, com uma cara péssima e ainda tinha que ir saltar como uma cabra seis horas da madrugada! Pelo amor de Deus! Quem marcava esses treinos?! Ah é, eu mesma!

Droga.

Pior é que eu nem podia faltar. Devo ter dormido duas horas essa noite, passara a maior parte dela – a que eu não estava na festa, claro- montando o jogo de mais tarde com o Leo. Hora de levantar, Silena! Teria que colocar os envelopes nos armários dos participantes antes da aula. Tudo bem que a intenção de Leo com esse jogo não era “diversão” coisíssima nenhuma, mas eu estava dentro... Se ele queria mesmo era desafiar o Jason, tudo bem. Pelo o que entendi, eles tiveram uma briga bem feia... Ah, que seja. Ele teria esse motivo e eu teria meu espaço para juntar alguns casais.

O que não seria nem um pouco fácil... Mas eu gosto é do perigo. Lidem com isso, bitches.

– Leo! – Eu gritei batendo na porta do quarto dele. – Vamos! Você tem que me levar ao treino!

Ele não respondeu. Abri a porta do quarto para sacudi-lo. Ele teria que me levar até a escola, meu carro estava na revisão, ele era minha única saída.

– Leo! – Ralhei.

– O que foi, criatura!? – Ele devolveu no mesmo tom se acomodando mais ainda na cama. – Eu estou tentando dormir se você não percebeu.

– Você tem que me levar pra escola! – Eu choraminguei. – Tenho treino, e tenho que colocar os envelopes nos armários... Você precisa me ajudar!

Ele virou para o outro lado. Imbecil.

– LEO! – Ele murmurou- Escuta, eu já entrei nessa loucura com você! O mínimo que poderia fazer era me ajudar a chegar no treino a tempo e-

ZZZzzZzZZZzzZ

Maldito! Ele dormira enquanto eu fazia meu discurso de irmãzinha com razão. Vou arrancar as unhas dele com meu alicate de cutículas! Ai que raiva, meus deuses...

– VALDEZ! – Eu esbravejei pulando em cima dele.

– SILENA PARA DE ME ESMAGAR! – Ele devolveu me jogando no chão. Que atrevido! Ele estava me maltratando? Maldito! – E, além do mais, por que você não pega uma carona?

Eu pisquei.

– É o que eu estou tentando fazer! – Eu disse me levantando do chão. – Mas você é um idiota!

– Estou falando das suas amigas! As líderes de torcida... – Ele abriu os olhos, os esfregando.

– Carona? – Eu ri em escárnio batendo o pó das minhas roupas e me recompondo. – Rachel mora do outro lado da cidade, Clarisse foi dormir na casa dela noite passada!

– Tem outras VINTE garotas no grupo. – Ele revirou os olhos. – Ah é, nenhuma delas gosta de você!

Wow, isso foi cruel. Ele estava assim desde depois da festa. Seja lá o que aconteceu, havia despertado o lado venenoso e peçonhento de Leo.

Gostei.

– Me poupe Leo! – Eu bufei sentando na cama. Ele não me daria carona? Ótimo. Ele também não voltaria a dormir. – De qualquer forma-

– Piper! – Ele me interrompeu- Quando nós namorávamos, vocês sempre iam juntas a esses treinos.

Eu ri em escárnio.

– Isso era porque ela dormia aqui quase todos os dias. Com você! – Eu revirei os olhos.

– Não interessa, ela não vai se importar Silena. Ela gosta de você... – Ele fechou os olhos de novo.

– Não tenho tanta certeza disso, sabe? Não conversamos faz muito tempo...– Comecei a desabafar. Piper passara para o lado da Drew quando recuperou a sanidade e parou de namorar Leo.

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– ARRGH! IDIOTA! – Eu esbravejei e saí em direção à porta, podendo ouvir o infeliz rindo da cama.

***

Toquei a campainha. Já estava em frente a casa dos McLean, que ficava três mansões à esquerda da minha própria. Ativando modo “Cara-de-pau” em três... Dois... Um.

−Olá Sr. McLean, a Piper está? – Eu disse assim que ele atendeu a porta com um sorriso que faria qualquer um se perguntar se eu estava com um cabide na boca para que ela se abrisse daquela maneira.

– Ah, olá Silena! Entre... – Ele sorriu e, sinceramente, essas pessoas tem que avisar quando vão sorrir assim. Talvez se ele o fizesse eu colocaria óculos escuros e talvez, só talvez, não ficasse cega com a claridade. – Piper está no quarto.

– Será que eu poderia subir...? – Perguntei sem jeito.

– Claro querida, mas eu não sei se ela te receberá bem... – Ele explicou hesitante. – Acabamos de ter uma conversa que acredito não ter agradado muito a sua amiga.

Franzi o cenho. Como assim? Piper não era minha amiga.

Ok, seja lá o que for, falar com ela poderia ajudar a diminuir a vadia. Até que eu gostava da garota, de longe a mais legal que Leo já namorou... Mas veja bem, ‘legal’ não quer dizer normal... Ela namorava o Valdez, certo?! Tinha alguns parafusos a menos, mas tinha personalidade, devo admitir. Mesmo com o péssimo gosto pra homens, ela ainda era um 7,5 na escala de 10,0.

Ah, eu vou parar de enrolar. Eu senti como se esse problema fosse da minha conta. Pronto. Desculpe Lilith!

Não fala comigo! Vai lá com a Sheila, vai...

Até a minha demônia interior estava contra mim! Mereço...

– Se não se importa, eu gostaria de tentar. – Eu disse firme. Essa sou eu usando a educação que Hefesto me deu.

– Claro... Você conhece o caminho. – Ele abriu espaço sorrindo novamente. Argh, minhas vistas! Sério gente, alguém avise a esse homem que é feio cegar as pessoas.

– Obrigada.

Eu caminhei para as escadas, reparando que havia algo de diferente naquela casa. Não estava como eu me lembrava, as coisas estavam um pouco empoeiradas, e eu podia jurar que aquela sala tinha muitas obras de arte e um tapete persa maravilhosamente brilhoso. Bom, talvez tivesse ido juntamente com o sofá e a poltrona para a lavagem de estofados, certo?

Cheguei na porta do quarto batendo três vezes.

– Eu não quero conversar, papai. – Ouvi a sua voz abafada do outro lado da porta. Eu franzi o cenho estranhando a atitude. Piper era uma matraca hiperativa com pernas bonitas que sempre encontrava um assunto. A coisa não estava legal.

Suspirei. Hora de tentar diminuir a vadia...

– Piper?-Chamei ainda do lado de fora. – Posso entrar?

Um pigarreio da parte dela.

– Um momento. – Ela pediu. Depois de eras, ela finalmente abriu a bendita porta. Graças aos deuses! Odeio que me deixem plantada. – Si-silena?

– Feliz em me ver? – Perguntei novamente colocando aquele ‘sorriso de cabide’. Estava passando tempo demais com o Chris e sua cara-de-pau. Ela já estava vestida com o uniforme de treino. Ainda bem, como eu já disse antes, odeio ficar plantada.

– Na verdade, estou surpresa... – Ela respondeu com a voz embargada. – Mas se veio brigar comigo Silena, não é uma boa hora.

– Na verdade... – Comecei desajeitadamente – Eu vim ver como você estava.

Ótimo, agora além de cara-de-pau é mentirosa!

Calada Sheila!

Piper tombou a cabeça para o lado em sinal de incredulidade. Claramente, ela não estava com muita paciência. Ergueu as sobrancelhas em questionamento.

– Okay, sem política da boa vizinhança, entendido. – Eu disse me rendendo. – Meu carro está indisponível, será que você poderia me dar uma carona para o treino?

Ela hesitou.

– Eu estava pensando em faltar ao treino hoje... – Olha a ousadia dessa criatura! Falando na minha cara que não iria para o treino sendo que estava claramente sem nada pra fazer. Ela piscou freneticamente eu percebi que ela estava lutando contra as lágrimas.

Não sei o que diabos estava acontecendo comigo, mas aquilo me desarmou completamente. Uma lágrima caiu.

– Piper, o que está acontecendo? – Perguntei surpreendendo a mim mesma por realmente saber o motivo daquilo tudo. Me internem... Ou me exorcize, tanto faz. Ela desviou o olhar para o chão.