The Orphan - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 9
Capítulo 7 - It's Her


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!! Aqui estou como próximo capítulo ^^ Boa leitura!!



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"É ela"

– Snape - 9 de outubro de 1993 –

– Severo, temos que conversar. – disse Minerva, entrando na minha sala sem ao menos bater na porta.

– Estou ocupado. – falei rispidamente.

– É importante, e você vai me escutar. – ordenou sentando-se à minha frente. - É sobre sua filha. Eu a encontrei.

– Então... Ela... Ela está viva? – eu já não sabia o que falar, fiquei eufórico e assustado ao mesmo tempo e várias perguntas passaram pela minha cabeça. Quem é ela? Como ela é? O que vai pensar de mim?

– Eu tinha minhas dúvidas, então fui atrás da Marta. Lembra-se quando falei dela? – com um aceno positivo meu, continuou – Eu consegui arrancar algumas informações, mais precisamente memórias.

– 28 de agosto de 1979 -

As chamas da lareira dançavam impacientes. No andar de cima, o único som ouvido era a de Lilian, que sentia as contrações da gravidez cada vez mais. Marta, a mulher escolhida por McGonagall para cuidar da amiga, descansava num dos sofás da sala aquecida quando uma batida na porta a interrompeu. Marta aproximou-se e abriu a porta, dando de cara com um bruxo alto de olhos claros e cabelos longos loiros. Seu aspecto severo e entediado era evidentemente contrastado com uma altivez egoísta.

– O que você quer? – perguntou a mulher, claramente surpresa por reencontrar tão cedo o antigo conhecido.

– Preciso falar com ela. Agora. – respondeu ele, com a cara fechada.

– É claro, ela está no andar de cima.

– Foi ele?! – quase gritei, a raiva me consumindo novamente.

– Logo que a criança nasceu e a Lillian voltou, ela desapareceu. Nesse final de semana a encontrei por acaso e consegui essas memórias. Mais tarde, encontrei-me com o Cornélio e uma das conversas foi sua preocupação com os Seguidores de Você-Sabe-Quem. Foi então que descobri que a Marta é uma Comensal da Morte e, assim como ele, alegou estar sobre os efeitos do feitiço Imperius e foi perdoada.

– Mas o que ele ganharia com isso?

– Não sei, mas temos que descobrir.

– Ah sim, eu irei descobrir... E se possível, torturá-lo da pior maneira possível. – exclamei, levantando-me bruscamente.

– Severo... No momento você deve se concentrar na sua filha...

– Você ainda não me disse quem é ela, se está viva... Se... – minha frase perdeu-se no ar. Senti um aperto dentro de mim, como se estivesse me faltando o ar.

– Ela está viva e... – hesitou -... está em Hogwarts.

Hogwarts? Só pode ser... Não, não pode ser ela...

– É a Violet. – afirmou Minerva.

– Não... Não pode ser ela... Não pode... Ela... – minhas palavras eram confusas e falhas.

Violet... Justo ela!

– Severo, me desculpe, mas você é idiota?! – perguntou, alterando-se.

– Como é?! – perguntei indignado.

– Você nunca notou as semelhanças? Ela é explosiva e quando quer consegue ser insolente, mandona e atrevida. Tem sua personalidade Severo... – seu olhar se suavizou – Mas também lembra muito a Lilian... Principalmente o sorriso. Eu sabia que ela era extremamente familiar, Eileen.

– Eu tenho que sair daqui... – disse eu levantando-me novamente e saindo transtornado.

Como ela pode ser minha filha? Justo ela! Nós brigamos o tempo todo... Eu a machuquei aquele dia, deixei uma marca em seu braço! Ela nunca vai me perdoar...

– Severo! – gritou Minerva, seguindo-me.

– Me deixa em paz Minerva! – gritei também, encarando-a.

– Não adianta fugir, ela... Violet! – exclamou encarando a menina, que caminhava em nossa direção ao lado do Potter. - Que bom te ver novamente... – sorriu abrindo os braços.

– Minerva! – sorriu também, indo ao seu encontro e ignorando-me completamente.

Como elas já têm um relacionamento desses?

– Como você está? Vejo que o braço não incomoda mais... – disse ela, olhando-me rapidamente. Ela precisa me lembrar disso?

– Estou ótima, pronta pra próxima – piscou.

– Não fale assim Violet...

– Desculpe. – sorriu. – A senhora sabe se o Lupin está na sala dele?

O que ela quer com o Lupin?

– Está sim.

– Ótimo, obrigada. Vamos Harry? – disse ela, ainda nos braços de Minerva.

– C-claro.

– Até depois Minerva, foi bom te ver – sorriu, recebendo outro abraço – Prof. Snape – seu sorriso desapareceu.

É... Acho que eu mereço...

– Vamos apostar? – perguntou para o Potter assim que passaram por nós

Aposta? Então ela também gosta de apostar?

Fiquei tão curioso que parei imediatamente.

– O que? – perguntou o Potter.

– O de sempre

– Dessa vez eu ganho – garantiu ele

– Como da última vez? - sem ao menos avisar, Violet saiu correndo, logo acompanhada pelo Potter.

Minha cabeça era inundada por perguntas sem resposta, estava totalmente distraído com a imagem da menina correndo pelos corredores de Hogwarts que não percebi que era observado por Minerva, que certamente entendeu meu olhar.

– Eles criaram um grande vínculo... – disse ela, mas antes que terminasse, saí de seu lado o mais rápido possível na direção da minha sala.

Ela nunca vai me perdoar, nunca! Mas que idiota eu sou! Como pude passar tanto dos limites?!

– Porque ela é igual a você... – respondi.

Eu odeio que me contrariem ou que me desafiem, e ela faz exatamente isso! Quando discutimos pela primeira vez, vi que seus olhos soltavam faíscas de raiva e percebi que seu rosto ficou levemente vermelho. Por mais que eu argumentasse ela conseguia me derrubar, e quanto mais eu falava, mais tentada ela ficava em me provocar.

Sua voz era firme e confiante, seus olhos brilhavam a cada discussão... Ela nunca falava algo sem pensar, parecia até que planejava tudo! Quando nos encarávamos, sorria discretamente com a vitória que sabia que teria.

Ela era dotada de uma desenvoltura incrível, qualquer um que a desafiasse era humilhado. Quando eu disse que não éramos iguais, estava apenas evitando que um aluno se achasse superior por tal semelhança, mas ao contrário do que imaginei, ela concordou comigo e ainda me ofendeu. “Tem razão, não somos iguais. Eu só provoco quem me provoca, nunca começo uma discussão, apenas a finalizo”, disse ela.

Em sua primeira detenção, criamos um vínculo sem percebermos. Vê-la preparando poções do mesmo modo que eu costumava fazer na juventude me deu muito orgulho. Seus olhos brilhavam com cada acerto e mostravam dúvida nos erros, sempre procurando corrigi-los.

Seu rosto iluminava-se a cada descoberta. Sempre que vencia alguma discussão mostrava seu cínico sorriso, às vezes até irônico. De alguma forma, descobri que me fazia bem vê-la todos os dias correndo pelos corredores de Hogwarts, conversando animadamente com os amigos... Nunca perdia a chance de vingar-se, especialmente do Malfoy e seus “cães”, como ela mesma os chamava.

Agora eu entendo.

Seu sorriso animava as manhãs e iluminava as tardes, porém, desde o episódio do fim de setembro, tudo ruiu à minha volta. Naquele dia fiquei tão transtornado por ela fazer a estupidez de ir atrás de um fugitivo de Azkaban que nem pensei no porque de minha reação. Mas agora eu sei o que era. Angústia. Medo de ela falhar e não voltar. Eu estava afeiçoando-me à garota, perdê-la por culpa da mesma pessoa que entregou Lillian me apavorava. Fiquei com tanto medo que não pensei nas consequências dos meus atos. Cego pela raiva que me consumia, fiz uma grande besteira machucando a única pessoa com quem me importava nesse castelo. Até agora seus olhos me perseguiam.

Minha própria filha sentiu medo de mim.

Naquele momento vi a raiva apoderar-se dela, seus olhos tornaram-se frios e, sendo filha da Lillian, certamente sentiu dores de cabeça. Vi que lutava contra si mesma na intenção de não recuar, assim como suas mãos fecharam-se em punho. Mas não me importei, apenas impus mais força em seu braço. Sua voz era puro rancor e ódio.

Aquela noite realmente foi minha ruína. Se antes as chances de ela me aceitar com pai eram pequenas, agora já não existem. Desde então fui totalmente excluído de sua vida. Por mais que fosse fria e indiferente, seus olhos me mostravam o contrário. Neles eu via dor e rancor. Ela perdeu o brilho durante minhas aulas, não ousava conversar ou me desafiar e quando eu fazia perguntas, as respondia friamente, evitando qualquer tipo de contato.

– Severo! Você está bem? – perguntou Dumbledore, batendo na porta da minha sala.

Será que nem agora eles podem me deixar em paz?!

Com os olhos ardendo, saí enfurecido de minha sala, ignorando totalmente os pedidos de Dumbledore e Minerva. Segui para uma parte dos jardins de Hogwarts que ninguém conhecia e sentei-me num dos bancos. Sempre me senti bem naquele lugar, livre.

Mas eu não estou bem.

Comecei a lembrar dos momentos que passei em Hogwarts, das “aventuras” ao lado da minha melhor amiga Lilly e das conversas íntimas que tínhamos... Mas então tudo caiu à minha volta. Numa atitude impensada guiada pela raiva, chamei-a de sangue-ruim, cortando definitivamente todas as conexões que tínhamos. Lillian apaixonou-se pelo Potter, começaram a namorar e ficaram noivos. Tudo foi tirado de mim quando ela se casou.

Como eu queria ter visto Violet crescer... Ver seus primeiros passos, ouvir suas primeiras palavras... Procurar todas as noites semelhanças entre elas enquanto dormia... Talvez tudo fosse diferente.

Tenho que consertar isso... Mas como?

– Dezembro de 1993 -

Os dias foram passando e nada mudou entre nós. Sempre que tentava me aproximar perdia a coragem ao ver aqueles profundos olhos azuis encarando-me. Não é possível que você seja tão covarde Severo...

Tentei tratá-la mais amigavelmente. Sempre que nos encontrávamos eu fazia questão de cumprimentá-la, mas ela sempre fugia com meias palavras.

Logo chegaram as férias e pensei que seria a oportunidade perfeita, pois tinha certeza que assim como alguns outros alunos, ela permaneceria na escola. Mas meus planos foram por água abaixo quando Minerva me disse que a tia da garota mandou uma carta e pediu que a Violet a encontrasse.

E assim foi feito. Na manhã de nove de dezembro Violet despediu-se de todos e partiu no expresso de Hogwarts. Depois disso, fechei-me completamente.


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Notas finais do capítulo

Façam suas apostas!! Quem será que é o bruxo do Flashback? O que o Snape fará para consertar as coisas? Por que a Tia Bella pediu para Violet encontrá-la??
Até o próximo capítulo!!!