The Orphan - Season 1 escrita por Stéfane Franco
Notas iniciais do capítulo
Bom dia!!!
Aqui estou com o tão esperado capítulo.... Espero não decepcioná-los!!
Capítulo 22 – Reunion
“Reunião”
– Violet –
– Shhh... Está tudo bem... Está tudo bem... – repetia ele enquanto abraçava-me.
Não sei quanto tempo ficamos assim. Enquanto lágrimas corriam pela extensão do meu rosto, Snape afagava meus cabelos, embalando-me como a uma criança. Pouco a pouco meus soluços foram cessando-se e a cada minuto voltava a me acalmar.
– Está melhor? – perguntou-me ele.
– Sim... – acenei – Obrigada...
Permanecemos em silêncio por alguns segundos. Era incrível como um simples abraço podia me transmitir tanta segurança!
– É melhor sairmos daqui... Logo o Ministério aparece. – disse ele.
Acenei novamente e, sem tirar os braços do meu redor, conduziu-me através do caminho repleto de móveis e tecidos queimados.
– O que aconteceu Violet? De quem estava fugindo?
Sua voz estava carregada de preocupação. Pela primeira vez vi um Snape diferente, mais...humano.
– Eu... – suspirei – Eu não aguentava mais ficar no mesmo espaço que os outros... Me sentia sufocada. - confessei - Então saí para caminhar, mas não deu muito certo... Na correria um pedaço de madeira acabou caindo em mim e eu desmaiei...
– O quê?!
– Eu estou bem... – afirmei – Acordei há alguns minutos atrás...
– De quem fugia? – insistiu.
– Um homem apareceu e tentou me levar para outra mulher... Só não me pergunte o porquê, pois não sei...
– Ele não vai chegar perto de você... Está segura agora. – garantiu-me, apertando o abraço– Já aparatou alguma vez?
– Não... – respondi confusa.
– Ótimo, considere esta como uma primeira vez. – disse sarcasticamente.
E então tudo ficou turvo, senti uma tontura horrível e, se não fosse o braço de Snape me segurando, pensaria que estava caindo num espaço sem fim. Em questão de segundos estávamos em frente à casa dos Weasley.
– Está se sentindo bem?
– Só um pouco enjoada... – falei
– É normal nas primeiras vezes... – disse ele, levando-me pela mão até a porta da casa desengonçada. – Tente não se meter em confusão novamente...
– Obrigada... – sorri verdadeiramente.
Snape parecia não querer me soltar, assim como eu não tinha vontade alguma de me afastar.
– Eu preciso ir... – disse ele, soltando-me a contragosto.
– Tudo bem... – suspirei
Snape virou-se relutante e começou a se afastar. Sem ao menos pensar, corri em sua direção e o abracei, sendo bem recebida.
– Obrigada. – disse eu com um sorriso no rosto.
– Tome cuidado. – pediu, beijando o topo da minha cabeça e afastando-se segundos depois, aparatando e desaparecendo.
Senti uma vibração boa correr em minhas veias. Com o abraço em mente, entrei na casa tumultuada.
– Violet! – gritou Harry, vindo ao meu encontro.
– Eu sabia que ele a encontraria... – disse Hermione com um tom vitorioso.
– Onde estava? – perguntou Fred.
– O que aconteceu? – disse Rony, saindo de sua poltrona rapidamente.
– Você está bem, querida? – indagou-me a Sra. Weasley.
– Está machucada? – falou Arthur.
– Por que não voltou quando a confusão começou? – disse Harry num tom imperativo.
– Você é louca?! – gritou Jorge.
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– Chega! – gritei – Acalmem-se, por favor... Um por vez!
E aqui estou novamente...
– Onde você estava? – repetiu Harry.
– No campo do festival.
– O que aconteceu? – voltou a falar.
– Eu desmaiei e fiquei por lá um bom tempo... – suspirei, sentando-me num dos sofás.
– Você está bem? – perguntou Molly novamente.
– Estou com dor de cabeça, então... Se não se importam, eu gostaria de subir...
– É claro querida...
– Só me diga uma coisa: foi o professor Snape que te encontrou? – indagou Arthur.
– Sim... Como sabem?
– Hermione sugeriu que pedíssemos ajuda a ele...
– E por incrível que pareça, ele foi te procurar... – disse Fred num tom debochado.
– E encontrou. – completou Jorge.
– Deixem-na em paz! Ela precisa descansar agora... – disse Molly – Violet querida, quer que eu te leve um chá?
– Não precisa Sra. Weasley, eu não quero nada – tentei ser gentil – Hermione, você poderia vir comigo, por favor?
– É claro... – disse ela.
– Até amanhã Violet – disse Harry, beijando-me novamente.
Eles já estão exagerando! Me tratam como seu eu fosse uma criança rebelde e irresponsável! Esse grude todo chega a incomodar...
Assim que chegamos ao quarto e fechamos a porta, Hermione sentou-se e esperou que eu começasse.
– Hermione, você pode me explicar o que aconteceu?
– Bom, resumindo... Quando a confusão começou, todos nós voltamos até a chave de portal pensando que você já estaria em casa ou ali por perto. Quando chegamos e vimos que você não tinha aparecido, entramos em pânico... E... Bom, eu pensei que alguém poderia voltar e te procurar...
– E você sugeriu logo o Snape? – perguntei o mais surpresa que eu pude.
– É... Não me leve a mal Violet, mas desde aquela noite na Casa dos Gritos eu passei a te observar melhor e...
– E...?
– E juntado as peças, concluí que ele é uma pessoa muito importante na sua vida, e você na dele... Acho que sabe o que quero dizer... – insinuou um tanto envergonhada.
– O que você sabe exatamente?
– Ele é o seu pai não é? – disse direta.
– Como...? – suspirei – Está tão evidente assim?
– Pra mim sim... Eu percebi que ele te tratava diferente dos demais, era como se estivesse buscando sua aprovação. Quando você se metia em confusão ele estava por perto e te ajudava... Sem contar que, sem ofensas mas, vocês dois são iguais no quesito “gênio”...
Sua última frase rendeu várias piadas sobre meu humor e diversas comparações entre mim e ele. Hermione e eu conversamos bastante no quarto, até que senti-me segura para contar quase tudo a respeito do meu pai. Eu precisava conversar com alguém.
– E o que vai fazer agora? – perguntou-me após um tempo.
– Não faço ideia... Só sei que preciso consertar as coisas que falei...
– Posso dar uma sugestão?
– É claro!
– Eu ainda acho que uma boa conversa faz milagres... Fala com eles, explica seu ponto de vista e diz como se sentiu... Peça desculpas.
– Eu também pensei nisso...
– Se eu fosse você, escreveria um bilhete para a Minerva pedindo um encontro... Diga que vocês precisam conversar urgentemente... – sugeriu.
Nunca parei para observar, mas agora vejo que ela é realmente uma boa pessoa...
– Até que é uma boa ideia... – sorri. – Se eu escrever a carta agora, você envia para Hogwarts?
– É claro! Eu tenho papel e caneta na minha bolsa...
Hermione levantou-se e pegou um pedaço de pergaminho, entregado-me juntamente à uma caneta trouxa.
“Querida Minerva, se é que ainda posso chamá-la assim,
Eu estive pensando muito nesses últimos meses e acho que precisamos conversar...
Sei que é pedir muito, mas será que a senhora teria um tempinho para me ouvir?
P.S.: por favor, não conte nada ainda ao Snape.
Violet Eileen.”
Após escrever o bilhete, entreguei à ela, que desceu as escadas e enviou para Hogwarts em meu nome.
Agora é só torcer para que a Minerva responda...
–---- no dia seguinte ------
Dormi a noite toda... Não tive sonhos ou pesadelos.
Assim que o relógio soou 7 horas todos já estavam acordados e, como era de se esperar, tomavam o café da manhã tempestuosamente. Como o costume recém-adquirido, levantei-me e, após realizar a higiene necessária, desci para a cozinha.
– Finalmente desceu, pensei que teria que mandar esses dois para te acordar... – brincou Harry, indicando os gêmeos.
– Eu já ia pegar um balde – disse Fred
– E eu a água... – completou Jorge.
– Bom dia pra vocês também... – disse eu um tanto sonolenta.
– Violet, chegou uma carta para você... – avisou-me Hermione com um olhar cúmplice.
Imediatamente peguei o envelope e voltei para a privacidade do meu quarto.
“Querida Violet,
Não imagina o quanto fiquei feliz em receber sua carta...
Eu adoraria conversar com você, creio que precisamos resolver muitas coisas não é?
Se puder, venha até Hogwarts hoje pela manhã, e não se preocupe, Snape não saberá...
Com carinho,
Minerva”
– Ela aceitou! – exclamei
Guardei a carta entre minhas coisas e desci para informar à todos que iria até Hogwarts, porém, assim que sentei-me à mesa, a Sra. Weasley passou a falar sobre o novo ano letivo e o material que precisaríamos.
– Nós vamos hoje ainda... Quanto mais cedo, maiores as chances de pegarmos materiais bons... – disse ela.
– Você vai adorar conhecer o Beco Diagonal Violet! – exclamou Harry. – É incrível!
– Lembre-se que eu já conheço Harry... – observei - Além do mais, não vou com vocês hoje...
– Como assim não vai? – indagou ele.
– Por quê? – perguntou Rony.
– Eu preciso encontrar com uma amiga, temos que conversar e resolver algumas coisas...
– Amiga? Qual amiga?
– Sem ofensas, mas só porque você é meu irmão não quer dizer que eu tenha que dar satisfações... Além do mais, eu sou mais velha por aqui...
– E como você vai comprar o material depois? – perguntou num tom vitorioso.
É... Ele não me conhece mesmo...
– Não se preocupe, dou um jeito... – pisquei – Agora preciso me arrumar. Aliás, todos vocês precisam não é? – ri.
– Tudo bem... – suspirou vencido – Se é assim que você quer...
Logo que terminamos o café seguimos até nossos respectivos quartos e nos arrumamos. Cerca de 1 hora depois estavam todos prontos em frente à lareira na sala.
– Vamos lá então... Rony querido, você primeiro – disse Molly.
E assim um a um foi entrando na lareira e, dizendo “Beco Diagonal”, desapareceram.
– Tem certeza que não quer ir? – perguntou-me Harry, o último que ainda restava no ambiente.
– Tenho. Agora vá... – sorri, dando-lhe um abraço e me despedindo.
Logo estava sozinha no centro da sala. Voltei para meu quarto e peguei algumas coisas, descendo e adentrando na lareira.
Em segundos estava novamente em Hogwards.
Como senti saudades desses longos e úmidos corredores!
Passei a percorrer os enormes caminhos de pedras até a sala onde a professora de Transfiguração deveria estar.
Duas batidas.
– Entre – disse ela
Assim que abri a porta da sala, vi uma mulher sentada à escrivaninha abarrotada por pergaminhos e canetas.
– Com licença... – falei
– Violet! – seu rosto encarou-me e abriu-se num sorriso terno. – Que bom que veio...
Como senti falta desse sorriso!
– Não estou interrompendo nada não é?
– Não, é claro que não... Sente-se.
– Obrigada...
– Violet, primeiro quero pedir desculpas novamente... Eu...
– Não, não precisa – cortei-a – Quem precisa pedir desculpas aqui sou eu...
Minerva olhou-me com surpresa, então prossegui.
– Fui injusta e egoísta, pensei apenas em mim e ignorei o resto... Fui uma completa idiota... – sorri – Passei minha vida inteira imaginando o que aconteceu comigo e por que fui abandonada e agora que descobri, agi como uma criança mimada!
Sentei-me na beirada da cama, suspirei e continuei.
– Eu pensei bastante em tudo que aconteceu e cheguei à conclusão que a senhora não é a culpada, aliás, ninguém teve culpa... Foram apenas as circunstâncias e certo Comensal... – falei rancorosa.
Ainda descubro quem é esse Comensal que me separou de minha família...
– Admito que, se eu estivesse no seu lugar e a Alessa viesse me pedir o mesmo que Lillian te pediu, eu não hesitaria. – confessei – De todos, ela é minha melhor amiga... Eu faria qualquer coisa por ela... – sorri. – No mundo dos trouxas há um ditado que diz: “você só dá valor a alguém quando o perde”... Acho que agora eu aprendi...
Minerva aproximou-se e sentou-se ao meu lado, segurando minhas mãos nas suas.
– Senti tanto a sua falta... – sussurrei.
McGonagall puxou-me para o seu colo e abraçou-me como apenas uma mãe faria.
– Não se preocupe mais com isso... Apenas prometa que nunca mais fará algo assim...
– Eu prometo – acenti
– Ótimo – sorriu – Me poupa de assinar uma detenção de 3 anos... – brincou.
Ficamos horas conversando e nos divertindo, sentia tanta falta dela!
– Ele está em Hogwarts? – perguntei após um tempo.
– Só não sei onde... Ele é o único que consegue sumir pelo castelo... – comentou - Você quer vê-lo?
– Sim... – concordei
– Se quiser posso ajudá-la a encontrá-lo...
– Não precisa... Acho que eu sei onde ele está... – sorri pensativa.
Assim que nos despedimos voltei a andar pelos corredores. Enquanto passava pelas estátuas e quadros ao longo do caminho, senti meu coração mais leve, como se tivesse acabado de tirar um peso da consciência.
Logo estava em frente a uma longa escada, cada degrau deixava-me mais nervosa.
O que eu iria encontrar no topo?
– Minerva, já disse para me deixar sozinho. – disse ele de costas, observando a Floresta Proibida.
– Ás vezes ficar sozinho não é a melhor opção... – falei encostando-me na parede ao meu lado.
Snape virou-se surpreso, certamente não esperava ver-me ali.
– Violet! O que faz aqui? – perguntou-me
– Falava com a Minerva... – expliquei – Acho que estamos bem agora... – sorri.
– Que bom... – disse um pouco cabisbaixo, voltando a observar a paisagem que se formava.
Um silêncio mortal formou-se, enquanto ele observava algo além do castelo, eu procurava as palavras para começar.
– Me desculpe... – suspirei, fazendo-o virar-se novamente.
– Pelo quê?
– Pelo modo como agi quando conversamos... Eu estava nervosa e tinha tanta coisa na cabeça que nem pensei direito... – pausei – Sabe, minha vida toda me perguntei quem era minha família... Sempre quis saber quem eu realmente era... – sorri – E quando descobri, ignorei... Não costumo dizer isso mas... Fui realmente muito egoísta. E por isso peço desculpas... – uma lágrima solitária caiu de meus olhos.
Snape aproximou-se lentamente e tocou meu rosto.
– Desculpe não ter contado antes...
Acenei positivamente. Meus olhos sentiam a necessidade de libertar toda a água guardada dentro deles, mas contive-me.
Quem diria que um dia eu veria Severo Snape se desculpando...
– Você tem os olhos da minha mãe... – observou.
Um sorriso iluminou meu rosto e finalmente as lágrimas guardadas começaram a cair. Severo deu um meio-sorriso e puxou-me para um forte abraço. Snape segurou-me em seus braços de tal forma que fui levantada à centímetros do chão.
– Nunca mais se afaste... – pediu-me com a voz embargada, fazendo-me acentir – Nunca mais...
Ficamos assim por vários minutos. Era tão confortante ser abraçada por ele... Por meu pai!
– O que acontece agora? – sussurrei em seus ombros.
– Agora... – começou ele, devolvendo-me ao chão e segurando meu rosto com suas mãos – Você que não se atreva a se afastar de mim novamente... – sorriu – Você é minha filha, e nunca mais quero te ver longe... Ouviu bem?
– Sim... – garanti, rindo com um sorriso enorme no rosto - ... pai... – arrisquei.
– Ótimo. – concordou – Agora é melhor descermos, está tarde...
Ele não reclamou por eu chamá-lo de pai? Isso quer dizer que estamos bem?!
– Nossa, nem vi o tempo passar... – ri – Molly deve estar preocupada... Preciso ir...
– Não, não precisa.
– Como?
– Está tarde, você não vai sair desse castelo a essa hora.
– Mas vou usar a rede de flú
– Violet, está tarde. Você vai passar a noite aqui e amanhã volta. Aliás, deve estar com fome não é? Está em Hogwarts desde manhã e não deve ter comido nada...
– Eu... Eu pensei que nenhum aluno podia permanecer em Hogwarts durante as férias...
– Você não é uma aluna qualquer, é minha filha. – afirmou – Vamos, você vai jantar aqui e depois passar a noite em seu quarto. – disse ele levando-me para as escadas.
Eu estava extremamente surpresa. Ele se preocupava comigo!
Foi um pouco exagerado, mas mesmo assim...
Ele diz que sou sua filha de boca cheia... É como se tivesse orgulho! Nunca fui tão feliz em toda minha vida, tinha meus amigos, um irmão, uma madrinha e agora um pai.
E o melhor de tudo: eles gostavam de mim.
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Infelizmente é o último capítulo antes do "gran finale"....
O que acharam da "reunião"? Faltou algo?
Vejo vocês no próximo capítulo...
Bjjss!!!