The Orphan - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 23
Capítulo 21 - Thinking Of You


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoal!!!

Esse capítulo ficou bem longo, acabei me empolgando... Espero que gostem!!

Durante a leitura vocês irão encontrar links para o youtube e para imagens, abram pf, vão ajudar bastante na compreensão... :D

Outro detalhe é que, em determinado momento, usei flashbacks, mas para não ficar repetindo os nomes de todos, criei símbolos para cada um:

∞Alessa µ Harry Ω Snape ¥ Mary β Sophie π Minerva

Boa leitura!!



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Thinking Of You

“Pensando em você”

- Violet –

As semanas seguintes passaram-se rapidamente. O tempo era algo que mal conseguíamos contar.

Devido aos inúmeros passatempos com os gêmeos e com o “Trio de Ouro Grifinório”, praticamente não tive tempo para parar e pensar em tudo que aconteceu. Já na aguentava mais forjar sorrisos e fingir que estava tudo bem.

Não estava nada bem.

Todas as noites eu tinha pesadelos horríveis com um homem calvo e uma serpente. Obviamente não contei a ninguém, mas, frequentemente, acordava com Hermione sacudindo-me por conta de meus gritos. Cada vez mais me pegava imaginando como estariam Snape e McGonagall, fugindo totalmente ao meu propósito inicial de esquecê-los.

Era como se algo estivesse terrivelmente errado, e eu precisava descobrir!

- Violet! – gritou Fred, assustando-me – O que foi? Está tão calada hoje...

- Pela primeira vez não implicou com a gente ainda! – debochou Jorge.

- Nada... Não é nada... Só não acordei muito disposta...

- Pois trate de melhorar, pois hoje é o grande dia!

- Grande dia? - indaguei

- Eu não acredito que ela esqueceu! – surpreendeu-se Rony.

- Copa de Quadribol. Você está bem? – perguntou-me Hermione

- Já disse que estou bem. – afirmei, levantando-me da mesa e voltando para meu quarto.

Preciso resolver isso...

- Violet? – disse Hermione entrando no quarto

- Me deixa sozinha um pouco Hermione, por favor...

- Se você não quiser conversar, não tem problema... – disse calmamente - É que o Sr. Weasley disse que precisamos sair em 20 minutos...

- Violet, você viu minha mochila? – gritou Gina do quarto ao lado – Eu não consigo achar!

Durante os próximos 20 minutos todos corriam pela casa para procurar suas coisas perdidas, ficava cada vez mais difícil sorrir... Por que tinha que ser assim?

Por que essa história me incomoda tanto?

- Vamos logo crianças! – gritou Arthur na porta.

Logo todos nós estávamos do lado de fora da casa com mochilas nas costas e o Sr. Weasley conduziu-nos por entre a floresta que se abria logo atrás da velha casa. Rony e Harry pareciam dois gatos de tão sonolentos que estavam, tropeçaram várias vezes!

De repente ouvimos alguém chamar pelo Sr. Weasley.

- Ah, finalmente! Pensei que nunca chegariam! – disse o homem

- Desculpe a demora, é que teve gente que demorou a acordar... – insinuou Arthur, indicando Rony e Harry - Pessoal, este é Amos Diggory, ele trabalha comigo no Ministério... – o Sr. Weasley foi interrompido pelo barulho de um garoto que pulou da árvore, assustando alguns. - E este rapaz tão forte deve ser o Cedrico, estou certo?

- Sim senhor... – respondeu Cedrico.

O garoto era alto, loiro e apesar de ser magro, parecia ter bastante força. Com certeza era capaz de grandes atos. As garotas olharam-se como se tivessem visto um Deus Grego.

Meninas...

- Vamos... Por aqui - conduziu-nos Arthur.

- Pelas barbas de Merlin, você deve ser Harry Potter! – exclamou Amos assim que viu Harry - É um prazer imenso conhecê-lo!

- O prazer é meu... – falou envergonhado.

Continuamos a caminhar por horas, onde era essa Copa afinal? Logo chegamos ao topo de um morro. A visão era espetacular! Além de o por do sol, dava para ver uma imensidão de árvores e um lago cristalino, que brilhava com os raios do sol, lembrando-me de Hogwarts.

- Muito bem, é logo ali. Vamos todos, arranjem uma boa posição... – disse Arthur.

Assim como os outros, abaixei-me e segurei na velha bota de pano que estava depositada no centro.

- Todos prontos? 1,2... – começou Amos.

- Harry! – gritou Arthur, fazendo-o agarrar na bota.

- ...3!

De repente tudo começou a girar. Luzes passavam através de meus olhos como raios, senti uma vertigem incômoda. Todos gritavam assustados com a rapidez com que éramos transportados. Era como se estivéssemos voando e algo nos puxasse com força o suficiente para perdermos a direção.

- Podem soltar meninos! – disse Amos.

- O quê?! – gritou Hermione.

- Agora! – respondeu Arthur.

Harry foi o primeiro a largar a bota velha, seguido por todos os outros. Estávamos em queda livre, e não tinha nada para nos segurar. Em poucos segundos caímos brutalmente no chão duro do campo.

- Ai... – gemi.

Arthur, Amon e Cedrico desceram como se caminhassem no ar.

- Vocês precisam me ensinar isso... - ri

- Deixe-me ajudá-la....? – disse Cedrico

- Violet. – completei. – Obrigada.

Todos levantaram-se e seguiram pelo pouco de caminho que restava, mostrando um enorme campo repleto de cabanas e pessoas voando em vassouras.

- Meninos, bem vindos à Copa Mundial de Quadribol! – gritou Arthur assim que avistamos o campo.

Enquanto passávamos pela multidão víamos malabaristas, mágicos (irônico não?), fogo, pessoas rindo e se divertindo... Era tudo maravilhoso!

Logo Cedrico e o pai foram em uma direção contrária à nossa, deixando-nos. Arthur mostrou uma pequena cabana e indicou para que entrássemos.

- Lar doce lar...

Mas é muito pequena!

Um a um entraram na singela cabana, deixando Harry e eu por último.

Se alguém visse a tenda diria que era extremamente pequena, mas por dentro era algo incrivelmente diferente! Era até maior que o quarto da Sonserina!

- Eu adoro magia... – sorriu Harry.

- Nem me diga... – retribuí.

Passamos várias horas dentro daquela pequena/grande tenda, os gêmeos faziam apostas e Rony e Hermione discutiam sobre quem era o melhor jogador.

- Vamos pessoal, está na hora!! – gritou Arthur

Todos se preparavam, pegavam seus “acessórios” de torcedor e se dirigiam à saída, porém, não me movi.

- Vamos Violet... – disse Harry.

- Eu não vou... – sorri

- O quê? Como assim?

- Harry, sabe aqueles dias em que tudo que realmente precisamos é ficarmos sozinhos e pensarmos? – ele acentiu – Então, hoje estou nesses dias... Preciso pensar em algumas coisas que ficaram pendentes... Mas pode ir, divirta-se!

- Tem certeza que quer ficar sozinha?

- Sim tenho. Pode ir...

- Tudo bem... Se cuida hein! – disse ele, beijando minha face e saindo com os outros.

Ninguém voltou para me questionar, provavelmente Harry explicou e resolveram me dar esse tempo. Esperei alguns minutos e, assim que o silencio voltou, escrevi um bilhete e deixei a cabana.

Logo que sai percebi o lugar iluminado por tochas de fogo, as cabanas escuras e as “ruas” vazias. A noite havia chegado, e com ela a sensação de refrescância.

Eu amava muito os Weasley, mas não tinha ideia de como eles conseguiam ficar juntos o tempo todo! Já estava até irritando... Cada passo que dava alguém estava por perto... Qualquer coisa que dissesse alguém ouvia e espalhava.

Sempre preferi o silencio, a calma... E a casa dos Weasley é, sem ofensas, um verdadeiro circo! Talvez não tenha sido tão boa ideia passar o verão inteiro na mesma casa que nove bruxos intempestivos... É para enlouquecer!

Sentei-me num dos bancos que jazia atrás de várias cabanas e olhei para o céu. Era tudo tão lindo... As estrelas brilhavam intensamente e a lua cheia era como uma bola de neve na imensidão escura.

Lua cheia... Como será que está Lupin? Desde que se demitiu nunca mais ouvi notícias...

E Hogwarts, será que há muitos professores por lá? O que ele está fazendo agora?

http://www.youtube.com/watch?v=tS-DmhSXL7A

- Talvez preparando alguma poção... – ri

http://images5.fanpop.com/image/photos/30800000/Jess-333-jessica-day-30883342-500-299.gif

Snape... Pai...

Por que teve que ser assim?

Uma lágrima brotou dos meus olhos, a melancolia finalmente invadindo-me. Lembranças começaram a passar em minha cabeça como um filme.

ele está sempre te observando”, disse-me Harry, “te olha com... orgulho”.

Ele parece ser muito mais cuidadoso quando o assunto é você

Desde que cheguei à Hogwarts Snape vem me observando... Em todas as aulas discutíamos e trocávamos farpas... Jamais admiti antes, mas Severo foi o primeiro professor que eu realmente gostei... Apesar de ser taciturno, fechado e irônico, além do preconceito contra as outras casas, era um excelente professor, conseguia responder qualquer coisa que lhe fosse perguntada e se saía muito bem nas demais matérias. Senti um grande respeito e admiração pelo famoso professor de poções logo na primeira semana.

Nunca realmente prestei atenção, mas agora tudo se encaixava... Desde o começo ele esteve por perto... Sempre que me cobrava lições, estava me ajudando a melhorar, cada desafio era um incentivo!

Mas então veio a viajem à Hogsmead.

Ele descobriu que era meu pai e escolheu ficar calado!

“No início me culpei por tudo que tinha feito você passar...”, disse ele, “Sabia que se eu te contasse que era seu pai, iria me desprezar”

Ele teve medo... Medo que eu o rejeitasse, medo que se machucasse novamente...

 “Tive medo de deixá-la entrar e depois te perder”

“Você merecia alguém melhor... Mas por mais que eu decidisse me afastar, não consegui.”

Ele se afastou para que ambos não sofressem... Eu por ser filha do mais odiado dos professores, e ele por uma provável rejeição.

Não é totalmente incompreensível... Ele passou a vida toda sozinho. Não posso culpá-lo por algo tão... insignificante. Ele nunca teve alguém ao seu lado para amar, nunca teve filhos ou mulher, logo, ele não sabia como agir... Era uma situação inusitada...

O tempo todo ele esteve por perto. Quando soube que eu era sua filha, tentou se aproximar... Tentou várias vezes tratar-me amigavelmente, mas eu não deixei...

- É tudo culpa minha... – sussurrei, lágrimas caíam de meus olhos.

Na noite em que comecei a desconfiar que ele era meu pai torci para que fosse mentira... Não conseguia acreditar que alguém como ele tivesse um filho... Ainda mais com uma Grifinória! Me deixei levar pelo preconceito...

Mais tarde recebi o berrador. Foi horrível! Todos do salão me olhavam, uns com pena e outros com diversão... Corri tanto que chegava a arfar com o esforço. Tudo que eu queria era fugir para o mais longe possível e chorar... A dor me atingia cada vez mais forte, o vazio ficava cada vez maior e mais profundo.

Foi então que ele apareceu. Certamente não sabia o que fazer, afinal, nunca esteve numa situação daquelas. Eu estava tão frágil que não pensei nas consequências, apenas virei-me bruscamente e o agarrei pela cintura, mas ele correspondeu ao abraço. Uma de suas mãos me apertava enquanto a outra afagava meus cabelos.

A sensação era tão boa... Tão reconfortante! Cada vez mais sentia o abraço se apertando, como se ele estivesse tão aflito como eu.

E ele estava...

Como Snape mesmo me disse, tudo que queria aquele momento era me ajudar. Ele pediu que eu confiasse nele, e, apesar de ser muito seco e frio, algo dentro de mim dizia que eu podia confiar nele.

Naquela mesma noite contei tudo que tinha acontecido, pela primeira vez, me abri. Logo ele me abraçou e, novamente, senti-me segura em seus braços, era como se ali ninguém fosse me machucar.

“Eu juro Violet, juro que te procurei!”, falou, “Perdi todas as esperanças naquele ano”

Ele me procurou por anos, só desistiu quando eu completei 11...

Por que fui tão injusta com ele?!

“Percebi que estava mais acanhada, mais... distante. Por mais que sorrisse, nunca chegava aos olhos, tudo que via neles era o vazio.”

Passei semanas na casa dos Weasley forçando sorrisos e nenhum deles percebeu o quão fechada eu estava... Snape, apesar de tudo, sempre esteve ao meu lado...

“Quanto mais eu te afasto, menos consigo te manter longe”

Sempre que eu me machucava, lá estava ele para me ajudar.

Quando caí da escada, ele me levantou. Quando me acidentei no quadribol, ele me segurou. Quando Lupin se transformou, ele me defendeu. Quando tentei fugir para lutar contra um lobisomem, ele me impediu. Quando contei sobre Sirius, ele acreditou em mim.

- Flashback on -

- Você que soltou o Sirius não é?

- Posso ser muita coisa, mas não injusto. – confessou.

Um pequeno sorriso escapou de meus lábios.

- Flashback off -

Ele foi até o Sirius e o soltou. Snape foi justo e fez a coisa certa...

Por mim.

Severo contou-me tudo sobre sua adolescência e se abriu comigo, mesmo assim agi como uma garotinha mimada e o excluí de minha vida, de novo.

A última semana de aulas foi a pior que já tive. Snape não olhava-me diretamente, não fazia perguntas e sequer se aproximava.

“O Snape estava mais sério e fechado que nunca! Não te perguntou nada! Ele sempre tenta encontrar algo que você não sabe As aulas dele são as mais legais porque vocês dois vivem se alfinetando, mas hoje... Nada! Ele nem mesmo passou dez páginas de lição!”

Ele realmente estava sofrendo... E por minha causa!

Quando subi naquela carruagem para ir embora, vi Snape em uma das varandas do castelo me observando. Seu rosto tinha uma expressão vazia, triste...

Quanto mais me distanciava, mais meu peito se apertava...

Pensei que, indo embora por um tempo, tudo ficaria bem. Imaginei que a vida me dava uma nova oportunidade de começar, e dessa vez ao lado de uma nova família.

Mas estava enganada.

Na primeira semana me senti bem com os Weasley, brincávamos e ríamos o tempo todo! Mas conforme foram passando os dias, ficava cada vez mais triste... Eu realmente gostava dos ruivinhos, mas passar as férias todas ao lado deles estava, ou melhor, está, acabando comigo!

Dói cada vez mais sua ausência... Acostumei-me a sua presença constante e, agora que poderia estar feliz com meu irmão e meus amigos, tudo que quero é vê-lo novamente...

- Fui tão estúpida! – sussurrei

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Nesse momento ouvi um barulho atrás de mim. Assustei-me e virei-me para confrontar quem quer que fosse.

- É apenas um gato... – aliviei-me.

Minerva... Fui tão injusta e mesquinha!

http://www.youtube.com/watch?v=so6ExplQlaY

Desde o início percebi que seu rosto não me era desconhecido, só não conseguia me lembrar de onde...

Agora eu sei.

Era minha madrinha!

Tudo que descobri sobre ela invadiram minha mente rapidamente. Desde o começo Minerva me observava com atenção, às vezes com curiosidade e até confusão. Apesar disso, sempre me tratou diferente dos demais... Ela também pediu que eu confiasse nela, e seu jeito doce cativou-me imediatamente.

Quando discuti com minha tia e mandei aquele bilhete para Minerva, ela não só foi atrás como me levou para Hogwarts. Minerva era como uma mãe para mim... Estávamos sempre conversando e rindo, durante as aulas eu fazia alguma piadinha e ela me acompanhava...

π “Nunca duvide disso, eu realmente gosto de você como se fosse uma filha!”

Quando discutimos, mesmo vendo tristeza em seu olhar, pensei tantas coisas ruins...

Por que ela nunca contou a ninguém que eu existia depois da morte da Lillian?

π “Violet... Sua mãe me fez prometer que ninguém jamais saberia da sua existência...”

Não, essa não era uma boa explicação...

- Mas elas eram amigas... – disse a mim mesma.

Lillian tinha o direito de não me querer e fez a Minerva prometer que nunca diria a ninguém... 

O que eu faria se Alessa me confiasse um segredo e me fizesse prometer nunca contar a ninguém? E se ela me pedisse para deixar seu filho em um orfanato?

Ela não tinha opção...

Minerva poderia me colocar no primeiro orfanato que encontrasse, mas selecionou qual seria o melhor para mim... Nunca me abandonou realmente.

πEu cuidei para que você fosse para o melhor orfanato! Conversei com a diretora e a governanta, você seria muito bem tratada! Eu te acompanhei o tempo todo... Ia te visitar frequentemente...”

Quando tinha uns quatro anos, toda semana uma mulher ia me visitar. Brincávamos o dia todo, ela me vestia, penteava meus cabelos e até me ninava para dormir... Lembro que, durante a semana toda, ficava perguntando à diretora quando a “mulher de verde” iria me visitar novamente... Eu a esperava ansiosamente todos os dias!

π “Eu tinha me apegado muito a você, te amava muito!”

Quando criança fui muito feliz... O orfanato era limpo e todas as crianças brincavam comigo. A diretora e a governanta eram gentis e sempre me ajudavam com o cadarço do tênis, com o cinto do vestido... Ambas com um sorriso no rosto...

πEu tive medo! Medo que ele a rejeitasse, medo que ele te odiasse! Nós duas sabemos que Severo Snape é o professor mais rígido e perverso que Hogwarts já teve!”

O que Snape faria se descobrisse que tinha uma filha? Um bebê para cuidar? Ela não sabia da profundidade do amor que ele sentia por Lillian e não tinha como adivinhar que ele me aceitaria ou não...

π “Eu nunca quis te machucar, nunca tive essa intenção...”

Não... Ela não quis me machucar, pelo contrário, sempre lutou para que eu fosse feliz no orfanato, me procurou, como o Snape, por anos e, quando cheguei à Hogwarts, percebeu as semelhanças e pesquisou sobre o meu passado...

Ela errou, mas no fim se redimiu e contou a verdade para ele...

O que eu faria se estivesse em seu lugar? Certamente não teria coragem de enfrentar uma garota e contar-lhe que a mãe a abandonou e que o pai era o mais frio dos professores...

A última vez que Minerva se dirigiu diretamente a mim foi para se desculpar... Seus olhos estavam úmidos e mostravam a profunda tristeza em que se encontrava.

No decorrer da última semana ficou cada vez pior.

β  “E a Minerva? Parecia muito abatida... Deu até pena! A voz dela falhou várias vezes”

∞ “Serio, o que aconteceu com vocês? Você sempre brincava com ela, fazia piadas e retribuía os inúmeros sorrisos que ela te lançava... Hoje mal se olharam!”

Fui a pior pessoa possível com eles, injusta e egoísta! Pensei apenas em mim e nunca cheguei a tentar entender o lado de cada um...

- O que estou fazendo aqui? Hogwarts é minha casa...

- Harry -

Assim que voltamos à cabana procurei Violet para contar-lhe tudo que aconteceu, o jogo foi incrível!

- Alguém viu a Violet? – perguntei

Ninguém sabia. Imediatamente me preocupei, e mesmo ela sendo a mais velha e provavelmente a mais responsável de nós dois, era minha irmã...

Procurei novamente e dessa vez encontrei um bilhete em cima da mesa.

“Harry, não se preocupe comigo, fui andar um pouco. Volto mais tarde!”

O alívio foi instantâneo.

- E então? – perguntou-me Rony – Achou?

- Ela saiu para caminhar... Mais tarde volta.

- Ótimo, então podemos voltar a falar sobre o jogo... Jorge, não me abandone! – gritou Fred.

Rony discutia com Fred e Jorge sobre quem era o melhor jogador. Hermione e Gina conversavam animadamente sobre algo e Arthur correu até a entrada, aparentemente assustado. Um estrondo foi ouvido lá fora.

- O que foi isso? – perguntou Gina

- Devem ter sido os Irlandeses... – riu Fred, voltando ao empenho de irritar Rony.

- Parem, parem, não são os irlandeses. – disse Arthur preocupado - Temos que sair daqui, agora. – completou, indicando a saída à todos.

A visão que nos esperava não era nada boa...

Havia fogo em todos os lugares. Pessoas corriam desesperadas e cada cabana era preenchida pelo vermelho das chamas. De repente, entre a multidão desesperada, um grupo encapuzado com longas vestes negras desfilava com tochas em suas mãos. Repetiam algo que não consegui compreender.

- Harry! – gritou Hermione, puxando-me pelo braço com a intenção de me tirar daquele lugar.

- Não, espera! Onde está Violet? – perguntei.

- Não sei, deve estar em casa à uma hora dessas – gritou Rony.

- Como você sabe?

- Harry, ela é inteligente, se ainda estava aqui fora já saiu! – respondeu Hermione – Vamos logo!

Todos corriam e, vencido, corri o mais que pude ao lado de Rony e Hermione. Fomos até a chave de portal e em minutos estávamos de volta à floresta.

- E a Violet? Não deveria estar aqui?

- Talvez já esteja em casa... – arriscou Rony, também preocupado.

Praticamente corremos até em casa e, em pouco menos que uma hora, estávamos de volta.

- Arthur? – surpreendeu-se a Sra. Weasley.

- Molly! – gritou Arthur – Violet está aqui?

- Violet? Não, pensei que tivesse ido com vocês para a Copa... Aliás, o que fazem aqui tão tarde da noite?

- Violet não voltou?! – exclamei ainda mais preocupado.

Arthur logo explicou tudo à Molly, que ficou desesperada.

- Precisamos voltar agora, ela pode estar em perigo!

- Não Harry, aquele lugar deve estar um caos agora. – disse Arthur

- Mas é da minha irmã que estamos falando! – gritei

- Eu sei Harry, mas sejamos realistas! Violet é muito inteligente, com certeza deu um jeito! Tenho certeza que está bem... Além do mais, o Ministério já deve estar lá!

- Talvez nós não possamos voltar, mas sei de alguém que pode e com certeza terá passe livre – disse Hermione pensativa.

- Quem? – perguntei.

- Snape. – disse ela calmamente.

- O quê?! Você ficou louca? Por que ele iria ajudar? – falou Rony

- Confiem em mim, precisamos falar com ele imediatamente! – respondeu ela.

- Eu também acho que o morcegão é a melhor opção. – disse Fred, piscando para Jorge.

- Não custa tentar... – rendeu-se Arthur. – Hermione, você vem comigo.

- Eu também vou – disse eu.

- Não Harry, você fica. Sabe que o Snape não gosta de você – disse Hermione – Logo estaremos de volta.

Antes que eu pudesse rebater, Hermione e Arthur foram até a lareira e, em segundos, desapareceram.

Espero que você esteja certa Hermione...

- Arthur –

- Sr. Weasley? Srta. Granger! O que fazem aqui? – perguntou-nos Dumbledore assim que chegamos à lareira de sua sala.

- Desculpe-nos Professor Dumbledore, mas precisamos falar urgentemente com o Professor Snape – expliquei-me.

- Ah sim, claro, só espero que não seja algo muito grave... Podem ir, ele esta em sua sala. Srta. Granger, creio que conhece o caminho – sorriu ternamente à ela.

- Sim senhor, obrigada.

Logo saímos de sua sala e corremos pelos corredores de Hogwarts.

Está tudo igualzinho à quando eu estudava aqui...

- Chegamos! – arfou Hermione, batendo na porta.

- Entre – falou uma voz fria.

Assim que entramos, Snape olhou-nos com surpresa e despeito.

É... Certas coisas nunca mudam.

- O que vocês querem? – perguntou obviamente contrariado.

Acho que não foi uma boa ideia vir até aqui.

- Desculpe a intromissão professor Snape, mas só o senhor pode nos ajudar... - começou Hermione sem medo algum.

Essa é corajosa!

- E o que seria? – disse ironicamente.

- Violet desapareceu. – disse ela.

Nossa como é direta!

Snape imediatamente encarou-a, sua frieza logo transformou-se em preocupação.

- Como assim desapareceu? – perguntou obviamente angustiado.

Retiro o que eu disse. Foi uma boa ideia vir até aqui...

- Nós estávamos na Copa Mundial de Quadribol, e quando voltamos do jogo ela não estava na cabana. – expliquei-me

- Ela deixou um bilhete dizendo que iria caminhar. Mas isso não vem ao caso. – cortou-me a garota - O problema é que os Comensais da Morte apareceram no festival e colocaram fogo em tudo, o lugar está um caos!

- Pensávamos que ela tinha voltado, afinal, é muito inteligente. Então fomos para casa. Mas ela não voltou ainda, e faz quase uma hora e meia e nenhum sinal dela... – completei.

- Queríamos voltar e procurá-la, mas o Ministério já deve estar lá, logo, não nos deixariam passar.

- E Hermione pensou que talvez o senhor pudesse ajudar...

- Por favor, o senhor pode passar por eles facilmente...  – disse Hermione praticamente implorando.

Snape observava o vazio à sua frente. De repente levantou-se bruscamente, evidentemente preocupado.

- Vocês foram muito irresponsáveis Weasley, como puderam abandoná-la naquele lugar?!! – gritou enquanto pegava sua varinha e vestia sua capa.

- Não tinha como procurá-la naquela confusão... – tentei – E eu tinha que tirar os outros de lá também...

- Não importa! Não deveriam tê-la deixado sozinha! – gritou – Agora saiam da minha sala que preciso encontrá-la. – falou com a voz seca e raivosa.

Antes que pudéssemos agradecer, Snape saiu da sala tempestuosamente e praticamente correu pelo corredor.

- Tenho certeza que ele vai encontrá-la... – sussurrou Hermione.

- Como você sabia? – perguntei confuso.

- É melhor voltarmos... – fugiu ela. – Harry está esperando por notícias...

- Violet -

Assim que os torcedores voltaram do jogo, decidi que era hora de voltar para a cabana, mas não queria ter que encarar mais uma dúzia de discussões entre Rony e os Gêmeos, fora as rivalidades que, com certeza, todos os Weasley têm em relação a times e jogadores.

Permaneci onde estava e observei um grupo de crianças brincando e se divertindo com a bandeira do grupo, provavelmente o vencedor. Fiquei minutos ali, até que percebi uma fumaça se levantando no canto extremo do campo.

Isso é... fogo?!

Todos começaram a correr desesperadamente. As crianças logo foram pegas no colo pelos pais, fazendo suas pequenas bandeiras caírem no chão. Levantei-me imediatamente para voltar à cabana e encontrar Harry, mas a multidão arrastou-me para o lado oposto. Tentei me desviar e consegui entrar numa das cabanas vazias, porém, antes de sair pelo outro lado, fui atingida por um pedaço de madeira que caia da tenda, lançando-me ao chão.

Senti minha cabeça arder e desmaiei, sem forças para sair daquele lugar.

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Acordei com o som de pedaços de madeira se partindo e, assim que levantei os olhos, percebi que estava tudo embaçado e escuro. Tentei me levantar, mas o pedaço de madeira continuava sobre mim. Nesse momento ouvi um homem se aproximar.

- Bando de covardes... – riu ele.

Era um homem alto, bonito e pálido com cabelos negros. Vestia roupas escuras e parecia um tanto perturbado.

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Pensei em pedir ajuda, mas antes que pudesse abrir a boca, o homem tirou sua varinha e estendeu-a para o céu.

- Morsmordre! – gritou.

Um jato de luz verde invadiu o céu, lentamente tomando a forma de uma caveira, logo surgiu uma serpente e enrolou-se à enorme figura no céu.

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O homem sorria.

Mas o que ele está fazendo?

Levantei o rosto para poder vê-lo melhor, porém, com o movimento minhas pernas esbarraram em algo, fazendo um barulho extremamente alto para o silêncio que reinava.

Droga!

O homem rapidamente olhou na minha e direção e, assim que me viu, começou a se aproximar.

Não... Tenho que sair daqui!

Tentei novamente sair debaixo da madeira, mas não consegui. A cada passo que o homem ficava mais perto, o desespero começava a tomar conta de mim. Rapidamente alcançou-me, observando-me com a expressão curiosa.

Acho que me dei mal...

- Ora ora, olha quem temos aqui... – sorriu ironicamente como se já me conhecesse – Sabe, você me lembra muito uma pessoa... Na verdade, são idênticas! – riu

- Quem é você? – perguntei pausadamente

- Não, eu faço as perguntas por aqui... - sorriu – Sua voz é bem firme... E seus olhos... Ha, os olhos... São os olhos dela...

- De quem está falando?! – estourei

- E pelo jeito tem o mesmo gênio... – encarou-me novamente – Como uma garota como você pode ser filha daquele morcego? – falou para si mesmo.

Morcego? Como ele sabe?

- É Violet não é? Minha querida Bella ficaria muito satisfeita em te ver novamente...

- Bella?

Só eu percebi a semelhança?

- Bella é só para os mais próximos... Pra você... – abaixou-se ameaçadoramente - ... é Bellatrix. – sorriu - Mas ela não pode te encontrar com você debaixo dessa taboa... Já ouviu a frase “não deve brincar com fogo”? – debochou novamente enquanto tirava a madeira de cima de mim. – Pronto, bem melhor não é? – perguntou, estendendo a mão.

Minha única chance de fugir é estando de pé, para isso... preciso fingir que confio nele.

Segurei sua mão e levantei-me.

- Obrigada. – disse eu, forjando um sorriso.

- Por nada... – falou, encarando-me dos pés à cabeça – É incrível a semelhança...

Olhei rapidamente para os lados, calculando qual seria a melhor estratégia, afinal, ele ainda segurava minha mão.

- Você fica falando que sou parecida com alguém... De quem está falando? – perguntei inocentemente.

- Eu já disse que eu faço as perguntas aqui...

- Diga ao menos seu nome – insisti.

- Rodolphus, às suas ordens senhorita... – sorriu, reverenciando-se como se estivesse frente à uma rainha.

Idiota...

Aproveitei a distração e, aplicando-lhe uma joelhada, comecei a correr o mais rápido que podia.

- Menina insolente! – gemeu – Você não vai escapar!

E então se iniciou um “jogo de gato e rato”. Corri desesperadamente através dos destroços queimados enquanto Rodolphus me perseguia. Consegui me esconder dentro de uma das tendas e passei a procurar minha varinha entre minhas roupas.

- Então você quer brincar garotinha? Pois bem, vamos brincar... – riu – Sabe, eu amo perseguir e torturar as pessoas... Acho que só perco pela minha querida Bellinha... Expelliarmus! – gritou, perfurando um dos panos ao meu lado.

Finalmente encontrei minha varinha!

Os passos de Rodolphus cessaram, assim como sua voz.

Droga, onde ele está?

Assim que me aproximei da borda da tenda para procura-lo, um raio passou raspando em meu rosto e atingiu os móveis queimados logo atrás.

- Ah! – gritei impulsivamente.

- Acho que assustei alguém... – gargalhava ele – Peço perdão mocinha... – debochou.

Estou bem encrencada! Por que não voltei à tenda quando tive a chance?!

Corri o mais rápido que pude na direção contrária, mas logo Rodolphus passou a me perseguir novamente. Eu era rápida, mas não o bastante.

- Estupefaça! – gritou ele

- Protego! – rebati, virando rapidamente e defendendo-me do feitiço.

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- Vejo que aprendeu bem a lição – riu – Mas quanto tempo consegue aguentar? Eu, particularmente, posso ficar o dia todo assim... – sorriu

Pior que ele está certo... Não vou aguentar por muito tempo...

Minhas chances eram poucas. Podia tentar a sorte em um feitiço não verbal ou parar o Protego e lançar outro. Mas Rodolphus é claramente mais forte que eu... E um feitiço básico não faria nem cócegas nele! Minha última opção era tentar uma Maldição Proibida...

Mas seu eu lançar um Crucius o Ministério vai descobrir e eu posso ser expulsa de Hogwarts... Ou algo pior.

- Já está cansada? – perguntou ele, percebendo meu rosto preocupado.

- Não desisto facilmente! – respondi, tentando soar o mais confiante possível.

- Desistir e ficar cansada são coisas totalmente diferentes... Pelo menos nesse caso – riu

Se eu continuar assim não vou aguentar por muito tempo... Minha única chance de sair daqui viva é correr, e pra isso preciso atacar.

- Levicorpus! – gritei, atingindo-o e correndo na direção oposta.

- Liberacorpus! – ouvi-o falar.

Apesar de estar com dor nas pernas e extremamente cansada, corri o mais rápido que pude, desviando de todos os objetos pelo caminho. Lágrimas caiam incessantemente por meu rosto, impossibilitando-me de ver muita coisa.

Olhei para trás e não encontrei sinal algum de Rodolphus, dando-me um alívio imediato. Assim que recuei dois passos, senti alguém segurar meus ombros. Comecei a me debater fortemente, mas a pessoa agarrou meus braços de tal forma que não tinha como escapar.

- Não!! – gritei desesperada, as lágrimas caindo com mais ferocidade.

- Violet acalme-se, sou eu! – disse ele, afrouxando seu aperto.

Virei-me rapidamente e deparei-me com aqueles olhos escuros observando-me.

- Pai! – exclamei ao mesmo tempo em que me joguei em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Uou!!!!

Tenho algumas perguntinhas.... :D
— Por que Rodolphus perseguia Violet?
— A quem ele se referia quando comparou-a a alguém?
— O que o Snape fará depois de ela chamá-lo de pai???
— E a última, mas não menos importante... Por que Hermione sugeriu que fossem atrás do temido professor de Poções??

Bjjss e até a próxima!!!