The Orphan - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 20
Capítulo 18 – Resentments


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoal!!!
Aqui estou novamente...

Este capítulo é um pouquinho triste... Não me matem!! kkkk



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“Ressentimentos”



– Violet –


Passei a noite pensando e repensando tudo que Snape e Bella me disseram. Nada fazia sentido. De acordo com Severo, Lillian era bondosa, gentil e doce, mas Bella afirmava que era fútil, egoísta e metida.

Em quem eu acredito? Apesar de tudo, Bella me criou! Mal conheço Snape... Como posso saber se ele estava falando a verdade? Ele disse que me procurou sempre, pediu desculpas e disse que não quer me fazer sofrer novamente, mas como posso esperar algo assim dele? Em momento algum afirmou gostar ou ao menos simpatizar comigo...

Não conseguir se afastar é bem diferente de gostar... de amar!

– Violet? – perguntou ele, tirando-me de meus pensamentos.

– Harry! O que faz aqui? Ainda é cedo! – surpreendi-me.

– Eu não consegui dormir... E acho que precisamos conversar...

– É... Acho que sim... – hesitei.

– O que aconteceu com você? – perguntou ele – Desde o começo.

Será que ninguém pode me dar um descanso?

Harry sentou-se a meu lado em uma das poltronas e esperou-me começar.

– Certo... Como você deve saber, Lillian e Thiago se conheceram na escola...

– Sim, ele a pediu em casamento depois da formatura.

Bem depois...

– O que quer dizer?

– Eles se aproximaram mesmo por volta do 4º ano, mas viviam brigando e discutindo pelos corredores, mas no final sempre se entendiam. Conforme foram passando os anos, eles ficaram cada vez mais unidos, porém, discutiam mais. – comecei - Na formatura tiveram uma briga muito séria e romperam o namoro, e é aí que minha história começa. Naquela noite ela ficou muito triste e se consolou com um amigo. Eles acabaram ficando bêbados e... Aconteceu. – admiti um tanto sem graça.

– Então seu pai era um amigo da mamãe?

– Desde a infância.

Se Snape falou a verdade.

– Na manhã seguinte, Lillian percebeu o erro que tinha cometido, afastou-se permanentemente dele... – disse eu, ainda magoada - ...e voltou para o Thiago. Dois meses depois descobriu que estava grávida. Ela ficou com medo e desapareceu completamente até meu nascimento. Pelo que sei, um dia antes de eu nascer um bruxo, talvez comensal da morte, não sei muito bem essa parte, mas enfim, esse bruxo apareceu e mexeu com a cabeça dela, obrigando-a a me entregar.

– Ela te abandonou? – perguntou desolado.

– Me entregou a uma amiga e pediu que me levasse para um orfanato, sua única exigência foi que ninguém jamais descobrisse que eu existi... – falei com a voz falha. – Até os cinco anos vivi naquele orfanato, mas então apareceu uma mulher se dizendo minha tia legítima e conseguiu minha guarda. Depois disso desapareceu comigo pelo mundo e apagou qualquer rastro meu. Foi realmente como se eu nunca tivesse existido.

Lágrimas começavam a correr pelo meu rosto, assim como no de Harry, que aparentava estar tão abalado quanto eu.

– Essa tia me internou num colégio escocês e manteve-me lá minha vida toda. Só a via uma ou duas vezes por mês. Quando completei 11 anos ela me disse que eu era uma bruxa e começou a me ensinar tudo sobre magia e feitiçaria. Ela dizia que eu era muito inteligente e que estava bem avançada para minha idade. No meu aniversário de 14 anos, pela primeira vez, recebi uma visita diferente. Dumbledore.

– Ele te encontrou? Como? – perguntou surpreso.

– Não sei. Ele apareceu no Colégio Interno e disse tudo que eu já sabia, pediu desculpas por não ter enviado cartas antes e que eu tinha uma vaga em Hogwards. Minha tia só voltaria no mês seguinte, então decidi não esperá-la. Dumbledore levou-me até o Beco Diagonal e juntos compramos tudo que eu precisaria. O resto você já sabe...

– Então... Nossa mãe te abandonou por medo do que o meu pai pensaria?

– Ainda não sei todos os detalhes, mas acho que sim...

– Eu sinto muito... Pensei que minha história fosse ruim, mas a sua é pior...

– Você pelo menos teve alguém para chamar de família... Eu vivi minha vida toda sozinha.

– Mas agora não está mais sozinha, além de amigos somos irmãos, e ficaremos juntos sempre! – disse ele levantando-se e me abraçando. – Não vejo a hora de dizer para todo mundo que eu tenho uma irmã! – sorriu. – Alguém já sabe?

– Rony, Hermione e alguns professores... – sorri. – Se bem que provavelmente todos eles sabem... – ri.

– Até os professores? Quem já sabe?

– Hmm... Dumbledore, Minerva, Lupin e Snape...

– Snape?

Nesse momento ouvimos um barulho da porta, como se alguém caísse.

– Quem está aí? – gritou Harry. – Já volto.

Harry foi até a porta, observou o corredor e voltou.

– Não tinha ninguém... Acho que foi a gata do Flinch... – rimos.

Era tão bom poder conversar com o Harry como dois irmãos... Tínhamos muito que colocar em dia...

– Bom dia! Já acordados? – perguntou McGonagall amigavelmente alguns segundos depois.

– Não consegui dormir – respondeu Harry

– E você? – dirigiu-se ela a mim.

– O mesmo – disse eu friamente.

Por que ela fez isso comigo? Por que justo ela escondeu a verdade de mim esse tempo todo? Se o que Snape me disse é verdade, por que ela nunca contou a ninguém que eu existia depois da morte da Lillian?

Minerva assustou-se com minha frieza e olhou-me com evidente tristeza.

– Harry, acho que seus amigos estão te esperando... – disse ela.

– Tudo bem... Conversamos depois Violet... – disse ele depositando um beijo na minha bochecha e saindo, deixando-me sozinha com McGonagall.

Assim que a porta foi fechada Minerva aproximou-se e sentou-se na beirada da minha cama.

– Severo me contou que vocês conversaram... – começou ela.

– Sim.

– Então acho que tem algumas perguntas para me fazer não é? – disse ela, levantando a mão para acariciar meu rosto, porém, esquivei-me rapidamente.

– Por que ajudou a Lillian a me abandonar? – fui direto ao ponto.

– Na época não tive escolha...

– Claro que teve! Sempre temos escolhas!

– Violet, eu tinha prometido à Lillian!

– E uma promessa a uma amiga era mais importante que a vida de uma criança recém-nascida?!

– Não! Eu cuidei para que você fosse para o melhor orfanato! Conversei com a diretora e a governanta, você seria muito bem tratada! Eu te acompanhei o tempo todo... Ia te visitar frequentemente...

– Sabe, no dia que a Bella apareceu, eu ouvi a conversa com a diretora. Ela disse que minha tia teve sorte, pois muitos casais gostaram de mim e quiseram me adotar... Sempre que algum se interessava minha “madrinha” não aprovava... Por que fez aquilo? Porque me privou de ter uma família?!!

– Eu tinha me apegado muito a você, te amava muito!

– Se me amasse não teria me feito tanto mal...

– Mal?

– Sim!! – explodi - Quando a Lillian me abandonou você teve uma escolha: podia me entregar num orfanato e me esquecer, ou podia me deixar com alguma família, me entregar para algum casal... Como fizeram com o Harry... – lágrimas caiam incessantemente.

– Violet... Sua mãe me fez prometer que ninguém jamais saberia da sua existência...

– E assim foi feito. Ninguém jamais desconfiou que a santa Lily Potter tivesse uma filha com outro homem! Nem mesmo depois da própria morte! Já que tinha se apegado tanto a mim e barrava qualquer um que se aproximava para me adotar, podia muito bem ter me trazido para cá quando a Lillian morreu. Podia inventar qualquer mentira, qualquer coisa!

– Por favor, não diga isso... Não sabe o quanto me machuca você...

– Machucar?! – cortei-a – O que você sabe sobre se machucar?! Eu cresci sozinha, sem amigos, sem família, sem ninguém que se importasse! A vida toda culpei minha tia por ter me tirado daquele orfanato e me trancafiado num colégio interno, mas hoje vejo que ela apenas se aproveitou da situação. A única pessoa que poderia me ajudar não o fez. Quem desencadeou todo o sofrimento pelo qual passei não foi Bella Lestry, foi você. – disse eu com lágrimas percorrendo cada canto do meu rosto. – Justo você...

– Violet, por favor, não diga isso... Eu nunca quis te machucar, nunca tive essa intenção...

– Não teve mas fez. Agora vamos esquecer o passado. – falei ironicamente – Você descobriu quem eu era na tarde que fomos a Hogsmead, certo?

– Sim, eu...

– E mesmo assim calou-se. – cortei-a – Eu confiava em você, eu me abri sobre minha vida e MESMO ASSIM ESCONDEU A VERDADE DE MIM! Se fosse qualquer outra pessoa eu até não me importaria muito, mas você estava ligada diretamente à minha história! Tinha que me contar!

– Eu não podia!

– Por quê?! Estava presa à promessa que fez pra Lillian? Você viu como eu me sentia! Você sabia que eu estava desolada e mesmo assim ficou calada!! Assim como fez quando Lillian morreu! Ninguém precisava saber que ela era minha mãe, mas Snape merecia! Por mais que ele não me quisesse ou aceitasse, merecia saber que tinha uma filha!

– Eu tive medo! Medo que ele a rejeitasse, medo que ele te odiasse! Nós duas sabemos que Severo Snape é o professor mais rígido e perverso que Hogwards já teve!

– Mesmo assim! Todo homem merece saber que tem um filho solto no mundo! Assim como toda criança merece saber quem são seus pais!

– Violet...

– Por seu egoísmo eu cresci sem família.

– Egoísmo?! – perguntou indignada.

– SIM! Tudo que Lillian te pediu foi que me abandonasse. Por que ainda manteve contato?! Por egoísmo não deixou ninguém me adotar, por egoísmo escondeu minha existência do Snape depois que ela morreu!! Por egoísmo seu eu não tive família!

– Violet, não fale assim comigo!

– Eu nunca contei minha história para ninguém. A primeira pessoa que soube foi você, e sabe por quê? Porque eu confiava em Minerva McGonagall, pensei que realmente gostasse de mim...

– Mas eu gosto! Nunca duvide disso, eu realmente gosto de você como se fosse uma filha!

– MENTIRA! Sabe, de acordo com as leis trouxas, quando os pais morrem quem fica responsável por criar e cuidar de uma criança são os padrinhos. Você me criou? Você cuidou de mim? Não! Se realmente me amasse, logo que a Lillian morreu teria me trazido para cá e me criado! Podia inventar que eu era sua sobrinha, a filha de uma amiga, podia até dizer que teve pena de mim e resolveu me ajudar! Podia dizer QUALQUER COISA! Mas fez? Não! Apenas me manteve no orfanato! Era mais cômodo não é? Não teria gasto nenhum, não teria uma criança correndo pelos corredores ou chorando à noite...

Minha garganta doía, assim como minha cabeça estava a ponto de explodir. McGonagall chorava com a mesma intensidade que eu, porém mais discreta. Meus olhos estavam cansados e meu peito machucado.

– Eu até consigo entender os motivos do Snape, não aceito, mas entendo. Já os seus... Não dá! Por mais que eu pense não consigo entender o porquê de tudo isso...

– Me desculpe, por favor, Violet, perdoe-me, eu sei que errei muito, mas acredite, nunca quis te magoar...

– Mas magoou. Eu confiei em vocês dois, me abri, e ambos se calaram. A única pessoa que sabe o que aconteceu comigo além de você e do Snape é o Harry. Só contei porque é meu irmão e, assim como eu, merecia saber.

– Violet...

Minerva tentou conversar, mas minha cabeça doía muito, assim como meu coração. Tratei de cortá-la friamente antes que terminasse a frase. Limpei minhas lágrimas e voltei a me deitar calmamente.

– Me desculpe professora McGonagall, mas estou cansada e sentindo muita dor de cabeça, será que a senhora poderia se retirar e pedir à Ponfrey que venha me ver, por favor? – disse eu olhando para o lado oposto.

Ela olhou-me com tanta tristeza que quase cheguei a ter pena. Quase.

– Tudo bem... Se é o que você quer... – disse ela limpando as lágrimas e levantando-se – Vou chamá-la imediatamente. Desc... – começou, mas cortei-a antes de terminar a palavra.

– Obrigada. – falei friamente.

– Me desculpe... – sussurrou antes de sair do quarto.

Pude ouvir um choro abafado nos corredores, fazendo-me desabar novamente. Lágrimas começaram a aparecer ainda mais raivosas, a dor no peito intensificava-se cada vez mais.

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Logo apareceu Ponfrey.

– Por Merlin! Violet querida, o que houve? Está tão pálida! E seus olhos estão inchados e vermelhos! Andou chorando? – perguntou pesarosamente.

– Só preciso dormir. Por favor, acabe com essa dor que me consome tanto! – implorei.

– Você não quer me contar? Talvez eu possa te ajudar... – sorriu enquanto acariciava meus cabelos.

– Não... Estou cansada de conversar e repetir a mesma história, tudo que quero agora é paz... – sussurrei. - Sei que é pedir muito, mas não quero ver ninguém...

– Não se preocupe, darei um sedativo e proibirei qualquer visita. Tudo bem assim? – perguntou docemente.

– Obrigada. – sorri fracamente.

Ponfrey aplicou algo em minhas veias e logo o cansaço tomava conta de meu corpo.

– Agora durma querida, vai ficar tudo bem... – sussurrou.

Naquele quarto vazio mergulhei na mais profunda solidão e tristeza.





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Notas finais do capítulo

Eu sei, Violet foi injusta com a Minerva... Mas, por outro lado, está muito ressentida com tudo que aconteceu...
E o que vocês acham??
Não deixem de comentar!!!