The Orphan - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 19
Capítulo 17 – Come With Me


Notas iniciais do capítulo

Heyyy!! Aqui estou novamente!!!

Finalmente a conversa entre Snape e Violet!! O que será que os reserva??



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“Venha comigo”

– Violet –

“Por que você é minha filha!!”

Eu já sabia que ele era meu pai, mas ouvi-lo confessar desse modo paralisou-me. Imediatamente parei de lutar, seu aperto afrouxou-se em meus braços e meus olhos voltaram a derramar lágrimas silenciosas. Snape encarava-me profundamente, como se procurasse algum sinal de revolta ou contrariedade.

Eu não conseguia falar ou fazer nada. Antes me conformava que ele não sabia da minha existência, logo, era mais fácil aceitá-lo me ignorar e vice-versa. Mas naquele momento me dei conta de que nunca mais seria assim, tínhamos muitas pontas soltas em nossa história...

Preciso dizer alguma coisa... Mas o que?!

De repente senti um frio subir pela espinha seguido por um arrepio. Olhei para cima e vi dezenas de vultos negros se dirigirem para o lago. Um medo atingiu-me, não por mim, mas por Harry e Sirius. Snape percebeu.

– É melhor sairmos daqui. – avisou – Vamos...

Eu queria protestar, queira gritar e sair correndo para ajudar Harry, mas minhas forças não davam conta sozinhas. Snape soltou meus braços e conduziu-me para o caminho do castelo.

– Harry e Sirius... Eles... – tentei.

– Harry ficará bem, pelo que sei Lupin o ajudou com o Patrono não é?

– Mas sozinho ele não dará conta de todos – insisti.

– Você não vai voltar. - afirmou

– Mas e o Sirius? Ele não tem varinha e está há anos sem praticar magia...

– Ele merece!

– Não! – parei, pondo-me frente a ele. – Ele é inocente!

– Ele entregou a Lillian para Voldemort!

– Não foi ele! – pestanejei

– Então quem foi? – contra atacou.

– Pedro Pettigrew. Não acha que seria muito óbvio Sirius ser o Fiel do segredo? Era o mais próximo dos Potter! – comecei – Ele passou a responsabilidade para o Pettigrew, assim, enquanto os Comensais se preocupassem com ele, os Potter ficariam em paz. – falei, a amargura tomando conta novamente – Aquele covarde entregou minha mãe para Voldemort e depois cortou o próprio dedo para fingir-se de morto! Ele esteve escondido esse tempo todo na forma de um rato imundo! – exclamei.

– Como você sabe disso? – perguntou. Sua voz transparecia raiva.

– Sirius e Lupin nos contaram tudo hoje, e depois que você foi atingido tiramos a prova. Eu vi Pettigrew, eles queriam matá-lo, mas eu os convenci de levá-lo para os dementadores. Infelizmente conseguiu fugir quando Lupin se transformou... Mas o meu caminho ele com certeza nunca cruzará novamente. – falei, ultrapassando Snape.

– Como tem tanta certeza?

– Ele tem medo de mim... E depois do que fiz e falei a ele hoje, duvido que queira arriscar...

Snape estava pronto para pestanejar, mas nesse momento eu tropecei numa pedra e cai das escadas de musgo fresco.

– Violet! – gritou ele – Você está bem? – perguntou claramente preocupado.

– Acho que torci o tornozelo... – gemi.

Snape pegou um dos meus braços e passou por seu pescoço, dando-me sustentação para levantar. E assim o fiz. Logo que pus-me em pé apoiei meu braço no dele e continuamos o caminho em silêncio.

Poucos minutos depois chegamos ao castelo.

– Violet! – exclamou Ponfrey – Você aqui de novo?

– Oi – sorri – Sentiu saudades?

– O que aconteceu dessa vez? – perguntou ela.

– Ela tropeçou e torceu o tornozelo. – explicou Severo enquanto conduzia-me até a maca.

– Violet! Por que demorou tanto? – perguntou Hermione, aparecendo de trás de uma cortina branca.

– Eu volto depois – avisou Snape, relutantemente dirigindo-se até a porta.

– Aqui querida, tome isso – disse Ponfrey.

– Você está bem? – perguntou Rony.

– Estou sim, só torci o tornozelo. Por isso demorei Hermione, é difícil andar com o pé machucado, não é Rony? – falei sorrindo.

– Com certeza... Pensei que iriam amputar minha perna...

– Não seja exagerado Rony! – repreendeu-o Hermione.

– E o Harry? – perguntei.

– Está com o Dumbledore. – explicou a garota.

– E Sirius, alguma notícia?

– Está preso numa das masmorras, receberá o beijo do dementador ainda essa semana. – lamentou ela.

– Então vão matá-lo?

– Pior, eles vão sugar a alma dele...

Nesse momento Dumbledore abriu a porta e entrou na enfermaria acompanhado por Harry.

– Diretor, o senhor tem que impedir, pegaram o homem errado! Por favor, acreditem em nós...

– Eu acredito Srta. Hermione, mas creio que a palavra de quatro bruxos de 13 anos irá convencer poucos... – aproximou-se da maca onde Rony descansava e bateu sua mão calmamente na perna machucada dele.

A cara do Rony é hilária!! Deve estar doendo...

– A palavra de uma criança é pura e verdadeira, mas tem pouco valor para aqueles que não sabem ouvir... – pausou.

De repente, Dumbledore pareceu lembrar-se de algo.

– Como é misterioso o tempo... Poderoso, e quando interferimos, perigoso. – pausou - Sirius Black está na cela mais alta da torre oeste. Conhece as leis Srta. Hermione, não podem ser vistos. – olhei para ela e uma luz veio à minha mente.

O vira-tempo! É claro!

– E vocês vão conseguir, eu sei, retornar antes da última badalada... Caso contrario, as consequências serão terríveis, inimagináveis. Se tudo der certo, mais de uma vida inocente poderá ser salva. Três voltas devem bastar eu acho... – piscou, indo até a porta, porém, antes de sair, falou uma última coisa – Ah, e na dúvida, acho que reconstituir os meus passos é uma boa maneira de começar. – sorriu - Boa sorte. – e fechou a porta atrás de si.

– Mas que maluquice foi essa que ele acabou de falar? – perguntou Rony.

É essa maluquice que pode salvar o Sirius.

Instantaneamente sorri, e Hermione pareceu notar.

– Lamento Rony, Violet, mas já que não podem andar... – disse ela, tirando o colar de baixo da blusa e rodeando Harry também.

– Rony, doeu? – ri apontando para sua perna, numa tentativa de distraí-lo de Harry e Hermione que, após três voltas, desapareceram.

– Ele é louco! – exclamou.

Nesse momento a porta abriu-se novamente, mostrando Harry e Hermione, ambos com um sorriso no rosto.

– Como foram parar aí? – surpreendeu-se Rony - Eu estava falando com vocês aqui, e agora estão aí?

– Do que ele está falando Harry? – perguntou Hermione inocentemente.

– Sei lá... Que isso, ninguém estaria em dois lugares ao mesmo tempo...

– Rony, você deveria descansar, está imaginando coisas... – ri

– É Rony, descanse. – insistiu Harry, piscando logo em seguida para mim.

– Hmm Violet, posso te fazer uma pergunta? – disse Hermione.

– Claro...

– Como que demorou tanto? Digo, Rony estava pior que você e apoiado em mim... E mesmo assim chegamos muito antes que você e o Snape...

Droga!

– Não sei... Eu...

– Violet, conta outra. – começou Rony – É óbvio que vocês têm alguma coisa...

– Rony!!

– O quê? É verdade! Ele parece obcecado por você...

– Nisso tenho que concordar... – falou Harry.

– Você é a única que consegue tirá-lo do sério, e olha que alunos como os Weasley dão trabalho... – debochou Hermione – Se eu fosse professora e algum aluno batesse de frente como você faz com ele, eu já tinha te dado uma bela de uma lição... Mas ele... Nada.

– Vocês dois estão sempre discutindo, dá pra ver até um brilho no olhar... – riu Rony

– Sem contar que ele está sempre te observando. Nas aulas fica te encarando, como se esperasse que fizesse algo errado. Nos corredores fica te seguindo e às vezes até te procurando. E durante as refeições... – hesitou Harry - Bem, acho que é bem óbvio...

Então ele fica me observando o tempo todo? Já tinha percebido uma vez ou outra, mas... sempre?

– Pelo jeito não é... – disse Hermione – Ele passa quase o jantar inteiro te encarando, até a Minerva uma vez brigou com ele... Precisava ver a cara dela!

– Vocês não estão exagerando? – tentei

– Você diz isso porque não percebe que ele fica o tempo todo olhando para você. – comentou Rony – Outro dia eu até vi o esboço de um sorriso no rosto dele!

– É verdade, tinha esquecido esse detalhe.

– Snape sorrindo? Vocês estão bem? – debochei

– Foi nos primeiros dias de volta às aulas. Você estava discutindo com o Malfoy e as meninas do seu lado. Eu olhei para a mesa dos professores pensando que algum deles logo iria intervir. – falou Hermione - Foi aí que eu vi o Snape te olhando com...

– ...orgulho. - completou Rony. – Ele parecia bem satisfeito de ver vocês dois discutindo, e quando você “acabou” com aquele loiro aguado o Snape até deu um sorrisinho... Eu juro que quase cai para trás...

– Sem contar que ele parece ser muito mais cuidadoso quando o assunto é você. – disse Harry – Aquele dia que o Sirius entrou no castelo e você desapareceu eu pensei que o Snape fosse esganar alguém. Dava para ver na cara dele muita raiva e preocupação.

– Quando um aluno se machuca no quadribol ele nunca desce para ajudar. Mas quando você caiu ele foi correndo! Parecia super angustiado... Eu nunca o vi daquele jeito... – disse Hermione.

– Admita, ele é obcecado por você. – insistiu Rony.

– Pode ser apenas um tipo de... – qual a palavra? – admiração. Não quero me gabar, mas depois da Hermione sou a melhor aluna da escola, sem contar que tenho talento no Quadribol e sempre venço uma discussão. – admiti – Talvez seja apenas orgulho por eu ser justo da casa em que ele é diretor...

– Isso não é motivo. Eu sou a melhor aluna da Grifinória e mesmo assim a McGonagall não fica me seguindo o tempo todo... O Harry é o melhor apanhador que Hogwards já viu e ela também não o persegue.

– Lembra da época que passou uma semana aqui? – acenti – Então, em uma daquelas noites eu não conseguia dormir, então vim para te ver. Quando cheguei no corredor percebi que tinha alguém com você. Pensei que fosse Madame Ponfrey ou McGonagall, mas não eram elas. Logo ele saiu, parecia bem desolado... – disse Harry.

– Bom, eu não sei por que ele faz isso... Aliás, nunca tinha percebido tanta coisa como vocês... – menti.

– E então, como vocês estão? – perguntou Ponfrey, adentrando no quarto e finalizando o assunto Snape.

Graças a Merlin!

Durante resto do dia o castelo ficou em polvorosa, afinal, Sirius Black tinha fugido novamente. Harry disse que quando chegaram à masmorra as grades já estavam estouradas e Sirius livre. Apenas deram-lhe uma carona e, por mais que insistissem, não obtiveram respostas. Ele apenas disse que “um amigo” o ajudou e pediu segredo.

Quem faria isso?

Dois dias se passaram e eu permanecia na enfermaria. Ao contrário do Rony, que já tivera alta, eu me recusava a ser curada com magia. Nunca a usei para ficar boa, não seria agora que o faria. Novamente, todos os meus amigos vieram me visitar e trouxeram-me presentes.

Mas quem eu mais queria ver não apareceu.

Durante a noite eu continuava a sentir alguém me observando, mas sempre que abria os olhos não via ninguém. Em determinado momento desisti de dormir, levantei-me cuidadosamente e andei até uma mesa no canto do salão vazio.

– Não deveria estar dormindo? – surpreendeu-me ele.

– Eu não consigo dormir. – expliquei. – Além do mais, odeio ficar presa nesse quarto, mais especificamente nessa maca... - reclamei enquanto voltava a me deitar.

Snape aproximou-se da cama e, olhando-me nos olhos, surpreendeu-me novamente.

– Venha comigo. – disse estendendo a mão para me ajudar a sair da maca. Vendo minha confusão, explicou-se. – Você não gosta de se sentir presa, então venha comigo, quero te mostrar um lugar.

– Mas não é contra as regras?

– E desde quando você respeita as regras?

Nessa ele me pegou.

Acenti com o rosto e, segurando em sua mão para não cair, deixamos a enfermaria. Percorremos um dos corredores e subimos as escadas. Logo que chegamos tive uma visão maravilhosa.

Estávamos no topo do castelo, numa das torres mais altas que dava visão para a Floresta Proibida, o Lago e muito mais além. A lua cheia preenchia o céu, milhares de estrelas refletiam-se na imensidão do lago.

– É... É lindo! – sorri maravilhada, soltando sua mão e aproximando-me do parapeito.

– Descobri essa torre no terceiro ano... Era o lugar preferido da sua mãe... - virei-me calmamente e o encarei.

É agora.

– Então... Vocês realmente foram amigos? – perguntei.

– Por muitos anos sim... – disse ele, indicando para que eu me sentasse num dos bancos.

Snape sentou-se frente a mim e começou.

– Nós os conhecemos num parque trouxa. Ela era muito doce e atenciosa e logo nos tornamos amigos, praticamente inseparáveis. Fui eu quem contou a ela que era uma bruxa. – disse – Quando viemos para Hogwards fomos separados. Ela entrou para a Grifinória e eu para a Sonserina. – suspirou – Mas mesmo com essa grande diferença, continuamos a nos ver, éramos muito próximos... – parou. – Até que começou a se aproximar do Potter. Eu nunca me conformei com aquela “amizade”... No fim do quarto ano cometi a maior besteira da minha vida e ofendi Lillian. Chamei-a de “sangue-ruim”. – disse rancoroso.

Era de se esperar...

– Depois daquele dia ela se afastou e cortou qualquer laço de amizade entre nós. Nos corredores ela me ignorava e, quando eu me atrevia a chamá-la, dizia que nunca voltaria a falar com alguém que a considerava sangue-ruim. – seus olhos estavam vidrados nas mãos – Enquanto isso, Potter ganhava cada vez mais seu carinho e logo começaram a namorar. Nunca vou me perdoar pelo que fiz...

– Por isso você não gosta do Harry? Porque ele se parece com o homem que “roubou” a Lillian de você? – perguntei ironicamente.

– Não odiava o Potter por tirá-la de mim, eu que a afastei. O odiava porque, mesmo tendo-a por perto constantemente, não sabia dar valor. – falou rancoroso – Eles brigavam o tempo todo, e várias vezes a surpreendi chorando. Ele era muito vaidoso na época, se achava melhor que todos os outros. Seu ego era enorme! Por isso o odiava!

O que ele quer dizer com isso? Que se o Thiago fosse um bom homem e cuidasse dela melhor ele não o odiaria? Quem é esse homem e onde está o professor de poções?

– No último ano tomei coragem e falei com ela. Nós ficamos horas conversando, e a maior parte dela eram reclamações do Thiago. Na formatura eles discutiram feio e romperam. Lillian ficou muito triste e afogou as mágoas na bebida, assim como eu. – confessou – Estávamos bêbados e acabamos consolando um ao outro... Naquela noite não éramos dois amigos e sim um homem e uma mulher... – parou observando minha reação.

Com um aceno pedi que continuasse, e assim o fez.

– No dia seguinte ela se deu conta do que aconteceu e pediu para que eu esquecesse completamente a última noite. Mas era impossível esquecer... Eu já amava aquela mulher há muito tempo! Nós brigamos novamente e nos afastamos definitivamente. Desde então ela passou a me ignorar completamente. – lamentou – Algumas semanas depois ela voltou com o Thiago e ele a pediu em casamento. Outra semana se passou e ela desapareceu. Não deixou uma carta ou qualquer pista de seu paradeiro, todos ficaram desesperados e passaram a procurá-la. Lillian só voltou um ano depois, e mesmo assim estava diferente. Mais... distante. Sua mente estava confusa, assim como as memórias do último ano apagadas...

É claro que estava mais distante, tinha abandonado a filha!

Uma lágrima solitária escapou de meus olhos e rolou por meu rosto.

– Alguns meses depois ela voltou a ser a Lillian de antes, porém, não completamente. Logo Thiago a pediu em casamento novamente e, algum tempo depois, finalmente se casaram. O resto você já sabe...

Ela me ignorou completamente... Esqueceu-me!!

– Desde quando? – finalmente perguntei o que rondava minha mente nos últimos dias.

– O quê?

– Desde quando você sabe sobre mim?

Ele hesitou por um momento, mas logo suspirou e contou.

– Eu só descobri que tinha uma filha quatro anos depois da morte de Lillian...

Espera... Eu... Eu tinha 5 anos!

– Então... Então você sabia que eu era sua filha desde os meus cinco anos?! - alterei-me

– Naquela época eu apenas sabia que tinha uma filha, nada mais. Minerva me procurou desesperada porque você tinha desaparecido do orfanato e acabou confessando tudo. Eu juro Violet, juro que te procurei! – falou, sua voz transparecia desespero – Mas quem te pegou fez um trabalho muito bem feito e sumiu com qualquer pista sua... Não encontrei sequer uma foto ou um documento... Todos os rastros de que um dia você estivera no orfanato foram apagados... Era como se você não existisse! – confessou – A única coisa que eu sabia sobre você era o primeiro nome...

Minerva... Por que ela não contou a ele antes? Por que, mesmo após a morte da minha mãe, manteve-me no orfanato?! Ela não tinha esse direito!

– Eu e Minerva te procuramos por anos... Mas a cada tentativa frustrada eu me decepcionava mais... Quando você completou 11 anos tive esperança que, sendo filha de dois bruxos, viria para Hogwards. Mas novamente me enganei. Só tinham duas explicações: ou você estava feliz com alguma família em algum lugar ou estava morta. Perdi todas as esperanças naquele ano e decidi enterrar definitivamente essa história e...

– Desistiu. – completei. - E desde quando sabe que eu sou sua filha? – perguntei rancorosa.

– Desde que vocês foram à Hogsmead.

– Mas... Isso foi há meses atrás!! Por que não contou antes?! Eu tinha o direito de saber! – gritei, com lágrimas rolando furtivamente – Todo esse tempo em que me ignorou você já sabia!! Já sabia e mesmo assim escolheu se afastar!! – os olhos dele brilhavam.

Então ele vai chorar?! Depois de tudo que fez ainda terá a coragem de chorar?? Todo esse tempo eu pensei que ele não soubesse! Mesmo sabendo que era meu pai ele me ignorou por completo!!

– Desde que você chegou ao castelo Minerva percebeu semelhanças entre nós, inclusive no nome. Ela já estava desconfiada... Aliás, muitos professores estavam.

– Por isso as indiretas do Lupin. Até ele sabia primeiro que eu!

– No final de semana em que vocês foram para Hogsmead Minerva encontrou com Marta, a mulher que cuidou da Lillian durante a gravidez, e descobriu muitas coisas. – suspirou - Alguns dias antes de dar à luz um bruxo visitou Lillian. – começou, evidentemente raivoso – Ele mexeu com a cabeça dela e a obrigou a te entregar. Ela nunca abandonaria um filho, Lillian não era assim! Se ela o fez foi porque esse bruxo a manipulou e depois apagou suas memórias.

Mais lágrimas caiam, eu estava devastada. Bella disse-me tantas coisas ruins sobre minha mãe, que ela me desprezava e odiava!

– Como eu disse, Minerva tinha suas dúvidas, mas naquele final de semana percebeu que as coincidências eram muitas e resolveu investigar o seu passado. Todas as datas se encaixavam, assim como o nome, a idade, a personalidade... Eram as provas que precisava. Assim que voltou para o castelo me contou tudo.

Por isso estava tão perturbado naquela tarde...

– E então decidiu me ignorar não é?

– Não. – contestou – No início me culpei por tudo que tinha feito você passar... As perseguições como professor, as discussões sem sentido, as detenções e principalmente aquela noite na torre.

A noite que machucou meu braço.

– Eu sabia que se eu te contasse que era seu pai, iria me desprezar, afinal, quem não iria depois de tudo que fiz?

– Você não tinha como saber... – sussurrei.

– Eu decidi me aproximar primeiro, tentar conquistar pelo menos seu respeito antes de contar tudo.

Mas você já o tinha! Eu já o admirava e respeitava!

– Por isso que me ajudou na noite do berrador?

– Desde que você tinha voltado da visita à sua tia eu percebi que estava mais acanhada, mais... distante. Por mais que sorrisse, nunca chegava aos olhos. – afirmou.

Como ele... Ninguém percebeu isso!

– Quando o berrador chegou e ela falou aquelas barbaridades eu vi o quão irritada e magoada você ficou. Vi o vazio em seus olhos. Eu fiquei desesperado e te procurei pelo castelo inteiro. Quando te encontrei chorando, não pensei em nada, só queria te ajudar...

– Por que me ignorou depois? – perguntei ressentida.

– Quando eu te derrubei das escadas muitas coisas passaram pela minha cabeça. Eu... Eu tive medo. – suspirou.

– Medo? Medo de quê?!

Ele nunca teve medo!

– Medo de deixá-la entrar e depois te perder – confessou.

– O quê?! Mas isso não faz sentido!

– A única pessoa que deixei entrar foi sua mãe. – admitiu – Ela me conquistou completamente, até eu perdê-la. Eu a perdi quando a ofendi. A perdi quando me ignorou depois da noite mais incrível que já tive! A perdi quando desapareceu e perdi novamente quando morreu!

Ele tem um coração afinal...

– Eu sofri muito por ela, e quando te vi caída na escada, tudo isso passou na frente dos meus olhos. Durante todos esses anos ergui uma barreira à minha volta para impedir que pessoas entrassem, e você estava cada vez mais próxima de mim... Eu não ia aguentar outra decepção, não queria te deixar entrar porque sabia que sofreria... Por isso me afastei.

Afastou-se para evitar que eu sofresse uma desilusão mas não pensou que, fazendo isso, quem sofreria era eu...

– Você merecia alguém melhor... Mas por mais que eu decidisse me afastar, não consegui fazer isso totalmente. Eu estava sempre te observando, cuidando para que nada acontecesse...

– Eu sabia que tinha alguém me observando o tempo todo, mas nunca vi ninguém... Era você não era?

– Eu não consegui me afastar completamente. – admitiu envergonhado.

– Se queria tanto me afastar, por que resolveu contar tudo isso agora?

– Porque você já conseguiu entrar. – confessou num sussurro - Por mais que eu te afaste, menos consigo te manter longe. Quando percebi que você e aqueles grifinórios saíram do castelo à noite e não voltaram, fiquei muito preocupado. Então descobri que estavam na Casa dos Gritos. Te ver tão perto do Black me enfureceu completamente. Depois que acordei e vi o Lupin ameaçando atacar vocês, a primeira coisa que pensei foi “Ela não”.

Ele me defendeu...

– Mesmo sabendo que você era capaz de enfrentar um lobisomem, fiquei com medo. - confessou. – A ideia de te perder pelo mesmo homem que entregou sua mãe me enfurecia!

– Mas não foi o Sirius!

– Eu sei. – concordou, surpreendendo-me – Mais tarde ele me contou que depois que Potter me atingiu você tentou me ajudar. Foi então que percebi que mesmo te afastando, nós já tínhamos um laço... – afirmou. – E eu estou disposto a qualquer coisa para nunca mais te fazer sofrer... – pela primeira vez, uma lágrima solitária escapou de seus olhos.

“Mais tarde”... Mais tarde Sirius estava preso! Como que... Espera... Foi ele?!

– Foi você! – concluí com lágrimas rolando e a voz rouca – Você que soltou o Sirius não é?

– Posso ser muita coisa, mas não injusto. – confessou.

Um pequeno sorriso escapou de meus lábios.

– Finalmente achei você dona fujona! – gritou Ponfrey no pé da escada.

Imediatamente limpei meus olhos e a encarei. Snape levantou-se e ficou de costas para nós duas.

– Olá... – sorri sem graça.

– Você faz ideia do quão preocupada eu fiquei? Te procurei por todos os cantos! – disse ela.

– Eu a trouxe para respirar um pouco Madame Ponfrey, já ia levá-la. – posicionou-se Snape.

– Não se preocupe Professor Snape, eu a levo. – avisou severamente – Vamos Violet – falou enquanto me levantava.

Quando olhei para trás ele me observava com uma expressão sombria e totalmente diferente.

– Você não deveria ter vindo, não sabe que é proibido a qualquer um subir aqui?

– Qualquer um?

– Sim, apenas Dumbledore e Minerva têm permissão para subir. E eu como enfermeira também. - disse ela no último degrau.

Então Snape também não podia subir... Ele quebrou as regras para me trazer até aqui...

– Pronto, agora deite-se e descanse. Mais tarde Dumbledore e Minerva virão te visitar e amanhã já poderá sair. – sorriu. – Boa noite querida. – disse ela, deixando-me apenas com meus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Como viram, a "obsessão" do Snape pela filha estava realmente óbvia para todos! E os grifinórios a pegaram de jeito hein!! kkkE a frase "Posso ser muitas coisas, mas não injusto"!! Acho que deu mais "humanidade no Sev, o que pensam sobre isso?E o restane, o que acharam?? Estamos na reta final da fic, por isso preciso que me ajudem! - Como seria uma reconciliação perfeita?Já tenho algo em mente, mas novas sugestões podem alterar o rumo da história e até melhorá-la!! Por isso, não deixem de comentar!!Bjjss e até a próxima!!